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Política

Bolsonaristas foragidos pelos atos do 8 de janeiro, incluindo Oswaldo Eustáquio, desafiam Justiça e pedem Pix em live

Após o Supremo Tribunal Federal (STF) julgar e condenar os primeiros réus envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, bolsonaristas foragidos da Justiça fizeram uma live no Instagram, em tom de desespero, para pedir doações por pix e apoio para procurados por participar dos ataques em Brasília.

A transmissão foi registrada pelo portal Metrópoles. O vídeo foi veiculado no perfil de Esdras Jonatas dos Santos, que tem 40 mil seguidores, e ficou conhecido por chorar enquanto um acampamento de bolsonaristas era desmontado em Belo Horizonte (BH). Ele tem um mandado de prisão aberto no Brasil.

Santos conversa com José Renato Gasparim Junior, que foi candidato a deputado pelo Republicanos em 2022, e também está foragido. Também participa de um trecho da live o blogueiro Oswaldo Eustáquio Filho, que afirma estar morando no Paraguai.

Eles reclamam da dificuldade de encontrar emprego fora do país, quando vem à tona que são procurados pelas autoridades brasileiras. Gasparin Junior chega a dizer que estava no Paraguai e voltou ao Brasil por conta do abandono de outros bolsonaristas. Eles reclamam principalmente da falta de apoio de políticos.

“Eu saí daí (Brasil) em 8 de janeiro, entrei em contato com o Nikolas (deputado Nikolas Ferreira do PL) entrei em contato com o Cleitinho ( senador Cleitinho Azevedo do Republicanos). O Cleitinho me respondeu. Ele é da minha cidade, no estado de Minas Gerais. Ele virou para mim e falou assim, pelo WhatsApp: ‘Isso é problema de advogado para você resolver Esdras. Eu não posso fazer nada por você’”, diz Esdras num trecho.

Gasparin Junior então chama os políticos de “hipócritas” e volta a reclamar do isolamento pela condição de foragido.

“Tenho que aguentar deputado e senador olhando e fingindo que não está vendo mensagem minha. Estou a ponto de explodir. […] Vocês, o povo, eu defendo até o fim. Mas filha da puta, hipócrita de deputado e senador que finge que nada está acontecendo, isso me deixa muito triste”, diz.

Na live, os bolsonaristas também pedem que apoiadores acessem o perfil do presidente do Paraguai Santiago Peña e para que ele conceda asilo a outros foragidos por conta dos ataques do 8 de janeiro que estão no país. No perfil de Peña nas redes sociais é possível ver alguns desses apelos.

Nesta semana, o blogueiro Wellington Macedo de Souza, foragido há mais de oito meses por envolvimento em uma tentativa de ataque a bomba em Brasília, foi preso no Paraguai. Ele foi entregue à Polícia Federal na Ponte da Amizade, que faz fronteira entre Foz do Iguaçu (PR) e Cidade do Leste, e transferido para o presídio da Papuda, em Brasília.

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Política

Vídeo: MBL aposta na selvageria fascista para angariar votos bolsonaristas

Os ataques às universidades federais que voltaram à tona pelo MBL, tem apenas um motivo, servir de opção política ao finado bolsonarismo, com o objetivo de eleger candidatos como, por exemplo, Kim Kataguiri, um dos mestres do do caça likes.

Isso é clássico nessa turma do MBL, que invadiu hospitais durante a pandemia a mando do genocida Bolsonaro.

O que se busca com essas ações violentas é impedir que o ciclo do fascismo brasileiro, conduzido por Bolsonaro se feche com a condenação e prisão de Bolsonaro e seus filhinhos delinquentes.

Todos querendo fazer carreira na escola do fascismo rococó.

Quem segue o mesmo ritual, agindo de forma menos agressiva, são Moro e Dallagnol que utilizam outra pintura para alcançar o mesmo “apogeu”, moldado para servir de opção para uma horda primitiva e rude de eleitores.

Não é pretensão, é orientação de quem se mostra incapaz de produzir um debate sério, crítico ao governo e à esquerda que não seja pela violência, pela guerra, por golpes ou terrorismo.

O que é preciso ficar claro é que essa moda não pode avançar, do contrário, Bolsonaro transforma-se em memorial para que todo tipo de bandidagem nesse país vire regra pela disputa política.

Em suma, o MBL quer sangue que agrade o paladar do vampirimo político entranhado na alma do bolsonarismo e precisa de uma resposta concreta do sistema de justiça para dar fim a essa bandalha copiada de Bolsonaro que decalcou Tump, ou o Brasil volta à idade da pedra lascada.

A mais recente ação do bando do MBL:

Integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL), grupo de extrema direita que tem por hábito causar tumultos, voltou a invadir uma instituição de ensino para filmar alunos e constrangê-los com objetivo de criar conteúdo para as redes sociais. Desta vez, o alvo dos agitadores foi a Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Segundo a própria diretoria da UFPR, que divulgou nota sobre o ocorrido [leia a íntegra ao final desta matéria], oito membros do MBL, entre eles Gabriel Costenaro e Matheus Faustino, invadiram o prédio da reitoria da universidade, em Curitiba, e passaram a filmar e fotografar o local e os estudantes. Segundo os integrantes do grupo, eles teriam ido até a instituição para “denunciar” pichações com elogios ao comunismo e “defender o patrimônio público”.

https://twitter.com/i/status/1697981505639784638

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Política

Após Barroso dizer que bolsonarismo foi derrotado, bolsonaristas ameaçam pedir impeachment de ministro do STF

O deputado bolsonarista Nikolas Ferreira (PL-MG) anunciou que a oposição irá pedir o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso em função de ter afirmado, durante um discurso no Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), na noite de quarta-feira (12) que “derrotamos o bolsonarismo” .

“A oposição iniciará um processo de impeachment contra Barroso por cometer o crime de ‘exercer atividade político-partidária’, conforme estabelecido no artigo 39 da lei 1079/50”, disse Nikolas no Twitter. “Se, por um milagre, houver justiça neste país, será indiscutível a perda do cargo”, completou.

A deputada bolsonarista Bia Kicis (PL-DF) afirmou que “o ministro do STF e do TSE, Barroso, afirmou durante um evento da UNE que venceu o Bolsonarismo. Ao participar de um evento político partidário, confessou que atuou contra uma força política. Grave! Nós, da oposição, solicitaremos o impeachment”.

O discurso de Barroso foi feito no 59º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), na quarta-feira (12), em Brasília. Na ocasião, o ministro foi alvo de um protesto por parte dos estudantes, em função do seu posicionamento no julgamento do piso nacional da enfermagem. Ele foi vaiado e chamado de “articulador do golpe” contra Dilma Rousseff (PT).

Barroso então disse que aqueles que vaiavam estavam “reproduzindo o bolsonarismo”. “Nós derrotamos a censura, nós derrotamos a tortura, nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas”, ressaltou o ministro mais à frente.

O deputado Carlos Jordy (PL-RJ) também manifestou apoio ao afastamento do ministro do STF. “Isso é normal? Foi longe demais? Imaginem um ministro do STF declarando em uma palestra que ‘derrotou o lulo-petismo'”, comparou.

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Opinião

Bolsonaro só foi cassado porque é Bolsonaro

Quando o assunto é Bolsonaro, não dá para economizar.

Que presidente da história do Brasil, colocado no mais alto posto do poder da República, por um ministro corrupto e ladrão, que se tornou ministro da Justiça e Segurança Pública com as credenciais de Bolsonaro? Não há.

Nossos fascistas são piores que os fascistas dos outros, porque a nossa mídia corporativa é pior que a dos outros, pois, do contrário Bolsonaro não chegaria aonde chegou, que se mostrou completamente perdido e despreparado para administrar até mesmo o condomínio Vivendas da Barra, que fará uma nação como o Brasil.

Também por isso Bolsonaro foi cassado, digo, por morar no mesmo condomínio do assassino de Marielle, por ter como guarda-livros o miliciano Queiroz, sócio de Adriano da Nóbrega, ex-patrão da milícia de Rio das Pedras, condecorado com a medalha Tiradentes por Flávio Bolsonaro na Alerj, a mando do pai.

E Bolsonaro ainda fez questão de mostrar que, quem mandava nas rachadinhas de Flávio, era o varão do clã, o Seu Jair da casa 58 do Vivendas da Barra, o mesmo condomínio em que Bolsonaro mandou Sergio Moro, então ministro da Justiça, dar uma prensa no porteiro para que mudasse a versão sobre seu depoimento que complicaria a vida do mandante do país.

E aqui abro parêntese sobre isso. Imagina o atual ministro da Justiça, Flavio Dino, saindo de Brasília, a mando de Lula, para pressionar o porteiro a mudar seu depoimento no caso que envolve a morte de Marielle Franco no dia do crime, o que a mídia não estaria até hoje tagarelando?

Bolsonaro, este que se tornou inelegível pelo TSE, é o mesmo presidente que, em quatro anos como mandatário do país, deu quatro mansões para os quatro filhos, com os aplausos de Moro e Dallagnol, os mesmos que, numa ridícula simetria, diziam ou ainda dizem, que Lula comandou o maior esquema de corrupção da história da humanidade, mas na hora de gastar o fortuna do Faraó, não quis comprar umas cem ilhas com mansões hollywoodianas, dentro e fora do Brasil, preferiu, com o fruto do roubo comprar um muquifo mal-ajambrado no Guarujá, ao invés de comprar centenas de iates de dois andares, preferiu comprar pedalinhos com sua fortuna, ao invés de se tornar o maior latifundiário do mundo, preferiu, junto com D. Marisa, fazer uma hortinha no sítio.

Por isso cabe o choro dos bolsonaristas que dizem que Bolsonaro só foi cassado pelo TSE por ser Bolsonaro.

Que outro chefe de Estado foi responsável por tantas mortes por covid quanto Bolsonaro? Ao mesmo tempo em que seu homem da Banco Central, Campos Neto cobrava e ainda impõe aos brasileiros as taxas de juros mais altas do mundo para jogar na mais profunda miséria 33 milhões de brasileiros e fazer banqueiros e rentistas bateram recorde de lucros, porque, afinal, o ministro da Economia de seu governo era Paulo Gudes, aquele que disse ter governado para os ricos contra os pobres, pois os ricos é que mandam no país, num rompante de sincericídio.

Por isso, Bolsonaro, por ser Bolsonaro, foi cassado pelo TSE.

Que outro presidente do Brasil, em poucos dias de governo, promoveu tanta crueldade, de dentro do Palácio do Planalto, onde tinha instalado o gabinete do ódio, comandado por seu filho Carluxo. Planalto onde também se promoveu o dia fogo na Amazônia em que garimpeiros e outros eiros do submundo rural, que matam índios, incluindo crianças, tocaram fogo na Amazônia, junto, matando milhares de animais. A mesma Amazônia em que passou a boiada por seu ministro do Meio AMbiente, Ricardo Salles com o esquema de venda ilegal de madeira e ouro do oásis verde?

Poderia passar dias escrevendo por que Bolsonaro foi cassado pelo TSE por ser Bolsonaro, crimes, corrupção, bandalheira, cafetinagem é que não faltaram nos quatro anos do, agora inelegível mito.

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Política

Apatia nas redes bolsonaristas revela clima de favas contadas

Monitoramento interno da corte eleitoral não detectou ameaças aos ministros em meio à calmaria dos apoiadores do ex-presidente na internet.

A reação da militância de Jair Bolsonaro nas redes sociais após sua condenação à inelegibilidade pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta sexta-feira (30) reforça o clima de favas contadas entre seus seguidores quanto ao resultado do julgamento, diz Malu Gaspar, O Globo.

Apesar de algumas manifestações de apoio ao ex-presidente e de outras de revolta contra a decisão da corte eleitoral, os grupos de WhatsApp e Telegram demonstraram pouca atividade no dia decisivo para o futuro político de Bolsonaro.

Em que pese a narrativa de um “golpe contra a democracia” e da repetição de ataques à Justiça Eleitoral, a dinâmica dos grupos se revelou apática. Nem mesmo as primeiras declarações de Bolsonaro no sentido de recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) ressoaram entre os apoiadores. Muitos, inclusive, pareceram jogar a toalha.

“Ninguém apareceu na frente do TSE para mostrar apoio. Depois da inelegibilidade, [aí] é que não vão pra rua mesmo. A direita não sabe ser oposição e se acomodou a protestar só no Zap e no Telegram”, desabafou um apoiador de Bolsonaro diante de apelos para que “algo” fosse feito diante da decisão do TSE.

O comportamento contrasta diretamente com outros episódios-chave, como a confirmação da vitória de Lula no segundo turno em 2022 ou a prisão do ex-ministro da Justiça Anderson Torres. Além disso, vai na direção contrária ao discurso das lideranças do partido de Bolsonaro, o PL, que sempre afirmaram que uma eventual condenação levaria a manifestações populares a favor do ex-presidente.

Um monitoramento interno do TSE, que acompanha eventuais ameaças à integridade dos ministros do tribunal, também constatou um ambiente de calmaria nas redes bolsonaristas. Fora as postagens rotineiras com críticas e ataques ao tribunal, não surgiu nada que alarmasse o setor de segurança.

Nos grupos do WhatsApp e do Telegram, o tom das postagens era mais próximo da resignação, com menções a um suposto viés antibolsonarista na Justiça Eleitoral e a defesa do legado do ex-presidente.

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Opinião

Vídeo: Bolsonaro foi completamente abandonado pelos bolsonaristas

Assista:

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Opinião

Quem vai delatar Bolsonaro?

Celso Rocha de Barros*

Com o caso da falsificação do registro de vacina, os escândalos de Jair Bolsonaro começam a andar como andavam os escândalos em governos menos blindados. Agora é ver quem vai delatar.

Em outros governos, a coisa começava com uma denúncia, pela imprensa ou pelas autoridades. A denúncia gerava desdobramentos políticos, como CPIs, quedas de ministros, inquéritos, delações premiadas, mobilizações da opinião pública e até pedidos de impeachment.

A turma do Jair chegou ao poder pisando nas ruínas do sistema político, destroçado pela Lava Jato. Aprenderam a lição: os partidos tradicionais haviam tolerado democracia demais, liberdade de imprensa demais, investigações demais, autonomia institucional demais, transparência demais.

Os bolsonaristas estavam decididos a não repetir o erro: blindaram-se com os militares, fizeram guerra à imprensa e ao STF, aparelharam o Ministério Público e a Polícia Federal, compraram o Congresso com o orçamento secreto. Suas relações suspeitas preferenciais foram com países árabes que só não são menos transparentes que a Coreia do Norte. Tudo isso com um toque de gênio: o apoio de Sergio Moro, a face pública da Lava Jato.

Com essa proteção, os bolsonaristas conseguiram evitar que as denúncias virassem CPIs, ações da PGR, processos de impeachment. Assim, o ouro dos pastores no MEC, a fraude na compra de vacinas, o próprio orçamento secreto, todos logo saíram do noticiário e foram morrer nas colunas de opinião, inclusive nesta.

Se o mesmo tivesse acontecido com o mensalão, ele teria sido só uma história sobre fraude nos Correios. Se o mesmo tivesse acontecido na Lava Jato, ela teria sido só uma história sobre lavagem de dinheiro usando postos de gasolina.

Agora Jair não é mais presidente, o golpe de 8 de janeiro deu errado e muita gente tem passado bolsonarista para limpar com gestos de independência.

A denúncia de falsificação de registro de vacinação não está com cara de que vai morrer no berço. Pelo contrário: já começou a se desdobrar. Entre as provas colhidas pela polícia está um áudio do ex-major Ailton Barros para o ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, em que propôs um golpe de Estado em dezembro de 2022.

Se as coisas voltarem a funcionar como antes, vamos assistir a uma progressão de prisões, confiscos de celulares, novas provas, novas denúncias, até que alguém faça delação premiada. Aí acaba para Bolsonaro.

Por enquanto, os dois principais candidatos a delator são Mauro Cid e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres. Ambos devem pegar cadeia longa, cadeia dura, se continuarem protegendo Bolsonaro.

E a questão começa a se impor: por que fariam esse sacrifício? O golpe deu errado. Jair ficará inelegível. Os políticos que pretendem sucedê-lo, como Tarcísio de Freitas e Romeu Zema, vão gastar capital político tentando tirar Anderson Torres ou Mauro Cid da cadeia? Os militares vão se meter nisso?

É sempre possível, porque tem gente aí que pode ter rabo preso na história do golpe. Mas os delatores em potencial não parecem confiantes.

Os bolsonaristas cometeram crimes de maneira tosca, de maneira mal disfarçada, porque contavam com o golpe. Contavam que não sobraria Estado de Direito para investigá-los. Semana passada ficou claro que sobrou mais do que eles esperavam. Veremos se será suficiente.

*Folha

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Política

Aliados acreditam em conflito entre Bolsonaro e PF na chegada ao Brasil

Aliados de Jair Bolsonaro já preveem que ex-presidente terá embate com integrantes da Polícia Federal durante seu desembarque em Brasília.

Aliados de Jair Bolsonaro já preveem conflito entre o ex-mandatário e integrantes da Polícia Federal logo no desembarque do ex-presidente no Aeroporto de Brasília, na manhã desta quinta-feira (30/3).

Em reunião na terça-feira (28/3), delegados da PF e membros das forças de segurança do Distrito Federal decidiram que Bolsonaro não poderá sair pelo desembarque principal do aeroporto, mas por uma rota alternativa.

Auxiliares de Bolsonaro dizem, porém, que ele não aceitará de forma alguma a orientação. O ex-presidente, dizem, quer desembarcar “nos braços do povo”. Ou seja, dos apoiadores que o estiverem aguardando no aeroporto.

Por ora, não está previsto discurso de Bolsonaro no local. A ideia, segundo aliados, é que ele siga do aeroporto diretamente para sua nova casa em Brasília, localizada em um condomínio no Jardim Botânico.

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Política

Juscelino contraria determinação de Lula e recontrata bolsonaristas para o Ministério das Comunicações

Recontratação de nove bolsonaristas para cargos estratégicos do Ministério das Comunicações é mais um escândalo envolvendo o ministro indicado pelo União Brasil.

Segundo o Estadão, o ministro das Comunicações, Juscelino Filho (MA), indicado para o cargo pelo União Brasil, descumpriu uma determinação do Palácio do Planalto e reconduziu nove servidores que haviam sido demitidos pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O episódio se junta a outros problemas protagonizados por ele, como o uso de um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e o pagamento de diárias e hospedagem com recursos públicos, para participar de um leilão de cavalos de raça. Ele também omitiu do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2022 pelo menos R$ 2,2 milhões em cavalos de raça.

Juscelino também empregou no ministério a irmã do sócio do haras de sua família, onde cria cavalos de raça. Tatiana Marques Gaspar da Silva foi contratada como assessora especial do ministro com salário de R$ 13,6 mil. O ministro foi procurado pela reportagem, mas não se manifestou.

Num discurso em Santo Amaro, na Bahia, no último dia 14, Lula reforçou que precisava “retirar” os bolsonaristas “infiltrados” nos cargos-chave. Como mostrou o Estadão, o governo petista barrou nomeações como a de uma médica referência em vacinação que iria para o Ministério da Saúde por essa razão.

No dia 1º de janeiro, a Casa Civil, sob o comando de Rui Costa, fez uma exoneração em massa nas Comunicações atendendo a ordem do presidente. Mas, semanas depois, numa operação de Juscelino Filho, nove funcionários que comandaram secretarias e departamentos no governo Bolsonaro foram recontratados por ele em cargos diferentes.

A estrutura do Ministério das Comunicações é composta por três secretarias abaixo de Juscelino Filho. Todas são comandadas por comissionados exonerados pelo governo Lula por terem ocupado cargos de confiança na gestão Bolsonaro. O ministro chamou para ser seu braço direito uma influente comissionada do Ministério do Desenvolvimento Regional, pasta que operou bilhões do orçamento secreto. Sônia Faustino Mendes substituiu Juscelino na chefia da pasta, em fevereiro, durante viagem dele a Portugal.

No governo anterior, Mendes era chefe do Departamento de Estruturação Regional e Urbana do MDR. A então diretora era responsável por analisar projetos, supervisionar obras e gestão de transferências de recursos e estabelecer critérios para priorização de investimentos. Agora é secretária-executiva do Ministério das Comunicações, a número 2 do ministro.

Juscelino Filho foi um dos políticos que mais manejaram recursos do orçamento secreto – esquema de compra de apoio político no Congresso criado durante o governo Bolsonaro. Como deputado do União Brasil, ele direcionou R$ 5 milhões do mecanismo para asfaltar uma estrada de terra que passa em frente à sua fazenda, em Vitorino Freire (MA). A propriedade também abriga uma pista de pouso para seu avião particular e um heliponto.

A pasta de Juscelino tem ainda outras duas secretarias: a de Comunicação Social Eletrônica – antiga Radiodifusão – e a de Telecomunicações. Em ambas, Juscelino promoveu uma dança de cadeiras que, na prática, preservou ex-integrantes do governo Bolsonaro do comando da pasta.

Um dos demitidos no primeiro dia do governo do PT, Maximiliano Martinhão era secretário de Radiodifusão na gestão anterior e voltou à pasta como secretário de Telecomunicações. Ele chegou a participar de motociata em apoio a Bolsonaro e registrar em suas redes sociais. O posto era ocupado no governo passado por Nathalia Lobo, que virou agora diretora do Departamento de Política Setorial. Já William Zambelli e Otávio Caixeta eram diretores subordinados de Martinhão. Ambos voltaram à pasta, acompanhando o ex-chefe na mudança para a Secretaria de Telecomunicações, e se tornaram assessores dele.

Por sua vez, Wilson Wellisch passou do comando do Departamento de Política Setorial para o comando da Secretaria de Comunicação Social Eletrônica, um posto ainda mais alto. Outro demitido, Pedro Lucas Araújo voltou ao mesmo cargo de chefe do Departamento de Investimento e Inovação.

O ministro também tem abrigado no ministério indicações do seu grupo político. Como revelou o Estadão, o diretor de radiodifusão não tem experiência na área, mas é sócio do advogado e empresário Willer Tomaz, que tem quatro rádios e uma TV no Maranhão, reduto eleitoral do ministro. Tomaz é amigo e parceiro dos senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Weverton Rocha (PDT-MA). Esse último compadre do ministro e fiador de sua indicação como ministro de Lula.

Na CPI da Covid, Flávio saiu em defesa de Tomaz ao afirmar que ele é “pessoa de sua relação” quando o senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI, tentou investigar o empresário como forma de provocar o filho de Bolsonaro.

Haras

Além de recontratar ocupantes de cargos de confiança no governo Bolsonaro, o ministro também levou para o ministério a irmã do sócio do haras onde guarda seus cavalos de raça. Conforme revelou o Estadão, o ministro escondeu da Justiça Eleitoral ter 12 cavalos no valor de R$ 2 milhões.

Os animais estão na cidade de Vitorino Freire (MA), no Parque&Haras Luanna. No papel, o haras pertence à irmã do ministro, a prefeita Luanna Rezende, e a Gustavo Marques Gaspar, ex-assessor dele na Câmara. O terreno onde está localizado o empreendimento é do próprio Juscelino, comprado por ele em 1999 por R$ 1 mil da própria Prefeitura da cidade, comandada na época pelo seu pai. A irmã de Gustavo, Tatiana Marques Gaspar da Silva, foi contratada como assessora especial do ministro.

Como mostrou o Estadão, Juscelino Filho usou avião da FAB e recebeu R$ 3 mil de diárias do governo para uma agenda majoritariamente privada em São Paulo dedicada aos seus cavalos. O valor foi depositado porque o ministro informou ao governo que passaria quatro dias no Estado e que era uma viagem “urgente”. Do período, três dias foram dedicados aos equinos. Ontem, após a reportagem, Juscelino admitiu que só tinha agenda em dois dias e devolveu o dinheiro.

Os feitos do ministro

Numa série de reportagens, o Estadão revelou que o ministro destinou R$ 5 milhões do orçamento secreto para asfaltar uma estrada de terra que passa em frente à sua fazenda e à sua pista de pouso privada, em Vitorino Freire (MA). A obra é feita por uma empresa investigada pela Polícia Federal por supostamente pagar propina a servidores federais para obter obras no Maranhão. O servidor da Codevasf que autorizou a obra e é indicado do grupo do ministro está afastado por receber propina da empresa. Ele está proibido de entrar na sede da companhia.

A cidade comandada pela irmã do ministro tem mais de R$ 36 milhões em contratos com pelo menos quatro empresas de amigos, ex-assessoras e uma cunhada do ministro das Comunicações. Todas as firmas intensificaram os negócios a partir de 2015, quando Juscelino assumiu pela primeira vez uma cadeira de deputado. Na segunda semana como ministro, Juscelino recebeu empresário beneficiados com verbas direcionadas por ele no ministério.

O Estadão também mostrou que, ao prestar contas da campanha à reeleição de deputado, Juscelino Filho apresentou dados falsos ao TSE. Para justificar o uso de verba pública com voos de helicóptero, ele incluiu como passageiros de 23 voos “três cabos eleitorais”. O Estadão identificou, porém, que os nomes apresentados por ele são de um casal e de uma filha de dez anos. A família é de São Paulo e afirma não conhecer o político.

Explicações

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira, 2, que, se Juscelino Filho não conseguir comprovar sua inocência, não poderá continuar no governo. Em entrevista à BandNewsFM, o petista disse que convocou Juscelino para uma reunião na segunda-feira, 6, assim que o ministro chegar do exterior, para que possa definir o futuro de seu subordinado.

“Eu tentei essa semana conversar com o Juscelino, o ministro Juscelino está viajando, está no exterior a serviço do ministério, discutindo num encontro de telecomunicações. Eu já pedi para o [ministro da Casa Civil] Rui Costa para convocar ele para segunda-feira para a gente ter uma conversa porque ele tem direito de provar sua inocência. Mas se ele não conseguir provar sua inocência, ele não pode ficar no governo. Eu garanto a todo mundo a presunção de inocência”, afirmou Lula.

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Cotidiano

Bolsonaristas de chacina no MT estão foragidos e fecham redes; arma e caminhonete são encontradas

Apoiador de Bolsonaro não aceitou a derrota em partida de sinuca e deu sinal a comparsa, que atirou no adversário pelas costas, segundo o delegado. Nas redes, Edgar Oliveira ostentava armamento.

Caçados pela polícia como autores da chacina que matou sete pessoas em um bar em Sinop, no “nortão” do Mato Grosso, Edgar Ricardo de Oliveira, de 30 anos, e Ezequias Souza Ribeiro, de 27 anos, que são apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) seguem foragidos.

Ao menos Edgar está fechando as redes sociais, especialmente o TikTok, onde publicava diversos vídeos atirando. Em algumas das imagens aparece a espingarda calibre 12, mesma arma usada no assassinato das sete pessoas – uma delas, uma menina de 12 anos – na tarde desta terça-feira (21).

Os dois bolsonaristas efetuaram a chacina após perderem dinheiro em duas partidas de sinuca. A dupla virou alvo de piada ao não aceitar a derrota e resolveu matar as pessoas que estavam no bar.

Ezequias Souza teria encurralado os adversários e frequentadores do bar em uma parede enquanto Edgar pegou a arma calibre 12 em uma caminhonete S-10. Ele entrou no bar e iniciou a matança à queima-roupa. Seis pessoas morreram na hora e um foi levado em estado grave, não resistiu aos ferimentos e faleceu no centro cirúrgico.

Na manhã desta quarta-feira (22), a polícia encontrou o veículo em uma obra no bairro Vila Verde, também em Sinop. Dentro da caminhonete estava a espingarda calibre 12 usada e uma garrafa de pinga Velho Barreiro.

Segundo o delegado Braulio Junqueira, que investiga o caso, Edgard teria perdido R$ 4 mil para Getúlio Rodrigues Frasão Júnior, de 36 anos, uma das vítimas, em um jogo de sinuca pela manhã.

À tarde, ele voltou com mais dinheiro e fez novo desafio. E perdeu novamente. Ele teria se irritado com a derrota e deu sinal para Ezequias para render todos que estavam no bar, até ele voltar com a espingarda.

“Quem iniciou os disparos foi o Ezequias, que matou primeiramente o Bruno, que é o dono do bar. Posteriormente deu um tiro nas costas do Getúlio e depois já no chão deu mais dois tiros na cabeça do Getúlio. E nisso, o Edgar efetuava disparos de espingarda”, disse o delegado ao site primeirapagina.

A polícia e a Perícia Oficial e Identificação Técnica divugaram os nomes e idades das vítimas.

  • Larissa Frasao de Almeida – 12 anos
  • Orisberto Pereira Sousa – 38 anos
  • Adriano Balbinote – 46 anos
  • Getúlio Rodrigues Frasão Júnior – 36 anos
  • Josué Ramos Tenório – 48 anos
  • Maciel Bruno de Andrade Costa – 35 anos
  • Elizeu Santos da Silva – 47 anos. Ele chegou a ser socorrido com vida, mas morreu no hospital.

*Com Forum

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