Candidato a mais um mandato de vereador no Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (Republicanos) foi às redes sociais neste domingo (18) para pedir doações a sua campanha eleitoral. O filho do presidente afirma que está “evitando ao máximo” utilizar o fundo partidário e que possui apenas R$ 20 mil arrecadados, dinheiro que teria sido doado por ele e Jair Bolsonaro.
“As pessoas pedem para que a gente não use o fundo partidário nas eleições e, até o momento, estamos evitando ao máximo utilizar esses recursos, mesmo que sejam legais. Infelizmente nós só temos arrecadado até agora, por doações minhas e do meu pai, cerca de R$ 20 mil. Nossa eleição corre risco”, afirma em vídeo.
“Se fosse possível e fosse do desejo dos senhores que nos apoiassem fazendo a doação do que for possível dentro da realidade que todos nós estamos passando”, pede Carlos Bolsonaro. Ele ainda afirma que “quem diz que a eleição já está vencida está minimamente equivocado”.
O filho do presidente alega ainda que a população corre “o risco de eleger pessoas que não estão nem um pouco preocupadas na utilização do fundão ou não e estão utilizando R$ 500 mil, R$ 1 milhão para a campanha desses fundos”.
Para obter as doações, o vereador abriu uma conta no Apoia.org. De acordo com descrição do próprio site, trata-se “uma empresa de financiamento coletivo eleitoral, apartidária e aprovada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral)” e permite doações de campanha via cartão de crédito ou boleto bancário. Até então, 169 pessoas doaram para a campanha do filho do presidente.
Notícia foi o ponto de inflexão do governo, que abandonou as ameaças ao Judiciário e ao Congresso.
A informação é da revista Veja que, na edição desta semana, mostra a mudança de postura de Jair Bolsonaro, que nos últimos meses tem abandonado discursos mais estrilados e passado a negociar com o Congresso Nacional e com o Supremo Tribunal Federal (STF). Um fator até então guardado a sete chaves foi decisivo para a transformação do presidente. Auxiliares do Palácio do Planalto receberam a informação de que o deputado Eduardo Bolsonaro e o vereador Carlos Bolsonaro poderiam ser alvo de uma ordem de prisão vinda do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Moraes é relator de investigações que apuram o financiamento criminoso de ataques e ameaças a autoridades, divulgação de fake news e custeio de atos considerados antidemocráticos. Por lei, deputados federais, como o caso do Zero Três, só podem ser presos em flagrante e por crimes inafiançáveis. No caso do vereador Carlos, a imunidade protege somente a manifestação de opiniões. Pelos relatos recebidos por auxiliares presidenciais, os dois possivelmente seriam enquadrados em crimes previstos na Lei de Segurança Nacional. O recado foi passado por um dos principais auxiliares de Bolsonaro diretamente ao chefe e aos filhos.
No final de setembro, novos elementos corroboraram a avaliação palaciana de que os filhos do presidente poderiam ser alvo de ordens judiciais mais drásticas. Em depoimento à Polícia Federal, o deputado Alexandre Frota (PSL-SP) forneceu números de IPs de computadores de Brasília e do Rio, ligados a Eduardo, e que teriam participado de ações de disseminação de fake news na internet. Um dos IPs está relacionado ao email que o filho Zero Três registrou na Justiça Eleitoral.
Alexandre de Moraes é considerado o principal ator que levou o governo Bolsonaro a um ponto de inflexão. Ao compartilhar as descobertas da investigação sobre fake news com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele semeou a certeza no presidente de que ele também estava na linha de tiro para perder o mandato. Tramitam no TSE ações de investigação eleitoral que apuram um possível financiamento ilegal da campanha bolsonarista vitoriosa em 2018 e que têm como elemento principal as provas colhidas pelo Supremo.
O chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira, agora indicado ao Tribunal de Contas da União (TCU) e tratado pelo presidente como praticamente um membro da família, também atuou diretamente para conter arroubos do vereador Carlos Bolsonaro. Partiu dele o choque de pragmatismo para o Zero Dois: “Carlos, você não está entendendo. O seu pai tem de buscar a conciliação. O que você que você quer? Fechar o STF? Se isso continuar, o seu pai pode ser preso”.
*Com informações da Veja
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Filhos do presidente da República vão prestar depoimento na condição de testemunhas. O caso, que tramita sob sigilo no STF, já fechou o cerco sobre deputados, youtubers e influenciadores bolsonaristas.
A Polícia Federal intimou o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) a prestar depoimento — na condição de testemunhas — no âmbito do inquérito que investiga a organização e o financiamento de atos antidemocráticos. O caso, que tramita sob sigilo no Supremo Tribunal Federal (STF), já fechou o cerco sobre deputados, youtubers e influenciadores bolsonaristas.
Em junho, o relator do inquérito, ministro Alexandre de Moraes, afirmou que as investigações da Procuradoria-Geral da República (PGR) apontam a ‘real possibilidade’ de atuação de associação criminosa voltada para a ‘desestabilização do regime democrático’ com o objetivo de obter ganhos econômicos e políticos. A observação consta em decisão de quebra de sigilo decretada pelo ministro no inquérito que apura o financiamento de atos antidemocráticos.
“Os indícios apresentados na manifestação apresentada pela Procuradoria-Geral da República confirmam a real possibilidade de existência de uma associação criminosa”, escreveu Moraes, em decisão que autorizou buscas e apreensões contra apoiadores do governo. O sigilo bancário de dez deputados e um senador, todos bolsonaristas, já foi quebrado no caso. Carlos e Eduardo não foram alvos dessas medidas.
Moraes é responsável por um outro inquérito, que se debruça sobre ameaças, ofensas e fake news disparadas contra integrantes do STF e seus familiares. Como Moraes é relator dos dois processos, um inquérito está subsidiando as investigações do outro.
A reportagem procurou os gabinetes de Carlos e Eduardo Bolsonaro, mas não havia obtido resposta até a publicação deste texto.
Núcleos. A PGR identificou vários núcleos ligados à associação criminosa, sendo eles ‘organizadores e movimentos’, ‘influenciadores digitais e hashtags’, ‘monetização’ e ‘conexão com parlamentares’. Na avaliação da Procuradoria, os parlamentares ajudariam na expressão e formulação de mensagens, além de contribuir com sua propagação, visibilidade e financiamento.
“Os frequentes entrelaçamentos dos membros de cada um dos núcleos descritos acima indiciam a potencial existência de uma rede integralmente estruturada de comunicação virtual voltada tanto à sectarização da política quanto à desestabilização do regime democrático para auferir ganhos econômicos diretos e políticos indiretos”, apontou trecho da manifestação da PGR reproduzida por Moraes. A Procuradoria destacou a existência de ‘abusos e crimes que precisam ser apurados’ no caso.
O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) manteve ao menos de 2007 a 2009 um cofre particular para guarda de bens no Banco do Brasil, indicam extratos bancários do filho do presidente Jair Bolsonaro.
Os valores eventualmente mantidos ali não foram declarados à Justiça Eleitoral quando Carlos se candidatou à reeleição na Câmara Municipal do Rio, em 2008. De acordo com as regras do banco da época, os cofres particulares eram destinados à guarda de papéis, moedas, documentos ou joias.
A existência do cofre é indicada em extratos bancários entregues à Justiça de São Paulo pelo próprio vereador num processo em que pede indenização por prejuízos causados por uma corretora em investimentos na Bolsa de Valores.
Foi nesta ação que o vereador declarou ter pago R$ 15,5 mil em dinheiro vivo em junho de 2009 para cobrir prejuízos com o investimento.
Os documentos foram anexados à ação para comprovar as transferências realizadas à corretora. Estão nos autos os extratos de 14 dos 22 meses entre maio de 2007 e fevereiro de 2009. Em todos eles há referência à “tarifa de aluguel de cofre”, que custava mensalmente ao vereador R$ 115 até abril de 2008, quando foi reajustada para R$ 123.
Os papéis não indicam os bens ali guardados e sua avaliação. Os locatários, contudo, são obrigados a declarar o valor do que é mantido no local no termo de adesão —documento que não consta no processo.
No período em que mantinha um cofre, Carlos tinha como único rendimento o salário como vereador, cuja remuneração variou entre R$ 5.500 e R$ 7.000 (ou R$ 11 mil e R$ 13 mil, em valores atualizados).
À Justiça Eleitoral em 2008 ele declarou ter um patrimônio de R$ 260 mil, composto por um apartamento e um carro. Ele não informou nada sobre seus investimentos na Bolsa nem sobre os bens eventualmente guardados no banco. Também não descreveu seu saldo em conta, que variou entre R$ 1.300 e R$ 32 mil no ano do pleito.
Carlos não foi o único integrante da família Bolsonaro a manter um cofre no banco. A ex-mulher do presidente, Ana Cristina Siqueira Valle, alugou o serviço ao menos entre 2005 e 2007, período em que vivia com Bolsonaro.
Ela declarou à polícia em 2007, quando notou um arrombamento do cofre, que havia no local R$ 200 mil e US$ 30 mil em espécie, além de joias avaliadas em R$ 600 mil. Até abril de 2008, Valle era chefe de gabinete de Carlos na Câmara Municipal.
A revista Veja revelou em outubro de 2018 que, na ocasião, ela atribuiu o roubo a Bolsonaro, de quem estava se separando em processo litigioso. A acusação contra o presidente, porém, não foi registrada na polícia.
O cofre de Ana Cristina ficava na agência do Banco do Brasil na rua Senador Dantas, a 250 metros da Câmara Municipal. Ela também mantinha um escritório de advocacia próximo ao local. Os extratos não permitem identificar onde ficava o de Carlos —a agência em que tinha conta também ficava no centro da cidade, a cerca de 500 metros da sede do Legislativo municipal.
O uso de cofre já foi mencionado em casos de corrupção como forma de ocultar dinheiro ilegal. Um dos delatores da Lava Jato chegou a processar um banco após um roubo numa agência onde mantinha cerca de R$ 8 milhões em notas de euro e dólar. O ex-governador do Rio Sérgio Cabral manteve em cofres na Suíça barras de ouro e diamantes.
Carlos é alvo de investigação no Ministério Público do Rio de Janeiro sob suspeita de empregar funcionários fantasmas na Câmara Municipal.
Investigadores acreditam que havia no gabinete do vereador um esquema semelhante ao da “rachadinha” que a Promotoria aponta entre ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. A prática conta, em alguns casos, com circulação e acumulação de dinheiro vivo.
Uma das estratégias usadas para alimentar o esquema, segundo o MP-RJ, é justamente o emprego de funcionários fantasmas. No gabinete de Flávio, diz a investigação, esses servidores devolviam seus salários a Fabrício Queiroz, apontado como operador financeiro.
Família Bolsonaro
A devolução ocorria por transferências ou saques e depósitos subsequentes na conta de Queiroz. Outra modalidade, suspeita o MP-RJ, era o saque do salário da conta do assessor e entrega em mãos ao suposto operador financeiro. Esta modalidade, porém, não deixa registros bancários, dificultando a investigação.
O jornal O Globo revelou na última quarta-feira (2) que um dos ex-assessores de Carlos sacava quase a totalidade de seus vencimentos na Câmara Municipal. Trata-se de Márcio Gerbatim, ex-marido de Márcia Aguiar, mulher de Queiroz.
Os dados constam da quebra de sigilo bancário feita na investigação contra Flávio, que atingiu todos seus ex-assessores no período de janeiro de 2007 e dezembro de 2018. Neste 12 anos, Gerbatim foi funcionário do vereador (abril de 2008 a abril de 2010) e do senador (abril de 2010 a maio de 2011), motivo pelo qual sua movimentação financeira obtida na Câmara Municipal foi possível.
A prática de saques é a mesma de outros ex-assessores de Flávio investigados. Entre eles estão nove parentes da ex-mulher do presidente, Ana Cristina. O grupo sacou, em média, 84% dos seus salários recebidos na Assembleia.
Os promotores afirmam que este dado corrobora informação publicada pela revista Época segundo a qual alguns parentes de Ana Cristina Valle devolviam até 90% de seus salários a Flávio.
Carlos empregou em seu gabinete na Câmara sete parentes de Valle, além da própria ex-mulher do presidente. Ela também é investigada no procedimento contra o vereador.
A defesa de Carlos não se pronunciou sobre a existência do cofre.
O Ministério Público do Rio de Janeiro investiga 11 servidores do gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) como supostos funcionários fantasmas na Câmara do Rio. De acordo com uma reportagem da Globonews, eles teriam recebido um total de R$ 7 milhões, desde 2001.
O canal afirma que o valor, que não foi atualizado pela inflação, está anexado à investigação por peculato contra o filho do presidente Jair Bolsonaro.
Segundo a Globonews, um funcionário identificado como Guilherme Hudson recebeu quase R$ 1,5 milhão no intervalo de 10 anos. Ele faria um trajeto diário de cinco horas de ida e volta para levar a mulher, Ananda Hudson, para estudar. Ela também fez parte do gabinete e recebeu R$ 117 mil em um ano e cinco meses.
O MP tenta esclarecer como ele fazia para cumprir suas obrigações como servidor. Ele teria dito em depoimento que sua função no gabinete era de assessoria jurídica e análise da constitucionalidade de projetos de lei apresentados.
Segundo a Globonews, um funcionário identificado como Guilherme Hudson recebeu quase R$ 1,5 milhão no intervalo de 10 anos. Ele faria um trajeto diário de cinco horas de ida e volta para levar a mulher, Ananda Hudson, para estudar. Ela também fez parte do gabinete e recebeu R$ 117 mil em um ano e cinco meses.
O MP tenta esclarecer como ele fazia para cumprir suas obrigações como servidor. Ele teria dito em depoimento que sua função no gabinete era de assessoria jurídica e análise da constitucionalidade de projetos de lei apresentados.
Além disso, ele afirma ter tido poucos contatos por e-mail com Carlos Bolsonaro e não tem nenhum documento guardado do período em que trabalhou para o filho do presidente. Guilherme Hudson teria virado chefe de gabinete após a prima e ex-mulher do presidente Bolsonaro, Ana Cristina Siqueira Vale, deixar o posto.
A Globonews ainda diz que, entre os 11 funcionários que tiveram os vencimentos informados ao MP, Ana Cristina ocupa o quinto lugar, com aproximadamente R$ 670 mil.
A reportagem também mostrou o caso do militar da reserva Edir Barbosa Goes. Ele, que ainda trabalha como assessor do vereador, disse ao MP que sua função era entregar informativos sobre as atividades do vereador na Zona Oeste do Rio. As entregas seriam feitas de porta em porta e nas filas dos bancos. Para cumprir a função, ele recebeu R$ 1,5 milhão em 11 anos. Segundo a reportagem, o último salário foi pago em maio do ano passado, no valor de R$ 17 mil.
A investigação também cita servidores idosos que moram em outros municípios e até estados, o que impossibilitaria o cumprimento do trabalho. Uma mulher de 72 anos e moradora de Nova Iguaçu, chamada Diva da Cruz Martins, teria recebido R$ 3 mil por mês entre 2003 e 2005.
“Eu não encontrava com ninguém. Eu ia lá e voltava, não sei nem quem trabalhava lá. Não sei nem quem era funcionário, quem não era”, teria dito ela.
A Globonews diz que procurou a defesa do vereador Carlos Bolsonaro, mas ninguém quis se pronunciar uma vez que a investigação está sob sigilo da Justiça. Já Edir Goes afirmou que não iria falar.
Enquanto isso, a defesa de Ana Cristina Valle afirmou o valor citado na reportagem diz respeito a vários funcionários que trabalharam por quase duas décadas no gabinete do filho do presidente e que não há indícios de que ela tenha sido funcionária fantasma.
Por último, em nota enviada ao canal, a Câmara dos Vereadores do Rio afirmou que possui um portal da transparência para que a população tenha acesso aos dados das atividades e que também podem ser consultados a quantidade de servidores, lista nominal de funcionários e salários.
A Câmara também reafirmou “o compromisso com a publicidade e a transparência das informações, como princípio fundamental para o aprimoramento da democracia”.
Um reportagem da jornalista Monica Gugliano, colaboradora do Valor Econômico , publicada na edição de agosto da revista Piauí revelou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) elaborou um plano com os ministros de Estado para intervir no STF (Supremo Tribunal Federal), por meio de um golpe militar.
A reportagem ouviu quatro fontes sob condição de anonimato, dentre elas duas pessoas que participaram do encontro de elaboração do plano, que confirmaram que durante uma reunião no dia 22 de maio de 2020 o presidente da República, apoiado pelos ministros militares Walter Braga Netto, ministro-chefe da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos e Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, afirmou: ” vou intervir !”.
Segundo a reportagem, Bolsonaro estaria desconfortável e irritado com um conversa que ocorreu entre o decano Celso de Mello, do STF, e a Procuradoria-Geral da República sobre a decisão de mandar apreender ou não os celulares do presidente e do seu filho Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). Jair teria dito que não entregaria o celular, mesmo se a justiça ordenasse. “Só se eu fosse um rato para entregar meu celular para ele”, disse.
A reunião se estendeu e outros ministros participaram da organização do golpe militar, foram eles André Mendonça (Justiça) e Fernando Azevedo (Defesa), além de José Levi, titular da Advocacia-Geral da União. A ideia do golpe militar avaliada pela alta cúpula do governo federal girou entorno de invadir o Supremo, destituir os 11 ministros que exercem o cargo atualmente e substituí-los por nomes indicados pelo presidente da República que pudessem colocar “em ordem aquilo (STF)”.
O texto diz ainda que o general Heleno tentou contemporizar e disse que ” não é momento para isso “. Os generais e o presidente pretendiam fazer um golpe jurídico para que não paracesse uma intervenção militar e não causasse efeitos danosos ao país, para isso se basearam no artigo 142 da Constituição – o artigo não prevê poder às Forças Armadas para atuar como poder moderador caso seja acionada por um dos três poderes em situações de violações dos demais, mas circula no meio militar esta interpretação.
A ideia do golpe foi descartada pelos ministros durante a reunião com base em dois argumentos: não havia ordem de apreensão do celular do presidente , apenas uma consulta foi feita e logo depois Celso de Mello arquivou o pedido, e ficou combinado que o ministro Augusto Heleno seria responsável por redigir uma nota pública de resposta ao STF sobre os supostos excessos. Texto que ficou conhecido como “Nota à Nação Brasileira”, que causou comoção na época pelas frases ameaçadoras e pelo forte apelo a uma ruptura institucional.
“O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República alerta as autoridades constituídas que tal atitude é uma evidente tentativa de comprometer a harmonia entre os poderes e poderá ter consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional”, dizia a nota.
Bolsonaro disse a Moro, são 27 superintendências, eu só quero uma, a do Rio. Por quê?
Tanto lugar para Ronnie Lessa, por que o assassino de Marielle foi morar justo no condomínio de Bolsonaro e Carlos na Barra da Tijuca?
Tanta gente para o porteiro dizer que ouviu a voz duas vezes no interfone que liberou a entrada de Élcio de Queiroz, comparsa do Ronnie Lessa, no dia do crime de Marielle e o porteiro afirmou que ouviu justo a voz de seu Jair da casa 58?
Tanta gente para Ronnie Lessa ser sócio no “Escritório do Crime” e ele vai ser sócio logo de Adriano da Nóbrega, que tinha irmã e mãe trabalhando no esquema de rachadinha no gabinete de Flávio Bolsonaro, com intermediação do miliciano Queiroz, que fazia os depósitos do esquema nas contas de Flávio e Michelle Bolsonaro?
Tanta coisa para a polícia descobrir nos celulares periciados de Ronnie Lessa e foi descobrir que o miliciano Adriano da Nóbrega era o patrãozão de Rio das Pedras onde Queiroz costuma se esconder?
Hoje, Bolsonaro praticamente botou na boca da imprensa coisas que ninguém cogitou contra ele, principalmente sobre o caso Marielle: “O Rio é o meu estado. Acusaram meus filhos e a mim de termos participado da morte de Marielle. Vocês têm noção da gravidade disso?” perguntou Bolsonaro.
Bolsonaro ainda disse: “o superintendente do Rio foi trocado por questões de produtividade, e mesmo assim foi promovido para trabalhar em Brasília.”
Ocorre que Bolsonaro bateu tanto na tecla de Adélio e não trocou o superintendente de Minas por questões de produtividade, por quê?
Se Bolsonaro não está passando recibo de culpa, então, não se sabe o que é recibo.
Quem acusou Bolsonaro de mandar matar Marielle? Ninguém!
Ele ou o Carlos foram acusados de matar Marielle?
Mas quem acusou?
Não se ouviu ninguém da imprensa dizer que eles mandaram matar a Marielle.
Se Bolsonaro reage assim é porque a PF, provavelmente, chegou em alguma coisa.
Resta saber quem é o “acusaram”.
O que parece é que ele, Bolsonaro, está preocupado em evitar investigações sobre as milícias e o assassinato de Marielle.
Outra pergunta que soa até ridícula: Se Bolsonaro diz que o Superintendente do Rio foi trocado por falta de produtividade, por que ele foi promovido para o segundo cargo mais alto da PF?
Quanto mais se fala no risco do colapso iminente dos hospitais, mais Bolsonaro convoca seus dementes devotos para ir às ruas espalhar vírus e estimular que outros de igual letargia mental façam o mesmo.
Quando Bolsonaro vir a tragédia que criou, vai se deslumbrar, porque na cabeça dele, isso, se não liquida as pendengas com a justiça, seus filhos ao menos conseguem um pouco mais de oxigênio num ambiente cada vez mais sufocante para os três delinquentes que têm uma série de crimes nas costas e várias frentes de investigação sobre as relações da família com a milícia de Rio da Pedras e Muzena, o enriquecimento ilícito de Flávio Bolsonaro, a indústria de fake news comandada do gabinete do ódio por Eduardo e Carlos Bolsonaro e, principalmente o assassinado de Marielle pelo vizinho de porta de Bolsonaro, Ronnie Lessa.
A história apertou o passo contra o clã Bolsonaro e todos agora correm o risco de sair do poder direto para a cadeia. Motivos não faltam, investigações também não.
A interferência na Polícia Federal não é por outro motivo. Celso de Mello quer uma investigação acurada da PF para confirmar o que todos já sabem, que dois dos filhos de Bolsonaro comandam essa organização criminosa que não só ataca inimigos, mas instituições, além de convocar manifestações contra o Congresso e STF e em prol do AI-5 e ditadura militar.
A crise final de Bolsonaro com Moro é essa. Valeixo não teve como se esquivar da pressão do STF, Celso de Mello está com fogo nos olhos atrás do clã, sem mostrar qualquer sinal de afrouxamento diante das evidências que, confirmadas pela PF, já arrastam os dois meliantes do clã para a Papuda.
Já Flávio Bolsonaro não consegue mais segurar as investigações contra seu impressionante e instantâneo crescimento patrimonial, sem falar de sua relação direta com o braço direito de Bolsonaro, o miliciano e assassino Fabrício Queiroz, a ponte entre o clã e o mundo das milícias cariocas.
Bolsonaro não quer saber de Constituição, legalidade, democracia, essas coisas são tolas para um bandido comum de sua envergadura. Não há nada de político nos crimes de Bolsonaro, são crimes comuns, desses que iriam para o programa do Datena se não fossem de Bolsonaro, a quem ele lambe por conta de patrocínio, assim como Roberto Cabrini, outro expoente dos programas do mundo cão que age de forma idêntica pelos mesmos interesses.
Bolsonaro é um picareta de quinta, o que não significa que não seja perigoso, ao contrário, o passado do beligerante que tem os torturadores da ditadura como exemplo de seus devaneios ditatoriais, não é sua apoteose, o que ele gosta mesmo é do tribunal do crime comum nas milícias cariocas.
Alexandre Ramagem, ex-chefe da segurança de Bolsonaro, deixou Adélio esfaqueá-lo, mas foi mantido no comando da segurança junto com toda a equipe? Que sorte a desse moço!
Mas o mesmo Ramagem não teve a preocupação de saber ao menos quem eram os vizinhos mais próximos de Bolsonaro?
Ronnie Lessa, assassino de Marielle, morava a 50 metros da casa de Bolsonaro. Da varanda de sua casa ele visualizava o quarto de Bolsonaro.
Lessa, além de tudo, era o maior traficante de armas do Rio, foi sócio de Adriano da Nóbrega no escritório do crime e tinha trâmite em todas as milícias das zonas Norte e Oeste do Rio, justamente porque traficava armas de grosso calibre, conforme denunciado pela polícia depois de encontrar 117 fuzis em sua posse.
Nada disso foi descoberto pelo sujeito que Bolsonaro quer colocar no comando da PF?
Como disse o próprio Bolsonaro quando perguntado sobre nomear chefe da PF o amigo do filho Carlos Bolsonaro, “e daí?”.
Alguém pode me explicar como a PF pode investigar outra vez Adélio se Bolsonaro, propositadamente, deixou o caso ser encerrado pela justiça?
Qualquer boboca do mundo dos trouxas, por mais otário que seja, sabe que Bolsonaro nunca quis que as investigações da PF avançassem porque se a PF for atrás, descobrirá o que ele tenta em vão esconder. Nunca houve facada nenhuma. Nunca teve sangue nenhum. Nunca teve corte e muito menos cicatriz daquele teatro fajuto.
Para piorar, Bebiano, no Roda Viva, foi pra lá de didático ao afirmar que o atual comandante do gabinete do ódio e das fake news, Carlos Bolsonaro, tramou aquela farsa grosseira com o próprio pai.
Piorando um pouco mais, Bolsonaro quer colocar na direção da PF justamente o chefe de sua segurança durante as eleições, o mesmo que, segundo Bolsonaro, deixou um sujeito raquítico, como Adélio, furar a segurança do, então candidato, para desferir-lhe a facada.
Como pode o chefe da segurança que deixa um furo como esse continuar na chefia e ainda manter todos os seguranças que falharam na proteção de Bolsonaro?
E agora, com o prêmio à incompetência de Alexandre Ramagem, Bolsonaro quer colocá-lo na chefia da PF. Detalhe, ele é amigo pessoal de todo o clã, mas principalmente de Carlos Bolsonaro, a quem Bebianno atribuiu a armação da facada.
Precisa juntar os fios para dizer que essa facada é a coisa mais fake que Carluxo já produziu junto com o papai?