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Política

Lira mostra controle do plenário, leva centrão para governo Lula e agora abraça o mercado

Pauta econômica enverniza figura de líder do centrão, que detém monopólio da Câmara e negocia emendas.

Arthur Lira (PP-AL) já tinha alcançado conquistas expressivas para o centrão, bloco que lidera. Em dois anos e meio na presidência, ele tem fortalecido as bases para que o grupo possa continuar com o monopólio da Câmara e poder sobre o Orçamento. Na semana que passou, deu outro passo relevante: deixou agora também sua marca definitiva com o mercado financeiro, diz a Folha.

Reeleito com a votação recorde de 464 deputados, o presidente da Câmara usou o capital político que tem no plenário para aprovar a Reforma Tributária —um feito histórico, aguardado há mais de três décadas.

Em menos de uma semana, o deputado alagoano fez o clima mudar em Brasília e costurou o apoio de governadores e partidos para a Reforma Tributária atingir 382 votos. Eram necessários 308, por ser uma PEC (proposta de emenda à Constituição).

Ao longo das suas duas gestões na presidência da Casa, Lira foi se posicionando com acenos ao mercado, construindo seus mandatos como um defensor de pautas liberais, fez projetos serem aprovados e agora consolida de vez sua imagem com empresários e investidores.

Os laços mais estreitos eram uma meta clara do deputado, que teve início ainda no período de seu antecessor, Rodrigo Maia (PSDB-RJ), justamente na tentativa de rivalizar com ele. Na época, Maia conseguiu se firmar com o mercado, carimbando seu nome com a aprovação da Reforma da Previdência.

Se a PEC for aprovada também pelo Senado, Lira irá conduzir votações de projetos complementares para concluir o quebra-cabeça da Reforma Tributária até o fim de sua gestão, em janeiro de 2025.

Isso dará reiteradas oportunidades para o alagoano se firmar como o queridinho do mercado e buscar envernizar a figura de líder do centrão.

O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), deu um empurrão para esse projeto de Lira. A investigação sobre supostos desvios em contratos de kits de robótica, que envolve aliados do presidente da Câmara e repasses de emendas, foi suspensa enquanto o deputado desatava os nós para as votações no plenário.

Desde o governo Jair Bolsonaro (PL), Lira construiu um espólio valioso para os deputados. A gorda fatia do Orçamento para emendas consolida o processo de independência e fortalecimento da Câmara, iniciado lá no governo de Dilma Rousseff (PT).

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Política

Lula não planeja entregar Embratur e Correios ao apetite do Centrão

O Palácio Planalto não discute no momento fazer trocas na Embratur e nos Correios para atender a cobiça de partidos do Centrão, afirmam integrantes do governo federal.

O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, sinalizou ao presidente da empresa da área de turismo, Marcelo Freixo, que o seu posto não será negociado com o União Brasil. Há possibilidade, no entanto, de gerências da Embratur serem cedidas à legenda.

Líderes do partido do Centrão não se contentam apenas com a saída de Daniela Carneiro do Turismo para entregar apoio ao governo no Congresso. Há uma reivindicação de porteira fechada dos ministérios das Comunicações e do Turismo para terem os comandos dos Correios e da Embratur.

Auxiliares de Lula ouvidos pelo Globo garantem que não existe possibilidade de o governo promover essas mudanças para contemplar a legenda. No caso de Freixo, há consideração por ele ter migrado recentemente do PSB para o PT. O ex-deputado é um dos principais aliados de Lula no Rio. Já Fabiano Silva, presidente dos Correios, é ligado ao PT e integrava a coordenação do Prerrogativas, grupo de juristas que foi crítico à Lava-Jato.

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Política

Centrão usa verbas da Codevasf para abastecer prefeituras contrárias a Lula

Doações de equipamentos pela Codevasf para associações turbinam aliados de deputados do Centrão que disputarão as eleições municipais de 2024. As entregas têm clima festivo e incluem faixas, cartazes, balões e até carreatas, segundo a Folha.

Em geral, as doações com esse perfil driblam o caminho tradicional de entregas de máquinas para prefeituras e alimentam a chamada “banda B” da política municipal –grupos liderados por políticos de oposição, ex-prefeitos e vereadores com pretensões de voos mais altos.

No povoado Palmeira, na zona rural de Amargosa (242 km de Salvador), é possível ver um sobrado de ar bucólico com janelas largas e sombreiros no jardim. Esta fazenda, com produção de cacau e bois em seus extensos pastos, sedia uma das associações que receberam como doação da estatal federal Codevasf em 2023 uma retroescavadeira e kits para irrigação.

A entidade beneficiada é presidida pelo suplente de vereador Renato Bastos, 38, aliado do deputado federal Dal Barreto, do União Brasil. Natural de Amargosa, Dal Barreto é empresário, deputado em primeiro mandato, exerce forte influência na política municipal e lidera a oposição ao prefeito local, Júlio Pinheiro, do PT, cuja gestão não recebeu nenhum equipamento do órgão federal.

O padrão se repete em outras cidades de pequeno e médio porte.

A Codevasf foi criada há 50 anos para projetos de irrigação no semiárido, mas o governo Bolsonaro (PL) a transformou em “loja de políticos”, pela qual congressistas usam emendas para comprar máquinas, veículos, equipamentos e obras de pavimentação e direcionam produtos para seus redutos eleitorais.

O modelo de mudança na vocação histórica da Codevasf tomou corpo na gestão de Bolsonaro, que entregou a estatal ao centrão em troca de apoio político, mas se mantém da mesma forma no governo Lula, ainda em de busca criar uma base de sustentação no Congresso.

A CGU (Controladoria-Geral da União) e o TCU (Tribunal de Contas da União) já mostraram que a escolha dos beneficiados pelos deputados não segue qualquer critério técnico ou programas de governo e depende da caneta do político autor da emenda.

O diferencial sob a gestão Lula é a maior proporção de doações a entidades privadas e menor a prefeituras, aumentando assim o risco de irregularidades. No geral, as entidades representam 361 de 604 doações feitas pela Codevasf neste ano. As beneficiadas vão desde filantrópicas religiosas até associações de garimpeiros.

Em Amargosa, a retroescavadeira de R$ 340 mil foi doada pela Codevasf para a Associação Comunitária dos Produtores Rurais da Palmeira, Água Branca e Adjacências, entidade fundada em 2019 por Renato Bastos, aliado do deputado Dal Barreto.

Renato mora na zona urbana, mas aproveitou a sede da fazenda que pertence ao seu avô, em Palmeira, para abrigar a sede da associação. Lá ficam guardados a retroescavadeira e um trator com arado recebido em 2022.

A Folha esteve na sede da associação na quarta-feira (7). Renato não estava nem as máquinas. Por telefone, disse que a retroescavadeira estava sendo usada no povoado Córrego, mas não revelou a localização exata nem o nome de quem estava com o equipamento.

Renato diz ser aliado de Dal Barreto, elogia o deputado pelas emendas, mas nega uso eleitoral das máquinas: “A intenção da associação não é política. Mas claro que qualquer tipo de benefício para a população fortalece quem está levando. Mostra quem tem compromisso”, diz.

Na Palmeira, são poucos os agricultores que já usaram o equipamento, caso de Virgílio Jesus Santos, 50. Ele pagou R$ 124 por duas horas de uso do trator. A terra que arou para plantar mandioca não é dele – pertence a uma empresária que mora na cidade e terá parte dos lucros.

A poucos metros, um grupo de agricultores descascava, triturava, prensava e torrava a mandioca para transformar em farinha usando equipamentos comprados com recursos próprios. Eles não fazem parte da associação de Palmeira e dizem só ver os políticos nas eleições. Um deles diz que eles só aparecem de quatro em quatro anos. Nos outros dias, afirma um lavrador, “a gente só vê passar de helicóptero”.

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Opinião

Maioria do Congresso é um esgoto a céu aberto

Movido a racismo, canalhice e sequestro dos cofres públicos. Este é o congresso do Centrão, que tem um coro político regido por ninguém menos que Arthur Lira. É a partir do seu caráter nenhum que a ordem vigente do que existe de mais podre na política nacional, decreta todos os dias o estado de falência moral do parlamento brasileiro.

Lógico, ninguém ergue um prostíbulo de graça. A cafetinagem parlamentar é feita pelos mais escroques deputados e senadores que se elegeram na rabiola de um genocida que, mais uma vez, tentou fraudar as eleições, como fez em 2018, só que, agora, arrombando os cofres públicos.

Essa gente não brinca em serviço e quer se nutrir cada vez mais do orçamento público para financiar sua perpetuação no poder através de emendas voltadas exclusivamente aos seus interesses politico-eleitorais que nada têm a ver com os interesses do país.

Na verdade, isso é o espelho da criminalização da política promovida pela grande mídia, que contou, sobretudo, com a luxuosa ajuda de dois, agora parlamentares da Lava Jato, que utilizaram politicamente o sistema de justiça para se somar a esse esgoto a céu aberto que integra a maioria do Congresso Nacional.

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A fome do centrão

O Centrão está com uma fome jamais vista de emendas e cargos e a crise entre executivo e legislativo deixou isso claro e latente. E em que pese todos os erros e trapalhadas do governo na articulação política, lembro de uma história que me chamou a atenção.

Segundo uma fonte, há um pouco mais que um mês atrás, um parlamentar do Centrão se queixava nos corredores do Congresso Nacional de ter recebido uma recomendação do Ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) de ir até o Ministro Fernando Haddad (Fazenda) para pedir cargos. Segundo o parlamentar, ele teria recebido a informação de que estaria “tudo certo” e que a Fazenda era uma “mina de ouro”.

E foi aí que a conversa mudou de tom, segundo o deputado, ele foi “humilhado” por Haddad, o motivo? Segundo ele, o Ministro pediu para que fosse encaminhado o curriculum do tal indicado e que eles iriam avaliar já que o cargo em questão era um cargo de muita responsabilidade. Para o parlamentar do Centrão isso foi um verdadeiro disparate.

Com a primeira crise política do governo Lula atingindo o seu auge às vésperas da votação da MP Ministerial a história reforça as dificuldades que quase 10 anos de instabilidade política e esvaziamento da figura do Presidente da República criaram nas relações Congresso-Planalto de 2023.

As coisas são muito mais complexas do que muitos imaginavam e até mesmo os mais assíduos observadores da política também estão perdidos com o rumo das coisas.

* O Cafezinho

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STF ignora ameaças do Centrão ao derrubar orçamento secreto

Deputado prometeu cortar verbas do Judiciário se vontade de Lira fosse contrariada.

Ao derrubar o orçamento secreto, o Supremo Tribunal Federal ignorou ameaças feitas à luz do dia por parlamentares do Centrão.

A mais explícita foi verbalizada pelo deputado Elmar Nascimento (União-BA). Ele é homem de confiança do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Nascimento disse que o Supremo sofreria retaliação caso o julgamento sobre o orçamento secreto contrariasse a vontade de Lira.

“Vai tirar o orçamento da gente e a gente vai aceitar? Se tirar o nosso, a gente tira o deles”, ameaçou, no fim de outubro.

O Supremo não se curvou à tentativa de intimidação. A ver o que Lira e seus aliados farão a partir da tarde desta segunda-feira.

*Bernardo Mello Franco/O Globo

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Bolsonaro e seu Centrão são, sim, os responsáveis políticos pela violência

Reinaldo Azevedo – Quem é o assassino de Benedito Cardoso dos Santos, 44 anos, na cidade de Confresa, no Mato Grosso? É Rafael Oliveira, 24. Santos, o morto, era eleitor de Lula; Oliveira, de Bolsonaro. Os dois se desentenderam em razão da divergência política. O primeiro teria acertado um soco no segundo. Este deu uma facada nas costas do outro e desferiu, depois, mais 16 golpes nos olhos, na testa e no pescoço. Tentou ainda decapitar a vítima com um machado. Mais: no celular do assassino, há fotos e vídeos do corpo barbarizado. Uma nota: Benedito está morto, e o soco é parte da versão do assassino. Tem a credibilidade que tem, dado o que veio depois.

Em julho, o policial penal Jorge Guaranho invadiu a festa de aniversário do militante petista Marcelo Aloizio Arruda, em Foz do Iguaçu, e o matou a tiros. Os assassinos são conhecidos. Mas e a força que os move? Cumpre evidenciar o contexto em que ocorrem essas tragédias. Obviamente se trata de um crime motivado por intolerância política, por ódio.

Não me peçam para cair na cilada de sair à cata de episódios em que petistas agridem bolsonaristas, momento em que se tenta apelar ao “outroladismo” para aliviar a responsabilidade daquele e daqueles que promovem e justificam a barbárie. Vamos ver.

VIOLÊNCIA
Nos dois casos citados, há aspectos chocantes. Guaranho já havia ido à Associação Recreativa e Esportiva da Segurança Física (Aresf), onde ocorria a festa de Arruda. Os dois frequentavam o local. Descobriu-se depois que um diretor da entidade lhe havia franqueado imagens do evento, captadas por câmeras de segurança. Tiveram um primeiro desentendimento. O criminoso foi para casa, deixou mulher e filho e voltou para matar o desafeto político. A evidente premeditação descarta o rompante.

É claro que Oliveira, que, corretamente, teve a prisão preventiva decretada, vai tentar alegar legítima defesa ou a tal “violenta emoção” — ou “medo escusável”, como diria Sergio Moro — decorrente do soco que teria levado.

Mas como explicar as 16 facadas na região do rosto, a tentativa de decapitação do cadáver e, Santo Deus!, a sede documental? Ele fotografou e filmou a sua obra sangrenta, como faria um escultor ou pintor satisfeito com o seu trabalho. Pode-se inferir, mas isso fica para os especialistas, que há no conjunto de atos traços de psicopatia. A ver. Não vou me dedicar a esse território puramente especulativo.

O ESTÍMULO
O que interessa debater, para a segurança social e para a civilidade política, é a linguagem que emana dos líderes. Tudo o que diz Jair Bolsonaro, o candidato à Presidência dos dois assassinos, concorre para apaziguar eventual propensão à violência ou serve como um convite e um gatilho — sem trocadilho — para que busquem, então, “extirpar esse tipo de gente”, para empregar a linguagem a que recorreu o presidente num evento de 7 de setembro, financiado com dinheiro público?

Tanto Lula como Bolsonaro têm milhões de eleitores. E há, em ambas as multidões, em princípio ao menos, os violentos e os lhanos, os tolerantes e os intolerantes. Então as questões se deslocam agora para os líderes? Estão em busca de partidários ou de fanáticos?

Bolsonaro não perde uma miserável oportunidade de tratar o adversário como inimigo e como elemento que tem de ser não vencido, mas eliminado; não derrotado, mas extirpado. Quem afirma estar numa luta do “bem contra o mal” transforma todos aqueles que com ele não se alinham em alvos a serem atingidos e, pois, eliminados. Ou alguém aceita a convivência com o mal?

Quem propõe a luta do “bem contra o mal” recusa a ideia de matizes entre os seus e os dos outros. Se aqueles que o seguem encarnam, por princípio, o bem, então tudo o que fizerem para tanto concorrerá. Para muitos, está dada a senha para o “faça você mesmo”; “vá lá e o elimine”. Da mesma sorte, são irrelevantes as ações daqueles que se alinham do outro lado: mesmo as mais generosas e benevolentes são encaradas apenas como o diabo em pele de cordeiro.

Aliás, essa tem sido outra constante na linguagem dos líderes religiosos que fazem campanha para Bolsonaro: quando, por alguma razão, são confrontados com uma obra considerada positiva no terreno adversário, evocam imediatamente o demônio para sustentar que se trata apenas de uma tentativa de ludibriar os inocentes. Sendo assim, o que se deve fazer com o diabo?

A violência é também simbólica, sempre com sede de destruição. Bolsonaristas levaram ao comício golpista do Rio a imagem da jornalista Vera Magalhães e a penduraram, num cartaz enorme, num guindaste. “Ah, como controlar as pessoas?” Errado. Ministros bolsonaristas demonizaram a jornalista nas redes.

Obviamente, há de se perguntar: “Lula faz a mesma coisa?” A resposta evidente: “não!”

NÃO VAI PARAR SE…
A caixa de Pandora da violência política foi aberta. E os males não cessarão de sair de dentro dela se o discurso de ódio, inclusive o dos políticos e empresários, não for severamente punido. Mas, aqui, a coisa começa a se complicar porque até a outrora chamada “grande imprensa” comete o grande equívoco de confundir com liberdade de expressão o estímulo ao crime e o crime propriamente.

Não sei se Bolsonaro ganha ou perde a eleição. Qualquer que seja o resultado, o risco é grande — maior ainda em caso de vitória.

Ele se considera a mão de Deus contra o inimigo. Associa Lula ao capeta até ao falar a crianças no Palácio da Alvorada. Estimula todos os dias os seus a não aceitar o resultado das urnas caso este lhe seja adverso — e isso corresponde a estabelecer um pacto com a violência. Se vitorioso, prometeu no discurso em Copacabana enquadrar até o Supremo no que ele chama “as quatro linhas da Constituição”. Quem fez e faz o que ele fez e faz para se reeleger diz qual é a natureza do seu compromisso com o texto constitucional.

É escandalosamente claro que Bolsonaro e seu entorno, incluindo os medalhões do Centrão e muitos de seus ministros, são os responsáveis políticos pela violência em curso. Ainda que certos crimes evidenciem traços de psicopatia de seus autores, parece ser uma psicopatia com lado — justamente o lado que não reconhece limites.

Também a imprensa brinca com o perigo quando transforma em alvos os empenhados em combater a violência política, confundindo crime com liberdade de expressão.

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Liderança de Lula leva Centrão a modo de espera

Temendo impacto na campanha, partidos da base bolsonarista têm se mostrado mais cautelosos quanto à proximidade com atual presidente.

Segundo o Uol, a proximidade das eleições de outubro, com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à frente nas pesquisas de intenção de voto, fez com que partidos e setores que formam a base do governo entrassem em modo de espera e adotassem cautela em relação à proximidade com o presidente Jair Bolsonaro (PL).

O movimento, visto pelos próprios políticos do centrão como uma ação estratégica para o desenrolar das eleições, envolve pilares importantes do bolsonarismo, como:

  • a bancada ruralista, que defende pautas de interesses do agronegócio;
  • e a do PP (Partido Progressista) — legenda do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), e do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira.

Desembarque do governo Um dos principais representantes da bancada ruralista, o deputado Neri Geller (PP-MT) foi um dos primeiros a abandonar o barco. Candidato ao Senado com o apoio do PT, ele selou a parceria no mês passado, durante visita do ex-presidente Lula a Brasília. Pablo

Pablo Valadares/Câmara dos Deputados O deputado Neri Geller (PP-MT) Imagem: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados Ex-ministro da Agricultura no governo Dilma Rousseff (2014), Geller está conversando com as lideranças do PT e encaminhando uma aliança no seu estado e também no setor, o que parece já render frutos para o lado petista.

Na semana passada, algumas das principais associações do agronegócio, como a Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes) — que reúne empresas como JBS e Marfrig — assinaram o manifesto da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, movimento pró-sistema eleitoral que reúne 300 companhias do agronegócio, indústria e varejo, entidades e organizações ambientalistas.

A coalizão aparece na esteira da carta em defesa da democracia e do sistema eleitoral brasileiro, lançada pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo no dia 11 e que se tornou alvo de reiteradas críticas de Bolsonaro —que a chama de “cartinha”.

Bolsonaro nem na foto

Nos últimos dias, o Progressistas no Piauí acionou o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) para tentar proibir a circulação de imagens de seus candidatos ao lado do presidente.

A montagem que motivou a ação do PP conta com Silvio Mendes (candidato ao governo do Piauí pelo União Brasil), Iracema Portela (PP, candidata a vice-governadora) e Bolsonaro.

No estado, o partido apoia Mendes, que em março declarou que não subiria no palanque de Bolsonaro.

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Opinião

A criação do senador vitalício: A saída que Bolsonaro encontrou para não ser encarcerado após sua iminente derrota no dia 2 de outubro

Estamos enfandados de dizer que Bolsonaro nunca foi de centro-direita, direita, extrema-direita para ficar desfilando como estrela dos conservadores que muita gente diz ser, mas sequer sabe o que é. Por isso essas pessoas apoiam o que Bolsonaro é de verdade, um macaco velho que, se não tem qualquer habilidade política, sabe como poucos açambarcar para seu clã.

O que vemos é a farra das velas em que pastores lobistas, muitos que vivem metendo a mão na cumbuca de seus fiéis, metidos até os galões na corrupção do Ministério da Educação.

O troço foi tão barra pesada que os pastores meteram a cara na cena do crime, chegando a exibir barras de ouro em um restaurante de hotel, desfilando como imperadores do ouro em carro alegórico em Brasília, sem jamais se ouvir um resmungo da estrela máxima palaciana.

Ao contrário disso, iluminava a imagem sacrossanta do vigarista preso com a boca na botija, seu ministro, Milton Ribeiro.

Ou seja, Bolsonaro governou até aqui ao sabor de sua cultura, e que com gosto. Deitou o cabelo diante dos olhos da sociedade, com saudáveis gargalhadas no mesmo momento em que aponta o dedo para seus oponentes políticos.

Lógico que se lambuzou das alegorias rezadeiras, vide atitudes exageradas de Michelle durante longos e enfadonhos minutos declamando em nome de Deus, com aquela clássica hipocrisia.

Nem os bolsonaristas, com todo esforço que fizeram, gostaram daquilo, daquela cara espremida com intermináveis adjetivos religiosos para tentar angariar simpatias para uma crescente rejeição feminina que as brutalidades militarescas de Bolsonaro lhe pregaram na testa.

Agora que sente que não tem como reproduzir 1964 em 2022, o chefe da família Bolsonaro e do magote da tropa palaciana, arregaçou as mangas para tentar bordar uma saída que não seja dar nas canelas depois de perder a eleição e se encontrar num campo deserto sem que os que hoje lhe salvam possam fazer alguma coisa para ele escapar das unhas da onça.

Então, surge a ideia que impediria a sua prisão imediata, mas apenas a sua, não a dos filhos, que lhe daria foro privilegiado a partir de um cargo de senador vitalício já em curso por aliados do Centrão.

Estamos falando do chefe da “nova política”, o mesmo que fez contraponto com aquele general caduco que cantou, de maneira desafinadíssima, “se gritar pega Centrão, não fica um, meu irmão”.

Esse mesmo sujeito hoje depende do próprio Centrão para não ter o dissabor de ver sua cabeça guilhotinada pela justiça. Justo ele que comemora cada chacina praticada pelo Estado contra moradores de favelas, independente de serem criminosos.

O que Bolsonaro comemora é o massacre das Forças de Segurança a negros e pobres que, para ele, nem deveriam existir.

Um sujeito com esse grau de letalidade, não tem como sair do governo pela porta da frente, não sem estar algemado como um serial killer, já que é responsável mortes de centenas de milhares de brasileiros por covid, e que foi anistiado pelo seu Protetor Geral da República.

Como dizem por aí, o PGR é o anjo da guarda do cramunhão.

Trocando em miúdos, essa história da criação de um cargo de senador vitalício para proteger um marginal é, sem sobra de dúvida, primeiro, uma confissão explícita de crimes, ao mesmo passo em que ensina a malandragem brasileira, sobretudo as raposas da política que hoje o assessoram.

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Em cada passo político dado, Bolsonaro solicita de Lira orçamento para ter apoio do Centrão

A principal mostra de que a vaca de Bolsonaro já foi para o brejo é que ele não consegue ficar de pé com as próprias pernas e, portanto, vive solicitando a sua base do Centrão orçamento para dar qualquer passo e ter apoio dessa fórmula fisiológica de fazer política, chamada Centrão.

Arthur Lira é quem passa a lixeira coletora entre parlamentares para ver se consegue o melhor preço para vender mais um pedaço do governo na bacia das almas.

Dizem as más línguas que, para Bolsonaro obter cotação de suas ideias estúpidas, o Centrão meio que exige que o animal utilize focinheira para parar de vomitar mais ódio e, mesmo com a instrução superior do Centrão, não garante que o estúpido não reajuste o custo político negativo todas as vezes em que abre a boca em público, porque confia cegamente na sua impunidade institucional, mesmo que o silêncio da sociedade revele que, cada vez que solta a matraca, como mostram as pesquisas, Bolsonaro se mantém estacionado ou produz mais animosidade no seio da sociedade.

Ocorre que, com essa falta de interação por personalizar o fracasso de seu próprio governo, o desempenho político de Bolsonaro não consegue ao menos simular uma possível reação minimamente sustentável, mesmo que ele obtenha algum favorecimento por conta da PEC eleitoreira, o conteúdo odioso de seu discurso faz com que ele não economize desafetos.

O problema de Bolsonaro é que ele ficou quatro anos sem produzir nada que mereça respeito do povo e não tem rigorosamente nada para oferecer além de uma saga de ódio ainda mais putrefato.

Na verdade, isso não gera qualquer energia positiva para a sua campanha, já que um bolsonarista que tem orgulho de votar nesse malandro que nunca pegou no batente, só tem um voto para dar, ou seja, por mais que Bolsonaro faça o idiota, orgulhosamente, vestir-se de verde e amarelo para dar uma corzinha nessa campanha moribunda, sua candidatura não avança, nem alavanca apoios, menos ainda obtém qualquer garantia que, mesmo usando bilhões de dinheiro público como crédito para compra de votos, venha de fato a dar certo ou pior,  transformar-se em mais um débito, Bolsonaro vê a ampulheta acelerar seus passos rumo a uma derrota acachapante.

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