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Saúde

Luto nacional: Três anos após 1º caso, Brasil chega a 700 mil mortes pela Covid

Falta de resposta coordenada e negação da ciência podem ter colaborado para grande quantidade de mortes por Covid no país.

Pouco mais de três anos depois do primeiro caso de Covid-19 confirmado no Brasil, o país atinge mais uma triste marca: 700 mil vidas perdidas para a doença. Dados do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass) apontam que o número foi ultrapassado nesta terça-feira (28/3). São 700.329 mortes provocadas pelo coronavírus. Apenas os Estados Unidos têm mais registros em todo o mundo, superando 1,1 milhão de óbitos.

A emergência sanitária foi reconhecida como pandemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 11 de março de 2020. No Brasil, o enfrentamento ao vírus esbarrou em posturas negacionistas do então governo federal, na desigualdade social e em uma rede de saúde com estruturas precarizadas, apesar de altamente capilarizada.

Em meio a esse quadro todo, há trajetórias de vida interrompidas pela doença. Milhares de histórias encerradas no meio do caminho. Foram bebês, crianças, adolescentes, jovens e adultos que morreram em decorrência do mal. O quadro foi tão dramático que é possível dizer que não há pessoa no Brasil que não perdeu um ente querido ou que conheça alguém que morreu em função da Covid-19. Abaixo, contaremos algumas dessas histórias, relato ainda de quem atuou na linha de frente, e também tudo o que levou a pandemia a se agravar no país.

Em meio a esse quadro todo, há trajetórias de vida interrompidas pela doença. Milhares de histórias encerradas no meio do caminho. Foram bebês, crianças, adolescentes, jovens e adultos que morreram em decorrência do mal. O quadro foi tão dramático que é possível dizer que não há pessoa no Brasil que não perdeu um ente querido ou que conheça alguém que morreu em função da Covid-19. Abaixo, contaremos algumas dessas histórias, relato ainda de quem atuou na linha de frente, e também tudo o que levou a pandemia a se agravar no país.

*Com Metrópoles

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Política

Garimpeiros trocaram ouro por vacinas de Covid que eram destinadas a Yanomamis

Em documentos, povo Yanomami reclama de descaso das autoridades públicas com indígenas. Equipe médica chegou a ser barrada pela Funai.

No auge da pandemia de Covid-19, que assolou o mundo e o Brasil, indígenas que habitam a terra Yanomami precisaram brigar não apenas com o vírus, mas também com a ação de invasores. Durante a crise sanitária, garimpeiros subornaram servidores do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (DSEI-Y) com ouro, para receber no lugar dos indígenas algumas das preciosas doses da vacina contra o coronavírus.

De acordo com o Metrópoles, a denúncia consta em ofício enviado ao coordenador do DSEI-Y, ao secretário Especial de Saúde Indígena e ao Ministério Público Federal (MPF), em abril de 2021, pela Hutukara Associação Yanomami, entidade que representa o povo. Em março daquele ano, o Brasil vivia a segunda onda da doença e conseguiu a marca de maior média diária de mortes por Covid do mundo, além de alto nível de óbitos por milhão de habitantes.

“Ainda em janeiro, fomos informados de que a então técnica de enfermagem do polo-base de Homoxi estaria desviando materiais do órgão, incluindo um gerador de energia e gasolina, em troca do ouro extraído ilegalmente no garimpo. Na mesma ocasião, fomos informados de que a funcionária do DSEI-Y estaria aplicando vacinas nos garimpeiros, igualmente em troca de ouro”, alertou a associação.

Segundo o relato, o mesmo aconteceria em outra base, no Uxiu, mas, ao invés da vacina, a funcionária do distrito sanitário teria desviado medicamentos aos garimpeiros. Os distritos sanitários indígenas são subordinados ao Ministério da Saúde. Na época do pedido de ajuda, o chefe da pasta era o médico Marcelo Queiroga.

“Ainda em janeiro, fomos informados de que a então técnica de enfermagem do polo-base de Homoxi estaria desviando materiais do órgão, incluindo um gerador de energia e gasolina, em troca do ouro extraído ilegalmente no garimpo. Na mesma ocasião, fomos informados de que a funcionária do DSEI-Y estaria aplicando vacinas nos garimpeiros, igualmente em troca de ouro”, alertou a associação.

Segundo o relato, o mesmo aconteceria em outra base, no Uxiu, mas, ao invés da vacina, a funcionária do distrito sanitário teria desviado medicamentos aos garimpeiros. Os distritos sanitários indígenas são subordinados ao Ministério da Saúde. Na época do pedido de ajuda, o chefe da pasta era o médico Marcelo Queiroga.

Equipe médica barrada

Sete meses depois, a Hutukara Associação Yanomami enviaria um outro ofício, esse mais raivoso, à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e ao MPF. A razão da revolta é o fato de o órgão que, em tese, protege os povos originários impedir a entrada de uma equipe médica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) na terra Yanomami. Os médicos foram chamados pelos próprios indígenas, que sofriam de doenças causadas pelo garimpo.

“Nossa floresta está invadida por mais de 20 mil garimpeiros, e nós estamos preocupados com a saúde de nossa população. O rio Mucajaí, onde seria realizado o diagnóstico, é pura lama, e dele nós não podemos beber água e nem tirar peixe para nosso alimento. Acreditamos que tanto as crianças como os adultos possam estar contaminados por mercúrio e desenvolvendo doenças perigosas”, afirma a associação.

Mais adiante, os indígenas sobem o tom: “Hoje ficamos sabendo que a Funai de Brasília negou a autorização de ingresso na Terra Indígena Yanomami para a equipe da Fiocruz. Ficamos revoltados. Por que a Funai proíbe que médicos visitem as nossas comunidades? Por que a Funai não retira os garimpeiros? Será que a Funai quer que os Yanomamis morram para dar nossa floresta aos garimpeiros?”, indagam.

A justificativa que teria sido dada aos indígenas para impedir a visita da equipe médica é, justamente, a Covid-19. Os Yanomamis argumentam no texto, no entanto, que àquela altura todos estão vacinados, assim como a própria equipe médica, e agora sofrem de outras doenças que não a causada pelo coronavírus. Na época, a Funai era comandada pelo Marcelo Xavier, investigado por oferecer apoio a acusado de crime ambiental.

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Saúde

Com alta de casos, especialistas alertam para aumento de internações por Covid

A Covid voltou a avançar em algumas regiões do país, porém em um patamar ainda baixo em comparação a outros momentos da pandemia, segundo especialistas. No estado de São Paulo, por exemplo, houve aumento do número de pacientes internados em leitos de UTI e de enfermarias.

Segundo a Folha, nos últimos dias, também houve avanço tanto de positividade (taxa de resultados positivos) quanto de procura por testes para o diagnóstico de infecção por Sars-CoV-2.

Em relação aos dados oficiais, porém, é provável que haja uma subnotificação, uma vez que muitas pessoas realizam o autoteste em casa —cuja notificação não é registrada oficialmente— ou então não procuram os exames diagnósticos se forem assintomáticas (sem apresentar sintomas da doença).

“Temos relatos de muita gente com diagnóstico positivo, mas os dados oficiais não são claros”, afirma a infectologista Raquel Stucchi, professora da Unicamp. “Só vamos conseguir saber o real reflexo do Carnaval daqui a duas semanas, por isso é importante uma certa prudência agora de pessoas com sintomas gripais que fiquem isolados e usem máscara.”

O estado de São Paulo anunciou nesta quinta (2) a retirada da obrigatoriedade de máscaras no transporte público estadual. A medida veio um dia após a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) derrubar a medida que obrigava passageiros e tripulação a utilizarem o equipamento protetor em aviões e aeroportos.

Segundo o órgão, houve uma diminuição dos novos casos em tripulantes em fevereiro, o que justificaria a retirada da medida.

Porém o aumento de casos desde 1° de fevereiro já estava se consolidando, avalia Isaac Schrarstzhaupt, da Rede de Análise Covid.

Para ele, o feriado do Carnaval talvez não signifique um aumento de casos na mesma maneira como foi no passado, quando não havia vacinas, mas é um momento para refletir sobre riscos.

“De fato hoje está melhor a situação, muito graças à vacinação, que ainda ajuda a proteger contra internações e mortes, mas estamos há mais ou menos sete meses em um patamar de mortes de cerca de 80 a 120 óbitos [média móvel] por dia. Para mim, ainda é uma doença preocupante”, afirma ele.

É provável que o Carnaval tenha um papel importante para provocar o aumento de transmissão do vírus e novas infecções ou reinfecções, mas a alta de casos e de internações já era observada há pelo menos quatro semanas em alguns estados, como São Paulo, Rio de Janeiro, alguns estados do Nordeste e o Amazonas.

De acordo com o último boletim InfoGripe, com dados até o dia 25 de fevereiro, há uma tendência de crescimento dos casos de SRAG (síndrome respiratória aguda grave) em São Paulo e no Amazonas, principalmente nos adultos, indicando a circulação de gripe (no caso do Amazonas) e de Covid (no caso de São Paulo) relacionados ao aumento de síndrome respiratória.

Há também crescimento em São Paulo nas crianças e adolescentes, o que pode estar relacionado a outros vírus respiratórios. Já no Rio de Janeiro e Ceará, o crescimento pode ser verificado também em idosos.

Mapa mostrando os estados brasileiros com tendência de aumento (marrom) ou queda (verde) de casos de síndrome respiratória no curto (três semanas) e longo (seis semanas) prazo

“Nós temos no Brasil hoje uma soma de três conjuntos de dados que podem ajudar a entender como está o andar da pandemia: a positividade dos laboratórios, as internações por SRAG e os casos ‘anedóticos’, que são os relatos de pessoas com Covid, porque muitas fazem o teste rápido em casa e não há notificação oficial”, afirma Leonardo Bastos, um dos coordenadores do boletim InfoGripe da Fiocruz.

INTERNAÇÕES EM SP VOLTAM A SUBIR

Enquanto isso, as internações por Covid em UTI e em enfermarias no estado de São Paulo e na Grande São Paulo voltaram a subir, segundo do governo.

Nesta quarta (1º), havia 550 pacientes internados em leitos de UTI para Covid no estado, saldo 10% maior em relação ao último dia 16 e 30% maior na comparação com 1º de fevereiro.

As internações em leitos de enfermaria, que somavam 1.284 nesta quarta (1º), também apresentaram aumento de 26% e 75% respectivamente, considerando as mesmas datas.

O crescimento se repete quando observados os dados apenas da Grande São Paulo. Nesta quarta (1º), 390 pessoas estavam internadas em leitos de UTI, quantidade 13% maior em relação ao último dia 16 e 54% maior na comparação com 1º de fevereiro.

Nos leitos de enfermaria, havia 868 pacientes nesta quarta (1º), 42% a mais em comparação ao último dia 16 e 116% a mais em relação a 1º de fevereiro.

Schrarstzhaupt lembra que a situação epidemiológica agora é, de fato, mais favorável do que há um ano, quando houve a introdução pela primeira vez da variante ômicron no Brasil, mas ainda estamos longe de afirmar que a “pandemia acabou”.

A analogia que o pesquisador costuma fazer é que antes tínhamos um tsunami de novas infecções com a ômicron, mas agora as ondas podem ser vistas mais como “marolas” sequenciais. “Estamos vendo um nível do mar elevado, mas sem aquelas ondas enormes, ou seja, dá para reduzir o nível”, diz.
Relembre algumas variantes da Covid-19.

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Saúde

Brincando de sentir dor, Lula é vacinado por Alckmin e diz que se imunizar é gesto de responsabilidade

Presidente recebeu dose bivalente contra Covid; campanha nacional começa com meta de mudar cenário de queda nas coberturas vacinais.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi vacinado, nesta segunda-feira (27), pelo vice-presidente Geraldo Alckmin. Ele recebeu a dose bivalente contra Covid, informa a Folha.

O ato ocorreu durante o lançamento da campanha nacional de vacinação do Ministério da Saúde.

Em seu discurso, Lula pediu que as pessoas não acreditassem em negacionismos e defendeu que se imunizar é gesto de responsabilidade.

“Não querer tomar vacina é direito de qualquer um, mas tomar vacina é gesto de responsabilidade, muita garantia que você vai passar para sua família”, disse, após ser imunizado, no centro de saúde do Guará, no Distrito Federal.

“Na hora que vocês verem um aviso, verem na televisão, que está dando vacina no bairro de vocês, na vila de vocês, pelo amor de Deus, não sejam irresponsáveis. Se tiver vacina, vai lá tomar vacina. A vacina é uma garantia de vida. Por isso, hoje tomei a quinta vacina, se tiver a sexta vou tomar a sexta, se tiver a sétima vou tomar”, completou.

Lula participou de ato de lançamento da campanha nacional pela vacinação, realizado em um centro de saúde do Guará, unidade federativa do Distrito Federal a 20 minutos de Brasília.

O mandatário estava acompanhado, além do vice-presidente, da primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, da ministra da Saúde, Nísia Trindade, e do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo.

Também participou a governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão (PP), que acabou vaiada pelo público presente.

A Folha antecipou na semana passada que o presidente havia decidido se vacinar com o objetivo de mostrar a volta à normalidade e confiança na imunização, uma das principais bandeiras da campanha à presidência do então candidato do PT.

O gesto do novo mandatário acontece após anos da defesa de práticas negacionistas pela parte do seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL). O ex-presidente chegou a afirmar que quem se imunizasse iria “virar jacaré”.

Em 2008, em seu segundo mandato presidencial, Lula também participou do início de uma campanha de vacinação, mas contra a gripe. À época, o petista recebeu a dose uma enfermeira, mas o petista também pousou ao lado de José Serra (PSDB), então governador de São Paulo, que simulou aplicar uma injeção nele.

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Política

700 mil mortos, nenhum condenado: Brasil completa 3 anos do primeiro caso de covid sem punições

Com quase 700 mil mortos, nenhum dos indiciados pela CPI da Covid foi condenado por políticas negacionistas ou corrupção.

Há exatos três anos, em 26 de fevereiro de 2020, o Brasil registrava seu primeiro caso confirmado de covid-19. O paciente era um empresário de 61 anos que havia estado na Itália entre 9 e 20 de fevereiro daquele ano. Ele viajou para a região de Lombardia, ao norte do país, e retornou ao Brasil no dia 21 de fevereiro. No dia 23, o empresário apresentou os primeiros sintomas de febre, tosse, dor de garganta e coriza. Ele foi monitorado pelas autoridades sanitárias até que o diagnóstico fosse confirmado.

Desde então, o país enfrentou uma crise sanitária sem precedentes, que já tirou a vida de quase 700 mil brasileiros. Além do sofrimento das famílias das vítimas, o Brasil também penou com as consequências econômicas e sociais da pandemia. Nesse contexto, foi criada a CPI da Covid no Senado Federal, com o objetivo de investigar as ações e omissões do governo federal no enfrentamento da pandemia. Entre os indiciados estão ministros, ex-ministros, autoridades sanitárias e empresários que tiveram papel importante nas decisões tomadas pelo governo federal no combate à pandemia.

No entanto, apesar das diversas evidências apresentadas pela CPI, até o momento nenhum dos 81 indiciados foi condenado pelas políticas negacionistas e antivacina do governo de Jair Bolsonaro e aliados. Alguns dos depoimentos na CPI revelaram que o governo federal se recusou a adquirir vacinas em tempo hábil, além de ter propagado informações falsas sobre tratamentos ineficazes e minimizado a gravidade da pandemia.

Bolsonaro, por exemplo, foi indiciado pelos seguintes crimes: prevaricação, charlatanismo, epidemia com resultado morte, infração a medidas sanitárias preventivas, emprego irregular de verba pública, incitação ao crime, falsificação de documentos particulares, crimes de responsabilidade (violação de direito social e incompatibilidade com dignidade, honra e decoro do cargo) e crimes contra a humanidade (nas modalidades extermínio, perseguição e outros atos desumanos).

Entre os principais temas abordados pela comissão, estão a falta de planejamento e organização na compra e distribuição de vacinas. A CPI investigou a demora do governo federal em adquirir imunizantes, além de possíveis irregularidades em contratos e acordos firmados pelo Ministério da Saúde. A promoção de tratamentos ineficazes e sem comprovação científica: a comissão investigou a atuação do governo federal na promoção de medicamentos como a cloroquina e a ivermectina, que não têm eficácia comprovada contra a Covid-19, além de possíveis irregularidades na distribuição desses medicamentos pelo país.

Além desses temas, a CPI também investigou a conduta do governo federal em relação ao isolamento social, uso de máscaras, à falta de oxigênio em hospitais, demora na abertura de leitos e falta de transparência na divulgação de dados sobre a pandemia. Ao longo de seus trabalhos, a CPI ouviu diversas autoridades e especialistas, além de representantes do governo federal, e apresentou um relatório final com diversas recomendações e denúncias.

Escândalo da Covaxin também não teve punidos

O escândalo da Covaxin também foi uma das principais investigações realizadas pela CPI da Covid-19. O caso envolveu suspeitas de irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin pelo governo federal. A denúncia veio à tona em junho de 2021, quando o servidor do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda, afirmou em depoimento à CPI que teria sofrido pressão atípica para acelerar a importação da vacina.

A compra da Covaxin pelo governo federal foi realizada por meio de um contrato intermediado pela empresa brasileira Precisa Medicamentos, que teria apresentado valores superfaturados para a aquisição das doses. Além disso, a negociação com a Bharat Biotech, fabricante da vacina, teria sido marcada por suspeitas de irregularidades e de favorecimento a empresas ligadas a parlamentares.

O escândalo levou à demissão do então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e à abertura de uma série de investigações por parte dos órgãos de controle. A CPI da Covid-19 realizou diversas oitivas com envolvidos no caso, e apresentou um relatório final com recomendações de investigação e punição aos responsáveis pelas possíveis irregularidades na compra da Covaxin. Mas até o momento, ninguém foi condenado.

Indiciados pela CPI não têm condenação

A CPI da Covid investigou diversas autoridades e empresas que tiveram envolvimento nas políticas adotadas pelo governo federal durante a pandemia. A lista inclui nomes como Pazuello e Marcelo Queiroga, ex-ministros da Saúde, Carlos Wizard, empresário investigado por suposta participação em um “gabinete paralelo” de aconselhamento do presidente Jair Bolsonaro, e a farmacêutica Pfizer, que teve negociações para a venda de vacinas interrompidas pelo governo federal. Os indiciados respondem por uma série de crimes, desde corrupção até crimes contra a saúde pública

Relembre alguns deles:

Eduardo Pazuello: ex-ministro da Saúde do governo Bolsonaro, Pazuello é investigado por negligência na condução da pandemia, incluindo atraso na compra de vacinas e na distribuição de oxigênio em Manaus.

Carlos Wizard: empresário e ex-conselheiro do Ministério da Saúde, Wizard é investigado por suposta participação em um suposto “gabinete paralelo” de aconselhamento ao presidente Jair Bolsonaro em relação à pandemia.

Nise Yamaguchi: médica e apoiadora de Bolsonaro, Yamaguchi é investigada por sua participação no aconselhamento ao presidente em relação ao uso de medicamentos sem comprovação científica no tratamento da Covid-19.

Mayra Pinheiro: secretária do Ministério da Saúde, conhecida como “Capitã Cloroquina”, é investigada por sua participação no aconselhamento do governo federal em relação ao uso de medicamentos sem eficácia comprovada.

Marcelo Queiroga: ex-ministro da Saúde do governo Bolsonaro, Queiroga é investigado por sua atuação na gestão da pandemia, incluindo a falta de transparência na divulgação de dados e atraso na aquisição de vacinas.

Fábio Wajngarten: ex-secretário de Comunicação do governo Bolsonaro, Wajngarten é investigado por suposta participação em irregularidades na aquisição de vacinas e pela falta de campanhas publicitárias de conscientização sobre a pandemia.

Luciano Hang: empresário e apoiador de Bolsonaro, Hang é investigado por suposta participação no “gabinete paralelo” de aconselhamento ao presidente em relação à pandemia.

Filipe Martins: assessor internacional do presidente Bolsonaro, Martins é investigado por sua participação no aconselhamento ao presidente em relação à pandemia.

Arthur Weintraub: ex-assessor especial da Presidência da República, Weintraub é investigado por sua participação no aconselhamento ao presidente em relação à pandemia e por sua defesa do chamado “tratamento precoce”.

Élcio Franco: ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde, Franco é investigado por suposta negligência na gestão da pandemia, incluindo atraso na compra de vacinas e a falta de oxigênio em Manaus.

*Com Brasil de Fato

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Política

Agência Pública abre caixa preta do Comitê de Crise da Covid de Braga Netto

A Agência Pública, uma iniciativa de jornalistas independentes, liderada por Natália Viana e Marina Amaral, de cujo conselho editorial faço parte desde a fundação, iniciou esta semana a publicação de uma série de reportagens sobre a caixa preta da covid no governo Bolsonaro, só agora liberada pela LAI (Lei de Acesso à Informação), após a posse do presidente Lula.

Uma força-tarefa de repórteres montada pela agência está analisando as mais de 800 páginas das atas de 233 reuniões organizadas pelo CCOP (Centro de Coordenação das Operações do Comitê de crise da Covid-19), comandado pelo general Braga Netto, então ministro da Casa Civil, entre março de 2020 e setembro de 2021.

Com base nas reportagens da Agência Pública, membros da CPI da Covid vão pedir ao Supremo Tribunal Federal a reabertura de algumas investigações que foram arquivadas pela PGR, mas só depois que o engavetador-geral Augusto Aras deixar o cargo, em setembro.

Do incentivo ao “tratamento precoce” com cloroquina e outros remédios ineficazes ao abandono dos pacientes sem oxigênio em Manaus, está tudo documentado. Até agora, as atas inéditas já revelaram:

* A centralidade do Ministério da Defesa e do general Braga Netto na crise.

* A centralidade do Ministério da Defesa e do general Braga Netto na crise. * O governo pretendia criar o Dia Nacional do Cuidado Precoce, incentivando tratamento não recomendado pela OMS.

* Governo tentou usar Manaus em plena crise sanitária para testar aplicativo TrateCov, que indicava o “kit Covid”.

* O governo pretendia criar o Dia Nacional do Cuidado Precoce, incentivando tratamento não recomendado pela OMS.

* Governo tentou usar Manaus em plena crise sanitária para testar aplicativo TrateCov, que indicava o “kit Covid”.

* Os ministros da Defesa Fernando Azevedo e depois Braga Neto se empenharam na produção de cloroquina nos laboratórios do Exército.

* A Defesa apoiava uma indústria que pretendia tornar a Bahia um “case” no uso da cloroquina.

* O Comitê não tratava com urgência as demandas vindas de governos estaduais. A Secretaria de Governo apresentava as demandas, mas elas ficavam de fora da lista de tarefas e encaminhamentos.

* Ministério da Saúde omitiu dados da falta de oxigênio nos hospitais de Manaus ao comitê de crise.

As atas das reuniões do comitê, uma das caixas pretas do governo Bolsonaro que começam a ser abertas, têm material suficiente não só para a reabertura da CPI da Covid como para a criação de outras frentes de investigação pelo novo governo.

*Do Balaio do Kotscho/Uol

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Saúde

A imunização voltará a ser prioridade no governo Lula e vacina Covid-19 será anual

Ministério da Saúde tornará a vacina contra a Covid-19 parte do calendário anual de vacinação e imunização será prioridade.

A nova ministra da Saúde, Nísia Trindade, que é também presidente da Fiocruz, delegou maior importância ao Programa Nacional de Imunização (PNI), tornando-o um departamento da Saúde, e a pasta irá tornar a vacina contra a Covid-19 parte do calendário anual de vacinação federal de grupos prioritários.

A vacina contra a Covid-19 não só não era parte do calendário anual de vacinação, durante o governo de Jair Bolsonaro, como o próprio presidente desestimulou a imunização, que sofreu quedas de imunizados em diversas doenças e proteções nos últimos anos.

O anúncio de que a vacina contra a Covid-19 será parte do calendário anual do governo federal foi feito pela nova secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente da pasta, Ethel Maciel.

A cientista é referência na pesquisa de doenças infecciosas e já concedeu entrevista ao GGN, em fevereiro de 2021, relatando o colapso do controle da pandemia pelo governo Bolsonaro. “A gente está vivendo a maior crise sanitária tendo alguém comandando a pasta que não sabia nem que o SUS existia”, disse a professora, à época.

A agora secretária do Ministério da Saúde anunciou que a vacina contra a Covid-19 continuará sendo prioridade e que as doses que a pasta recebeu já são suficientes para contemplar todos os grupos de risco e prioritários no calendário de 2023, como dose de reforço garantida.

*Com GGN

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Opinião

Governo militar de Bolsonaro deixa como legado 700 mil mortos por covid e 33 milhões na miséria

Macabro. Este é o termo que dá exatidão aos quatro anos do governo militar de Bolsonaro.

Não há mensagem possível que reverta essa realidade.

A ideologia militarista, formada pela liga de militares com o ex-capitão expulso das Forças Armadas por terrorismo e baderna, impôs aos brasileiros essa gênese trágica, contribuindo para a disseminação da covid que fez do Brasil a maior mortandade percentual por mil habitantes.

Ou seja, covid teve e tem no mundo todo, mas em nenhuma nação se viu um presidente da República se lançando contra a existência e letalidade do vírus e, em seguida, uma campanha anti vacina.

O resultado, que certamente está subnotificado, foi e ainda é de uma tragédia humana com 700 mil mortes e um número incalculável de infectados que até hoje sofrem com as sequelas da covid.

Isso já demonstra bem o nível de irresponsabilidade que o governo Bolsonaro mostrou e que assombrou o planeta.

Para piorar ainda mais a imagem das Forças Armadas, o ministro da Saúde teve em sua gestão a demonstração de um general da ativa que carrega com ele o maior número de infectados e de vítimas fatais da covid.

Isso mesmo, Pazuello é praticamente um caso à parte na crônica macabra desse governo militar, não dando espaço para interpretações, muito menos escapismos que possam minimizar a responsabilidade do próprio militar que sequer apresentou um rascunho sobre o programa de vacinação, já que seus atributos, segundo Bolsonaro, são o de rei da logística nas Forças Armadas.

Outra tragédia bastante numerosa é a miséria que empurrou para a fome 33 milhões de brasileiros que foram jogados à própria sorte por um governo militar escancaradamente antipobre.

Isso dispensa mais comentários. Os números falam por si.

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Covid-19

Mortes por covid-19 no Brasil aumentam e chegam a 363 em 24 h, segundo ministério

Em boletim divulgado hoje (28), o Ministério da Saúde informou que o Brasil contabilizou 363 novas mortes provocadas pela covid-19. A doença causou 693.562 óbitos em todo o país desde o começo da pandemia.

Pelos números do ministério, houve 38.434 casos confirmados de covid-19 no Brasil entre ontem e hoje. O total de infectados chegou a 36.264.721 desde março de 2020.

De acordo com o governo federal, houve 34.891.300 casos recuperados da doença até aqui, com outros 679.859 em acompanhamento.

Veículos se unem pela informação

Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, g1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.

O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.

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Covid-19

Nova onda de covid na China

Natalia Pasternak – O país passou de uma diretriz de Covid zero e testagem em massa para uma abertura igualmente agressiva.

O governo da China realizou mudanças drásticas na estratégia de contenção da Covid-19, com consequências graves que podem afetar o mundo todo. O país passou de uma diretriz de Covid zero, baseada em lockdowns agressivos — e até considerados excessivos pelo resto do mundo — e testagem em massa para uma abertura igualmente agressiva, em que o cidadão é pressionado a comparecer ao trabalho mesmo se apresentar sintomas. A política de testagem maciça foi abandonada.

A população chinesa tem o hábito cultural arraigado de usar máscaras para proteger amigos, concidadãos e colegas de doenças respiratórias, mas somente essa medida não basta para conter variantes tão transmissíveis como as subvariantes da Ômicron. Estimativas sugerem um número reprodutivo — “R”, que indica em média quantas pessoas um único contaminado pode infectar — de algo entre 10 e 16 para este momento da pandemia, na China. Para se ter uma ideia, o R do sarampo, considerado um vírus altamente contagioso, é de 15. O R do Sars-Cov-2 no início de 2020 era entre 2 e 3.

Mas, e as vacinas? A maior parte da população recebeu apenas duas doses de imunizantes fabricados na China com tecnologia antiga e, que não são os mais eficazes contra Covid. Para idosos, principalmente, sabemos que são necessárias no mínimo três doses para conferir proteção contra doença grave, hospitalização e morte. O nacionalismo vacinal impõe um obstáculo para o governo chinês importar vacinas melhores, como as de mRNA. Afinal, Pequim fez propaganda para convencer os chineses de que as vacinas nacionais eram superiores.

A confluência entre vacinação ineficiente, lockdown rigoroso e uma abertura abrupta, deixou a população chinesa bastante vulnerável ao espalhamento rápido das variantes derivadas da Ômicron. Em entrevista à NPR, emissora pública de rádio dos EUA, Xi Chen, pesquisador da Universidade de Yale e especialista em saúde pública, disse que o vice-diretor do CDC China, Xiaofeng Liang, teme que 60% da população chinesa seja infectada com o coronavírus nos próximos três meses. Isto representa 10% da população mundial.

A situação, além de trágica para a própria China, traz dois potenciais problemas globais: o primeiro é o possível surgimento de uma nova variante ainda mais contagiosa.

O segundo é talvez mais preocupante: com uma parcela tão grande da população mundial doente, pode haver falta de medicamentos e insumos. Reportagem no site de notícias Deutsche Welle traz relatos de cidadãos chineses reclamando da falta e aumento de preço de medicamentos básicos como antitérmicos.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) também já manifestou preocupação com a falta de transparência em Pequim, que dificulta muito monitorar e avaliar o que realmente está acontecendo por lá. Enquanto a mídia internacional traz relatos de UTIs lotadas e crematórios com filas, números oficiais reportam poucas mortes e casos graves. A China alterou sua regra para classificar mortes decorrentes de Covid-19: agora, somente óbitos por insuficiência respiratória ou pneumonia entram na conta oficial da Covid. Isso maquia os números para baixo, e vai contra a recomendação da OMS.

Provincianismo nacionalista e opacidade autoritária em questões de saúde pública são receitas para desastres, locais e globais. Nossa capacidade de aprender com as lições de quase três anos de emergência sanitária parece ser bem limitada. A China precisa investir agora em vacinar a população com doses de reforço, e com vacinas mais adequadas. E o mundo precisa aprender a investir em preparação e monitoramento de surtos e epidemias localizadas, e fortalecer os órgãos internacionais. Vírus não têm fronteiras, e estultice, pelo visto, também não.

*Com O Globo

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