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Bolsonaro, de quem a palavra de hoje não vale amanhã e desmente a de ontem, lançou Moro à presidência para 2022

Quando se vê o colunismo contratado por Bolsonaro tentando colar com cuspe a aliança entre Bolsonaro e Moro, é porque ficou evidente que o que sustenta Bolsonaro ou ao menos o sustentou até aqui, é o ódio e não eleitores, muito menos eleitores fieis.

É nítido que, diante de tantos escândalos internacionais de Bolsonaro, fazendo o Brasil se tornar um pária, somado ao que já pipocou sobre suas relações criminosas de próprio punho com um imenso laranjal e nele uma relação parental com a milícia que comanda a mais alta cúpula da bandidagem carioca, seu eleitorado tenha se mostrado mais efêmero do que se imaginava.

Não é exatamente uma surpresa a migração do eleitorado tucano, no caso da última eleição, do eleitorado de Aécio, para o mundo encantado do baixo clero miliciano de Bolsonaro. Essa gente estava aí perdida com sangue nos olhos por ter amargado a quarta derrota política e suas posições de repúdio a pobres, negros e, com Bolsonaro, ganhou outros fermentos para fazer um pacote de iras que pudesse impulsionar qualquer candidato que freasse os avanços no debate sobre os direitos das minorias.

A guerra entre Bolsonaro e Moro, como se viu nas redes sociais, foi uma covardia. Moro massacrou Bolsonaro não exatamente pela estrela de Moro, mas pelo desgaste de Bolsonaro diante do seu eleitorado, que fingia estar casado com ele na alegria e na tristeza, na saúde e na doença e outros clichês do divino juramento.

O que ali foi revelado é um eleitor esbaforido por passar um ano cercando frango para justificar o injustificável festival de lambanças promovido por Bolsonaro em todas as áreas do governo, com desculpas que sabiam ser esfarrapadas, vindas do, também esfarrapado, astrólogo Olavo de Carvalho, vocalizadas pelo escritório do ódio comandado por Allan dos Santos sob a batuta dos filhos de Bolsonaro, principalmente por Carlos e Eduardo.

O fato é que a fake news, usada como estratégia na campanha de Bolsonaro, perdeu sua eficácia, em parte pelo abuso dessa prática criminosa e também pela própria incapacidade do governo de dar respostas concretas à sociedade brasileira dos seus problemas cotidianos que só se agravaram.

As pautas de Paulo Guedes ultraneoliberais, que são tucanas na essência, foram extremamente respaldadas pela mídia, porque atendem ao mesmo patrão do baronato midiático, o sistema financeiro, especuladores, rentistas, enfim à plutocracia.

Assim, Bolsonaro foi fazendo a impaciência silenciosa ou não confessada de seus eleitores que migraram do tucanato para o baixo clero para que, na primeira oportunidade, o chamasse de traidor, aproveitando a guerra entre ele e Moro, que é parte do governo, mas que os bolsonaristas de ocasião que são a quase totalidade de seu rebanho, vissem ali a oportunidade de expurgar um furúnculo com a justificativa de apoiar Moro e a Lava Jato em nome da velha falsa moral e do combate à corrupção.

Isso é muito pouco para sustentar Moro, até porque o último resultado divulgado do ranking internacional sobre a percepção da corrupção foi um soco no estômago dos hipócritas, porque fez o Brasil piorar 17 posições, mostrando que o combate à corrupção de Moro não passa de um slogan saído de alguma agência de marketing.

Isso abre uma nova perspectiva para que o país volte a respirar um mínimo de civilidade em 2020 com uma frente de esquerda capaz de unir o fragmentado campo progressista em torno de pautas concretas que se sobreponham ao receituário de ódio pelo ódio que se transformou em obelisco de uma direita sem projetos e, muito menos capaz de governar o país.

Bolsonaro, nesse seu vai e vem em relação à pasta da Segurança Pública, anunciando que a tiraria das mãos de Moro e depois recuando da decisão, desdizendo o que disse, acabou não só lançando a candidatura do xerife de Curitiba para 2022, como deu oportunidade aos bolsonaristas de dizerem que estão de saco cheio com o ex-mito e exorcizá-lo de seu corpo.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Moro pressiona prisão após 2ª Instância no Senado no dia em que completa um ano que ele blinda Queiroz

É um artista esse rapaz.

Moro, ministro da justiça, foi convidado para defender a prisão após condenação em 2ª Instância na CCJ do Senado no dia em que ele comemora o sucesso de um ano em que blinda o miliciano Queiroz pra proteger o clã Bolsonaro. Para comemorar, Alexandre Frota levou um bolo para o Congresso.

Moro, que fez dessa prisão após condenação em 2ª instância, sua bandeira política para tentar prender Lula outra vez, é o mesmo que transformou o porteiro do condomínio de Bolsonaro de testemunha a réu, além de ser o mesmo que se sacode como pode pra sumir com Queiroz para beneficiar a mesmo clã que mandou Moro enquadrar o porteiro.

Em qualquer colônia vagabunda, o ex-juiz vigarista da Lava Jato, estaria em cana, mas no Brasil ele vai ao Senado pressionar parlamentares a votarem rápido um puxadinho na lei para desmoralizar o STF que decidiu respeitar a constituição e acabar com essa prisão inconstitucional.

Na verdade, Moro defende tanto essa lei como o sumiço de Queiroz como a condenação do porteiro como quem defende a própria vida.

Para piorar, o ex-juiz corrupto e ladrão, como disse Glauber Braga, na sua cara, na Câmara dos Deputados, ignorou completamente o massacre da PM de SP em Paraisópolis aonde morreram 9 jovens de 14 a 23 anos.

Se Moro não escreveu uma linha sequer em seu Twitter sobre essa chacina promovida por agentes do Estado, estimulados por sua proposta do “excludente de ilicitude” que, na realidade, é a legalização do massacre ocorrido em Paraisópolis, ele estampa um palavrório no mesmo Twitter dizendo que estava no momento de discutir a criminalidade do futuro (embora já presente) num encontro do Mercosul/Reino Unido sobre cibercrime.

Cibercrime que Joice Hasselmann está na câmara de deputados denunciando que os Cibercrimes com as milícias digitais que o clã Bolsonaro enfesta as redes sociais, comandados por Eduardo e Carlos Bolsonaro do gabinete do ódio. Os mesmo que são protegidos juntos com Flavio e Jair Bolsonaro, pagos com dinheiro público.

Mas Moro, na maior cara dura, foi ao Senado fazer pressão porque diz que, se a prisão pós condenação em 2ª instância não voltar, os criminosos vão postergar suas prisões até que eles caduquem.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Bolsonaro barra imprensa aliada em evento seu novo partido

A primeira Convenção Nacional do Aliança pelo Brasil, o partido que o presidente Jair Bolsonaro quer criar, será na manhã desta quinta-feira (21) em Brasília. Para conseguir tirar a legenda do papel, será necessário cumprir algumas etapas (veja abaixo). A princípio, o mandatário não deverá abrir mão do comando da nova legenda e ainda indicará o primogênito, Flávio Bolsonaro, como vice-presidente. A ideia é, justamente, manter o controle da sigla nas mãos do clã, um dos motivos que afastou Bolsonaro do PSL e o levou à sua nona legenda em sua carreira política.

No primeiro evento do Aliança pelo Brasil se pode esperar clima de campanha, com Bolsonaro pedindo que a militância de direita se empenhe no recolhimento de assinaturas, criticando a esquerda, como de costume, falando já na eleição do ano que vem, apontando preferências. Inclusive, na ocasião, seus filhos Flávio e Eduardo devem já ser anunciados como dirigentes dos diretórios da futura legenda respectivamente no Rio de Janeiro e em São Paulo. O presidente até levará um roteirinho para o discurso, mas como de praxe, deve improvisar na hora.

Embora confiantes de que será fácil angariar os quase 500 mil apoios necessários para tirar o Aliança pelo Brasil do papel — a busca será por algo em torno de 2 milhões de apoios —, nos bastidores, há uma corrida contra o tempo para viabilizá-lo no prazo de participar da eleição de 2020. Bolsonaro tem cerca de cinco meses e meio até lá.

O lançamento do novo partido de Jair Bolsonaro, o Aliança pelo Brasil, teve a maior parte da imprensa credenciada para evento barrada. A solenidade aconteceu um hotel de luxo em Brasília (DF), ao lado do Palácio da Alvorada. Apenas 17 jornalistas convidados puderam entrar.

Os outros profissionais da imprensa ficaram em um gramado e sem infraestrutura, como cadeiras, mesas, tomadas e toldo. A grama ainda estava úmida da chuva matinal. Fotógrafos e cinegrafistas tiveram de registrar imagens de um telão.

De acordo com reportagem do Uol, quando o evento começou, parte dos apoiadores do novo partido gritou palavras de ordem contra a imprensa.

Desde que assumiu o mandato Bolsonaro não tem tido uma boa relação com a imprensa e privilegia o Twitter, bem como suas lives, às quintas-feiras, para se comunicar com o eleitorado.

 

 

 

*Com informações do 247/Huffpost

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A culpa é do porteiro

Numa velocidade espantosa, arrumaram um culpado para o caso Bolsonaro/Marielle, o porteiro.

O Planalto moveu terras e mares, recorreu à própria estrutura do Estado para provar que Bolsonaro tem um passado ilibado e jamais se envolveria com milicianos assassinos, torturadores e traficantes de armas. Tudo não passou de um fake news, como disse o Procurador-geral da República modelado, Augusto Aras, por uma flagrante pressão ilegal de Moro, Polícia Federal e a milícia digital.

Montou-se rapidamente um campo de batalha para que todos os fuzis mirassem na cabeça do porteiro, como se não tivesse qualquer ligação de Bolsonaro com Ronnie Lessa ou com Élcio de Queiroz que saíram de dentro do condomínio onde residem Bolsonaro e Carluxo para assassinar Marielle e Anderson em um lugar previamente escolhido onde não haveria registro por câmeras do fuzilamento dos dois.

O fato é que, como sempre, o mais fraco e, nesse caso, o absolutamente mais fraco, o porteiro, ficou com a brocha na mão para caracterizar o produto do crime contra o inocente Bolsonaro, esse santo homem que nunca empregou parentes de milicianos em seu clã, que ninguém sabe onde começa e onde termina, tal o fracionamento da picaretagem entre os quatro, o pai e os três filhos, Flávio, Eduardo e Carluxo.

Em coisa de 15 horas tudo foi resolvido com a tenacidade do herói Moro, o destemido herói nacional que só não consegue encontrar o Queiroz. Ou seja, a “mentira” do porteiro não prosperou. Bolsonaro é uma criatura escolhida por Deus, de comportamento humano quase divinal, assim como a barbaridade cometida por Adélio Bispo, de esfaqueá-lo de forma tão fria que até hoje não se sabe o paradeiro do sangue e, muito menos o da cicatriz no local aonde supostamente foi desferida a tal facada.

Tudo isso com a mesma veracidade do hacker de Araraquara, dos 39kg de cocaína no avião presidencial, claro, é tudo culpa do sargento. Do cheque depositado na conta da Michelle, da multiplicação milagrosa dos imóveis de Flávio e de um número sem fim de depósitos de Queiroz fez em sua conta, provando que Queiroz é outro culpado por tudo.

Tem também a Wal do Açaí, porque a imprensa cisma de atacar as pessoas em torno de Bolsonaro, como ele mesmo disse. O tio miliciano de Michelle, a mãe e a avó estelionatárias, todos pessoas de bem que poderiam estar perfeitamente na Av. Paulista em protesto contra a corrupção, como tantos outros picaretas.

Também tem a culpa dos índios do dia do fogo que devastou a floresta amazônica no incêndio criminoso e, como não poderia faltar, a Venezuela de Maduro culpada pelo derramamento de óleo no litoral nordestino.

Como se vê, é muita gente torcendo para dar errado, gente como o porteiro que tem um poder incomensurável, um globalista que acredita até que a terra seja redonda, um homem que, certamente, merecerá frases que causam ascos vindas de Olavo de Carvalho. O porteiro hiena, o porteiro piranha, também retratado em vídeo por Carluxo e o porteiro mordomo, porque, no final das contas, a culpa é sempre dele.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

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Mestre da picaretagem: Flávio, Eduardo e Carluxo, quem levará o prêmio “Bandido de Estimação”?

Afinal, quem está na berlinda no reality show do clã Bolsonaro, Flávio, Eduardo ou Carluxo? Quem leva o prêmio de monumento da picaretagem? Qual dos três levará o leitão no decisório certame?

O vencedor, certamente, tem que suar a camisa. Flávio, como todos sabem, é a extensão de Queiroz. Ele arrumou uma palavrinha ajeitadora na mídia “rachadinha” para designar de forma quase angelical, um esquema pesado com a milícia dentro de seu gabinete que o elenca a mestre na arte de fazer o patrimônio se multiplicar muitas vezes em pouco tempo.

Mas Eduardo tem um meticuloso plano de campanha para arrebatar, a muque, a palma da vitória, seja pelo fato de querer ser embaixador nos EUA, a partir de sua honorabilidade como chapeiro, seja como muralha na comissão que preside na Câmara para não deixar que, através de seu advogado, o militar, preso na Espanha com 39kg de cocaína no avião da comitiva presidencial, possa se explicar.

Não resta dúvidas de que há mais caruncho do que buraco nesse milho. Isso, sem falar que Eduardo também protege Letícia Catelani, ex-diretora da Apex.

Já Carluxo, esse personagem pitoresco do clã é a grande reserva imoral do seu próprio tutor, Jair Bolsonaro. É ele que usa os melhores truques nas redes sociais para se passar pelo pai, com o consentimento do próprio, como fez ontem, saindo da toca e pressionando o STF na conta do pai e, depois, admitindo que foi ele, Carluxo, quem escreveu o bilhete.

Na verdade, isso mais se parece com um cochicho digital do Bolsonaro que, vendo a reação negativa no STF, que poderia implicar Flávio e, consequentemente ele próprio, mandou Carluxo assumir os méritos do pombo para tirar o seu da reta e não azedar ainda mais a coisa de um governo que já está talhado.

Seja como for, a fala do Delegado Waldir celebrando Flávio Bolsonaro como “bandido de estimação” provocou ciúmes em Eduardo e Carluxo e, agora, numa disputa para levar o cinturão e o busto de bronze, cada um deles puxa a brasa para a sua maquete para saber quem é o mais vigarista dos três.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

 

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Guerra no PSL vai se voltar, como um tanque de guerra, contra o Planalto

– O misto de inépcia e demência que norteia os atos de Bolsonaro acabou por criar, com pouco mais de 10 meses de governo, uma tempestade perfeita contra a democracia.

Aprisionado ao mundinho mesquinho do baixo clero da Câmara dos Deputados, de onde nunca deveria ter saído, Bozo levou para o Palácio do Planalto os maus modos de uma vida parlamentar medíocre e inútil. Não tem projetos, não tem ideias, não tem educação, não tem inteligência, não tem higiene, não tem amigos e, agora, não tem mais base parlamentar.

Eleito na bruma tóxica da antipolítica turbinada por fake news, Bolsonaro acreditou – aliás, não tem estrutura mental para fazer o contrário – que poderia governar macaqueando memes que sua trupe de idiotas procria nas redes sociais, como ratos que são. Mais ainda: acreditou que o torpor de idiotia nacional, potencializado pela histeria antipetista, iria durar para sempre.

A luta intestina desencadeada no PSL é emblemática desse estado de coisas. O líder do partido na Câmara dos Deputados, delegado Waldir, em meio a palavrões e impropérios, anunciou ter um vídeo capaz de “implodir” o presidente da República, a quem chamou, solenemente, de “vagabundo”.

Ato contínuo, Bolsonaro recrutou o filho mais burro, o 03, em meio à luta para torná-lo embaixador, para roubar o cargo de Waldir, mas se deu terrivelmente mal. Não só levou uma rasteira como, de quebra, viu os dois filhos parlamentares – Eduardo e Flávio – serem destituídos das lideranças do PSL, em São Paulo e no Rio de Janeiro, respectivamente.

Agora, Bozo acaba de se livrar de Joice Hasselmann, a menina veneno do bolsonarismo, defenestrada da liderança do governo no Congresso Nacional. Trata-se de um paiol ambulante de ódio e vingança que, inevitavelmente, irá se voltar, como um tanque de guerra, contra o Palácio do Planalto.

É para assistir de camarote.

 

*Leandro Fortes/247

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Moro em queda livre

O que perdeu em prestígio no governo, o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, também perdeu em relevância no Twitter. Embora ainda seja o bolsonarista mais citado na rede social, o ex-juiz tem visto as menções ao seu nome despencarem mês a mês. De junho a setembro, o número de citações a Moro caiu em linha reta, passando de 9,3 milhões para 2 milhões. Com isso, ao menos entre os tuiteiros, Moro perdeu o status de superministro e se aproximou do patamar de outras figuras relevantes do governo, como o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), citado 1,3 milhão de vezes no mês passado. Os dados são da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas (Dapp-FGV), que, a pedido da piauí, monitora desde o início do ano as citações a políticos e figuras ligadas ao governo Bolsonaro no Twitter.

No Twitter, Moro não atingia um patamar tão baixo desde abril, quando foi lembrado 1,1 milhão de vezes. Em junho, mês em que começaram a ser divulgadas as conversas vazadas da Operação Lava Jato, o ministro atingiu um recorde de 9,3 milhões de menções. De lá para cá, esse número caiu constantemente: passou para 6,3 milhões em julho, depois 3,1 milhões em agosto, e, por fim, 2 milhões de citações em setembro.

A queda vertiginosa no número de menções se explica, em parte, pelo esfriamento das discussões em torno dos vazamentos da Lava Jato. O procurador e chefe da operação, Deltan Dallagnol, protagonista das mensagens publicadas pelo site The Intercept, também encolheu de tamanho no Twitter. Em agosto, foi mencionado 1,4 milhão de vezes na rede. Já em setembro, teve pouco mais que um terço disso (518 mil menções).

A esse fator, soma-se a desidratação de Moro no governo. De início alçado ao posto de superministro, com “carta branca” para comandar a pasta da Justiça, o ex-juiz foi desautorizado várias vezes por Bolsonaro nos últimos meses. Em agosto, o presidente interferiu na Polícia Federal, fazendo pressão para que o superintendente do órgão no Rio de Janeiro, Ricardo Saadi, fosse substituído. Houve resistência dentro da instituição, e Bolsonaro voltou ao ataque. “Se eu não posso trocar o superintendente, eu vou trocar o diretor-geral [da PF]”, afirmou. Definir a chefia da Polícia Federal é, por tradição, uma atribuição do ministro da Justiça.

Ainda que não viva seus melhores dias, Moro manteve, em setembro, o posto de bolsonarista mais citado no Twitter. Ficou à frente dos três filhos do presidente – Eduardo (1,3 milhão), Carlos (952 mil) e Flavio (805 mil) –, que encabeçam a lista de membros do governo mais mencionados. No acumulado do ano, o ministro da Justiça foi lembrado 26 milhões de vezes. Os três irmãos Bolsonaro, juntos, tiveram 22 milhões de menções.

O principal mobilizador do governo, depois de Moro, continua sendo Eduardo Bolsonaro. O filho 03 do presidente teve um pico de menções em julho, quando Bolsonaro anunciou que o indicaria para o posto de embaixador do Brasil em Washington. Desde então, Eduardo teve uma queda, mas voltou a crescer em setembro, assim como seus irmãos. Carlos, tuiteiro contumaz, tem um comportamento estável nas redes e consegue relevância pelo engajamento e pela frequência de suas publicações. E Flavio foi muito citado, mais uma vez, por questões associadas ao Judiciário: a CPI da Lava Toga, que gerou um racha dentro do PSL, e o seu novo pedido para suspender as investigações do caso Queiroz.

O ranking dos cinco bolsonaristas mais citados no Twitter inclui ainda o ministro da Educação, Abraham Weintraub, e a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP). Os dois são atores políticos relevantes na rede. O ministro, afeito a ataques à esquerda e à imprensa – e por isso muito retuitado pelos filhos do presidente –, tem sido mais lembrado que figuras centrais do bolsonarismo, como o guru da extrema direita Olavo de Carvalho, o ministro da Economia, Paulo Guedes, e a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves.

A deputada Carla Zambelli vem numa reta de crescimento desde janeiro. Virou uma das vozes mais ouvidas do governo na Câmara dos Deputados, passando de um patamar de cerca de 200 mil menções para 800 mil nos últimos meses. Sua rival e correligionária, Joice Hasselmann (PSL-SP), por outro lado, faz o caminho contrário. De julho a setembro, Hasselmann viu as citações ao seu nome despencarem para um terço do que eram: de 325 mil menções, passou a 212 mil em agosto, e, por fim, 115 mil no mês passado.

 

 

*Com informações da Revista Piauí

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PSL em chamas

O que já estava azedo dentro do PSL, acaba de talhar com o Major Olímpio lançando a chapa, “Moro para presidente e Janaína Paschoal para vice” em 2022, acendendo uma tocha no meio de um incêndio de proporções amazônicas que desgraça de vez a direita brasileira, hoje subordinada ao PSL de Bolsonaro.

O meteoro que caiu no partido do Rio das Pedras não foi econômico e tudo indica que tem caixa para fazer um estrago integral, mostrando as diferenças entre interesses, o que agrava perigosamente para uma guerra mais letal do que se imagina. Afinal, estamos falando dos que defendem a Lava Toga, uma CPI que seria utilizada para atacar o STF, comandada de dentro do Ministério Público lavajatino e os que são contra, mais precisamente no núcleo que constitui o clã Bolsonaro.

A coisa se agravou quando os filhos de Bolsonaro pararam de ignorar a Lava Toga, porque achavam antes que bastaria ignorá-la para resultar em seu engavetamento. Mas a coisa mudou radicalmente. Flávio Bolsonaro, que era o principal crítico em busca de sua salvação no STF, já conta com a beligerância de seus irmãos Eduardo e Carluxo, este que ontem classificou o eleitorado de seu pai de “gado” por querer que a CPI da Lava Toga aconteça.

Em meio a tudo isso, os dois lados organizam seus QGs com todo o tipo de arma e vão mostrando o arsenal um para o outro de dentro do forte, tentando garantir a hegemonia em um partido que é fragmentado por interesses que vão desde a ocupação do Estado até a proteção da milícia. Ou seja, o fermento para essa guerra que condena toda a direita à implosão, não é pouca coisa, e só se adensa.

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas