De acordo com a deputada, diálogo ocorreu uns 10 ou 15 dias antes do episódio em Juiz de Fora.
A deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) relatou em entrevista ao DCM que em um diálogo que teve com o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) durante as eleições, ele afirmou a ela: “Se eu tomasse uma facada, ganhava a eleição”.
De acordo com Hasselmann, a conversa ocorreu uns 10 ou 15 dias antes do episódio da facada que Bolsonaro tomou de Adélio Bispo de Oliveira em Juiz de Fora, em setembro de 2018.
“Eu viajei algumas vezes com o presidente bem naquela época do quente da campanha e, numa daquelas viagens, a gente tava fazendo Rio Preto, Ribeirão, Araçatuba, aquela região ali, e em uma das cidades, eu acho que foi Araçatuba, eu tava no carro com ele, aquela multidão e tal e toda vez que eu estava com ele, eu fazia ele sair de colete. Então as vezes tava calor e ele tava de manga comprida por conta do colete. E aí, na volta a gente entrou no carro e ele olhou pra mim assim e eu falei: ‘olha, você tem que tomar cuidado, muita gente, questão de segurança’, ai ele falou assim: ‘olha, se eu tomasse uma facada, eu ganhava a eleição’. Ele usou essa frase acho que uns 10, 15 dias antes. E eu falei: ‘ah, fica quieto, vira essa boca pra lá’”, contou a deputada.
Joice disse ainda que “no dia em que teve essa tragédia aí, algumas coisas me deixaram no estranhamento. Primeiro, o número de policiais no entorno dele, a célula que a gente chamava, tava reduzido, tinha metade do número de policiais. Ele sempre andava com um número de policias que fazia toda a volta. Então se você pegar a imagem da época da campanha, tava ele, eu do lado com um tripé do meu celular fazendo live, e os policias no entorno pra impedir que as pessoas não o derrubassem, porque era muita gente mesmo”, revelou. “Naquele dia não, naquele dia a célula não estava completa. E algumas pessoas que geralmente estavam naquele momento da campanha do lado dele, como o Debianno e eu, nós não fomos comunicados dessa agenda. E outra coisa que a gente estranhou foi que, mesmo não tendo a célula, ele está em cima do ombro de alguém”, estranhou.
Segundo Guilherme Amado, do Globo, cenas eram preparadas para mostrar objetos simples.
As mesas de café da manhã de Jair Bolsonaro. durante a campanha de 2018, que sempre mostravam objetos simples e o ar de improviso de uma casa comum, sem sofisticação, eram fake news.
As cenas eram preparadas propositalmente para passar a imagem de simplicidade.
Segundo uma fonte com livre acesso ao seio da família Bolsonaro, era comum chegar à casa do, então candidato, nos dias da campanha de 2018, e vê-lo tomando café com Carlos, enquanto a “mesa” esperava pronta para a hora da live.
Isso só reforma a tese de que Bolsonaro usa esse papo de convocação para fechar congresso e STF somente para montar um circo e se blindar das denúncias, cada dia maiores e mais graves, de seu envolvimento direto, assim como de seu filhos com a milícia e as mortes de Marielle e do miliciano Adriano da Nóbrega.
Isso, sem falar no seu envolvimento com o motim da PM miliciana no Ceará que quase matou Cid Gomes e a última reportagem na IstoÉ sobre os cheques de Flávio Bolsonaro assinados pela irmã dos milicianos.
Nas eleições de outubro passado, Bolsonaro foi eleito presidente com 55,13% dos votos válidos (excluídos brancos, nulos e indecisos). Haddad obteve 44,87%.
Pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda-feira (2) mostra que as atitudes de Jair Bolsonaro – que foram manipuladas e escondidas durante a campanha – além de derreterem sua popularidade poderiam influenciar nas eleições de 2018. Segundo o levantamento, caso o segundo turno das eleições fosse hoje, Fernando Haddad (PT) venceria Bolsonaro por 42% a 36% dos votos. Outros 18% votariam branco ou nulo e 4% não souberam responder.
Nas eleições de outubro passado, Bolsonaro foi eleito presidente com 55,13% dos votos válidos (excluídos brancos, nulos e indecisos). Haddad obteve 44,87%.
Segundo o levantamento, entre aqueles que declarararam voto em Bolsonaro no ano passado, 74% manteriam a opção se a eleição fosse hoje. Um total de 10% migraria para Haddad, e 13% votariam branco ou nulo. Já 88% dos eleitores do petista manteriam seu voto hoje. Somam 4% os que mudariam o voto para Bolsonaro e 6% os que votariam nulo ou branco.
Os números divulgados nesta segunda-feira mostram que reprovação do presidente subiu de 33% para 38% em relação ao levantamento anterior do instituto, feito no início de julho.
Outro dado da pesquisa também aponta, pela primeira vez, o abandono dos eleitores mais escolarizados, ou seja, que têm ensino superior. O índice dos que consideram a gestão de Bolsonaro como ruim ou péssima saltou de 36% para 43%.
A pesquisa revela ainda para a queda de desempenho entre aqueles mais ricos, com renda mensal acima de 10 salários mínimos. Neste segmento, a aprovação ao presidente caiu de 52% em julho para 37% agora —bastante significativa, ainda que se mantenha acima da média.