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Política

Os riscos da manutenção do golpe na Eletrobras

Luis Nassif*

A Eletrobras é peça central no equilíbrio do setor elétrico brasileiro. Possui quase 50% dos reservatórios nacionais.

Em um deserto de boas reportagens, a Folha publicou um trabalho detalhado, de autoria de Alexa Salomão, sobre a privatização da Eletrobras. Nele, ela mostra como tendo menos de 1% de participação nas ações com direito a voto, passou a controlar o Conselho Deliberativo da empresa. É o mesmo jogo que transformou Daniel Dantas em controlador da Brasil Telecom e da Telemig Celular, com parcela mínima de capital.

O que chama a atenção é o silêncio constrangedor de lideranças industriais e das próprias comercializadoras de energia, a um poder extraordinário nas mãos dos chamados “piranhas financeiros” – na figura de Jorge Paulo Lehman e da 3G.

O termo foi cunhado no Chile, pós-queda de Salvador Allende, quando financistas sem nenhum escrúpulo passaram a se apossar de bens públicos. Coube a Pinochet acabar com a brincadeira, mandar para a prisão o mais atrevido dos “piranhas” e reestatizar o maior banco público privatizado.

A Eletrobrás é peça central no equilíbrio do setor elétrico brasileiro. Possui quase 50% dos reservatórios nacionais. Tratam-se de peças centrais para o modelo elétrico, pois são o fator de equilíbrio para as flutuações das chuvas.

Quando há escassez de chuvas, os reservatórios ajudam a regularizar a oferta de água, impedindo a explosão de preços. Em períodos de abundância de chuvas, consegue reduzir o custo da energia.

O que acontecerá com a Eletrobras privatizada, sendo gerida da mesma maneira que as Americanas? Hoje em dia, ela é a grande fornecedora de energia contratada – com preço regulado, destinada às distribuidoras e ao abastecimento de residências e pequenas empresas. Com abundância de água, a energia poderia estar muito mais barata. Mas são beneficiados apenas os grandes grupos, que adquirem energia no mercado livre.

Justamente por isso, grandes consumidores de energia julgam estar a salvo dos malefícios trazidos pela privatização da Eletrobras.

*GGN

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Economia

Os piratas do setor elétrico e a Eletrobras seguindo o percurso da Light

Quem me chama a atenção é o economista Marco Antônio Castelo Branco, do Cedeplar, da Universidade Federal de Minas Gerais: a Eletrobrás está seguindo o caminho da Light, que acaba de pedir recuperação judicial.

Os dados de um ano de privatização são assustadores.

“As despesas com juros consumiram 78% do resultado operacional do 1º trimestre de 2023. O lucro líquido caiu 85% comparado com 1º trmestre de 2022, quando ela era ainda estatal. O lucro operacional em relação à receita subiu de 34% para 43%, mas o resultado financeiro que era +5% da receita virou um déficit – 34% .

Ou seja, a empresa virou uma vaca leiteira do mercado financeiro. E os analistas que cobrem a Eletrobras não falam nada…ficam cegos? ou estão protegendo a gestão privada? E mesmo com uma performance catastrófica como essa, a Diretoria ainda cometeu o absurdo de gastar cerca de R$ 148 milhões (3,7% do resultado operacional) em recompra de ações. A Companhia parece querer repetir o caminho desastroso da Light.

E depois falam que é a ação da AGU quem está fazendo a empresa perder valor de mercado!

O início da tragédia da Light foi o mesmo. Depois de uma privatização para a Andrade Gutierrez, com Aécio Neves envolvendo a Cemig no pacote, caiu nas mãos de Beto Sicupira, da 3G – o grupo que controla a Cemar, no Maranhão, que afundou as Americanas.

O modelo do grupo é o da maximização de resultados. Uma empresa não é um organismo em permanente evolução: é uma vaca leiteira em que todos os resultados devem ser distribuídos e todos os negócios realizados tendo como foco aumentar o lucro dos acionistas.

*Luis Nassif/GGN

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Política

Após privatização, Eletrobras registra prejuízo e anuncia demissões

Gigante do setor elétrico divulgou primeiro balanço após ser privatizada e números mostram não só lucro menor no ano da venda, como prejuízo no último trimestre de 2022.

Segundo a Forum, a Eletrobras, maior empresa do setor elétrico da América Latina, registrou prejuízo logo após ser privatizada pelo governo Bolsonaro. Antes estatal, pelo fato de que o Estado brasileiro era o acionista majoritário, a companhia foi vendida ao capital privado em junho em 2022 por R$ 33,7 bilhões – à época era avaliada em R$ 67 bilhões – e agora o governo possui apenas um representante na direção da empresa, com 40% das ações.

Em balanço encaminhado aos investidores nesta terça-feira (14) – o primeiro após a privatização -, a Eletrobras informa que registrou lucro líquido de R$ 3,638 bilhões em 2022, índice que é 36% menor que os R$ 5,714 registrados em 2021. No último trimestre de 2022, isto é, logo após ser vendida, a empresa registrou prejuízo de R$ 479 milhões, enquanto no mesmo período em 2021, quando a companhia ainda era estatal, houve R$ 610 milhões de lucro líquido.

Segundo o informe, o lucro menor em 2022 e o prejuízo no último trimestre se deram por conta do Plano de Demissão Voluntária, encampado em dezembro de 2022 (6 meses após a privatização), pela provisão de R$ 2,5 bilhões para a Amazonas Energia e também “pela deflação ocorrida no período, que resultou em uma redução de R$ 1.675 milhões nas receitas de transmissão”.

O atual presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, anunciou após a divulgação do balanço, em teleconferência com analistas, que até abril deverá ser encampado um novo Plano de Demissão Voluntária que atingirá 20% dos 14 mil funcionários da empresa.

Lula quer rever contrato

Durante encontro com jornalistas da mídia independente em fevereiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o contrato de privatização da Eletrobras e anunciou que colocaria a Advocacia-Geral da União (AGU) para atuar com relação ao tema. Segundo o mandatário, a venda da empresa pelo governo Bolsonaro foi “quase que uma bandidagem”.

“Foi feito quase que uma bandidagem para que o governo não volte a adquirir maioria na Eletrobras. Nós, inclusive, possivelmente o advogado-geral da União, [ele] vai entrar na Justiça para que a gente possa rever esse contrato leonino contra o governo”, declarou.

O presidente disse ainda que o fato do governo possuir, atualmente, possuir 40% das ações da Eletrobras e só ter uma pessoa participando da direção da empresa é algo “irracional” e “maquiavélico”. “Nós não podemos aceitar. […] Se amanhã tiver interesse de comprar as ações, as ações para o governo valem 3 vezes mais do que o valor normal para outro candidato”, declarou, sinalizando que, “se a economia crescer”, seu governo pode vir a comprar ações para voltar a ser o acionista majoritário da gigante do setor elétrico.

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Política

Lula diz que AGU vai entrar na justiça para rever contrato da Eletrobras

O presidente também revelou que vai propor a Joe Biden, presidente dos EUA, a criação de um órgão unilateral para tratar das questões climáticas.

O presidente Lula (PT) se encontrou nesta terça-feira (7) com jornalistas de vários veículos da mídia digital e influenciadores do campo progressista. O editor da revista Fórum, Renato Rovai, esteve presente na reunião.

Estiveram presentes na reunião, além do presidente Lula, a primeira-dama Janja Lula da Silva e Paulo Pimenta, ministro à frente da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom).

A reunião foi aberta com uma fala do ministro Paulo Pimenta, que falou sobre o contexto da comunicação e a importância que será dada aos veículos digitais. Em seguida, foi a vez do presidente Lula falar, que discursou por cerca de quinze minutos.

Durante a sua fala, o presidente Lula falou sobre os objetivos centrais de seu governo, tais como o combate à fome e a questão da educação. Segundo a Forum, Lula reforçou que foi eleito “para isso”.

Diversas outras pautas foram abordadas durante a reunião da mídia digital com o presidente Lula, entre elas a questão da privatização da Eletrobras.

Aos presentes, Lula revelou que a Advocacia-Geral da União deve entrar com uma ação na Justiça para rever o contrato da Eletrobras. “Eu não tenho como entrar em detalhes sobre isso agora, não entrei na campanha se a gente vai ou não rever a privatização da Eletrobras, mas eu quero dizer que o advogado-geral da União [Jorge Messias] vai entrar na Justiça para rever o contrato feito pelo governo Bolsonaro da Eletrobras”, disse.

Lula abordou detalhes do contrato que geram contrariedade. Segundo o presidente, só tem uma pessoa [do governo] na direção da Eletrobras e o governo tem 40% das ações. Outro ponto destacado do contrato que envolve a Eletrobras é que, caso o governo queira comprar ações para se tornar majoritário, o preço é três vezes maior que um agente do mercado pagaria. Na opinião do presidente Lula trata-se de um “contrato absurdo”.

Obras paradas por Bolsonaro, Yanomami e ecossocialismo

Durante a reunião, que teve cerca de 2 horas de duração, o presidente Lula também relatou o fato de que hoje o Brasil tem 14 mil obras paradas, sendo que 4 mil delas são referentes a projetos vinculados à educação e que essa obras já estão com os laudos ambientais, orçamentos aprovados, algumas com o orçamento interrompido e que a prioridade de seu governo é entregar essas obras.

A questão dos Yanomami também foi abordada pelo presidente que frisou que “não dá pra continuar” do jeito que está atualmente e que, a garantia de proteção ao povo Yanomami e o garimpo “são questões centrais do ponto de vista nacional e internacional” e, segundo dados levados por Lula ao encontro, “o Brasil teria cerca de 840 pistas clandestinas para pouso” e que será realizada uma ação, não só no Território Indígena (TI), mas também em outras áreas do Brasil para que tais pistas sejam eliminadas.

Posteriormente, Lula entrou na pauta da questão climática e revelou que irá propor ao presidente dos EUA, Joe Biden, que seja criada uma instituição unilateral para discutir o tema do clima, que pode ou não ser na ONU.

A ideia é que neste órgão voltado para discutir no âmbito global a questão climática não exista veto de países e que neste espaço as ações aprovadas sejam implementadas pelos países membros sem que estes façam uma discussão e nova aprovação em seus respectivos parlamentos.

“Eu destaquei esses pontos -dos Yanomami e do clima -, porque tem um novo Lula aí nesse terceiro mandato. Um Lula muito mais ecossocialista, mais preocupado com as questões ambientais, com o clima e com a preservação das florestas”, pontua Renato Rovai.

Durante a rodada de perguntas Lula foi questionado sobre qual é o papel das Forças Armadas. “Segurança das fronteiras e das florestas”, respondeu Lula mais vez reforçando a importância da política ambiental em seu governo.

Por fim, o presidente Lula garantiu que em seu governo não haverá comemoração do golpe de 1964, que voltou a ser realizada durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

*Com Forum

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Opinião

O que Bolsonaro quer e a mídia também, é cometer um duplo homicídio contra a soberania nacional, privatizando a Petrobras depois de privatizar a Eletrobras

Como se sabe, a mídia brasileira é contra Bolsonaro na forma, não no conteúdo. Os dois querem a mesma coisa, o desmonte do país, o enfraquecimento das instituições do Estado, a criminalização da política e da própria democracia.

Claro, fazem isso usando discursos patrióticos patéticos, além de cínicos.

Bolsonaro, ao contrário do que muita gente diz, é um típico neoliberal, porque a teoria econômica do neoliberalismo nunca existiu, é apenas um amontoado de frases de efeito contra o Estado, contra a democracia e contra as economias mundo afora, usando um discurso de defesa da democracia, da economia e das instituições do Estado.

Mas todos eles pensam e agem para que o Brasil se transforme em terra de ninguém e tudo seja feito pela lei do mais forte.

Não é por acaso que Bolsonaro e mídia apoiam qualquer ação que efetivamente piore a vida dos pobres, como foram as reformas, o teto de gastos, as privatizações, e por aí vai.

Por isso são igualmente hipócritas e fingem não saber, para não serem criticados, que todas as reformas e as ações de desmonte do Estado levaram o país e a população à pobreza.

Enquanto isso, a elite lucra e deixa claro que a riqueza de alguns é literalmente fruto da pobreza de milhões.

Essa gente não sossegou enquanto não entregou a Eletrobras a bilionários, o que fará com que a conta de luz dobre de valor para os brasileiros.

A pré-privatização da Eletrobras, com Temer, faz com que o brasileiro, que recebe em real, pague o preço dos combustíveis em dólar e, consequentemente, de roldão, elevam os preços dos alimentos fazendo com que a inflação, que já está insuportável para o país, seja ainda muito pior para as camadas mais pobres da população.

Ou seja, é tudo o que sonha e trabalha a grande mídia nacional, sobretudo a Globo, assim como Bolsonaro, que carrega um ódio que transborda contra pobres, negros e índios. Daí não se lê uma nota crítica dessa escumalha midiática contra a barafunda e a caricatura econômica em que se transformou o Brasil com Bolsonaro e Guedes.

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Justiça

TCU aponta que Escritório de Carlos Fernando, ex-Lava Jato, recebeu indevidamente R$ 28 milhões da Eletrobras

Eletrobras gastou, com escritórios de compliance, valor 10 vezes superior aos desvios de corrupção Eletrobras gastou, com escritórios de compliance, valor 10 vezes superior aos desvios de corrupção.

O escritório de advocacia W Faria, que ostenta em seu quadro de funcionários o ex-procurador da Lava Jato em Curitiba, Carlos Fernando do Santos Lima, o Boquinha, recebeu indevidamente 28 milhões de reais da Eletrobras, segundo relatório do Tribunal de Contas da União.

O TCU fez o apontamento no âmbito de uma auditoria que investigou “indícios de irregularidades” na contratação do escritório de advocacia Hogan Lovells pela Eletrobras, em meados de 2015.

A Hogan Lovells realizou na Eletrobras “investigações internas de atos e fatos apontados na Lava Jato”, justamente a operação onde Carlos Fernando atuou até setembro de 2018, quando pediu exoneração do Ministério Público Federal para penetrar no universo do compliance empresarial.

A banca de Carlos Fernando, um dos procuradores mais influentes Lava Jato em Curitiba, foi subcontratada pela Hogan Lovells e recebeu 28 milhões de reais pelos serviços terceirizados. A inspeção do TCU considerou o valor 100% superfaturado. O documento ainda será julgado pelos ministros.

O TCU decidiu investigar a relação da Eletrobras com a Hogan Lovells após reportagem da revista Veja indicar que os gastos com compliance ultrapassariam os valores perdidos em esquemas de corrupção.

O INÍCIO DO JULGAMENTO

Durante o início do julgamento no TCU, na última quarta-feira, 15, o ministro Bruno Dantas se disse “escandalizado” com os valores apurados: a Hogan Lovells recebeu cerca de 340 milhões de reais “para verificar, em abstrato, um possível dano” de 32 milhões de reais à Eletrobras.

Ou seja, a Eletrobras gastou, com escritórios de compliance, valor 10,6 vezes superior aos supostos desvios de corrupção.

“Eu me escandalizei”, disse o ministro Bruno Dantas. “Não, ela [Eletrobras] não foi lesada em 32 milhões de reais. Ela foi lesada em 372 milhões [de reais], porque 340 [milhões de reais] ela foi lesada pela Hogan Lovells, e 32 milhões [de reais], pelas empresas que desfalcaram os cofres da estatal.”

Segundo Dantas, somente a terceirização dos serviços teria custado 263 milhões de reais à Eletrobras.

O SOBREPREÇO NO CONTRATO

Assinado em 2015, o contrato entre Eletrobras e Hogan Lovells, um escritório “especializado em investigação corporativa”, previa “investigação independente para avaliar existência de práticas de corrupção e/ou fraudes contábeis” que pudessem ferir as leis anticorrupção brasileira e estadunidense (FCPA).

O contrato original era da ordem de 195 milhões de reais, mas uma série de aditivos – a reboque de vazamentos seletivos da Lava Jato – majoraram a proposta inicial, que terminou em 340 milhões de reais. A auditoria do TCU levantou a hipótese de o contrato ter escopo inadequado, já que a Eletrobras desembolsou mais com compliance do que perdeu com corrupção.

O sobrepreço na contratação da Hogan Lovells implicou no superfaturamento – pagamento acima do previsto originalmente – na subcontratação de escritórios brasileiros. Entre eles, a banca W Faria, que recebeu 28 milhões de reais, e o Pinheiro Neto Advogados, que recebeu 24 milhões de reais.

A BANCA DE CARLOS FERNANDO

Segundo o TCU, o “superfaturamento” no contrato com a Hogan Lovells foi de 229,8 milhões de reais. O órgão de controle considerou válidos “os pagamentos para os quais foram apresentados o Demonstrativo Analítico das Atividades (DAA).”

Do total “superfaturado”, 28 milhões de reais dizem respeito à W Faria, a banca que empregou Carlos Fernando. Os pagamentos analisados, segundo dados do TCU, foram liquidados em 2016, época em que Carlos Fernando ainda era procurador na Lava Jato.

O julgamento no TCU foi suspenso por pedido de vistas, de acordo com o portal Migalhas. A reportagem procurou a W Faria, mas até o fechamento desta matéria, não obteve retorno. O espaço segue aberto.

*Com GGN

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Economia

PEC dos Combustíveis pode consumir todo o dinheiro da venda da Eletrobras sem pagar toda a conta

Governo estima gastar R$ 40 bi com subsídio a diesel e gás em menos de 6 meses, mas capitalização da estatal deve gerar R$ 25 bi. Petróleo e dólar podem tornar esforço fiscal inócuo na bomba.

A quatro meses da eleição presidencial, o governo anunciou um pacote para subsidiar o preço do combustível que deve consumir todos os recursos que ingressarão no caixa do Tesouro com a privatização da Eletrobras. E ainda assim, isso não será suficiente para pagar a conta.

Ao anunciar a proposta, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que poderiam ser usados recursos da capitalização. Do total que será levantado com a venda da maior empresa de energia da América Latina, R$ 25,3 bilhões iriam para o Tesouro.

O objetivo era pagar dívida. Agora, o dinheiro será usado para evitar novas altas do diesel na bomba, fator que se converteu na principal fonte de pressão na campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro.

O objetivo era pagar dívida. Agora, o dinheiro será usado para evitar novas altas do diesel na bomba, fator que se converteu na principal fonte de pressão na campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro.

O problema é que a conta não fecha. O governo estima que precisará gastar R$ 40 bilhões para custear a operação. Resta definir de onde viriam os outros R$ 15 bilhões. A princípio, devem ter origem em dividendos da Petrobras ou outras receitas do setor de petróleo.

Além de criar uma fonte de despesa até então imprevista, especialistas afirmam que não há garantia de que a operação será bem-sucedida. Considerando dados de terça-feira, a defasagem no preço do diesel em relação às cotações internacionais chegou a 13%, o equivalente a R$ 0,77, segundo a Abicom, associação dos importadores.

Isso indica que, se a Petrobras reajustasse o combustível para manter a paridade de preços, a proposta do governo de zerar o ICMS do produto deixaria de ter impacto ao consumidor final em 10 estados, como São Paulo, Rio e Minas Gerais, e no Distrito Federal.

Zerar o ICMS para o diesel, como previsto na proposta de emenda constitucional (PEC) que o governo buscará aprovar, teria impacto de, no máximo, R$ 1,006 no preço final do diesel, segundo levantamento. O valor muda de estado para estado, conforme a alíquota de ICMS praticada. Em São Paulo, o alívio seria de R$ 0,6618. Daí a conta de que,se a Petrobras fizer reajuste, a isenção tributária teria efeito nulo.

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Economia

Bolsonaro quer queimar dinheiro da entrega da Eletrobras com favor a caminhoneiros

O desespero de Jair Bolsonaro em comprar apoio do mercado financeiro e ao mesmo tentar superar sua péssima situação nas pesquisas provocará um duplo desastre: os recursos obtidos com a entrega da Eletrobras, maior empresa de energia do Brasil, serão usados no pacote eleitoreiro que está sendo criado para tentar segurar o preço do diesel, quando o correto seria mudar a política de preços da Petrobras, implantada após o golpe de estado de 2016, com finalidade de transferir recursos da sociedade brasileira para os acionistas privados da Petrobras.

“Em uma tentativa de aliviar a inflação a quatro meses da eleição e em situação desfavorável nas pesquisas, o presidente Jair Bolsonaro anunciou ontem uma proposta de emenda à Constituição (PEC) para tentar reduzir os impostos sobre os combustíveis. A medida valeria até o fim do ano. O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que a proposta custará entre R$ 25 bilhões e R$ 50 bilhões, sem especificar o número. Este valor, contudo, não seguirá as regras do Orçamento: ficará fora do teto (regra que limita o aumento do gasto público à inflação do ano anterior) e fora da meta fiscal. O ministro chegou a dizer que poderiam ser usados os recursos da privatização da Eletrobras para este fim. Integrantes do governo trabalhavam, na noite de ontem, com o valor de R$ 40 bilhões para reduções dos impostos”, informam os repórteres Bruno Rosa, Letycia Cardoso, João Sorima Neto e Marcelo Mota, no Globo.

“As medidas, apresentadas em evento no Palácio do Planalto, incluem zerar os impostos federais (PIS/Cofins e Cide) sobre a gasolina e o etanol, uma novidade em relação ao que vinha sendo discutido até agora. Em sinal de pressão sobre os governadores, Bolsonaro avisou, porém, que isso só será feito caso haja uma redução dos tributos estaduais”, acrescentam os jornalistas.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que a proposta custará entre R$ 25 bilhões e R$ 50 bilhões, sem especificar o número. Este valor, contudo, não seguirá as regras do Orçamento: ficará fora do teto (regra que limita o aumento do gasto público à inflação do ano anterior) e fora da meta fiscal.

O ministro chegou a dizer que poderiam ser usados os recursos da privatização da Eletrobras para este fim. Integrantes do governo trabalhavam, na noite de ontem, com o valor de R$ 40 bilhões para reduções dos impostos.

*Com informações do 247

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Economia

“Cilada”: eletricitários alertam sobre venda da Eletrobras

Se trabalhador comprar ações com FGTS, ele não poderá se desfazer delas por um ano e nem sair da operação caso negócio seja revertido.

Enquanto o governo de Jair Bolsonaro tenta ganhar a opinião pública para a privatização da Eletrobras abrindo a oferta de ações com o uso do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), os eletricitários lembram que a compra pode se tornar uma grande cilada.

“Inacreditável a “cara de pau” do governo Bolsonaro em convidar os trabalhadores da Eletrobras para comprarem ações da sua própria empresa, através de um Fundo Mútuo de Privatização, e ajudarem na sua desestatização, utilizando até 50% do saldo do FGTS”, diz o Coletivo Nacional dos Eletricitários, em boletim divulgado no último dia 02.

Enquanto os eletricitários brigam para evitar a privatização da Eletrobras, bancos como Bradesco e Itaú Unibanco já mandam comunicações aos seus clientes oferecendo fundos de investimentos aos seus clientes com o uso do FGTS para reserva de ações da estatal.

No caso do Itaú, o Itaú Fundo Mútuo de Privatização – FGTS Eletrobras estabeleceu o investimento mínimo em R$ 200, e taxa de administração de 0,02% ao ano, para que se faça reserva de ações até o próximo dia 08 de junho, às 14 horas, quando se encerra o prazo.

Tal fundo será exclusivamente composto por recursos gerados pela conversão dos saldos do FGTS em nome de pessoas físicas titulares de contas vinculadas do FGTS.

Porém, aos interessados em comprar ações, os trabalhadores da Eletrobras alertam: quem comprar as ações com o uso do FGTS (caso a operação ocorra) não poderá se desfazer dos papéis.

“Se nesse período ocorrer um processo de reversão da privatização e da descotização, os acionistas de FGTS não poderão negociar saída da operação. Mesmo em caso de desvalorização vertiginosa. O registro está feito para não dizer que não foram avisados”, lembram os eletricitários.

Vale lembrar que o tema tem sido abordado inclusive pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que recentemente chegou a se encontrar com representantes dos eletricitários para tratar do assunto.

“É fato, aqueles trabalhadores que comprarem ações da empresa estarão contribuindo com a sua privatização e ajudando na sua própria demissão e nas demissões de seus colegas de trabalho. Além disso, estarão ajudando o governo Bolsonaro a entregar, a preço de “banana” a maior empresa de energia elétrica da América Latina, a piorar a qualidade dos serviços públicos de transmissão e geração de energia elétrica e a aumentar a conta de luz dos brasileiros”.

*Com GGN

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Bolsonaro requenta factoide para esconder do povo o assalto promovido na Eletrobras

A entrega de um patrimônio dos brasileiros, como a Eletrobras, resume com precisão o que o governo Bolsonaro.

Detalhe, mídia e Bolsonaro estão juntos com o objetivo de destruir o Estado brasileiro com privatizações criminosas. Isso não é uma integração casual, é resultado de um combinado da campanha de 2018 entre Bolsonaro e a grande mídia para que ele se subordinasse à agenda de Temer, que é, como todos sabem a agenda neoliberal da mídia.

Para garantir essa agenda, sobretudo a entrega criminosa a grandes bilionários, saqueando o povo brasileiro, o país como um todo, Bolsonaro usa todos os artifícios que o factoide pode produzir.

Nos últimos dias, ele voltou a carga contra as urnas eletrônicas e, nesta quinta-feira, voltou a atacar as vacinas. Sempre usando a mesma técnica de dissuasão para agravar a crise porque o país passa, que corresponde diretamente a mesma situação que os brasileiros estão passando.

Lógico, Bolsonaro sabe que também será julgado por mais esse crime, porque tem consciência de que a entrega da Eletrobras vai lhe custar um preço alto pelo tratamento odioso que ele vem dando a essa questão, fingindo que nada está acontecendo, pois ele nem toca no assunto.

A única forma de reduzir os danos é subir no picadeiro e espalhar lorotas, criar crises artificiais e, hoje, ir ao encontro do bilionário Elon Musk.

Em todos esses fatores, Bolsonaro emprega uma grande publicidade, porque sabe que, movimentando-se, ele atrai os holofotes, pauta o judiciário e desvia a atenção daquilo que, nesse momento, mais importa, que é o assalto que está promovendo na Eletrobras para beneficiar grandes empresários, o que vai custar caríssimo ao povo brasileiro, com uma conta de luz muito mais salgada do que já está para dar super lucros a quem adquirir essa barbada.

Tudo isso acontece debaixo do nariz das instituições de controle, e nada é feito. Isso, em síntese, pode-se dizer, temos um presidente genocida, impune, que tem uma folha corrida de denúncias de corrupção, junto com os filhos, sem que nada de fato caminhe, em termos de investigação, mostrando a fragilidade institucional desse país, em que um sujeito, com um esquema grosseiro e, provavelmente sairá bilionário da presidência. Pior, está respaldado pelas instituições.

O brasileiro que não se revolta co, uma coisa dessa, é omisso ou profundamente ignorante.

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