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Militares veem Pazuello como um vírus e não o querem de volta ao Exército

Militares não querem Pazuello de volta ao Exército e são contra cargo no governo sem o general ir para a reserva.

Após ocupar ministério, ele fica em situação delicada para voltar a ocupar postos de comando nas Forças Armadas.

A saída do general Eduardo Pazuello do Ministério da Saúde, após dez meses à frente da errática gestão na pandemia da Covid-19, foi recebida com alívio por oficiais do Exército. Ainda com o futuro de Pazuello incerto, o maior receio entre os militares agora é sobre a possível volta do general à Força após deixar o cargo político. Esses oficiais defendem que o ministro, que é general, vá para a reserva.

A exoneração do ministro ainda não foi publicada no Diário Oficial da União. O Palácio do Planalto tenta encontrar um cargo para construir uma “saída honrosa” para Pazuello. Entre oficiais- generais há receio que o movimento de retorno de Pazuello à atividade do Exército seja interpretado como um vínculo político da instituição, o que tem sido evitado pelo comandante do Exército, Edson Leal Pujol. Em novembro do ano passado, com aumento das críticas, Pujol disse que “militares não querem fazer parte da política”, delimitando que o Exército é uma instituição de Estado e não de governo.

Integrantes da Força avaliam que a retirada do general da ativa da linha de frente na crise sanitária poupa o Exército diante do agravamento da situação. O coronavírus já matou mais de 280 mil pessoas no país e o sistema de saúde está em colapso, com falta de unidades de terapia intensiva em diversos estados

Segundo um integrante do Alto Comando do Exército, em conversa reservada com o GLOBO, a substituição de Pazuello pelo médico Marcelo Queiroga no Ministério da Saúde é a melhor tentativa de reparar o erro que o general cometeu ao aceitar ter ficado no cargo após a saída do ex-ministro Nelson Teich, em maio do ano passado. Na opinião dele, o general deveria ter se antecipado e pedido sua passagem para a reserva.

Para um general da ativa, Pazuello ficou com o maior desgaste da condução da pandemia, mas admite que a saída dele do Ministério da Saúde é boa para a Força. De acordo com este militar, apesar dos esforços para para blindar a instituição das críticas a Pazuello, a associação feita pela população é inevitável.

Na avaliação desses generais ouvidos pelo GLOBO, após a passagem pelo governo, Pazuello fica em situação delicada para voltar a ocupar cargos de comando no Exército. Antes de chegar ao Ministério da Saúde como secretário-executivo em abril de 2020, o general, especializado em logística, era o comandante da 12ª Região Militar da Amazônia.

No Planalto, a ordem é encontrar uma colocação para o ainda ministro. O presidente Jair Bolsonaro, segundo integrantes do governo, tem afirmado não querer deixar Pazuello desamparado. Caso isso não se concretize, Pazuello poderá despachar no Ministério da Defesa ou assumir uma função administrativa.

Ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Alberto Santos Cruz, disse que o caso de Pazuello, que permaneceu na ativa enquanto esteve no ministério, é um exemplo de que é preciso alterar a legislação para limitar a atuação de militares e outras carreiras de Estado de cargos políticos.

— A responsabilidade da atuação no Ministério da Saúde é do Pazuello, não tem na a ver com o Exército. Por outro lado, ele ser da ativa mostra que é preciso acertar a legislação para não ter esse vínculo institucional e político. É uma situação esdrúxula que acaba estabelecendo entre a política e a instituição, mesmo que você não queria. Pode dar a desculpa que você quiser, o vínculo fica estabelecida — disse Santos Cruz.

Para generais da ativa e da reserva ouvidos pelo GLOBO, Pazuello assumiu todo o desgaste da pandemia, principalmente após ter sido desautorizado quando negociava a compra da vacina Coronavac. Na época, Pazuello disse “Um manda e outro obedece”. A frase até hoje é lembrada por militares como o início da derrocada do general.

Secretário especial de Assuntos Estratégicos nos 11 primeiros meses do governo Bolsonaro, o general da reserva Mayanard Santa Rosa diz que a demissão de Pazuello ocorre num momento em que o presidente, pressionado pela população e pelo Congresso, precisa apresentar um culpado para a condução desastrosa na pandemia.

— O erro foi de Bolsonaro, não do Exército. Pazuello não foi uma indicação da Alto Comando, mas uma escolha personalíssima do presidente. A saída dele é sim um alívio para a instituição — disse o general.

*Jussara Soares/O Globo

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PF reage à decisão do Exército e ameaça abrir inquérito contra militares que abandonarem operação contra madeira ilegal

Exército decidiu retirar tropas que fazem segurança da maior apreensão de madeira da história do Brasil.

Em resposta ao Exército, a Polícia Federal ameaçou abrir inquérito contra militares que se retirarem da operação que resultou na maior apreensão de madeira da história do Brasil .

Como revelou o Painel, o Exército avisou que vai deixar a missão.

Desde a apreensão, as Forças Armadas fazem a segurança do material retido em pelo menos dois pontos (ambos no Pará).

Em um documento do dia 23 de fevereiro, o delegado responsável pela operação afirmou que o Exército não tem prerrogativa para escolher abandonar a ação e ameaçou abrir inquérito contra militares que se retirarem dos locais.

“Isso [de não poder escolher se retirar] é evidente sob pena de tornar inócua toda ação até então encetada, a qual consumiu recursos públicos e, pior ainda, dar aos criminosos a oportunidade de recuperarem o produto do crime fato que, inevitavelmente, será objeto de apuração da responsabilidade de natureza civil, administrativa (improbidade) e criminal (por exemplo, prevaricação)”, diz a PF na resposta ao Comando Militar do Norte.

A polícia afirma também que, com a de decisão, há “sério risco de perecimento e desaparecimento dos bens apreendidos (a propósito, com valoração milionária)” e que, se isso ocorrer, “será instaurado inquérito policial destinado a investigar o evento e apurar responsabilidades sobre o ocorrido, sob as penas da lei.”

No fim do documento, a PF requisita “nomes e dados daqueles que, além de vossa excelência [o chefe do Estado-Maior do Comando Conjunto Norte, que assinou o primeiro ofício], sejam responsáveis por eventual decisão de abandonar materiais apreendidos que se encontram sob a responsabilidade das referidas Forças Armadas.”

O delegado ainda diz que a decisão de retirar as tropas coloca em risco as relações entre instituições.

“Esta mudança repentina desestabiliza as relações jurídicas do Exército Brasileiro com diversas instituições e órgãos públicos, a exemplo da própria Polícia Federal e do Ministério Público Federal, além de abalar a confiança do cidadão”, diz trecho do documento.

Como mostrou a Folha, a operação foi batizada de Handroanthus GLO, que une o nome científico do ipê, a árvore mais cobiçada pelos madeireiros na Amazônia, à sigla da Garantia da Lei e da Ordem, o marco legal que autoriza o emprego das Forças Armadas no combate a crimes ambientais na Amazônia.

*Com informações da Folha

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Exército vai torrar R$ 3,2 milhões com churrascos e jantares em Pernambuco

Na contramão da contenção de gastos tão defendida pelo ministro Paulo Guedes e em plena pandemia — é sempre bom lembrar: ainda não há vacina e o vírus é o mesmo do início do ano –, o Colégio Militar de Recife, ligado ao Exército, anunciou a contratação de uma empresa especializada na prestação de serviços de buffet.

Ao todo, são cinco tipos de eventos para até treze unidades militares em Recife, Olinda e Garanhuns. Nas especificações, o Exército lista dados de referência para o limite de gastos da farra. São onze churrascos que poderão receber até 10.700 pessoas e terão picanha, maminha e fraldinha. Serão contratados garçons e churrasqueiros profissionais.

Já os serviços de coquetéis serão realizados em treze unidades militares de Pernambuco. O público máximo que o Exército topa bancar chega a 3.000 pessoas. Os coquetéis salgados de camarão e bacalhau e cerveja “puro malte”.

Estão previstas ainda 13.500 refeições, entre almoços e jantares, cardápio que inclui atum canadense, filé mignon e arroz com champignon e linguiça seca.

Os almoços e jantares também serão regados a cerveja ‘puro malte’. O cardápio foi feito por uma nutricionista do Exército.

O Colégio Militar do Recife justifica que a contratação de empresa de buffet para tantas festas tem o objetivo de apoiar eventos como reuniões de pais e mestres, recepções de autoridades civis, desfiles cívico-militares, conclusão de curso e vários outros eventos.

O gasto milionário anunciado pelas unidades do Exército ocorre na mesma semana em que Jair Bolsonaro anunciou o veto à vacina da China, por considerar que o governo não tem dinheiro para investir no imunizante, considerado por ele duvidoso.

 

*Com informações do Radar Veja

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Exército gasta R$ 6 milhões em simulação de guerra contra a Venezuela na Amazônia

O Exército brasileiro gastou R$ 6 milhões somente em combustíveis e transporte para simular uma guerra contra a Venezuela na Amazônia em setembro, enquanto o governo Jair Bolsonaro declarou como persona non grato os representantes diplomáticos do governo Nicolás Maduro no país e reconheceu as pessoas indicadas por Juan Guaidó.

Segundo reportagem de Vinicius Sassine na edição do jornal O Globo desta quarta-feira (14), o exercício de guerra foi desenvolvido em um campo de batalha em que soldados do país “Azul” tinham que expulsar invasores do país “vermelho”. As informações sobre a “guerra”, sem precedentes na história do país, foram obtidas via Lei de Acesso à Informação.

“Dentro da situação criada e com os meios adjudicados, foi a primeira vez que ocorreu este tipo de operação”, informou o Exército ao jornal.

A simulação ocorreu entre os dias 8 e 22 de setembro e envolveu 3,6 mil militares nas cidades de Manacapuru, Moura e Novo Airão, no Amazonas.

No dia 18, Mike Pompeo, secretário de Estado dos EUA, fez uma visita a Roraima e, durante encontro com o chanceler brasileiro Ernesto Araújo, gerou uma crise diplomática – e na política interna brasileira – ao dizer “vamos tirá-lo de lá”, em referência ao presidente venezuelano, o que foi atribuído a um erro de tradução. O encontro aconteceu um dia depois que o Itamaraty divulgou nota pregando a “extinção do regime ditatorial de Maduro”.

Segundo informações do próprio Exército brasileiro, “foram empregados diversos meios militares, tais como viaturas, aeronaves (aviões e helicópteros), balsas, embarcações regionais, ferry-boats, peças de artilharia, o sistema de lançamento de foguetes Astros da artilharia do Exército, canhões, metralhadoras, ‘obuseiro’ Oto Melara e morteiros 60, 81 e 120 mm, além de veículos e caminhões especiais”.

 

*Com informações da Forum

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Suspeita de superfaturamento: laboratório do Exército pagou insumo da cloroquina 167% mais caro

A suspeita da compra superfaturada foi levantada pelo Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União, que solicitou a investigação do caso em junho.

O Exército brasileiro comprou de uma empresa mineira insumos importados para a fabricação da cloroquina por um preço 167% mais caro do que a empresa havia vendido dois meses antes.

O laboratório LQFEx do Exército gastou com estes insumos R$ 782,4 mil nessa última compra. A suspeita da compra superfaturada foi levantada pelo Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), que solicitou a investigação do caso em junho deste ano.

Em representação enviada naquele mês, o procurador Lucas Furtano mencionou reportagens da Folha de S.Paulo e da Época que indicavam que, em um ano, o preço pago pelo Comando do Exército na matéria-prima utilizada para produzir a cloroquina havia aumentado 6 vezes.

“Embora o possível aumento do custo dos insumos, do transporte e do dólar possa ter influenciado o aumento do preço, ainda assim adquirir o produto por um valor seis vezes maior numa compra sem licitação, a meu ver, representa um forte indício de eventual superfaturamento, situação que merece ser devidamente apurada pelo controle externo da administração pública”, havia levantado Furtado.

Mas uma compra específica, a última, voltou a chamar a atenção: o aumento de 167% no valor em relação à compra anterior, feita dois meses antes, que chegou às mãos do MP-TCU para endossar o caso. Reportagem da CNN obteve os documentos da transação, indicando que o Exército somente cobrou explicações da empresa mineira quando a compra havia sido efetivada.

Em março deste ano, a empresa Sul Minas vendeu 300 kg de difosfato de cloroquina, a substância usada para o medicamento sem eficácia contra o coronavírus, por um valor de R$ 488 por quilo, mesmo valor licitado no ano passado. Em maio, a empresa vendeu o dobro da quantia do produto, mas por um valor superior: R$ 1.304 por quilo.

Já após a compra, o laboratório do Exército questionou o aumento. Em resposta, a justificativa dada pela empresa é que a fabricante e fornecedora do produto, IPCA, aumentou o preço em 300% em março e em 600% em abril, com outros 300% de aumento no frete internacional e variação cambial de 45%.

Segundo o canal, a falta de justificativa para o aumento do preço em um processo de compra pública pode configurar improbidade administrativa do Exército. Ainda segundo a CNN, a empresa mineira detinha estoque do produto desde março, antes do aumento dos preços.

 

*Com informações do GGN

 

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Generais do governo, Bolsonaro e o Exército não se manifestaram sobre a morte por Covid do general Augusto Sydrião

Além de Bolsonaro e os demais generais que o cercam, nem o general Eduardo Pazuello, que comanda a pasta da Saúde, deu um pio sobre a morte por Covid-19 do general do Exército, Augusto Sydrião. O mesmo fez Augusto Heleno, Hamilton Mourão.

Não há no twitter oficial do Exército qualquer menção à morte do general Augusto Sydrião, simplesmente porque ele morreu de Covid. Uma das atitudes mais inacreditáveis de que se tem notícia na história do Brasil.

Bolsonaro, em seu discurso patético, ignorou que o Brasil vive uma tragédia com pandemia do coronavírus. Ele falou de combate ao comunismo em um país em que os bancos cobram juros até de 600%, elogiou o golpe de 1964 e seus torturadores, fez de tudo, mas não deu um pio sobre os mais de 127 mil brasileiros que morreram em consequência da Covid.

Por que Bolsonaro não fez isso? Simplesmente porque estaria falando de corda na casa de um enforcado, já que a imensa maior parte do povo brasileiro o culpa por esse genocídio para atender aos interesses econômicos. Mas daí imaginar que a cúpula do governo e o próprio exército omitiria a morte do general, já é demais. Mas Bolsonaro fez isso e, provavelmente, mandou que todos se calassem tanto no governo quanto nas Forças Armadas.

 

*Da redação

 

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Matéria Política

Em plena pandemia, Bolsonaro amplia em R$ 2,2 bi orçamento com militares, para 2021.

Corte de verba para a Saúde e ampliação para a Defesa.

Com o aval do presidente Jair Bolsonaro, o governo decidiu ampliar em R$ 2,2 bilhões a estimativa do orçamento do Ministério da Defesa para 2021, o que pode levar o orçamento da pasta para R$ 110,1 bilhões. A ampliação do chamado “referencial orçamentário” consta de documentos do Ministério da Economia aos quais O GLOBO teve acesso.

O referencial orçamentário é a estimativa entregue pelo Ministério da Economia todos os anos às outras pastas indicando qual montante de recursos que o governo pretende incluir no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA). Depois de entregue, os ministérios podem recorrer à equipe econômica pedindo mais recursos. A proposta final do orçamento do governo deverá ser encaminhada ao Congresso Nacional no dia 31 de agosto.

No caso da Defesa, o referencial monetário entregue em julho pelo Ministério da Economia foi de R$ 107,9 bilhões. No dia 11 de agosto, o Ministério da Defesa enviou um ofício à equipe econômica solicitando um aumento dessa estimativa no valor de R$ 752 milhões.

Na segunda-feira, o Ministério da Economia enviou um ofício para informar que, após consulta ao presidente Jair Bolsonaro, ficou decidido que o referencial orçamentário no orçamento da Defesa seria ainda maior: R$ 2,2 bilhões.

“[…] tendo, em 17 de agosto de 2020, submetido à consideração do Excelentíssimo Senhor Presidente da República, que decidiu modificar a distribuição de recursos feita naquela reunião, resultando em alteração nos referenciais monetários informados ao MD (Ministério da Defesa)”, diz um trecho do ofício.

Desse total, R$ 22 milhões seriam destinados às despesas obrigatórias (folha de pagamento e custeio), R$ 620 milhões seriam para despesas discricionárias e outros R$ 1,557 bilhão para despesas discricionárias e projetos especiais do Ministério da Defesa.

Caso essa expansão seja confirmada, isso vai aumentar ainda mais a diferença na estimativa de orçamento para 2021 entre o Ministério da Defesa e o Ministério da Educação.

Conforme reportagem publicada nesta terça-feira no GLOBO, a estimativa era de que o orçamento destinado para a Educação em 2021 fosse de R$ 101 bilhões enquanto do da Defesa era de R$ 107,9 bilhões. Com a ampliação, a diferença que era de R$ 6 bilhões vai para R$ 8,2 bilhões.

A reportagem enviou questionamentos tanto ao Ministério da Economia quanto à Presidência da República sobre o assunto, mas, até o momento, nenhuma resposta foi enviada.

 

*Com informações de O Globo

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Como as Forças Armadas, que são parte do governo, explicam Bolsonaro, o maníaco que saiu da escola militar

Quando se fala que Bolsonaro é um maníaco, um psicopata, fala-se algo que está em consonância com o laudo do próprio exército no período de sua expulsão.

Até aí, está tudo certo. As Forças Armadas começam a se enrolar nessa história na hora de explicar o que tantos militares da alta patente, da reserva e da ativa, estão fazendo nesse governo.

Não há a menor dúvida de que, pelo seu comportamento, como disse a economista Laura Carvalho, ” a morte dos pobres (e são os que mais vão morrer) vai cair no colo de Bolsonaro” e, consequentemente, das Forças Armadas, mesmo que a mídia, de tempos em tempos, insista em dizer que os militares não são parte desse governo.

E convenhamos, algo extremamente difícil de explicar, como a mídia chegou a esse cálculo político, até porque generais da ativa sabem que o coronavírus vai atingir em cheio as tropas, já que a maioria dos soldados mora em comunidades pobres, vindos de famílias pobres e, portanto, serão mais atingidas pela doença.

Beira à esquizofrenia o silêncio das Forças Armadas diante do comportamento genocida de Bolsonaro, inclusive depois de um manifesto da própria instituição em apoio ao isolamento social.

É certo que essa culpa não pode ser jogada somente nas costas dos militares, Bolsonaro não chegou ao poder de improviso, teve apoio maciço das classes dominantes, as mesmas que trouxeram o vírus para o Brasil e que foram também atingidas primeiro, mas que, no final das contas, na soma total dos casos, serão infinitamente menos atingidas do que as classes menos favorecidas da população.

É a herança civilizatória da escravidão, como bem disse Milton santos, vigente nos tempos atuais, é que determinará a grosso modo quem vai morrer e quem vai viver.

Bolsonaro fez de tudo para chantagear os pobres para que eles voltassem ao trabalho pelo lucro dos ricos que sustentam o seu governo inútil ao país, mas extremamente benéfico aos banqueiros, à agiotagem que, certamente, estão bem guardados dentro de um abrigo mais blindado e seguro do que os cofres dos seus bancos, enquanto Bolsonaro manobrou e, agora, vai às ruas exigir que os pobres voltem a trabalhar para o grande capital, porque o show dos milhões tem que continuar. E faz isso atropelando, como presidente da República, toda a orientação de órgãos sanitários nacionais e internacionais.

Bolsonaro, com esse comportamento, está provocando um genocídio, em primeiro lugar dos profissionais da saúde que estão na linha de frente no campo de batalha dentro dos hospitais contra um vírus perigosíssimo por ser extremamente contagioso.

Em seguida, os que sofrerão mais com essa irresponsabilidade serão os garis, que carregam o lixo das casas, inclusive das casas de pessoas infectadas, muitas vezes sem saber que estão.

Depois, vêm os profissionais que não podem deixar de trabalhar como os de serviços essenciais, como supermercados, farmácias, bancos, corpo de bombeiros, policiais civis e militares, exército, marinha, entre outros. Ou seja, Bolsonaro é inimigo desses milhões brasileiros que estão mais expostos à contaminação pelo coronavírus.

E pelo seu comportamento de psicopata, o maníaco do Planalto, que já usou todos os subterfúgios para negar a existência e gravidade da pandemia, classificando-a como gripezinha, resfriadinho e, mais à frente, bancando o médico com o receituário da cloroquina, convocando manifestações de comerciantes contra o isolamento e, agora, indo para as ruas promover aglomerações e a consequente disseminação do coronavírus. Isso, sem falar do pior, a sua postura tem levado milhões de brasileiros a seguirem seu comportamento, porque, na verdade, Bolsonaro pretende na próxima semana transformar o país em uma bomba biológica que, inevitavelmente, levará o sistema de saúde ao colapso.

E quem pensa que, depois disso, ele vai parar, não tem ideia de como se comporta um psicopata.

Diante desse caos, as Forças Armadas sairão com a imagem ainda mais deteriorada porque Bolsonaro soube explorar bem a sua imagem de militar, mesmo sendo político há trinta anos e, principalmente porque muitos militares da reserva e da ativa, encantados com o canto sereia e abraçados com o monstro, estão levando as Forças Armadas para o centro da tragédia nacional.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

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Fim de papo: O Globo já dá Bolsonaro como favas contadas e renúncia é dada como certa

Merval Pereira, o porta-voz dos Marinho, chuta o pau da barraca, mostrando que os barões da comunicação da Globo jogaram a toalha seguindo o mesmo caminho dos militares que já não carregam mais o andor de Bolsonaro.

No artigo de Merval, Mandetta vira alvo fácil por ter cedido aos desvarios ensandecidos de Carluxo e o Valor Econômico, também da família global, já anuncia a queda de Bolsonaro que, no momento, encontra-se no balcão de negócios em que Bolsonaro barganha a liberdade dos filhos criminosos.

Na verdade, essa foi sempre a preocupação de Bolsonaro, livrar a cara dos delinquentes que ele produziu.

A saída de Bolsonaro pela renúncia em vez do impeachment é o tema do momento, segundo a jornalista Maria Cristina Fernandes (Valor Econômico): “Ainda que Bolsonaro hoje não tenha nem 10% dos votos em plenário, um processo de impeachment ainda é de difícil de viabilidade. Motivos não faltariam. Os parlamentares dizem que Bolsonaro, assim como a ex-presidente Dilma Rousseff, já não governa. Se uma caiu sob alegação de que teria infringido a Lei de Responsabilidade Fiscal, o outro teria infrações em série contra uma ‘lei de responsabilidade social’. Permanece sem solução, porém, o déficit de legitimidade e um impeachment em plenário virtual.

Vem daí a solução que ganha corpo, até nos meios militares, de uma saída do presidente por renúncia. O problema é convencê-lo. A troco de que entregaria um mandato conquistado nas urnas? O bem mais valioso que o presidente tem hoje é a liberdade dos filhos. Esta é a moeda em jogo. Renúncia em troca de anistia à toda tabuada: 01, 02 e 03. Foi assim que Boris Yeltsin, na Rússia, foi convencido a sair, alegam os defensores da solução”.

“Ao desafiar a unanimidade nacional, no uniforme de vítima de poderes que não lhe deixam agir para salvar a economia, Bolsonaro já sabia que não teria o endosso das Forças Armadas para uma aventura que extrapole a Constituição. Era o que precisaria fazer para flexibilizar as regras de confinamento adotadas nos Estados. Duas horas antes do pronunciamento presidencial, o Exército colocou em suas redes sociais o vídeo do comandante Edson Leal Pujol mostrando que a farda hoje está a serviço da mobilização nacional contra o coronavírus”, diz a jornalista.

No vídeo, o comandante destaca que a maioria de seus recrutas tem origem nas comunidades mais pobres do país, lugares em que o foco de disseminação do coronavírus é a maior preocupação das autoridades sanitárias, o que sequer foi mencionado por Bolsonaro em seu pronunciamento.

O comandante foi claramente na mão contrária à fala absurda e descabida do presidente Bolsonaro, fala que culminou numa avalanche de críticas tanto no Brasil quanto no exterior.

“Talvez seja a missão mais importante de nossas vidas”, completa Pujol. O vídeo, em 24 horas, ultrapassava 500 mil visualizações, mais que o dobro do efetivo do exército.

O distanciamento de Bolsonaro contaminou os ministros militares com assento no Planalto. “Não quero ter minha digital nisso”, disse um deles, ao perceber o peso negativo do pronunciamento de Bolsonaro, e deixou Palácio do Planalto antes da gravação do pronunciamento, conduzida sob o comando dos filhos e da milícia digital do bolsonarismo.

A situação de Bolsonaro vem se agravando a olhos vistos, demonstrada pelos fatos. A pressão por sua saída aumenta a cada dia, começando pelo povo que já se manifesta com panelaços por sua saída, passando pela grande mídia que já dá o seu mandato como favas contadas e já envolve vários outros setores da vida nacional.

A conferir os próximos capítulos.

 

 

*Com informações do Valor Econômico

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Deputado governista diz: “Se tentar um novo Chile, movimento popular será esmagado por Bolsonaro”

Após o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o ministro da Economia, Paulo Guedes, fazerem referência ao Ato Institucional 5 (AI-5) em caso de radicalização da esquerda, um parlamentar da base governista diz que qualquer movimento popular que se valha de armas será “esmagado” pelo presidente Jair Bolsonaro. Um dos líderes da bancada evangélica, o deputado Lincoln Portela (PL-MG) diz que essa será reação do governo em caso de conflito armado, a exemplo do que ocorreu em países vizinhos, como Chile, Bolívia e Colômbia.

Considerado um dos mais moderados da frente parlamentar evangélica, Lincoln acredita que a situação não chegará a esse nível no Brasil. Mas adverte. “Não acredito porque vem uma força esmagadora do Bolsonaro. Ele vem com tudo se houver um movimento, que será esmagado. Reprimido totalmente. Mas eles não querem isso. Nem os sindicatos querem”, ressaltou o deputado mineiro, que está em seu sexto mandato consecutivo.

Lincoln explica que a intenção do governo não é “esmagar” manifestações pacíficas, mas aquelas que descambarem para a violência, seja com pedras, armas brancas ou de fogo. Nessa hipótese, segundo ele, entrarão em ação a Força Nacional de Segurança e, em último caso, o Exército.

“Se a motivação se for a do Chile, da Colômbia, esse tipo de mobilização que está acontecendo por aí, não se iluda, que será reprimida contundentemente. E mais, 50% da população vai apoiar, porque não quer isso para o Brasil. Os 30% que não são direita nem esquerda, mas contra o radicalismo, também vão se levantar, porque vão querer defender o patrimônio deles. Quem quer sua casa apedrejada?”

Se a esquerda puser milhões de pessoas nas ruas sem partir para a violência, não haverá repressão, pois o direito à livre manifestação de pensamento será respeitado, afirma o deputado. “O confronto é uma arte que você pode fazer no campo das ideias. A esquerda tem toda liberdade para fazer a mobilização dela pacífica, como foi o movimento ‘Passe livre’, que depois foi adulterado por infiltrações”, disse.

 

 

*Com informações do Congresso em Foco