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Estado terrorista de Israel coloca em prática plano de Trump de expulsar palestinos de Gaza no projeto de limpeza étnica

Essa é a hora do mundo se posicionar ou continuar se acovardando diante das práticas neonazistas de Israel contra o povo palestino.

Os cachorros loucos do exército neonazista de Israel já foram acionados.

Trump ignora críticas vindas de todo o planeta e defende que Israel entregue Gaza aos EUA após genocídio, sobretudo de crianças.

É como publicou o New York Times, Trump enche de cercas os EUA, expulsa com todo o rigor os imigrantes, mas acha perfeitamente normal invadir a terra dos outros e expulsar sua população para se apossar do país.

Em jogo casado com os sionistas e Trump, Exército neonazista de Israel prepara plano terrorista de ‘saída voluntária’ de palestinos de Gaza por terra, mar e ar.

Esses monstros, que já mataram cerca de 20 mil crianças, além de um número inacreditável de mulheres e idosos, agora, com prescrição de Trump, barbarizarão ainda mais o povo palestino que, em Gaza, vê seu país completamente destruído, mas segue resistindo.

Certamente com patrocínio dos EUA, Trump e Netanyahu apostam no silêncio do planeta para impor outra carnificina em Gaza, mas desta vez, podem ser picados pela serpente nazista que alimentam.

O que fica claro, nesse contexto, é a força da influência sionista nos EUA e como a mente doentia dos neonazistas de Israel funciona.

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Trump virou unanimidade negativa no mundo e teve que recuar sobre Gaza

Assim como Brasil e China, Oriente Médio e Europa condenam planos de Trump de assumir o controle de Gaza.

Países que vão da Alemanha à Arábia Saudita passando pela América Latina e Ásia, rejeitam deslocamento de palestinos.,

A limpeza étnica que Israel sempre praticou na Palestina, foi anunciada com rojões pelo bufão que assina o cheque para o Estado terrorista de Israel seguir massacrando palestinos, em especial as crianças, alvos preferenciais dos sionistas assassinos.

Nada de surpresas.

A reação do planeta contra essa carnificina genocida de Israel em Gaza, deu-se pela crueza que Trump confessou.

Isso, em certa medida foi uma bofetada na cara dos hipócritas que não assumiam posição contrária a tentativa de Israel de apagar do mapa a Palestina, mas sobretudo os palestinos.

Até a imprensa dos EUA foi obrigada a repudiar tal declaração de Trump que a Palestina não deveria mais existir e que os palestinos deveriam buscar outras nações para sobreviverem.

‘Riviera’ em Gaza e ataque à agência de ajuda capturam a visão de Trump sobre o poder dos EUA

A visão do presidente Trump sobre a América do Norte em primeiro lugar é uma via de mão única que ergue muros para manter os imigrantes afastados, mas exige que outros territórios sejam cedidos aos EUA. (NYT)

O fato é que, imediatamente, o alarme acendeu e Trump desistiu de seu plano pra Gaza.

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O que restou de Gaza na véspera do cessar-fogo?

A esmagadora maioria dos mais de 47 mil palestinos esmagados por Israel em Gaza em 15 meses é de civis, entre eles mais de 17 mil crianças. Numa palavra, genocídio.

Salvo alguma sabotagem de última hora de Benjamin Netanyahu, o cessar-fogo “entre Israel e o Hamas” começa a valer às 8:30h deste domingo, 19, hora local da Palestina roubada aos palestinos.

Em 15 meses de “guerra entre Israel e o Hamas”, mais de 47 mil palestinos foram mortos pelo exército sionista na Faixa de Gaza, o que representa cerca de 2% da população de Gaza antes de 7 de outubro de 2023.

A esmagadora maioria dos esmagados por Israel em Gaza é de civis, entre eles mais de 17 mil crianças. Repetindo: mais de 17 mil crianças. Numa palavra, genocídio.

Até este sábado, 18, véspera do cessar-fogo, mais de 200 jornalistas, quase todos palestinos, foram assassinados por Israel na Faixa de Gaza neste capítulo mais recente da limpeza étnica da Palestina.

Num outro sábado, 14 de outubro de 2023, com uma semana de bombardeios em Gaza, o “jornalista” Jorge Pontual defendia na TV brasileira o “direito de Israel de atacar o Hamas” e dizia que “um cessar-fogo é o que o Hamas quer, né”.

Naquele mesmo dia, no mesmo canal, outro “jornalista”, Demétrio Magnoli, defendeu a “resposta devastadora” de Israel na Faixa de Gaza e afirmou que os esforços do governo Lula por um cessar-fogo não passavam de “alinhamento com a Rússia”.

Naquele dia, Israel já tinha matado 700 crianças em Gaza, 100 crianças mortas por dia. Dezessete mil cadáveres infantis depois, Pontual e Magnoli seguem pontificando sobre Gaza e sobre tudo na TV.

O mais recente capítulo do genocídio palestino produziu ainda mais de 110 mil feridos em Gaza, grande parte deles gravemente mutilados.

Além dos mortos e feridos contabilizados, outros 11 mil corpos, restos mortais, ainda estão sob os escombros. Será necessário uma década de trabalho para a remoção, sabe-se lá para onde, de 42 milhões de toneladas de escombros.

Em Gaza, 90% das moradias, 80% das lojas, 88% das escolas, 50% dos hospitais, 68% dos campos agrícolas, 65% das estradas foram total ou parcialmente destruídos.

Nas últimas horas, enquanto não dá a hora marcada para o cessar-fogo, o Estado sionista-genocida matou 23 palestinos e deixou 83 feridos na Faixa de Gaza.

É o cenário, é a catástrofe, com os cumprimentos da Casa Branca e da “comunidade internacional”.

*Come Ananás

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Gabinete de segurança de Israel aprova acordo, mas cessar-fogo em Gaza ainda depende do aval de Netanyahu

Ministros israelenses se reuniram para debater trégua com Hamas na Faixa de Gaza.

O gabinete de segurança de Israel aprovou, nesta sexta-feira (17), o acordo de trégua com o Hamas na Faixa de Gaza que permitirá a troca de reféns por prisioneiros palestinos, disse o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

A pré-aprovação pelo gabinete de segurança vêm após Israel acusar o Hamas, na última quinta-feira (16) de “não ter cumprido partes do acordo em uma tentativa de obter concessões de última hora”. Mas um alto dirigente do movimento islamista palestino, Sami Abu Zuhri, respondeu que as acusações não tinham “nenhum fundamento”.

A denúncia veio acompanhada de uma ameaça de que o governo Netanyahu não se reuniria para aprovar o cessar-fogo enquanto o grupo palestino não recuasse nos supostos descumprimentos. Apesar da advertência, as autoridades israelenses recuaram.

O governo Netanyahu se reunirá ainda nesta sexta-feira para decidir o veredito final sobre o acordo. Caso aprovado, o cessar-fogo deve entrar em vigor no próximo domingo (19). De acordo com manifestações de seus ministros nos últimos dias, alguns ministros de extrema direita do governo Netanyahu devem rejeitar o acordo, mas sendo minoria, o cessar-fogo deve ser aprovado.

O ministro de Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, declarou que renunciaria se o governo adotasse a resolução, que classificou como “terrível” e alegou que “conhecia bem os seus detalhes”, mesmo antes de sua publicação. No entanto, enfatizou que seu partido, Poder Judaico, não deixaria a coalizão com Netanyahu, do Likud.

Acordo de três fases

O acordo anunciado pelo Catar e Estados Unidos após 15 meses de genocídio na Faixa de Gaza prevê, em uma primeira fase de seis semanas, liberar 33 reféns em Gaza, em troca de mil prisioneiros palestinos que estão presos em Israel.

Um responsável governamental israelense declarou à AFP que as famílias dos reféns foram informadas e estavam realizando os preparativos para recebê-los. Neste primeiro momento, mulheres e crianças devem ser libertados.

Como parte do acordo, as tropas israelenses se retirarão das áreas densamente povoadas no enclave palestino. A segunda fase, ainda em negociação, verá a libertação dos reféns restantes, homens e soldados, e a retirada das tropas israelenses do território palestino.

A terceira e última fase terá como foco a reconstrução da Faixa de Gaza e o retorno dos corpos dos reféns mortos.

Pontos delicados como o futuro político de Gaza não estão sendo debatidos ainda. Netanyahu exige que o Hamas, que atua como um grupo armado de resistência e administra partes do enclave, e a Autoridade Nacional Palestina (ANP) – governo limitado estabelecido para o enclave após os acordos entre Tel Aviv e Gaza em 1993, não façam parte da administração.

Já o primeiro-ministro palestino, Mohammed Mustafa, da ANP, defende a pressão internacional sobre Israel para garantir a criação do Estado Palestino. As autoridades de Gaza também rejeitam qualquer interferência estrangeira.

Israel intensifica ataques

Antes do cessar-fogo entrar em vigor, bombardeios israelenses no território palestino ainda ocorrem. Nas últimas 24 horas, o Ministério da Saúde de Gaza registrou 88 mortes. Essa cifra eleva o número total de mortos em Gaza para 46.876 em mais de 15 meses de conflito, a maioria civis, entre mulheres e crianças, de acordo com dados considerados confiáveis pela ONU.

Na quinta-feira, o Exército israelense indicou que atacou “50 alvos” em 24 horas. As Forças de Defesa Israelenses (IDF) apostam na narrativa da eliminação de “terroristas do Hamas”, quando, na verdade, a maioria das vítimas são civis. Os ataques de Tel Aviv na Faixa de Gaza causaram mais de cem mortos, segundo as equipes de emergência, desde o anúncio do acordo na última quarta-feira (15).

O genocídio de Israel contra os palestinos, que deixou Gaza com um nível de destruição “sem precedentes na história recente”, de acordo com a ONU, eclodiu em 7 de outubro de 2023 após um ataque do Hamas em solo israelense.

Os comandos palestinos mataram 1.210 pessoas, em sua maioria civis, de acordo com uma contagem da AFP baseada em dados oficiais. Eles também sequestraram 251 pessoas, 94 das quais permanecem em Gaza. Pelo menos 34 delas teriam morrido, de acordo com o Exército israelense. De acordo com o Hamas, os reféns mortos foram vítimas dos próprios bombardeios de Tel Aviv no enclave.

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Apelos de Lula, Petro e Guterres na ONU lembram que oligarquias são a raiz do desastre global

“Aqueles que têm o poder de destruir a vida não nos escutam […] ainda que representemos a grande maioria”, declarou Gustavo Petro durante discurso na ONU.

O mundo está à beira do desastre, mas ninguém assume a responsabilidade por isso, pareceu ser a conclusão do primeiro dia do chamado “debate geral” da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas.

Talvez por isso, o secretário-geral, António Guterres, condenou o que chamou de “impunidade” global, ao abrir, nesta terça-feira (24), a sessão inicial do debate geral, junto com “a desigualdade” e “a incerteza”, um trio que está levando a civilização à beira de desastres, e essa rota é insustentável. “Estamos nos aproximando do inimaginável, um barril de pólvora que está envolvendo o mundo inteiro”, advertiu Guterres, e assinalou que as guerras, a mudança climática e a desigualdade estão piores do que nunca. Ao mesmo tempo, convidou aos participantes: “os desafios que enfrentamos podem ser resolvidos”.

Ele ressaltou a impunidade, onde “as violações e abusos ameaçam o próprio alicerce do direito internacional e da Carta da ONU”. Acrescentou que “o nível de impunidade no mundo é politicamente indefensável e moralmente intolerável”, onde governos acreditam que podem violar as convenções internacionais e a Carta da ONU, “invadir outro país ou destruir sociedades inteiras” sem consequências. Assinalou os casos da Ucrânia e de Gaza, aos quais chamou “um pesadelo sem fim que ameaça levar toda uma região”; condenou os atos do Hamas, mas afirmou que “nada pode justificar o castigo coletivo do povo palestino”, que incluiu também a morte de mais de 200 funcionários da ONU. Guterres detalhou as injustiças da desigualdade econômica e também da mudança climática, insistindo que a única solução é multilateral e urgente. E que não há muito tempo.

Lula na ONU
O desfile anual de mandatários e altos representantes dos 193 países membros começou, por tradição, com o presidente do Brasil. Luiz Inácio Lula da Silva, uma das vozes mais poderosas do Sul Global, elevou o alerta sobre o rumo atual do planeta.

Lula falou sobre os esforços do Brasil para impulsionar um acordo para frear as guerras em Gaza e na Ucrânia, e advertiu que esses conflitos demonstram o fracasso da comunidade internacional.

Da mesma forma, deplorou um sistema econômico internacional que se “converteu em um Plano Marshall ao contrário, onde os mais pobres financiam os mais ricos”. Os mais ricos, afirmou, duplicaram suas fortunas e pagam menos impostos que os pobres, proporcionalmente 60% da humanidade é agora mais pobre — ante o qual o Brasil está promovendo uma proposta para estabelecer normas mínimas de impostos globais.

Outras vozes do Sul Global
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, acusou, com um discurso lírico, que nesse fórum da ONU “aqueles que têm o poder de destruir a vida não nos escutam”, [não escutam] os que não têm armas de destruição em massa ou grande quantidade de dinheiro, “ainda que representemos a grande maioria”.

Ele advertiu ainda que “a floresta amazônica está queimando” e isso implica o fim do mundo. Acusou que, “quando Gaza morrer, toda a humanidade morrerá”, pois as crianças palestinas “são o povo escolhido de Deus”. O que ele chamou de “oligarquia mundial” da mudança climática, das guerras, das punições econômicas contra países desobedientes como Cuba, e concluiu que a pergunta agora para o mundo é: a vida ou a ganância? Indicou que chegou a hora de pôr fim à oligarquia mundial e substituí-la por uma democracia dos povos. Que já não se precisa ouvir os Biden, Xi, Putin e os europeus, mas sim os povos.

*Diálogos do Sul

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BRICS deve liderar reconstrução de Gaza junto com palestinos, diz presidente da Federação Palestina do Brasil

Ualid Rabah destaca papel do Brasil e do Sul Global no apoio à Palestina e condena Israel: ‘pior genocídio da história’.

Uma futura reconstrução da Faixa de Gaza – arrasada por Israel desde o dia 7 de outubro de 2023 – deve ser liderada pelos países do BRICS e pelos próprios palestinos, sem participação de potências ocidentais. Essa é a opinião de Ualid Rabah, presidente da Federação Árabe-Palestina do Brasil.

Em entrevista exclusiva ao Brasil de Fato, Rabah classificou positivamente a atuação do Brasil diante do massacre cometido pelas forças israelenses em Gaza e destaca o papel ativo que o país pode ter nos esforços para reconstruir o enclave palestino.

“A reconstrução de Gaza não pode ficar sob o monopólio ocidental. Isso não é mais possível. Nada que diga respeito à Palestina pode ser liderado pelo Ocidente, especialmente pelos Estados Unidos. Então, o nosso esforço é para que o Brasil lidere nos Brics ou faça um esforço nesse sentido”, afirmou.

Desde o início do massacre recente, iniciado em outubro do ano passado após ataques do Hamas, mais de 42 mil palestinos já foram mortos por Israel em Gaza, que também destruiu diversos locais cruciais de infraestrutura e importantes para a manutenção da vida no território.

“É uma tentativa de causar o colapso da capacidade reprodutiva de uma sociedade inteira. Esse é o genocídio de novo tipo, nunca foi visto”, afirmou Rabah.

O presidente da Fepal ainda mencionou o papel ativo da diplomacia chinesa, que mediou um acordo histórico entre Hamas, Fatah e outras 12 organizações palestinas em busca de unidade. “É preciso haver uma unidade Palestina e aí entra o papel da China. A Palestina e os palestinos devem encontrar um meio de reconciliação de todas as forças políticas e sociais. E das organizações não apenas partidárias ou daquilo que nós designamos como resistência”, disse.

Em termos financeiros, Rabah menciona os números citados pela União Europeia, que já disse ser necessário um investimento de US$ 90 bilhões (mais de R$ meio trilhão) para reconstruir Gaza. Para ele, deveria existir apoio da ONU e de uma comunidade de países do chamado Sul Global, mas sem a participação do Ocidente.

“É preciso reconstruir Gaza plenamente e é preciso acabar com o bloqueio a Gaza. É preciso que tudo isso aconteça em um processo de reconhecimento do Estado da Palestina, dentro de um consenso interno palestino e dentro de um consenso internacional, com base nas regras estipuladas. Deve haver, dentre essas regras, o direito de retorno dos palestinos. Sem isso, não haverá paz, nem para palestinos, nem para os que se tornaram israelenses”, disse.

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Martirizada e indomável, Gaza é símbolo universal do que o imperialismo reserva a todos nós

O genocídio de Gaza sela o fim da civilização ocidental, que deseja arrastar em sua queda o resto da humanidade. Só há uma saída: consciência anticolonial.

Gaza não é apenas Gaza. Martirizada e indomável, é também um símbolo universal. Representa o mundo colonizado. O imigrante, o oprimido, a mulher, o índio, o negro. O tratamento que Gaza receba, é o mesmo que receberemos nós, os demais. “Gaza é a primeira experiência para considerar-nos a todos descartáveis”: frase de Gustavo Petro, retomada pelo político e escritor grego Yanis Varoufakis.

Gazificação do Terceiro Mundo como estratégia imperial

O genocídio em Gaza polarizou a humanidade. De um lado, cresce globalmente uma consciência solidária e anticolonialista, derivada do apoio ao povo palestino.

Ortel Connect Music Session - Cats & Breakkies mit Ahmed EidEm uma chuvosa tarde de Bogotá do mês de junho, realiza-se um megaconcerto na Praça de Bolívar. Com uma enorme bandeira palestina no fundo e a consigna CESSAR O GENOCÍDIO, cantam músicos como nascido em Ramallah, ou o conjunto Escopetarra, porta-voz colombiano da não violência. Com a kufiya branca e preta no pescoço, as e os jovens que esperam em longas filas sob o aguaceiro, vão entrando até a praça transbordar.

No outro lado, em contraposição e ligados aos interesses de Israel, agarram-se à intolerância, à xenofobia, à islamofobia e à prática de métodos extremos de espoliação, invasão e extermínio.

Por volta da mesma data do concerto em Bogotá, no teatro Gubbangen de Estocolmo, um comando de nazistas mascarados ataca uma reunião pró-palestina de partidos de esquerda, ferindo 50 pessoas. Em Nuseirat, no centro de Gaza, uma escola da ONU é bombardeada por Israel, com um saldo de 50 mortos e dezenas de feridos. Na cidade de Washington – quando os massacrados em Gaza já ultrapassam os 40 mil – Netanyahu se faz presente e fala ao Congresso norte-americano, onde recebe uma cerrada ovação de pé.

Ante os horrores da Segunda Guerra Mundial, o escritor George Bataille teve uma visão. Bataille viu a Terra projetada no espaço como uma mulher que grita com a cabeça em chamas. A imagem aparece hoje ante nossos olhos. Somos testemunhas do genocídio: esta será nossa marca geracional.

Em Gaza, a política de terra arrasada
Israel e o sionismo, com sua política de terra arrasada e extermínio, determinam a meta e definem a pauta a seguir.

Os poderes ocidentais que apoiaram e fomentaram esta monstruosa calamidade, transformam sua ordem baseada em regras em uma ordem baseada em hipocrisia, violência e duplos critérios: condenam a invasão da Ucrânia por parte da Rússia, mas não condenam a invasão da Palestina por parte de Israel.

A tolerância e a cumplicidade com os crimes de guerra de Israel empurram o Ocidente para o abismo do inumano. Ao permitir a si mesmo o que tolerou de Israel, o Ocidente assumirá a guerra como meio e o espólio como fim. Não haverá ira nem selvageria que não considere lícitos e que não utilize em causa própria.

Crianças despedaçadas; mulheres queimadas vivas; povos condenados à sede e à fome; tortura de prisioneiros; recém-nascidos destinados a morrer; violação de todo asilo, seja escola, hospital ou campo de refugiados. Nem sequer Bosch, em sua mais delirante pintura do inferno, chegou a imaginar o que diariamente aparece hoje na tela.

Desautorizando e desprezando a ONU, os Direitos Humanos, as organizações de ajuda humanitária e os altos Tribunais Internacionais, e livres já do peso da ética, do respeito e da compaixão, os impérios antigos e o império recente vão se convertendo em máquinas raivosas, desencadeadas.

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Vão se armar até os dentes; já estão fazendo isso.

Ante uma devastadora crise ambiental, que reduziu os recursos de subsistência e ameaça esgotá-los, os países ricos aperfeiçoam a arte do saque. Encherão suas despensas às custas do resto do mundo.

Uma vez desmascarados de seu hálito civilizador, procurarão manter a fachada justificando qualquer atrocidade em nome da defesa da democracia.

Não haverá código de convivência que perdure

A distopia ocidental vai se forjando e

sobe à cabeça. Poder-se-ia prever que, assim como a queda de Constantinopla marcou a ruína do Império Bizantino, da mesma maneira, o genocídio de Gaza sela o fim da civilização ocidental.

O Império não assume passivamente sua crise irreversível. Antes de perder sua hegemonia, desejará arrastar em sua queda o resto da humanidade. Na medida em que vê questionados seus privilégios, os defende com golpes cada vez mais brutais.

Implementa medidas draconianas contra a imigração, como arrebatar os filhos a seus pais e mantê-los em jaulas. Ou como o vergonhoso asilo offshore, que consiste em deter contingentes de indocumentados para deportá-los a zonas desérticas e inóspitas do planeta, onde os esperam o isolamento, a inanição e a morte.

Atrincheira-se em fronteiras militarizadas e acumula arsenal. Levanta economias internas baseadas na indústria armamentista: desenvolvimento a serviço da morte; tecnologia de ponta para o Armagedon; laboratórios farmacêuticos, não em função da saúde, e sim das armas biológicas; bombas táticas e estratégicas; mísseis hipersônicos. Brinquedos atômicos e demais parafernálias de destruição em massa.

Adestra-se no manejo da hecatombe existencial. Apaga-se a marca do passado e o grito do presente; sobre o portal do futuro içarão a faixa: NADA TERÁ SIDO. NADA SERÁ.

Artrítico e obsoleto, seu aparelho político e desacreditadas suas instituições, ao poder colonialista resta uma saída, que acolhe sem muita reserva: dar via livre ao ascenso do fascismo. O trânsito está ocorrendo tanto nos Estados Unidos como na Europa. Se não for freado, se afiançarão como nações bárbaras, sombra de sua própria sombra.

Estes são os sinais de sua decadência. O que o Prêmio Pulitzer Chris Hedges caracteriza como o fim do domínio norte-americano.

Quando um império cai, é porque já caiu
Apesar do estrépito, em uma praça de Bogotá cantam os jovens que apoiam Gaza. E nas universidades norte-americanas – centros do saber e do poder –, os estudantes montam acampamentos, enfrentando as diretrizes e a Polícia, para denunciar Israel.

Fortalece-se a resistência, cresce a audiência.

Milhões de pessoas em todo o mundo – sobretudo jovens – expressam sua indignação ante o horror desencadeado contra o povo palestino.

Nunca antes saíram tantos a manifestar nas ruas. Rios de gente, dezenas de milhares, em Londres, Bagdá, Viena, Johannesburgo, Cairo, Cidade do México, Kuala Lumpur, Washington, Madri. Nem mesmo na época do Vietnã a população global se mobilizou em tais proporções, desafiando castigos, avisos, cadeia, despensas.

No calor do protesto, vai se forjando uma geração anticolonialista que não se filia ao modelo de civilização ocidental. Persegue uma nova forma, digna e justa, de viver e de pensar.

Os indignados da Terra criaram coragem, como David contra Golias.

Na América Latina, na África, na Ásia, no Oriente Médio, os povos sujeitos a antigas e novas submissões deixam de olhar para o Norte para olharem-se entre si. Encontram afinidades e tramam rotas de liberdade. Ao reconhecerem-se, invertem o mapa geopolítico.

A consciência anticolonial, que começa apenas como um rumor, um vapor, uma expectativa, se vai se condensando no Terceiro Mundo e na revoltada periferia das grandes cidades do Primeiro. Transformada em ponto de fuga, a efervescência da rebeldia poderá concretizar-se em programa político e plano de ação.

*Diálogos do Sul

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Israel força, de novo, deslocamento de dezenas de milhares de palestinos em Gaza

Israel expandiu as ordens de evacuação em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza. “Estamos correndo da morte para a morte”, relata um palestino.

Reuters – Israel expandiu as ordens de evacuação em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, durante a noite, forçando dezenas de milhares de residentes palestinos e famílias deslocadas a sair no escuro enquanto as explosões de disparos de tanques reverberavam ao redor. O exército israelense afirmou que estava atacando militantes do grupo Hamas – que administrava Gaza antes da guerra – que estavam usando essas áreas para lançar ataques e disparar foguetes.

No sábado, um ataque aéreo israelense a uma escola onde palestinos deslocados estavam abrigados na Cidade de Gaza matou pelo menos 90 pessoas, segundo o serviço de defesa civil, provocando indignação internacional. O exército israelense afirmou que havia atacado um posto de comando de militantes do Hamas e da Jihad Islâmica, uma alegação que os dois grupos rejeitaram como pretexto, e matou 19 militantes.

Em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, a instrução de evacuação cobria distritos no centro, leste e oeste, tornando-se uma das maiores ordens desse tipo no conflito de 10 meses, dois dias após os tanques retornarem ao leste da cidade. O anúncio foi publicado no X e em mensagens de texto e áudio para os celulares dos residentes: “Para sua própria segurança, você deve evacuar imediatamente para a nova zona humanitária criada. A área em que você está é considerada uma zona de combate perigosa.”

Philippe Lazzarini, chefe da agência das Nações Unidas para refugiados palestinos UNRWA, disse que as pessoas em Gaza estavam presas e não tinham para onde ir. “Alguns só conseguem carregar seus filhos, alguns carregam toda a sua vida em uma pequena bolsa. Eles estão indo para lugares superlotados, onde os abrigos já estão transbordando de famílias. Eles perderam tudo e precisam de tudo”, disse ele.

O exército israelense afirmou ter atingido cerca de 30 alvos militares do Hamas nas últimas 24 horas, incluindo estruturas militares, postos de lançamento de mísseis antitanque e instalações de armazenamento de armas. A ala armada da Jihad Islâmica disse que seus combatentes dispararam bombas de morteiro contra as forças israelenses que se aglomeravam nas áreas orientais de Khan Younis.

Mais tarde, no domingo, um ataque aéreo israelense perto do mercado de Khan Younis, no centro da cidade, matou quatro palestinos e feriu vários outros, disseram os médicos. Linhas de fumaça se ergueram de áreas onde aviões israelenses realizaram ataques nas partes leste e oeste da cidade. Os residentes disseram que dois prédios de vários andares foram bombardeados.

Quase 40.000 palestinos foram mortos na ofensiva israelense em Gaza desde que a guerra começou em outubro passado, e o número de mortos aumenta a cada dia, segundo o ministério da saúde de Gaza. Funcionários de saúde de Gaza dizem que a maioria das vítimas eram civis, mas Israel afirma que pelo menos um terço eram combatentes. Israel diz que perdeu 329 soldados em Gaza.

Israel iniciou seu ataque a Gaza depois que combatentes do Hamas invadiram o sul de Israel em 7 de outubro, matando 1.200 pessoas, principalmente civis, e capturando mais de 250 reféns, de acordo com os cálculos israelenses.

Dezenas de milhares forçados a partir durante a noite
A maioria dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza foi deslocada de suas casas, segundo as Nações Unidas, enquanto sua estreita faixa de terra foi em grande parte reduzida a um deserto de escombros. Autoridades palestinas e das Nações Unidas dizem que não há áreas seguras no enclave. Áreas designadas como zonas humanitárias, como Al-Mawasi, no oeste de Khan Younis, onde os residentes estavam sendo enviados, foram bombardeadas várias vezes pelas forças israelenses.

Dezenas de milhares deixaram suas casas e abrigos no meio da noite, dirigindo-se para o oeste em direção a Mawasi e para o norte em direção a Deir Al-Balah, já superlotado com centenas de milhares de pessoas deslocadas. “Estamos exaustos. Esta é a décima vez que eu e minha família temos que deixar nosso abrigo”, disse Zaki Mohammad, 28, que mora no projeto habitacional Hamad, no oeste de Khan Younis, onde os ocupantes de dois prédios de vários andares foram obrigados a sair.

“As pessoas estão carregando seus pertences, seus filhos, suas esperanças e seus medos, e correndo em direção ao desconhecido, porque não há lugar seguro”, disse ele à Reuters por meio de um aplicativo de mensagens. “Estamos correndo da morte para a morte.”

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Lula convoca líderes a não se calarem diante do “massacre interminável” em Gaza

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva apelou para que líderes mundiais não se calem diante do “massacre interminável” na Faixa de Gaza. No último sábado (13), o exército israelense bombardeou uma zona humanitária em Khan Younis deixando pelo menos 90 mortos e quase 300 feridos.

“Nós, líderes políticos do mundo democrático, não podemos nos calar diante desse massacre interminável”, publicou o presidente nas redes sociais. Fotos e vídeos verificados pela agência Sanad, da emissora catari Al Jazeera, mostraram palestinos vasculhando escombros e tendas atrás de sobreviventes.

“É estarrecedor que continuem punindo coletivamente o povo palestino. Já são dezenas de milhares de mortos em seguidos ataques desde o ano passado, muitos deles em zonas humanitárias delimitadas que deveriam ser protegidas”, protestou Lula.

Por meio de nota, o exército israelense afirmou que o ataque foi executado com armas de precisão para atingir um comandante militar do Hamas. Neste domingo (14), no entanto, o grupo afirmou que o alvo, Mohammed Deif está vivo e operante.

O bombardeio levou o grupo fundamentalista palestino a abandonar temporariamente as negociações para um cessar-fogo na Faixa de Gaza.

“É estarrecedor que continuem punindo coletivamente o povo palestino. Já são dezenas de milhares de mortos em seguidos ataques desde o ano passado, muitos deles em zonas humanitárias delimitadas que deveriam ser protegidas”, disse Lula.

No mesmo dia, outra ação de Israel deixou ao menos 17 palestinos mortos, em um ataque a um salão de orações na Zona Oeste de Gaza. Estimativas apontam que desde o início da ofensiva israelense, mais de 38 mil palestinos, a grande maioria civis, já perderam a vida e 2,3 milhões foram expulsas de suas casas.

O Ministério da Saúde Palestino diz que mais de 70% dos mortos são mulheres e crianças — estima-se em 40% o percentual de crianças entre os mortos.

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Soldados e policiais israelenses colaboram com extremistas para bloquear ajuda humanitária em Gaza

Membros que integram as equipes de segurança israelenses, incluindo a polícia e as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês), estão repassando informações privilegiadas a grupos de ativistas e colonos de extrema direita referentes à operação de distribuição de ajuda humanitária destinada à Faixa de Gaza. O objetivo é o bloqueio da entrega de suprimentos básicos na região. A informação foi revelada nesta terça-feira (21/05) por uma reportagem exclusiva publicada pelo jornal britânico The Guardian.

Ao veículo, um porta-voz do principal grupo ativista israelense responsável pelos bloqueios detalhou que as informações preliminares são diretamente recebidas pela polícia e pelo exército, com as localizações e horários específicos do trabalho humanitário dos caminhões no enclave. A comunicação é realizada por meio de troca de mensagens em grupos de bate-papo na internet e, seguindo o esquema, esses mesmos ativistas repassam os dados ao restante de seus membros e manifestantes.

Os grupos alegam que os suprimentos são “desviados pelo Hamas ao invés de serem entregues aos civis necessitados”. No entanto, trata-se de um argumento que em diversas ocasiões foi desmentido pelas próprias agências humanitárias.

“Quando a missão de um policial ou soldado é proteger os israelenses e, pelo contrário, ele é enviado para proteger comboios de ajuda humanitária – sabendo que acabará nas mãos do Hamas – não podemos culpá-lo por fornecer informações a grupos que tentam bloquear a ajuda”, disse Rachel Touitou, porta-voz do grupo israelense Tzav 9.

Comportamento inaceitável
Na semana anterior, vídeos que registravam comboios humanitários sendo bloqueados e vandalizados por colonos israelenses no posto de controle de Tarqumiya, na Cisjordânia ocupada, circularam nas redes sociais e repercutiram negativamente. O incidente levou a Casa Branca a se pronunciar, classificando o ataque como um “comportamento totalmente inaceitável”.

Imagens captaram pilhas de pacotes de suprimentos básicos, como arroz e farinha, danificados, além de caminhões pegando fogo na estrada.

De acordo com Touitou ao The Guardian, os colonos também acusam o governo israelense de dar “presentes” ao Hamas.

“Nosso propósito é enfatizar que alimentar seu inimigo, neste caso o Hamas, especialmente em tempos de guerra, é imoral […] Israel tem entregado essa ajuda humanitária sem esperar nada em troca. E 80% da população concorda com a nossa postura. O Hamas está revendendo a ajuda aos civis, que deve ser distribuída gratuitamente”, alegou o porta-voz do Tzav 9, confirmando que as operações de bloqueio continuarão “até que eles possam provar que a ajuda está chegando aos civis”.