Em sessão, senadores pedem o encaminhamento das ameaças publicadas em suas redes sociais direcionadas à comissão para a polícia. Ele responderá por tentativa de impedimento dos trabalhos da CPI.
A Comissão de Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19 quer denunciar Jair Renan, o filho 04 de Jair Bolsonaro, por vídeo feito em suas redes sociais, no qual envia um recado ameaçador ao senadores. Em uma foto, Renan mostrou uma arma e ao lado escreveu “Alô, CPI”. Rogério Carvalho (PT-SE) destacou que o comportamento do filho do presidente é crime prescrito no regulamento interno do Senado Federal. Segundo ele, pode ser caracterizado como tentativa de obstrução dos trabalhos realizados e livre exercício dos seus membros.
“Ele tem 19 anos. Um garoto de 18 anos, se cometer um crime, irá responder por isso. O fato de ele ter 19 anos já o habilita, ele tem todas as faculdades e responsabilidades criminais. Na condição de filho de presidente, ele deve servir de exemplo para todos que cometem atos de intimidação das instituições democráticas. Me parece que esse é um traço familiar agredir a democracia”, disse o parlamentar.
Além disso, Rogério Carvalho pontuou sobre outras ameaças que a comissão vem sofrendo por parte de seguidores do chefe do Executivo, que “incitam a população a assassinar todos os membros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Partido dos Trabalhadores (PT)”.
O senador pediu o encaminhamento do pedido à presidência do Senado e à Procuradoria-Geral da República (PGR), mas foi lembrado por Randolfe Rodrigues (Rede-AP) de que não é necessário acionar a PGR, pois Jair Renan não tem foro privilegiado e pode ser denunciado em uma delegacia comum.
Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI, afirmou que o presidente do Senado já foi acionado sobre o assunto. Segundo ele, Rodrigo Pacheco (DEM-RO) se mostrou “solidário à CPI, aos membros que sofreram a ameaça, e confirmou que irá tomar as providencias cabíveis”.
Ainda, em sua declaração, considerou a atitude de Jair Renan “molecagem” e comparou o vocabulário do filho 04 do presidente com o de “marginais”. “Quem tem o linguajar de chamar arma de brinquedo é marginal”, opinou sobre um trecho em que Jair Renan se refere às armas exibidas.
*Com informações do Correio Braziliense
Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00
Cintra os crimes de Bolsonaro, tudo acaba em pizza. Esse é o deboche da imagem que Bolsonaro passa para o seu gado.
Em qualquer país minimamente sério, Bolsonaro já estaria na cadeia.
Mas como aqui no Brasil ainda é tido como herói pela mídia um juiz corrupto e ladrão como Moro, que colocou Bolsonaro no poder em troca de duas pastas de um superministério e seguir impune, pior, ainda se candidatar à presidência da República, mostra que tipo de instituição de justiça temos aqui.
Por isso Bolsonaro debocha da cara de todos os brasileiros e de nossas instituições, depois de ser o responsável por covid 600 mil pessoas por conta de um esquema de corrupção dentro do ministério da Saúde envolvendo a compra de vacinas.
Como disse o general Pazuello, ele manda e quem for ministro, obedece. Ou seja, não tem como acontecer alguma coisa ali sem passar pelo seu crivo. E a CPI confirma isso. Ainda assim, nada aconteceu com Bolsonaro e seu clã, com tudo o que já se sabe sobre Flávio, Carlos, Eduardo e, agora, Jair Renan.
Bolsonaro aparece comendo pizza ao lado de seus lacaios prediletos para fazer marketing com o seu gado e dar o seguinte recado, sou o responsável por 600 mil mortes, vim para Nova York, não vacinei e serei o primeiro a discursar na tribuna da ONU.
O gado vibra com isso, sobretudo porque todos sabem que ele, depois de chamar Alexandre de Moraes de canalha, ameaçar dar um golpe de Estado, fechar o STF e, diante do fracasso das manifestações de 7 de setembro, com previsão de um milhão na Paulista, ajoelhou no milho e pediu para Temer salvá-lo num dos maiores arregos da história para Alexandre de Moraes não prender um dos seus filhos que comanda o gabinete do ódio.
Sim, a pizza foi um marketing, uma tentativa de reconstruir um mito que derrete como picolé no asfalto em brasa e vê seu chão mole que nem manteiga.
Se vai dar certo esse deboche com as instituições brasileiras, não sabemos, mas certamente, como já mostrou não só o prefeito de Nova York, mas também a população comentando negativamente a sua presença na cidade, o pária internacional promoverá a pior imagem do Brasil de que já se tem notícia na história. Com isso, Bolsonaro isola o país que não tem mais como estar isolado da comunidade internacional.
Bolsonaro nunca se importou com isso, pois seu país é Rio das Pedras. Tudo o que fez e faz está associado à milícia, melhor dizendo, às milícias, a urbana no Rio e a rural na Amazônia, aonde tem pesados testas de ferro que o representam na grilagem entre os madeireiros e garimpeiros na avançada devastação da floresta.
O mundo inteiro conhece sua ficha de cor e salteado, principalmente o morticínio que promoveu no Brasil e o comando do chamado dia do fogo que provocou o maior incêndio da história da Amazônia.
Enfim, aquele pedaço de pizza tem mais veneno e deboche do que se imagina.
Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00
“Para que ele possa dar pessoalmente um alô”, disse Alessandro Vieira ao apresentar requerimento de convocação do filho do presidente.
Senadores da CPI do Genocídio reagiram rápido ao vídeo com tom ameaçador divulgado pelo filho caçula de Jair Bolsonaro, Jair Renan Bolsonaro.
Em postagem feita no Instagram nesta segunda-feira (20), Jair Renan mostra uma caixa repleta de armas, em uma loja, e escreve: “Aloo CPI”.
O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), titular da comissão, então, apresentou requerimento para que Jair Renan seja convocado a prestar depoimento sobre a o vídeo de ameaça e também sobre suas relações com o lobista Marconny Albernaz Faria, investigado por supostamente atuar em nome da Precisa Medicamentos, empresa acusada de cometer ilegalidades no contrato que tentou importar doses da vacina indiana Covaxin para o Ministério da Saúde.
“Apresentei requerimento para convocar o senhor Jair Renan, para que ele possa dar pessoalmente um alô para a CPI e preste esclarecimentos sobre seus vínculos com o lobista Marconny Faria e supostas ameaças a parlamentares. A lei vale para todos”, disse Alessandro Vieira ao apresentar o pedido de convocação.
Apresentei requerimento para convocar o senhor Jair Renan, para que ele possa dar pessoalmente um alô para a CPI e preste esclarecimentos sobre seus vínculos com o lobista Marconny Faria e supostas ameaças a parlamentares. A lei vale para todos. pic.twitter.com/eOJrqx06Bi
Vou levantar uma questão de ordem na CPI contra as provocações nas redes sociais do Jair Renan, filho do Bolsonaro. Nós não estamos de brincadeira, e não vamos aceitar ameaças veladas. Já chega de molecagem com incitação à violência.#CPIdaCovidpic.twitter.com/LyHrhd1rp0
Mensagens de aplicativo mostram intimidade de lobista da Precisa com advogada e parentes do presidente da República.
Mensagens enviadas à CPI da Covid revelam que o lobista Marconny Albernaz de Faria, apontado como um intermediário da Precisa Medicamentos, mantinha relação com o núcleo familiar e uma advogada de Jair Bolsonaro.
O material expõe eventos realizados na casa de Marconny, em Brasília, como churrascos e passeios de lancha. O lobista ainda se dispunha a cuidar da agenda de pessoas do círculo do presidente, com o agendamento de consultas médicas e horário em salão de beleza.
As mensagens de aplicativo mostram ainda a proximidade dele com Ana Cristina Valle, ex-mulher de Bolsonaro, com o filho 04 do presidente, Jair Renan Bolsonaro, e com a advogada Karina Kufa.
A Precisa Medicamentos está no centro das investigações da CPI por suspeita de irregularidades nas negociações da vacina indiana Covaxin. O Ministério da Saúde decidiu encerrar o contrato de R$ 1,6 bilhão com a empresa para a compra de 20 milhões de doses do imunizante.
Procurada, Ana Cristina, que também é mãe de Jair Renan, não respondeu aos questionamentos da reportagem. Kufa afirmou, em nota, que nunca escondeu a amizade com Marconny, que, por sua vez, por meio de advogados, disse que as mensagens foram distorcidas.
As informações constam de conversas no WhatsApp, entre Marconny e pessoas ligadas a Bolsonaro, obtidas pela CPI após quebra judicial de sigilo do lobista a pedido do MPF (Ministério Público Federal) no Pará. A Folha teve acesso ao material.
Pelas mensagens, Kufa e o lobista chamavam um ao outro de amigos. Ela já o encontrou em diversos momentos, frequentaram a casa um do outro e marcaram almoços em diversas oportunidades.
A proximidade dos dois era tamanha que a advogada chegou a compartilhar foto de um familiar dela com o lobista no WhatsApp. As mensagens indicam que Kufa levou o parente em evento na casa do lobista.
Em uma das mensagens, de maio de 2020, a advogada de Bolsonaro aceita o convite para dar uma volta de lancha. “Borá andar de lancha???”, diz Marconny. Em seguida Kufa responde com três mensagens: “Bom dia”; “Vamos!”; “To precisando tirar a tensão da cabeça”.
Maconny também marcou duas vezes médico para a advogada e até disse que iria com ela a uma das consultas. “Marquei pra manhã seu médico às 17h. Vou com vc!!!”, afirmou em uma mensagem de junho de 2020.
A assessoria de Kufa, em nota, disse que não negou a proximidade dela com o advogado. Afirmou ainda que a advogada não tem relação com representantes da Precisa e nunca ouviu o termo “lobista” associado a Marconny.
“Ao que tudo indica, esse rótulo foi inaugurado na CPI. Ele é uma pessoa conhecida no meio jurídico em Brasília”, disse a assessoria.
*Com informações da Folha
Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00
Diálogos e documentos da Receita apontam elo com firma do filho do presidente da República; defesa nega relação de negócio ou amizade.
A empresa de Jair Renan Bolsonaro, a Bolsonaro Jr Eventos e Mídia, foi aberta com a ajuda do lobista Marconny Albernaz de Faria, apontado pela CPI da Covid como um dos intermediários da Precisa Medicamentos, mostram trocas de mensagens.
As informações constam de conversas no WhatsApp obtidas pela Folha entre o advogado e o filho mais novo do presidente Jair Bolsonaro, após quebra judicial de sigilo do lobista a pedido do Ministério Público Federal do Pará, e de análise de documentos da Receita Federal.
Os diálogos foram enviados à CPI pela Procuradoria, depois que os investigadores daquele estado, que apuravam a influência do lobista em uma indicação para órgão público, viram que Marconny havia sido citado nas negociações da Precisa Medicamentos.
A Precisa está no centro das apurações da CPI por suspeitas de irregularidades nas negociações da vacina indiana Covaxin. O Ministério da Saúde decidiu encerrar o contrato de R$ 1,6 bilhão com a empresa para a compra de 20 milhões de doses do imunizante.
De acordo com os diálogos, o lobista e Jair Renan começaram a tratar do tema no dia 17 de setembro de 2020, quando Marconny lhe escreveu: “Bora resolver as questões dos seus contratos!! Se preocupe com isso. Como te falei, eu e o William estamos a sua disposição para ajudar te ajudar”, disse.
Jair Renan, segundo as transcrições, respondeu: “Show irmão. Eu vou organizar com Allan a gente se encontrar e organizar tudo”. Em seguida, o filho do presidente diz que precisa abrir um processo para registrar a marca no INPI marcas e patentes e abrir o MEI como microempreendedor.
Marconny afirmou: “Temos que marcar uma reunião para me dizer o que está precisando. bora marcar na segunda”, diz, ao que o filho do presidente responde com “Talkei” (referência a “tá ok”, expressão usada com frequência por seu pai para uma confirmação).
No mesmo dia, o lobista mandou uma mensagem para o advogado William de Araújo Falcomer dos Santos, que o representa na CPI da Covid: “Posso marcar uma reunião com o Renan Bolsonaro na segunda às 16h?”, ao que o advogado diz que “pode, marcado”.
No dia 22 de setembro, Marconny pede que William lhe envie a localização de seu escritório para passar a Jair Renan —e recebe um “ja mando” como resposta.
Em 11 de outubro, o lobista mandou uma reportagem sobre a inauguração da empresa de Jair Renan para William, que respondeu: “Fui lá ontem. Tava legal”. Três dias depois, William disse: “Renan veio aqui hj. Fiz o certificado. Conversamos algumas coisas”, e Marconny respondeu: “coisa boa”. Em seguida, o advogado diz: “Amanhã ele assina a abertura da 1 empresa dele”.
O telefone registrado no cadastro da Receita Federal como sendo da Bolsonaro Jr Eventos é o mesmo contato do escritório de William de Araújo Falcomer dos Santos. Nesta terça-feira (31), a Folha ligou para o local e a secretária confirmou que se tratava do escritório de William, mas que o advogado estava em viagem.
Ele não respondeu os contatos feitos pela Folha por telefone, celular, emails e mensagens no WhatsApp, assim como Marconny e a Precisa Medicamentos também não se pronunciaram.
Jair Renan não respondeu o email enviado pela Folha no endereço divulgado pelo filho do presidente, em sua conta oficial do Instagram, como sendo de sua assessoria.
*Com informações da Folha
Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00
Abaixo, vocês veem a mansão em que Jair Renan e sua mãe passaram a morar. No papel ao menos, o dono é um corretor de imóveis que não tem mais nada em seu nome. Teria comprado a casa, avaliada em 3, 2 mi, com 580 mil de entrada. Financiamento do BRB. Mesmo banco que financiou mansão de Flávio.
Tem algo estranho no ar ou na mansão. Vai vendo.
A ser como se diz, o cara tem de pagar ao banco, por mês, 14.844,11. O dito “dono” mora bem longe dali, a 30 km, numa casa bem mais modesta, q ñ consta como sua. POBRE INVESTIR EM MANSÕES É UM RAMO PRÓSPERO EM BRASÍLIA. Família Bolsonaro é o Warren Buffett do Brasil. pic.twitter.com/gYSwbUAZWH
Lobista da Precisa afirma não lembrar se 04 estava em encontro na casa da advogada de Jair Bolsonaro.
O ex-secretário da Anvisa José Ricardo Santana, lobista da Precisa Medicamentos, disse à CPI da Pandemia na quarta-feira (26/8) não se lembrar se Jair Renan, filho do presidente Bolsonaro, esteve com ele em um encontro na casa da advogada de Bolsonaro, Karina Kufa. Mas pessoas presentes no evento, um churrasco, confirmaram à coluna que os dois estavam no mesmo local, bem como o advogado Marconny Albernaz, também tido como lobista da farmacêutica.
O encontro, num fim de semana de maio, reuniu amigos da advogada e contou com cerca de 10 pessoas.
Santana foi secretário-executivo da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos da Anvisa e é suspeito de ter tentado favorecer a Precisa Medicamentos em licitações do Ministério da Saúde.
Informações vazadas
Ainda durante a CPI, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) apresentou mensagens, que mostram que Francisco Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos, vazou informações a respeito de uma operação da Polícia Federal (PF) antes de ser deflagrada.
*Guilherme Amado/Metrópoles
Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00
Um casarão de veraneio à beira do mar de Porto de Galinhas (PE), com dois andares, sete quartos (três suítes), piscina e outros confortos disponíveis para até 20 pessoas. Foi nesse local, apelidado de “Casa dos Sonhos”, que Jair Renan, filho de Jair Bolsonaro, hospedou-se no início deste mês durante uma temporada de seis dias passeando pelo Nordeste. A diária no espaço custa R$ 2,5 mil. Mas o jovem não precisou arcar com um centavo sequer.
Motivo da cortesia? Uma permuta fechada com a administração do local. Os responsáveis dizem que cederam uma noite para a estada de Jair Renan em troca de um publipost voltado aos 502 mil seguidores dele.
Na mesma viagem, o Zero Quatro esteve em Recife e Maragogi (AL). Neste último destino, fez propaganda para o Hotel Areias Belas, que prefere não informar se fechou parceria nesse mesmo esquema — lá, a diária dos quartos diante do mar, semelhantes ao de Jair Renan, não sai por menos de R$ 500 na temporada atual.
Aos 23 anos, Jair Renan é investigado desde março pela PF por tráfico de influência, sob a suspeita de ter utilizado a proximidade com o governo do pai para beneficiar a si mesmo através da própria empresa de eventos.
A Bolsonaro Jr. Eventos e Mídias tem, entre seus projetos, um camarote no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. O espaço vinha sendo divulgado por meio das redes sociais, mas sumiu delas após o início das apurações.
O senador Flávio, o vereador Carlos, o deputado Eduardo e Jair Renan são alvos em diferentes casos.
Com o inquérito recém-aberto para apurar a conduta de Jair Renan, órgãos de investigação como a Polícia Federal e o Ministério Público têm agora quatro filhos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no foco de apurações.
Além de Renan, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) são alvos em diferentes casos.
As suspeitas incluem desvio de recursos públicos, contratação de funcionários fantasmas, compra de imóveis com pagamento em dinheiro vivo e envolvimento na organização de manifestações que pediram o fechamento de instituições como Congresso e Supremo Tribunal Federal.
Procurados pela Folha, apenas Flávio se manifestou sobre as investigações. Por telefone, o advogado Frederick Wassef negou as irregularidades atribuídas a seu cliente no caso das “rachadinhas” e afirmou que o senador foi alvo de um inquérito repleto de ilegalidades.
O filho mais novo do chefe do Executivo é investigado pela PF por suposto tráfico de influência por meio da Bolsonaro Jr Eventos e Mídia, empresa aberta em novembro.
O inquérito foi instaurado na segunda-feira (15), a partir de um pedido feito pela Procuradoria da República no Distrito Federal), no dia 8 de março, segundo revelou o Painel, da Folha.
A medida foi tomada pela Procuradoria com base em representações movidas pelo deputado Ivan Valente (PSOL-SP) e pelos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Humberto Costa (PT-PE), que citaram reportagens da revista Veja e da Folha.
A Veja revelou em novembro que Renan visitou as instalações de um grupo empresarial do Espírito Santo que comercializa material de construção. Logo depois, informou a revista, eles doaram um carro elétrico a Renan, avaliado em R$ 80 mil, e conseguiram apresentar um projeto ao ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.
Já a Folha revelou em dezembro que a cobertura com fotos e vídeos da festa de inauguração da empresa de Renan, em outubro, foi realizada gratuitamente por uma produtora de conteúdo digital e comunicação corporativa, a Astronautas Filmes, que presta serviços ao governo federal.
Somente no ano passado, a empresa recebeu ao menos R$ 1,4 milhão do governo Bolsonaro. A empresa prestou serviços para os ministérios da Educação, Saúde e Casa Civil.
O proprietário da Astronautas admitiu que realizou os serviços para a empresa de Renan. A Procuradoria chegou a pedir, em apuração preliminar, informações sobre a empresa, como sua composição societária, endereços, possíveis procuradores, contratos firmados com a administração pública ou recebimento de recursos públicos.
Também solicitou pesquisa sobre as pessoas jurídicas nas quais Renan consta como sócio, bem como sobre a existência de eventuais contratos firmados com a administração pública ou recebimento de recursos públicos por parte das mesmas.
Carlos, por sua vez, é investigado pelo Ministério Público do Rio sob a suspeita de ter empregado funcionários fantasmas em seu gabinete em seu primeiro mandato (iniciado em 2001) na Câmara Municipal da capital fluminense.
Também foi interrogado pela PF, no ano passado, no inquérito dos atos antidemocráticos, do STF, investigação que busca identificar os responsáveis por ataques e ofensas à corte.
Um dos alvos, segundo as apurações, é o chamado “gabinete do ódio”, que atua no Palácio do Planalto sob a tutela de Carlos. A existência do gabinete foi revelada pela Folha em 2019.
Eduardo é foco de uma apuração preliminar da PGR (Procuradoria-Geral da República) sobre pagamentos em dinheiro vivo na aquisição de dois imóveis na zona sul do Rio entre 2011 e 2016.
Assim como o irmão Carlos, foi também citado e interrogado no inquérito dos atos antidemocráticos.
Em depoimento prestado à polícia em setembro, o deputado Alexandre Frota (PSDB–SP) levou diversos números de IPs de computadores de Brasília e do Rio de Janeiro que teriam sido identificados como participantes de ações de disseminação de fake news na internet. Segundo o parlamentar, os IPs estão ligados a um email oficial do filho do presidente.
A delegada Denisse Dias Ribeiro, encarregada do inquérito, enviou a Moraes um relatório inconclusivo sobre as investigações. Moraes pediu à PGR um parecer sobre o caso.
Filho mais velho do presidente, Flávio é acusado de liderar um esquema de “rachadinha” em seu antigo gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, levado a cabo por meio de 12 funcionários fantasmas entre 2007 e 2018.
No período, ele exerceu consecutivos mandatos de deputado estadual. Um de seus principais assessores, o ex-PM Fabrício Queiroz foi apontado por investigadores como o operador do esquema.
O esquema consistia na apropriação de parte dos salários pagos aos assessores lotados em seu antigo gabinete da Assembleia Legislativa do Rio
Flávio foi denunciado pelo Ministério Público do Rio em novembro de 2020 sob a acusação dos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Uma das ex-mulheres de Bolsonaro, Ana Cristina Valle, também foi citada no inquérito das “rachadinhas”. Ela teve oito parentes empregados no gabinete de Carlos na Câmara do Rio. Os dados financeiros mostraram que eles sacaram, em média, 84% dos salários. A suspeita é de que devolviam parte do valor.
O nome da atual mulher do presidente, Michelle Bolsonaro, também apareceu na quebra de sigilo bancário de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, no mesmo inquérito. O documento do Coaf mostrou que ele depositou R$ 72 mil na conta da primeira-dama entre 2011 e 2018.
A esposa de Queiroz, Márcia de Aguiar, colocou mais R$ 17 mil, somando-se R$ 89 mil.
Dias depois de apresentada a denúncia contra ele no caso das rachadinhas, Flávio iniciou as tratativas da compra de uma mansão por R$ 6 milhões em Brasília.
Partidos de oposição no Congresso protocolaram ofício no último dia 3 solicitando abertura de processo contra o senador no Conselho de Ética do Senado para investigar a transação.
Eles questionam a origem do dinheiro da transação e as taxas praticadas no financiamento. A Folha obteve no cartório de Brazlândia (DF) a íntegra da escritura registrada de compra e venda o imóvel.
Segundo o documento, o parlamentar financiou R$ 3,1 milhões, liberados pelo BRB (Banco de Brasília), comandado por Ibaneis Rocha (MDB), um aliado de Jair Bolsonaro. Já a parcela inicial do financiamento equivale a mais da metade da renda declarada do casal.
A prestação inicial assumida pelo parlamentar e por sua mulher é de R$ 18.744,16. Juntos, segundo o documento, eles comprovaram renda de R$ 36.957,68. Ele declarou ganhar R$ 28.307,68 e ela, R$ 8.650. Flávio nega irregularidades na transação.
No mês passado, Flávio conseguiu uma vitória no STJ (Superior Tribunal de Justiça), que anulou a quebra do sigilos bancário e fiscal do parlamentar no caso das “rachadinhas”, comprometendo parte das provas reunidas pelos investigadores no Rio.
Na última terça-feira (16), porém, o senador foi duplamente derrotado. A mesma corte julgou outros dois recursos de Flávio e manteve o compartilhamento de dados do Coaf (Conselho de Controle das Atividades Financeiras) com a Promotoria, um importante conjunto probatório, e decisões do juiz da primeira instância da Justiça fluminense, questionadas após o Tribunal de Justiça entender que a investigação deveria ter tramitado desde seu início na segunda instância.
Frederick Wassef afirmou que Flávio é inocente. “Meu cliente foi vítima de uma campanha midiática. Poucas vezes tivemos voz para explicar detalhes de tudo o que está acontecendo”, afirmou o advogado.
“Jamais entrou um real [ilícito] em sua conta. Até hoje, dois anos e meio depois, nada ocorreu. Levaram mais de dois anos para apresentar uma denúncia, tamanha a dificuldade por falta de elementos. Agora, com o que decidiu o STJ, essa denúncia não existe. Tem que começar tudo do zero.”
O que há contra cada filho de Bolsonaro
A Polícia Federal investiga suposto tráfico de influência de Renan por meio de sua empresa Bolsonaro Jr Eventos e Mídia, aberta em novembro.
A medida foi tomada depois de a revista Veja revelar que um grupo de empresários capixabas, que propôs parcerias com Renan, conseguiu apresentar um projeto ao ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.
O grupo doou um carro elétrico para a empresa do filho do presidente. O inquérito também apura revelação da Folha de que a cobertura da inauguração da empresa de Renan foi feita gratuitamente por uma produtora que presta serviços ao governo.
Eduardo Bolsonaro, 36‚ deputado federal (PSL-SP) É alvo de uma apuração preliminar da PGR (Procuradoria-Geral da República) sobre pagamentos em dinheiro vivo na aquisição de dois imóveis na zona sul do Rio de Janeiro entre 2011 e 2016.
O caso foi revelado em setembro pelo jornal O Globo e envolve duas transações imobiliárias que custaram R$ 150 mil em espécie (R$ 196,5 mil em valores corrigidos pela inflação). Assim como o irmão Carlos, é citado no inquérito dos atos antidemocráticos, do STF e foi interrogado pela Polícia Federal.
Carlos Bolsonaro, 38‚ vereador (Republicanos-RJ) É investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro sob a suspeita de ter empregado funcionários fantasmas em seu gabinete durante seu primeiro mandato (iniciado em 2001) na Câmara Municipal da capital fluminense.
Também foi interrogado pela Polícia Federal no inquérito dos atos antidemocráticos, do STF (Supremo Tribunal Federal), do qual são alvos assessores do Palácio do Planalto ligados ao vereador.
Flávio Bolsonaro, 39‚ senador (Republicanos-RJ) Foi denunciado, em novembro de 2020, pelo Ministério Público do Rio sob a acusação de ter praticado os crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa no caso das “rachadinhas”.
O esquema consistia na apropriação de parte dos salários pagos aos assessores lotados em seu antigo gabinete da Assembleia Legislativa do Rio. Dias depois de a denúncia ser apresentada pela Promotoria, Flávio iniciou as tratativas da compra de uma mansão por R$ 6 milhões em Brasília, negócio escriturado em janeiro
A segunda mulher do presidente Jair Bolsonaro, Ana Cristina Valle, chegou de mudança em Brasília ontem. Ela vivia em Resende, no Sul do Rio de Janeiro, e tem declarado que decidiu se estabelecer na capital federal para ficar mais perto de Jair Renan, filho dela com o presidente Jair Bolsonaro.
Pessoas próximas a ela ouvidas pela coluna contaram que, além disso, a mudança também foi motivada por um desejo de ficar distante de familiares, que como ela, são alvo do Ministério Público do Rio de Janeiro nas investigações sobre “rachadinha” nos gabinetes de Flávio e Carlos Bolsonaro. Ao todo, 17 familiares dela são investigados entre os dois casos, além dela própria. Os parentes cobra.
Questionada pela coluna, Ana Cristina disse que foi chamada para depor, mas, que o promotor não entrou no link disponibilizado para a oitiva. “Costumo dizer que estamos à disposição da Justiça, entendeu? Quem não deve, não teme”, afirmou ela. O caso de Carlos era apurado pelo Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (Gaecc), mas o MP agora avalia a sequência dos trabalhos do grupo e ainda não há definição sobre onde a investigação será finalizada. Ela foi aberta em julho de 2019.
Ana Cristina foi chefe de gabinete do “zero dois” entre 2001 e 2008 e é responsável pela nomeação de diversos parentes, alguns chegaram a morar em outros estados durante o período em que constaram como funcionários de Carlos. Entre os três gabinetes da família Bolsonaro, 18 familiares de Ana Cristina estiveram nomeados em algum momento desde 1998 até 2018.
Desde o ano passado, Ana Cristina vinha comentando com amigos e conhecidos sobre a vontade de mudar de Resende. Chegou a cogitar um retorno para a Noruega. Foi lá que ela conheceu seu atual marido, Jan Raymond Hansen. Jan não mudará com ela para Brasília. Ele retorna para a Europa.
Nesse primeiro momento, Ana Cristina ficará instalada no apartamento onde mora Jair Renan e que é de propriedade do presidente Jair Bolsonaro. Conforme mostrou a Folha, o imóvel foi adquirido, em espécie, por R$ 75 mil, em 2000. O objetivo dela, porém, é mudar-se para um local maior nos próximos meses. Ela também disse que deve trabalhar no camarote 311, no estádio Mané Garrincha, uma empresa aberta por Jair Renan. Nos bastidores, também cresce a expectativa de que ela vá disputar novamente um mandato em 2022.
Já em Resende, Ana Cristina deixará para alugar uma casa no bairro Morada da Colina. O espaçoso imóvel possui dois pisos, três quartos, um escritório e piscina. Ela tentará alugar o imóvel por pouco mais de R$ 6 mil.