Não vamos aqui entrar no mérito da esbórnia institucional que é o sistema de justiça no Brasil que deixou a coisa chegar aonde chegou, a partir de uma quadrilha montada por um juiz de primeira instância que arruinou a economia brasileira, dizimou milhões de empregos de trabalhadores e trabalhadoras e levou o país ao caos em que se encontra.
Isto é um fato definitivo que não tem mais o que se discutir. A fragilidade institucional do sistema de justiça no Brasil, pelo menos como garantias para a sociedade, é uma aberração do tamanho da aberração que é o espírito de corpo dessa casta impenetrável que vive em um mundo paralelo gozando dos maiores salários e privilégios da República.
Isso já explica como os bandoleiros de Curitiba avançaram, assim como os chamados novos cangaceiros, desses que barbarizaram a cidade de Criciúma nessa madrugada para levarem uma caçamba de dinheiro.
A docilidade que os crimes cometidos pelo juiz e pela Força-tarefa da Lava Jato encontraram como resistência das instituições de controle, não tem graça comentar, o que faz a nossa paupérrima democracia ser reduzida a um mero nome fantasia.
O que aqui se coloca, já que não há por onde estabelecer uma discussão mais ampla tal o nível de contaminação de um sistema de justiça apodrecido, que vamos tratar, a grosso modo, quem, na sociedade, ganhou e quem perdeu.
Dos partidos políticos, o PMDB, que abriga os maiores bandidos da história da República, chegou ao poder com Temer, num combinado de vigaristas em que participaram Eduardo Cunha e Aécio Neves para derrubarem, não simplesmente uma presidenta honrada, mas mais de 54 milhões de votos dados a ela.
Então, começamos essa conta com o que há de mais importante para os brasileiros, a sobrevivência, lembrando que, sem apresentar até hoje, um esboço, um rabisco, um borrão, uma desconfiança qualquer de provas contra Lula, Moro o condenou e prendeu para transformar Bolsonaro em presidente da República e ganhar um ministério.
Bolsonaro, no poder, transformou-se no genocida que ele prometia ser já durante sua trajetória como deputado, inútil para a sociedade tanto quanto é como presidente, por total frieza, aspereza humana e total desleixo com a vida de quem não é de sua família. Bolsonaro transformou a pandemia no Brasil numa bomba biológica que ele produziu contra a população com seu negacionismo criminoso, matando, até aqui, mais de 173 mil brasileiros.
Do ponto de vista econômico, desde o golpe com Temer e, depois, com Bolsonaro, os bancos nunca lucraram tanto, sendo disparado os mais beneficiados financeiramente com a instalação da Força-tarefa desse cangaço curitibano.
A incontável quantidade de dinheiro que a Petrobras teve que pagar de indenização aos americanos, os mesmos que, agora, pagarão a Moro, em dinheiro vivo, por seus serviços sujos em prol dos EUA, também está entre os benefícios financeiros que a Lava Jato, Moro e procuradores produziram contra o país.
Isso, depois de Moro e, principalmente Dallagnol, rechearem os bolsos com volumosas quantias não declaradas à sociedade, com palestras, a maioria paga pelo sistema financeiro, enquanto, do outro lado, explodiu um número de moradores de rua Brasil afora. O país voltou ao mapa da fome, assim como houve um aumento importante da mortalidade infantil em decorrência da fome, mortalidade que havia sido erradicada pelos governos Lula e Dilma.
Mas a coisa não para aí. Com a quebradeira provocada por esse filão de aspectos aqui citados e tantos outros que só não citamos para que esse texto não se transforme em uma bíblia, os grandes abutres internacionais do sistema financeiro estão comprando na liquidação empresas brasileiras que se encontram na bacia das almas, e são muitas, milhares, o que, consequentemente produzirá ainda mais desemprego no país.
Moro que, segundo Mainardi, seu assessor de comunicação, vai para Washington trabalhar na empresa Alvarez & Marsal, consultoria que administra os escombros da Odebrecht, receber uma bolada como capanga de milícia que é, não desistiu de se candidatar à presidência da República. Ou seja, o cínico ainda tem a pachorra de querer posar de herói em carro aberto sobre os escombros de um país arrasado pela Lava Jato com os aplausos calorosos de Cármen Lúcia, Fachin, Barroso e Fux.
*Carlos Henrique Machado Freitas
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