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Política

O lobby da Globo contra a recuperação da engenharia brasileira

Jornal diz em editorial que “é absurdo anular acordos de leniência da Lava-Jato”, que destruíram as construtoras brasileiras.

O jornal O Globo, que apoiou a Lava Jato, operação que destruiu todas as grandes construtoras brasileiras e eliminou 4,4 milhões de empregos, transformando engenheiros em motoristas de aplicativos, faz lobby, em seu editorial deste domingo, contra a recuperação da engenharia brasileira, que já foi respeitada como uma das melhores e mais competitivas do mundo.

“É absurdo anular acordos de leniência da Lava-Jato”, diz o editorial, que ainda afirma que “a ação movida por três partidos no Supremo cria revisionismo para expurgar corrupção da História”.

Embora reconheça abusos do ex-juiz suspeito Sergio Moro, hoje senador, o Globo mantém a pressão para que as construtoras brasileiras não se levantem. “Os erros e ilegalidades cometidos pelo então juiz Sergio Moro em conluio com procuradores são todos de conhecimento público, assim como suas decisões sobre a própria carreira política fora do Judiciário. Nenhum desses fatos, contudo, justifica interromper o ressarcimento do Estado por criminosos confessos”, aponta o texto.

“Os três partidos tentam sustentar que o Brasil viveu um período de violação generalizada de direitos fundamentais, batizado com o epíteto curioso de Estado de Coisas Inconstitucional. Esquecem que as empresas brasileiras envolvidas na Lava-Jato fizeram acordos com a Justiça de outros países, como Estados Unidos ou Suíça. Será que, na visão de PSOL, PCdoB e Solidariedade, nesses lugares também houve atropelo indiscriminado de direitos fundamentais?”, questiona o Globo, ignorando o fato de que a Lava Jato foi também uma ação internacional contra o Brasil, para que o País, que se tornava a sexta economia do mundo, voltasse a ser um país subdesenvolvido – o que de fato aconteceu.

O editorial deixa claro que o jornal O Globo atua hoje contra os interesses nacionais e fará de tudo para manter as empresas brasileiras e a economia brasileira na lona.

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Política

Moro faz lobby contra as construtoras e o setor de engenharia no Brasil

O ex-juiz suspeito Sergio Moro, que se elegeu senador, protestou, na noite deste sábado, contra a proposta que renegocia as multas dos acordos de leniência impostas às construtoras brasileiras, que foram destruídas na Lava Jato. Tal ação de lawfare, condenada até pelo Papa Francisco, destruiu mais de 4 milhões de empregos no Brasil, paralisou praticamente todas as obras públicas, transformou engenheiros em motoristas de aplicativo e promoveu um golpe de estado no Brasil que mudou, para pior, o modelo econômico. De forma irônica, Moro disse que se trata de dar “picanha” às empreiteiras:

Em 2021, o estudo do Dieese “Implicações econômicas intersetoriais da operação Lava Jato” mostra que Brasil perdeu R$ 172,2 bilhões de reais em investimento no período de 2014 a 2017.

O montante que o país perdeu em investimentos é 40 vezes maior do que os recursos que os procuradores da força-tarefa da lavo jato do Paraná anunciaram ter recuperado e devolvido aos cofres públicos. No total, a Lava Jato contribuiu para exterminar cerca de 4,4 milhões de postos de trabalho.

A maneira como as denúncias eram feitas visava a desmoralização e a destruição da imagem de empresas, inclusive paralisando atividades, resultando em perda de postos de trabalho, apontou a Central Única dos Trabalhadores.

Somente no setor de construção civil, cerca de 1,1 postos de trabalho foram extintos. Mas os reflexos também se estendem a outros setores como comércio e serviços, transportes, alimentação e até mesmo, indiretamente, nos serviços domésticos.

Com os impactos negativos da redução de investimentos e do emprego, a massa salarial foi reduzida em cerca de R$ 85 bilhões.

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Opinião

Chafurdado até o pescoço no lobby do MEC, Bolsonaro diz que a prisão de Ribeiro vai respingar nele

Se Bolsonaro está admitindo que a prisão de Ribeiro vai respingar nele, é porque está enlameado de cima abaixo nessa história. Afinal não dá para dizer, como lhe é de costume, que ele não conhecia o suposto criminoso.

Ribeiro era um dos mais prestigiados ministros de Bolsonaro, o homem certo para comandar uma tropa de pastores evangélicos que utilizam o púlpito dos templos para fazer propaganda política permanente de Bolsonaro. Disso, todos sabem.

Fazer propaganda política permanente de Bolsonaro em troca de verbas do MEC, incluindo até barras de ouro, como foi exibido por reportagens em hotel em Brasília.

Bolsonaro está até o pescoço nessa história e isso foi dito pelo próprio Milton Ribeiro, em gravação vazada, deixando claro que a frase dita por Pazuello valia também para o Ministério da Educação, “Bolsonaro manda, a gente obedece”.

Aliás, naquela fatídica reunião ministerial de botequim, Bolsonaro deixou claro que move o mundo, derruba quem tiver que derrubar, senão cumprir as suas ordens, isso em qualquer escalão.

Ou seja, estamos falando de metodologia, que Bolsonaro chama de compliance, que otimizou o maior escândalo de corrupção da história no Ministério da Educação, o que só constata, quem usa o próprio punho é o dono birosca. Não há punho alheio nessa lama que foi flagrada em conversa vazada do próprio Milton Ribeiro.

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Política

Áudios apontam lobby de militar para a Davati

Tenente-coronel Marcelo Blanco teria intermediado encontro entre representante da empresa e Roberto Dias, do Ministério da Saúde.

Áudios obtidos pelo Estadão em posse da CPI da Covid indicam que o tenente-coronel da reserva do Exército Marcelo Blanco, ex-assessor do Departamento de Logística (DLOG) do Ministério da Saúde, usou a experiência como funcionário da pasta e a boa relação com seu ex-chefe, Roberto Dias, para abrir caminho a um interessado em vender 400 milhões de doses inexistentes de vacina contra covid-19. A reportagem é do Estadão.

As mensagens com as orientações foram enviadas cerca de 40 dias após o militar deixar o ministério. Os áudios sugerem uma atuação de Blanco em conjunto com Dias, nome indicado pelo Centrão para ocupar a diretoria do DLOG no governo de Jair Bolsonaro.

As gravações, mantidas sob sigilo, foram entregues à CPI por Cristiano Alberto Hossri Carvalho, representante da Davati Medical Supply, empresa que propôs vender até 400 milhões de doses da AstraZeneca ao governo. A Davati, no entanto, não representava a farmacêutica e não possuía as doses.

No dia 3 de março, Blanco enviou mensagem de áudio a Carvalho, na qual deu orientações sobre como acessar Dias. O coronel havia sido exonerado em 19 de janeiro. “Então, me faz uma gentileza, faz em nome do Roberto e manda naquele e-mail dele, do Roberto, né, e do DLOG. São dois e-mails que eu passei para o Dominghetti. Dele, Roberto, institucional, e do próprio departamento institucional. Entendeu?”, orientou Blanco, numa referência ao policial militar Luiz Paulo Dominghetti, que também se apresentou como representante da Davati.

O segundo áudio também menciona Dominghetti. “Cristiano, só uma dúvida aqui. A representação não ia se dar por intermédio do Dominguetti? Ou eu entendi errado? É, porque aí no caso é você representando, né? Nessa carta, né?”

Cabo da PM de Minas, Dominghetti tinha aval de Carvalho para negociar vacinas em Brasília. O policial relatou ter ouvido de Dias, então diretor de Logística do Ministério da Saúde, pedido de propina de US$ 1 por dose para fechar o acordo.

A mensagem de Blanco é posterior ao jantar em que, segundo Dominghetti, a cobrança de propina teria sido apresentada, em 25 de fevereiro. Foi o coronel quem levou Dominghetti ao local do encontro e estava à mesa quando o pedido de pagamento teria sido feito. Três dias antes do encontro, Blanco abriu a Valorem Consultoria em Gestão Empresarial, representante comercial de medicamentos e insumos, que também atua na área de consultoria empresarial.

A CPI da Covid quer aprofundar as investigações sobre a relação entre Dias e Blanco. O coronel deve prestar depoimento ao colegiado após o recesso parlamentar. A comissão retoma as atividades em agosto e o requerimento do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) para ouvir Blanco já foi aprovado.

‘Orientação’

Blanco disse ao Estadão que não negociou as vacinas e passou apenas uma orientação a Carvalho. “Eu oriento, (que) seja enviado nos e-mails institucionais, justamente para dar uma clareza e uma transparência de um ato lícito”, afirmou. “Eu jamais articulei ou intermediei nada. Eu só orientei: ‘Cara, envia nos e-mails institucionais’. Porque ali a coisa é formal. Foi tão somente isso”, declarou.

No depoimento à CPI, em 15 de julho, Carvalho disse que, logo após o jantar que Dominghetti teve com Blanco e com Dias, “me foi reportado que tinha um pedido de ‘comissionamento extra’ para o grupo do Blanco”. De acordo com ele, Blanco o procurou pela primeira vez em 1.º de março e disse que gostaria de fazer uma call com ele e Dias. “Aparentemente, o Roberto Dias havia indicado Marcelo Blanco para negociar comigo, porque ele falava em nome do Roberto Dias o tempo todo”, afirmou Carvalho.

O coronel, porém, negou que tenha havido pedido de propina e que existisse um “grupo do Blanco”. “Que grupo? Chega a ser hilário um negócio desses. Me colocou como chefe de quadrilha.” Ele disse achar “natural” usar o conhecimento agregado de sua passagem pelo Ministério da Saúde em sua empresa de consultoria empresarial. “É natural que você possa utilizar isso daí de forma lícita, legal, quando você estiver do lado de fora. Até porque o meu cargo, até por ser um cargo de muito pouca expressão no ministério, não exigia quarentena”, afirmou ele ao Estadão.

Relação

Ao depor na CPI da Covid, Dias desconversou sobre seu vínculo com Blanco. “É um ex-colega de trabalho”, disse. Para o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), Dias afirmou apenas que conversava com o então colega de trabalho. “Foi meu assessor, foi meu diretor substituto. Era uma indicação do general (Eduardo) Pazuello e, eventualmente, eu conversava com o coronel Blanco.” Blanco disse que tinha uma relação “muito amistosa” com Dias, “como tinha com todo mundo”.

Por meio de nota, a defesa de Dias afirmou que “falas, escritas e/ou posicionamentos do coronel Blanco devem ser a ele questionados”. “Desconheço quaisquer desses diálogos com a minha pessoa, eis que nunca representaram um posicionamento meu ou do departamento”, diz o comunicado.

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Jornalista revela que Reino Unido fez lobby com Bolsonaro antes de ele ser eleito presidente

Os contatos privados do governo britânico com o atual presidente do Brasil podem explicar o porquê da vacina britânica contra a COVID-19, da AstraZeneca, ser prioridade para o governo sul-americano, conta jornalista investigativo à Sputnik.

O governo britânico teria secretamente feito lobby com o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, em nome dos interesses de grandes corporações britânicas, mesmo antes dele ter sido eleito para a Presidência em 2018, segundo documentos obtidos pelo site de notícias independentes Brasil Wire.

John McEvoy, jornalista investigativo, explicou à Sputnik a importância de suas descobertas, conforme descrito em seu artigo “‘Strategic Partners’: Britain’s secret lobbying of Bolsonaro for Big Pharma, Oil and Mining” (“‘Parceiros estratégicos’: lobby secreto britânico de Bolsonaro por grande farmacêutica, petróleo e mineração”).

Sputnik: Explique o que você e seus colegas encontraram em relação a esses documentos que mostram o lobby pré-eleitoral de Jair Bolsonaro pelo governo do Reino Unido?

John McEvoy: Descobrimos que o governo britânico estava secretamente fazendo lobby para o candidato Jair Bolsonaro antes da eleição presidencial de 2018. O então embaixador britânico no Brasil, Vijay Rangarajan, convidou Bolsonaro para uma reunião privada na residência pessoal de Rangarajan com os “parceiros estratégicos” britânicos no Brasil. Esses “parceiros estratégicos” são uma lista das principais corporações britânicas – BP, Shell, AstraZeneca, Anglo-American e outras. Também temos detalhes de mais reuniões entre Bolsonaro e representantes britânicos antes, durante e depois da campanha eleitoral de 2018. Bolsonaro conduziu abusos dos direitos humanos consideráveis e uma resposta desastrosa à COVID-19, logo é importante saber qual o papel britânico neste país.

Sputnik: Não é normal os governos fazerem lobby entre si?

John McEvoy: Sim, é normal – parte da missão do Escritório de Relações Internacionais, Comunidade e Desenvolvimento (FCDO, na sigla em inglês) é proteger e apoiar as empresas britânicas no exterior. Porém, Jair Bolsonaro – um homem que pediu o retorno de uma ditadura ao Brasil e que se expressa abertamente em seu ódio pelas comunidades indígenas brasileiras – não é normal. Nesse contexto, estava bem claro, em junho de 2018, que suporte da BP ou da Shell, por exemplo, no Brasil poderia implicar a expansão para territórios indígenas, abusos dos direitos humanos, e venda de recursos soberanos do Brasil. Agora, também vimos a resposta desastrosa de Bolsonaro à COVID-19. Ele colocou quase todas as esperanças do Brasil na vacina AstraZeneca, recusando-se a fazer pedidos de outras opções mais viáveis. Quase 200 mil brasileiros morreram de COVID-19, e vale a pena questionar se os esforços de lobby britânicos contribuíram para essa política desastrosa.

Sputnik: Qual é a importância, se houver, do fato de que esses esforços de lobby começaram antes de Bolsonaro ser eleito?

John McEvoy: Acho importante obter detalhes de toda e qualquer comunicação britânica com Bolsonaro […], mas também é importante que essa comunicação tenha ocorrido antes das eleições, dado o longo e conhecido histórico de interferências britânicas em eleições estrangeiras. Se Bolsonaro se recusasse a jogar com o capital britânico, teria de se preocupar com o Reino Unido apoiando secretamente outro candidato?

Sputnik: Existem exemplos do governo brasileiro favorecendo os interesses comerciais do Reino Unido em detrimento dos seus próprios interesses por causa desse lobby?

John McEvoy: A confiança de Bolsonaro na vacina AstraZeneca foi descrita como “absurda” e “perigosamente homicida”. Este é, talvez, o exemplo mais presciente, mas a BP, a Shell e a Anglo-American também expandiram a sua presença no Brasil. Bolsonaro supervisionou com eficácia uma venda incerta dos recursos naturais do Brasil, e essas empresas de mineração britânicas estão entre as que mais lucraram.

Sputnik: De onde vieram esses documentos?

John McEvoy: Estivemos em uma batalha prolongada pela liberdade de informação com o FCDO no ano passado. Aos poucos, estamos obtendo mais e mais detalhes das relações britânicas com Bolsonaro antes, durante e depois da eleição presidencial extremamente polêmica de 2018 no Brasil. Foi, efetivamente, o produto de um golpe lento – o Partido dos Trabalhadores, que melhorou a vida dos pobres do Brasil em basicamente todas as medidas socioeconômicas que você possa imaginar, teve um candidato destituído e outro, o principal candidato às eleições, preso por motivos totalmente duvidosos.

*Do Sputnik

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Homem de Salles no Ibama aproveita carnaval e libera geral a exportação de madeira nativa

A pedido de duas associações de madeireiros, o presidente do Ibama contrariou um laudo assinado por cinco técnicos de carreira da casa e acabou com a necessidade de que o órgão de fiscalização ambiental autorize a exportação de cargas de madeira retirada das florestas do país. A decisão está num documento assinado em plena terça-feira de carnaval.

Enquanto o país aproveitava o feriado, Eduardo Bim eliminou uma barreira legal que existia há oito anos e afrouxou a fiscalização sobre todas as empresas do país que derrubam e exportam madeira nativa. As duas associações que pediram e conseguiram a medida acumulam condenações a multas que somam R$ 15 milhões, em valores desatualizados.

Bim foi o primeiro nome anunciado pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, para compor sua equipe, ainda em dezembro de 2018.

Servidor de carreira da Advocacia-geral da União, Eduardo Fortunato Bim assinou em 2018 uma carta de juristas que anunciaram voto em Jair Bolsonaro no segundo turno. À época, era subprocurador do Ibama. Em textos jurídicos, defende a simplificação da legislação ambiental brasileira.

No início de fevereiro o superintendente do Ibama no Pará já havia emitido uma autorização retroativa de exportação. Com isso, ele resolveu o problema de cinco contêineres de madeira que haviam sido embarcados sem a licença do órgão por uma empresa britânica chamada Tradelink e acabaram retidos nas alfândegas dos países de destino.

O superintendente é um coronel aposentado da PM de São Paulo também nomeado por Salles. Com a medida, ele salvou a Tradelink de perder cargas que, somadas, valiam R$ 795 mil. A empresa acumula R$ 5 milhões em multas do Ibama – das quais pagou míseros R$ 12 mil. Caso o despacho de Bim já estivesse em vigor, Walter Mendes Magalhães Junior não precisaria ter feito algo que não está previsto nas normas do instituto.

O superintendente justificou a medida pelo “número reduzido de servidores” e a “grande demanda processual e fiscalizatória”. Em vez de nomear gente para fiscalizar as cargas e autorizar a saída de produtos de empresas que seguem a legislação, o presidente simplesmente eliminou a necessidade do Ibama fazer isso. É como se a Anvisa, alegando falta de mão de obra, adotasse como regra liberar todos os medicamentos para consumo sem análise prévia.

Em uma nota divulgada em jornais locais, o Centro das Indústrias do Pará celebrou a decisão de Bim, que “colocou em ordem as exportações de madeira legal e autorizada do Brasil e, particularmente, da Amazônia”.

Entre os servidores do Ibama, a decisão causou perplexidade. “Essa medida prejudica o nosso controle sobre as cargas que são exportadas, que é quando verificamos se elas têm origem legal. Com isso aumentam as chances de quem vende madeira ilegal sair impune”, nos disse um deles, sob a condição de anonimato.

Entidade de madeireiros que fez lobby por mudança na lei reúne empresas que colecionam R$ 15 milhões em multas ambientais.

Uma das entidades que pleiteou e obteve a decisão é a Associação das Indústrias Exportadoras de Madeiras do Pará. Conhecida pela sigla Aimex, ela reúne 23 empresas do setor que somam R$ 15,17 milhões em multas do Ibama por desmatamento entre 2003 e 2018. Os dados, públicos, são do próprio Ibama, embora o sistema que os reúne não seja atualizado desde outubro passado.

Cinco das 23 madeireiras e o dirigente de uma delas receberam sanções milionárias do Ibama por desmatamento. Todos têm participação direta na gestão da Aimex. Ari Zugman, da Brascomp, multada em R$ 1,27 milhão em 2003, é suplente do conselho de administração. Membro do conselho fiscal, Geraldo da Silva Junior, é sócio da Madeireira Ideal, multada em R$ 1,02 milhão em 2016.

A Rondobel Indústria e Comércio de Madeira, autuada em R$ 4,03 milhões em 2010, tem dois representantes na direção da entidade: Vinícius Belusso, suplente do conselho fiscal, e Fernanda Belusso, do conselho de administração. Outra empresa do grupo, a Rondobel Serviços Florestais, foi autuada em R$ 1,76 milhão em 2016.

O presidente do conselho fiscal da entidade, Arnaldo Andrade Betzel, é o único dos dirigentes a receber multas como pessoa física. Foram R$ 2,19 milhões, em 2018. Ele é sócio da Benevides Madeiras. A Tradelink Madeiras acumula R$ 4,9 milhões em multas em 2010 e 2017. A empresa é representada no conselho de administração da Aimex por Leon Robert Weich.

Pouco se sabe sobre a outra entidade que fez lobby no Ibama pela mudança, a Associação Brasileira de Empresas Concessionárias Florestais. Ela foi formalizada em dezembro de 2018, dias antes da posse de Bolsonaro. Não há nada a respeito dela na internet, exceto o esqueleto de um site sem nenhuma informação. Ainda assim, a Confloresta teve seu pleito atendido pelo Ibama. Quem assina o ofício da entidade é Fernanda Belusso, também da Aimex e da autuada Rondobel.

Mudança a toque de caixa

A vitória dos madeireiros sobre a preservação ambiental está contada num processo interno do Ibama que obtivemos pela Lei de Acesso à Informação. Em breves 22 dias, 18 documentos mostram como os interesses de quem vende madeira retirada da floresta colocaram no bolso os argumentos de servidores de carreira do principal órgão de fiscalização ambiental do país.

A autorização garantia que o exportador não estava colocando no contêiner uma carga diferente da que declarou.

 

*Com informações do Intercept Brasil

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Moro perde mais uma: o ex juiz pediu absolvição da “Moro de Saias” a ministros do TSE e recebeu um não como resposta

Moro segue perdendo espaço e prestigio sofrendo derrotas políticas que antes ganhava de braçada.

Moro fez lobby junto aos ministros do TSE para aliviarem para a Moro de saias, mas não obteve sucesso na abordagem: ex-juíza teve mandato de senadora cassado.

Revista Época

Conhecida como “Moro de saias”, a ex-juíza Selma Arruda perdeu o mandato de senadora na última terça-feira por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – mas tem vaga cativa no coração de seu amigo de calças.

Antes do julgamento, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, visitou integrantes da Corte para tentar convencê-los de que Selma Arruda era pessoa séria e honesta.

Segundo Moro, os indícios contra ela não passavam de equívocos e, portanto, ela não merecia perder o mandato. O chefe da pasta da Justiça chegou a argumentar que, diante do perfil reprovável de boa parte dos parlamentares, a ex-magistrada era um alento no Congresso Nacional.

Mesmo diante do apelo incisivo, o TSE cassou por seis votos a um o mandato da senadora do Podemos de Mato Grosso, bem como o de seus suplentes.

A acusação era de abuso de poder econômico e prática de caixa dois nas eleições de 2018. A Corte também determinou que ela fique inelegível por oito anos.

Segundo o processo, a senadora recebeu R$ 1,2 milhão em transferências bancárias de um de seus suplentes, Gilberto Possamai, em abril e julho de 2018. Ela não teria declarado o dinheiro à Justiça Eleitoral.

Com isso, na prática, ela gastou mais do que seus concorrentes na campanha. Para a maioria dos ministros do TSE, a irregularidade contábil caracterizou caixa dois.

No julgamento, o ministro Luís Roberto Barroso chegou a demonstrar apreço pela ex-juíza. Mas, por fim, somou-se ao time favorável à cassação.

“Eu recebi diversas manifestações que exaltavam as virtudes pessoais da senadora Selma Arruda, com ênfase na sua integridade pessoal, na sua coragem e na sua trajetória como magistrada. Na verdade, no entanto, não está aqui em discussão nem seu currículo, nem sua atuação pretérita como juíza. Aqui se discute pura e simplesmente uma questão eleitoral”, explicou.

 

 

*Carolina Brígido/Época

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TRF-4, que aumentou a pena de Lula, absolve Eliseu Padilha

Eliseu Padilha, chefe da Casa Civil no governo Michel Temer, foi absolvido por unanimidade pelo TRF-4 em uma ação de improbidade, relata Fausto Macedo.

Padilha havia sido acusado pelo MPF de atuar, por meio de suas empresas, para obter e manter um certificado de entidade assistencial que garantia imunidade tributária à universidade gaúcha Ulbra.

Padilha foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por suposta atuação de empresas dele na obtenção e manutenção do Certificado de Entidade Assistencial (Cebas) pela Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), o que garantia a esta imunidade tributária.

Segundo o desembargador Leal Júnior, da 4ª Turma do tribunal, “soa inverossímil a afirmação de que os contratos relativos a EAD seriam mera simulação, realizada para “esquentar” os pagamentos efetuados pelo desenvolvimento de atividade de lobby pelo deputado em favor da obtenção do certificado de filantropia pela universidade. Isso porque serviços daquela natureza, pela prova dos autos, foram efetivamente prestados”.