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Bandido bom é bandido preso

A defesa de Bolsonaro é rigorosamente subjetiva, cheia de fitas e flores. Provas? Zero.

Não há como Bolsonaro fugir da realidade, muito menos da cadeia.

Mauro Cid deu a ficha completa do sacripanta. Tanto isso é verdade que Bolsonaro não quis papo com advogado hoje, buscou com seus aliados conselhos para uma saída política.

A ordem é produzir o que eles chamam de narrativa para confrontar as provas robustas que a PGR tem contra ele e seu bando de cangaceiros.

Mas as substâncias vitais para manter sua liberdade, não existem.

A pedranceira que foi derramada na sua cabeça é daquelas típicas de um terremoto pessoal, comum no mundo do crime dos psicopatas e golpistas.

Essa montanha de pedras soterrou qualquer tentativa de escorregar por uma bênção no Congresso contra sua inevitável prisão.

Consultou sua base hoje, mas saiu de mãos vazias. Isso seria fatal. Mais que golpe e roubos, Bolsonaro tramou assassinatos de Lula, Moraes e Alckmin.

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Cid: Bolsonaro resolveu desviar joias para pagar indenização a Maria do Rosário

Ex-presidente reclamou de despesas com indenização à petista e com multas durante motociatas.

Em um dos depoimentos de sua colaboração premiada, o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que Jair Bolsonaro decidiu desviar e vender as joias recebidas como presentes pela Presidência da República para pagar uma indenização à deputada petista Maria do Rosário, em 2022.

De acordo com Cid, que foi ajudante de ordens de Bolsonaro, no início de 2022 o ex-presidente “estava reclamando” dos pagamentos que tinha que fazer no processo movido por Maria do Rosário. Ele também se queixava das despesas que vinha tendo com multas de trânsito por andar sem capacete durante motociatas e das despesas com o transporte do seu acervo.

“Diante disso, o ex-presidente solicitou ao COLABORADOR quais presentes de alto valor que havia recebido em função do cargo”, diz trecho do depoimento de Cid.

Cid conta que solicitou ao Gabinete Adjunto de Documentação Histórica a lista dos presentes e constatou que o mais fácil de ser vendido seria um relógio Rolex de ouro branco presenteado pela Arábia Saudita em 2019, segundo Igor Mello, ICL.

O delator conta então que Bolsonaro determinou que ele levantasse o valor obtido com uma venda e, posteriormente, autorizou Cid a vender o relógio.

Mauro Cid fez a venda durante uma visita oficial de Bolsonaro aos Estados Unidos. Ele conta que se separou da comitiva presidencial em Orlando e viajou até a Pensilvânia para vender o relógio em uma loja especializada com a qual já tinha feito contato por email e telefone.

Bolsonaro denunciado por golpe
Cid e Bolsonaro foram denunciados nesta terça-feira (18) pela PGR (Procuradoria Geral da República) por envolvimento na organização criminosa que tentou dar um golpe de Estado para impedir a posse de Lula, após a derrota na eleição de 2022.

Os dois foram listados no chamado núcleo crucial do golpe, ao lado de figuras como os ex-ministros Augusto Heleno, Anderson Torres, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto, este último vice na chapa de Bolsonaro em 2022.

Ao todo, a PGR denunciou 34 pessoas por participação nos crimes contra o Estado Democrático de Direito. A PGR listou diversos atos criminosos da organização, como a difusão da narrativa falsa contra as urnas eletrônicas, a tentativa de cooptação das Forças Armadas para perpetrar o golpe e os planos de monitoramento e assassinato de autoridades, entre elas o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do STF.

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Alexandre de Moraes derruba o sigilo da delação premiada de Mauro Cid após denúncia da PGR

Ministro do STF ainda determinou que todos os denunciados pela PGR no inquérito do golpe se manifestem em até 15 dias.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes derrubou nesta quarta-feira (19) o sigilo da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, informa a GloboNews.

O magistrado ainda notificou todos os denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no inquérito do golpe, Jair Bolsonaro (PL) e outras 33 pessoas, para que se manifestem em até 15 dias. Segundo o ministro, todos os denunciados foram notificados com “a cópia da denúncia, a íntegra da colaboração premiada e da presente decisão para que ofereçam as respectivas respostas em 15 dias”.

A denúncia e os próximos passos – A denúncia da PGR inclui acusações contra Bolsonaro e outros 33 aliados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa armada. Além disso, são imputados crimes de dano qualificado à União e deterioração de patrimônio tombado. Com 247.

  • A denúncia foi apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF), sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes;
  • Os advogados dos denunciados têm até 15 dias para apresentar defesa prévia;
  • Caso haja contestações, a PGR tem cinco dias para responder;
  • O relator do caso avalia as alegações e decide se a denúncia será submetida à Primeira Turma do STF;
  • Se a denúncia for aceita, os acusados se tornam réus, iniciando-se a fase de coleta de provas e depoimentos.
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A íntegra da primeira delação de Mauro Cid com acusações contra Bolsonaro

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – No depoimento que embasou a primeira parte da delação que implicou Jair Bolsonaro (PL) na investigação da trama golpista, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid afirmou à Polícia Federal, em agosto de 2023, que o ex-presidente trabalhava com duas hipóteses para reverter o resultado da eleição do presidente Lula (PT).

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – No depoimento que embasou a primeira parte da delação que implicou Jair Bolsonaro (PL) na investigação da trama golpista, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid afirmou à Polícia Federal, em agosto de 2023, que o ex-presidente trabalhava com duas hipóteses para reverter o resultado da eleição do presidente Lula (PT).

Uma seria encontrar fraudes nas urnas, o que um grupo próximo a Bolsonaro não conseguiu fazer, e outra seria convencer as Forças Armadas a aderirem a um golpe de Estado.

Conforme a íntegra do depoimento obtida pelo colunista Elio Gaspari, Cid citou grupos próximos a Bolsonaro que eram radicais em maior ou menor grau, com alguns deles apoiando diretamente a realização do golpe.

O tenente-coronel cita como parte da ala mais radical e que conversava “constantemente com o ex-Presidente, instigando-o para dar um golpe de Estado” a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), ambos já aventados para concorrer à Presidência nas eleições de 2026, uma vez que Jair Bolsonaro segue inelegível.

Depois do primeiro depoimento de agosto de 2023 que consolidou a delação, Cid prestou novos depoimentos ao longo dos meses à PF, para fornecer mais detalhes e ajustar dúvidas da investigação.

O COLABORADOR MAURO CESAR BARBOSA CID, assessorado por seus advogados, manifestou intenção de colaborar, nos termos da lei 12.850/2013, com as investigações desenvolvidas no âmbito os Inquéritos Policiais 2020.0075332 – CGCINT/DIP/PF (Ing. 4781/DF) e 2021.0052061 – CGCINT/DIP/PF (Inq. 4874/DF), que tramitam no Supremo Tribunal Federal, relacionados ao seguintes tópicos: a) ataques virtuais a opositores; b) ataques às instituições (STF, TSE), ao sistema eletrônico de votação e à higidez do processo eleitoral; c) tentativa de Golpe de Estado e de Abolição violenta do Estado Democrático de Direito; d) ataques às vacinas contra a Covid-19 e as medidas sanitárias na pandemia e; f) uso da estrutura do Estado para obtenção de vantagens, o qual se subdivide em: f.1) uso de suprimentos de fundos (cartões corporativos) para pagamento de despesas pessoais e; f.2) Inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde para falsificação de cartões de vacina; e f.3) Desvio de bens de alto valor patrimonial entregues por autoridades estrangeiras ao ex-Presidente da República, JAIR MESSISAS BOLSONARO, ou agentes públicos a seu serviço, e posterior ocultação com o fim de enriquecimento ilícito; g) outros tópicos que possam surgir no transcorrer da investigação.

A presente oitiva não exaure a coleta de dados relativa aos fatos apurados, em razão da dimensão da investigação referente aos eixos de atuação. O presente ato de colaboração será gravado em mídia audiovisual para garantir a fidelidade das informações prestadas, podendo seu conteúdo ser utilizado nas referidas investigações. Ademais, também será reduzido a termo como forma de facilitar o acesso ao conteúdo pelo juízo e demais atores. Inquiridoa respeito dos fatos investigados no presente ato, o senhor, na presença de seus advogados, reafirma a renuncia ao direito de permanecer em silêncio e o compromisso legal de dizer a verdade?

A Polícia Federal conduz investigação que apura a prática de atos relacionados a uma possível tentativa de execução de um Golpe de Estado e Abolição violenta do Estado Democrático de Direito ocorridos após o resultado do segundo turno das eleições presidenciais de 2022.

Nesse sentido, INDAGADO sobre os elementos que têm conhecimento em relação aos referidos fatos investigados, respondeu QUE depois que acabou o período eleitoral, o então Presidente JAIR BOLSONARO recebia diversas pessoas, sempre no Palácio da Alvorada; QUE as pessoas que visitavam o então Presidente formavam três grupos distintos; QUE tinha um grupo bem conservador, de linha bem política; QUE aconselhavam o Presidente a mandar o povo para casa, e colocar-se como um grande líder da oposição; QUE diziam que o povo só queria um direcionamento; QUE para onde o PRESDENTE mandasse, o povo iria; QUE o grupo era formado pelo Senador FLÁVIO BOLSONARO, o AGU BRUNO BIANCO, CIRO NOGUEIRA (então Ministro da Casa Civil) e o Brigadeiro BATISTA JUNIOR (então Comandante da Aeronáutica); QUE o outro grupo era formado por pessoas moderadas; QUE apesar de não concordar com o caminho que o Brasil estava indo, com abusos jurídicos, prisões e não concordar com a condução das relações institucionais que ocorriam no país, entendiam que nada poderia ser feito diante do resultado das eleições: QUE qualquer coisa em outro sentido seria um golpe armado; QUE representaria um regime militar por mais 20, 30 anos; QUE esse grupo era totalmente contra isso; QUE o grupo se subdividia em dois: QUE um primeiro grupo era composto basicamente por generais da ativa que tinham mais contato com o então Presidente da República JAIR BOLSONARO; QUE eram as pessoa que o então PRESIDENTE mais gostava de ouvir; QUE o grupo era composto pelo COMANDANTE DO EXÉRCITO GENERAL FREIRE GOMES; pelo GENERAL ARRUDA, chefe do DEC -Departamento de Engenharia e Construção; pelo GENERAL TEOFILO, chefe do COTER- Comando de Operações Terrestres; pelo GENERAL PAULO SERGIO, então Ministro da Defesa; QUEesse grupo temia que o grupo radical trouxesse um assessoramento e levasse PRESIDENTE JAIR BOLSOANRO assinar uma “doidera”: QUE o GENERAL FREIRE GOMES estava muito preocupado com essa situação, com que poderia acontecer com esse pessoal que ia para o Palácio da Alvorada; QUE estavam preocupados com o grupo radical que estava tentando convencer o então Presidente a fazer “alguma coisa”, um golpe:QUE havia um outro grupo de moderados que entendia que o ex-Presidente deveria sair do país; QUE o próprio colaborador sugeriu que o ex-presidente deveria sair do país; QUE o grupo era composto pelo PAULO JUNQUEIRA, empresário do agronegócio, que financiou a viagem do presidente para os EUA; por NABAN GARCIA, que ocupou algum cargo na secretaria de agricultura, e por fim o senador MAGNO MALTA que tinha uma posição mais radical e se juntou ao referido grupo entendendo que o presidente deveria deixar o país; QUE o terceiro grupo, denominado pelo colaborador como “radicais”, era dividido em dois grupos; Que o primeiro subgrupo “menos radicais” que queriam achar uma fraude nas urnas; QUE o segundo grupo de “radicais” era a favor de um braço armado. QUE gostariam de alguma forma incentivar um golpe de Estado; QUE queria que ele assinasse o decreto; QUE acreditavam que quando o Presidente desse a ordem, ele teria apoio do povo e dos CACS: QUE “romantizavam” o art. 142 da Constituição Federal como o fundamento para o Golpe de Estado: QUE o primeiro grupo que defendia a identificação de uma possível fraude nas umas era o que o ex-Presidente mais pressionava; QUE JAIR BOLSONARO queria uma atuação mais contundente do GENERAL PAULO SÉRGIO em relação à Comissão de Transparência das eleições montada pelo Ministério da Defesa; QUE JAIR BOLSONARO queria que o documento produzido fosse “duro”: QUE o grupo era composto pelo GENERAL PAZZUELLO, pelo PRESIDENTE DO PL VALDEMAR DA COSTA NETO, pelo MAJOR DENICOLE e por um grupo de pessoas que prestavam assessoramento tecnico: QUE nessa época após o segundo tumo, recebiam muitas informações de fraudes; QUE o presidente repassa as possíveis denúncias para os GENERAIS PAZZUELLO e PAULO SERGIO para que fossem apuradas; QUE o grupo tentava encontrar algum elemento concreto de fraude, mas a maloria era explicada por questões estatísticas: QUE as informações estatísticas foram tratadas pelo MAJOR DENICOLE: QUE O MAJOR DENICOLE era quem geralmente trazia os dados ao ex-presidente; QUE o grupo não identificou nenhuma fraude nas umas; QUE a única coisa substancial que encontraram foi a questão das umas antigas que ensejou a ação do PL; QUE o Senador HEINZ, que também integrava esse grupo, usava um documento do Ministério Publico militar que dizia que como o país estava em GLO, para garantia das eleições, o Senador entendia que as forças armadas poderiam pegar uma uma, sem autorização do TSE ou qualquer instancia judicial, para realização de testes de integridade; QUE o senador encaminhava esse entendimento tanto ao Colaborador, quanto ao ex-presidente JAIR BOLSONARO para que repassassem esse entendimento ao Ministro da Defesa; QUE o ex- presidente não encampou esse entendimento; QUE o ex-Diretor-Geral da PRF SILVINEI VAQUES era politizado; QUE ele comparecia a todos os eventos políticos; QUE ele esteve com o ex-Presidente por algumas ocasiões durante o período pré-eleitoral; QUE não informar o que tratavam; QUE a questão de compra de votos era um preocupação constante do ex-Presidente; que reclamava de maneira genérica; QUE não participava das reuniões entre o ex-Presidente e os Ministros e os Generais; QUE esse grupo tinha ligação com o Argentino; QUE quanto a parte mais radical, não era um grupo organizado, eram pessoas que se encontravam com presidente, esporadicamente, com a intenção de exigir uma atuação mais contundente do então Presidente; QUE uma dessas pessoas era FELIPE MARTINS, ex-assessor internacional do ex-presidente e ligado à área mais ideológica; QUE FELIPE MARTINS vinha acompanhado de um jurista, que não se recorda um nome; QUE o colaborador se recorda que o referido jurista escreveu livros sobre Garantias Constitucionais; QUE os encontros ocorreram em meados de novembro de 2022; QUE em um dos encontros o jurista também foi acompanhado de um padre; QUE foram mais de dois encontros dessas pessoas com o ex-Presidente JAIR BOLSONARO; QUE FELIPE MARTINS juntamente com esses juristas apresentaram um documento ao Presidente JAIR BOLSONARO, no Palácio da Alvorada; QUE o documento tinha várias páginas de “considerandos”, que retratava as interferências do Poder Judiciário no Poder Executivo e no final era um decreto que determinava diversas ordens que prendia todo mundo; QUE determina as prisões dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, dentre eles ALEXANDRE DE MORAES, GILMAR MENDES e outros; QUE determinava também a prisão do Presidente do Senado RODRIGO PACHECO e de outras autoridades que de alguma forma se opunham ideologicamente ao ex-presidente; QUE decretava novas eleições; QUE não dizia quem iria fazer, mas sim, o que fazer, QUE o ex-presidente recebeu o documento, leu e alterou as ordens, mantendo apenas a prisão do Ministro ALEXANDRE DE MORAES e a realização de novas eleições devido a fraude no pleito; QUE o colaborador teve ciência do documento quando FELIPE MARTINS apresentou ao colaborador o documento impresso e de forma digital para que fossem feitas as correções; QUE FELIPE MARTINS tinha uma versão digital em seu notebook, que levou para a reunião; QUE FELIPE MARTINS não alterou o documento, conforme pedido pelo então PRESIDENTE JAIR BOLSONARO, naquele momento; QUE alguns dias depois FELIPE MARTINS retomou juntamente com o jurista trazendo o documento alterado conforme solicitado pelo então PRESIDENTE JAIR BOLSONARO, no Palácio da Alvorada; QUE o presidente concordou com os termos ajustados e em seguida mandou chamar, no mesmo dia, os Generais, comandantes das forças; QUE participaram o ALMIRANTE GARNIER, GENERAL FREIRE GOMES e o BRIGADEIRO BATISTA JUNIOR; QUE nessa reunião com os Generais o presidente apresentou apenas os “considerandos” (fundamentos dos atos a serem implementados) sem mostrar as ordens a serem cumpridas (prisão do Ministro ALEXANDRE DE MORAES e a realização de novas eleições); QUE na reunião com as Generais, FELIPE MARTINS foi explicando cada item; QUE o colaborador participou da reunião, operando a apresentação no computador; QUE o ex-presidente queria pressionar as Forças Armadas para saber o que estavam achando da conjuntura; QUE queria mostrar a conjuntura do país: QUE o colaborador saiu da sala, não participando do restante da reunião QUE depois o GENERAL FREIRE GOMES relatou ao colaborador o conteúdo do que conversaram; QUE o ex-presidente apresentou o documento aos GENERAIS com intuito de entender a reação dos comandantes das forças em relação ao seu conteúdo; QUE o ALMIRANTE GARNIER, comandante da Marinha, era favorável a um intervenção militar, afirmava que a Marinha estava pronta para agir: QUE aguardava apenas a ordem do ex-presidente JAIR BOLSONARO; QUE no entanto, o ALMIRANTE GARNIER condicionava a ação de intervenção militar à adesão do Exército, pois não tinha capacidade sozinho; QUE o Brigadeiro BATISTA JUNIOR, comandante da aeronáutica, era terminantemente contra qualquer tentativa de golpe de Estado; QUE afirmava de forma categórica que não ocorreu qualquer fraude nas eleições presidenciais; QUE o GENERAL FREIRE GOMES, era um meio-termo dos outros dois Generais; QUE ele não concordava como as coisas estava sendo conduzidas; QUE no entanto, entendia que não caberia um golpe de Estado, pois entendia que as instituições estavam funcionando; QUE não foi comprovado fraude nenhuma; QUE não cabia às Forças Armadas realizar o controle Constitucional; QUE dizia que estavam “romantizando” o art. 142 da CF; QUE dizia que tudo que acontecesse seria um regime autoritário pelos próximos 30 anos, decorrente de um Golpe Militar, QUE o ex-Presidente teve várias reuniões com os Generais; QUE o ex- Presidente JAIR BOLSOANRO não queria que o pessoal saísse das ruas; QUE o ex- Presidente JAIR BOLSOANRO tinha certeza que encontraria uma fraude nas umas eletrónicas e por isso precisava de um clamor popular para reverter a narrativa; QUE o ex- Presidente estava trabalhando com duas hipóteses: a primeira seria encontrar uma fraude nas eleições e a outra, por maio do grupo radical, encontrar uma forma de convencer as Forças Armadas a aderir a um Golpe de Estado; QUE o ex-Presidente não interferia nos manifestantes que estavam nas ruas; QUE o ex-Presidente pediu apenas para que os caminhoneiros não parassem o país; QUE acredita que os militares não adeririam a uma ideia de golpe de Estado; QUE como não teve apoio dos Comandantes do Exército e da Aeronáutica, a proposta de FELIPE MARTINS não foi executada: QUE acredita que o ex- Presidente não assinaria esse documento; QUE as outras pessoas que integravam essa ala mais radical era composta pelo ex-ministro ONIX LORENZONE, pelo atual SENADOR JORGE SEIFF, o ex-ministro GILSON MACHADO, SENADOR MAGNO MALTA, DEPUTADO FEDERAL EDUARDO BOLSONARO, GENERAL MARIO FERNANDES (secretário executivo do General RAMOS); QUE GENERAL MARIO FERNANDES atuava de forma ostensiva, tentando convencer os demais integrantes das forças a executarem um golpe de Estado; QUE compunha também o referido grupo a ex- primeira dama MICHELE BOLSONARO; QUE tais pessoas conversavam constantemente com o ex- Presidente, instigando-o para dar um golpe de Estado; QUE afirmavam que o ex-Presidente tinha o apoio do povo e dos CACs para dar o golpe; QUE não sabe se essas pessoas levavam documentos para o ex-Presidente; QUE não presenciou todos os encontros dessas pessoas radicais com o ex-Presidente; QUE o GENERAL BRAGA NETO conversava constante com o ex-Presidente; QUE ele seria o elo entre os manifestantes e o ex-Presidente; QUE o GENERAL BRAGA NETO atualizava o ex-Presidente sobre as manitestações; QUE não sabe informar se o GENERAL BRAGA NETO tinha contato com AILTON BARROS; INDAGADO sobre pessoas que exerciam influência em relação às pessoas acampadas e que entraram no Palácio do Alvorada, responde QUE no dia 12/12/2022, após a prisão do CACIQUE SERERE, na saída do palácio da Alvorada, as pessoas de BISMARK e PAULO SOUZA, integrantes do canal do YouTube HIPÓCRITAS e OSWALDO EUSTAQUIO, com meo de também serem presos, ligaram para o ex-presidente JARI BOLSONARO; QUE JARI BOLSONARO mandou que autorizasem a entrada de BISMARK e PAULO SOUZA e OSWALDO EUSTAQUIO no Palácio da Alvorada; QUE a intenção era evitar que fossem presos; QUE após a advertência do colaborador de que a permanência de OSWALDO EUSTÁQUIO no Palácio da Alvorada poderia causar problemas, o ex-Presidente determinou que um carro da Presidência levasse OSWALDO EUSTÁQUIO para o local que estava hospedado em Brasilia/DF; QUE os integrantes do HIPÓCRITAS jantaram com o ex-Presidente no Palácio da Alvorada; QUE não se recorda se os referidos jornalistas dormiram no Palácio da Alvorada; QUE os integrantes do HIPÓCRITAS tinham contato direto com o ex-Presidente JAIR BOLSONARO; QUE entendiam que os CACs apoiariam o ex-Presidente em uma tomada de decisão, como um tropa civil em caso de um Golpe; QUE o Deputado Federal EDUARDO BOLSONARO tinha mais contato com os CACs.

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Advogado de Mauro Cid manda indireta a Bolsonaro: ‘Não subestime um idiota’

Internautas associaram a frase ‘Nunca subestime um idiota’ como uma alfinetada ao ex-presidente.

Cezar Bitencourt, advogado de Mauro Cid — antigo homem de confiança de Bolsonaro, cuja delação premiada trouxe informações relevantes sobre as atividades de seu antigo chefe — recentemente postou em suas redes uma foto em que está aproveitando as férias na praia de Ipanema, no Rio de Janeiro.

O que chamou a atenção na fotografia foi a frase “Nunca subestime um idiota, um dia ele pode se tornar presidente”, estampada na camisa que o advogado usava.

A foto, postada no perfil no Instagram de Cezar, continha a legenda “Curtindo Ipanema”, porém a frase que mais chamou atenção foi o tom da indireta em sua camisa, interpretado como algo direcionado ao ex-presidente Jair Bolsonaro — investigado por tentativa de golpe de Estado.

Bolsonaro

Embora alguns internautas tenham associado a frase a Lula, o contexto da relação entre Mauro Cid — o mais famoso cliente de Cezar — e Bolsonaro dá indícios de que esse possa ter sido um ataque a Jair Bolsonaro de fato. Cid passou a ser um dos maiores algozes do ex-presidente após fechar o acordo de delação premiada com a Polícia Federal (PF).

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Um ótimo dia para Mauro Cid, e um péssimo para Bolsonaro

“Vai-se a primeira pomba despertada… Vai-se outra mais… mais outra… enfim dezenas” (Raimundo Correia).

Se a pomba é vista como sinônimo de liberdade, de efemeridade da vida e de esperança, lá se foram embora mais duas, para angústia de Bolsonaro que só coleciona más notícias desde que deixou a presidência frustrado com o golpe que não conseguiu aplicar. Bem que tentou. Não foi por falta de empenho, mas de apoio.

De forma unânime, inclusive com o voto de um ministro nomeado por ele, o Tribunal Superior Eleitoral negou recurso de Bolsonaro e do seu companheiro de chapa, o general Walter Braga Netto, contra a declaração de inelegibilidade por oito anos. Os dois foram condenados por fazer campanha eleitoral com dinheiro público.

O julgamento de mérito fora concluído no ano passado quando, por 5 votos a 2, o tribunal entendeu que os então candidatos a presidente e a vice-presidente cometeram abuso de poder político e econômico nas comemorações do Bicentenário da Independência em 7 de setembro de 2022, a um mês das eleições que os derrotariam.

No fim da tarde da sexta-feira (3/5), após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, deixou a prisão e voltou para casa, em Brasília. Moraes manteve a “integralidade” do acordo de delação premiada de Cid.

Para decepção de Bolsonaro, escreveu Moraes no seu despacho:

“Foram reafirmadas a regularidade, legalidade, adequação dos benefícios pactuados e dos resultados da colaboração à exigência legal e a voluntariedade da manifestação de vontade”.

Cid estava preso pela segunda vez porque, em conversa gravada por um amigo, disse que a Polícia Federal pusera em sua boca afirmações que ele jamais fizera a respeito de Bolsonaro, e que o incriminavam. Não bastasse, ainda atacou Moraes dizendo que ele prendia quem bem quisesse, comportando-se como um ditador.

À época, discretamente, Bolsonaro comemorou o desabafo de Cid, imaginando que se abriria com ele uma eventual passagem para recuperar a elegibilidade. Mas Cid renegou seu desabafo, alegando que o fizera em um momento de desespero, e que estava arrependido. Então, a segunda pomba voou para não mais ser vista.

*Blog do Noblat

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Minisitro Alexandre de Moraes, do STF, manda soltar Mauro Cid

Ex-ajudante de ordena de Bolsonaro fechou acordo de delação premiada, mas estava preso após críticas à investigação.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, emitiu nesta sexta-feira (3) uma ordem de soltura para Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A notificação oficial por parte do STF ainda é aguardada pelo Exército, no entanto, a expectativa é que Mauro Cid deixe o Batalhão da Polícia do Exército, em Brasília, ainda durante o dia de hoje.

Apesar de ter firmado um acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal, o militar encontrava-se detido desde março, quando vieram à tona áudios nos quais ele criticava Moraes e a PF, alegando que os investigadores já teriam uma narrativa pré-concebida sobre os fatos que ele deveria relatar.

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Cid vai à Polícia Federal e colabora com investigação nos EUA sobre joias de Bolsonaro

Cid participou de uma videoconferência com investigadores que estão nos Estados Unidos.

Nesta sexta-feira (26), Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do presidente Jair Bolsonaro (PL), foi conduzido à sede da Polícia Federal para contribuir com as diligências realizadas nos Estados Unidos. Na qualidade de colaborador, o tenente-coronel está fornecendo esclarecimentos fundamentais para os trabalhos dos policiais no inquérito que investiga joias e presentes recebidos e ilegalmente comercializados por Bolsonaro, informa Bela Megale, em O Globo.

Cid participou, inclusive, de uma videoconferência com investigadores que estão nos EUA, conduzindo novos depoimentos sobre o caso. Na quarta-feira, um agente e um delegado partiram para o país, onde estão sendo realizadas novas oitivas. Entre os interrogados estão pessoas envolvidas na operação de compra ou venda dos itens.

As diligências estão programadas para ocorrerem em Miami (Flórida), Wilson Grove (Pensilvânia) e Nova Iorque (NY).

De acordo com a investigação da PF, Cid, que ex- braço-direito de Bolsonaro, foi o principal articulador da comercialização ilegal dos presentes recebidos pelo ex-presidente. Em junho de 2022, o tenente-coronel esteve pessoalmente na loja Precision Watches, em Willow Grove, para vender um relógio Rolex, presente do regime da Arábia Saudita, além de um modelo Patek Philippe.

O montante total da venda foi de US$ 68 mil, equivalente a aproximadamente R$ 348 mil na cotação da época. Um comprovante de depósito foi armazenado no celular de Cid como evidência do negócio.

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Mauro Cid, o garoto de ouro do Exército, era de vidro e se quebrou

Nada aprendeu como militar. Nada esqueceu.

Um criminoso sabe que o é, mas continuará negando mesmo se for localizado e preso. Mesmo que não possa mais negar nada. Se condenado, insistirá que é inocente. As penitenciárias estão abarrotadas de inocentes, salvo uns poucos que, por desesperança, reconhecem a culpa.

Só confessam o crime os que esperam extrair alguma vantagem disso. É o caso, por exemplo, dos ex-policiais militares Élcio de Queiroz e Ronnie Lessa. Queiroz pilotou o carro de dentro do qual Lessa atirou e matou a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes

É o caso também do tenente-coronel Mauro Cid, o garoto de ouro do Exército, primeiro-lugar em todos os cursos que fez, filho de um respeitado até então general da reserva, elogiado por seus superiores, e destinado a ser promovido no futuro próximo a general de quatro estrelas.

Como a Polícia Federal reuniu provas irrefutáveis de que ele, na condição de ajudante-de-ordem de Bolsonaro, participou do golpe para instalar uma ditadura no Brasil, do roubo de joias do Estado e da falsificação de atestados de vacina, só restava a Mauro Cid delatar, e assim foi.

Queiroz e Lessa delataram em troca de proteção para suas famílias e de melhores acomodações nos presídios que os abrigam; Mauro Cid, em troca de uma pena mais branda, e de a justiça esquecer que sua mulher e seu pai envolveram-se nos crimes por ele cometidos.

A mulher fez proselitismo a favor do golpe e empenhou-se em arranjar dinheiro para financiar o acampamento dos golpistas à porta do QG do Exército, em Brasília. O pai, a pedido de Mauro Cid, cuidou das joias enviadas para serem vendidas nos Estados Unidos.

O apurado com a venda das joias encheria de dinheiro os bolsos de Bolsonaro. Os atestados falsos de vacinação contra a Covid permitiriam que Bolsonaro e Laura, sua filha adolescente, circulassem no exterior livremente sem sofrer eventuais constrangimentos.

Bolsonaro nega até hoje que tenha se vacinado. Quanto à filha, disse uma vez que ela não seria vacinada. Mauro Cid entregou em mãos de Bolsonaro os atestados falsos que Bolsonaro lhe encomendou. Aproveitou para falsificar outros atestados com o seu e o nome de sua mulher.

Tratado pelos amigos como leproso e pelos companheiros de farda como dedo duro, engordou 10 quilos desde que delatou, segundo seu advogado. Teria sido por isso, e só por isso, que, “agoniado”, carente de apoio, “desabafou” com um dos poucos amigos que lhe sobraram.

No desespero, acusou agentes federais e o ministro Alexandre de Moraes de desvirtuar o que ele disse em depoimentos, pondo em sua boca coisas que ele não disse. Por fim, ontem, desautorizou seu próprio desabafo, afirmando que está de pé e que é verdade tudo o que contara antes na delação.

Foi preso pela segunda vez – a primeira aconteceu ao retornar dos Estados Unidos para onde se evadiu Bolsonaro, de modo a testemunhar de longe a tentativa amadora do golpe de 8 de janeiro do ano passado. Mauro Cid não faz a mínima ideia de até quando permanecerá preso.

*Blog do Noblat

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Após áudios, familiares de Cid entram em pânico e temem ser próximos alvos de prisão

O retorno do tenente-coronel Mauro Cid à prisão desestabilizou toda família do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro e despertou o temor de que outros membros do clã sejam os próximos alvos.

O general Mauro Lourena Cid, pai do tenente-coronel, confidenciou a amigos das Forças Armadas que tem receio de ser preso, assim como o filho. O temor também ronda a esposa do militar, Gabriela Cid, que foi uma das 17 indiciadas — a lado do marido e de Jair Bolsonaro — pela Polícia Federal no inquérito que apura a falsificação de carteiras de vacinação contra Covid-19.

Já o general Lourena Cid é investigado no inquérito das joias da Arábia Saudita que Jair Bolsonaro tentou se apropriar, de maneira ilegal. O militar atuou na comercialização irregular de presentes destinados ao Estado brasileiro, diz Bela Megale, O Globo.

Os familiares do ex-ajudante de ordens estavam protegidos pelo acordo de delação premiada firmado por Mauro Cid. Se a tratativa for anulada, todos perdem os benefícios garantidos até então.

A diferentes amigos, Lourena Cid tem repetido a frase de que “o pesadelo não termina”. Em entrevista à repórter Paola Serra, o general disse que a família “está surpresa e arrasada” com o retorno do filho à prisão. O militar afirmou ainda que desconhece detalhes do áudio em que o filho fez críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e à Polícia Federal.