O Brasil está numa guerra e Bolsonaro está do lado do inimigo.
Tem gente que não está entendendo a gravidade do momento. Bolsonaro, hoje, representa o mesmo risco que Hitler representou para a humanidade. Este tem sido o alerta de muitas entidades internacionais pelo comportamento genocida do monstro que a Lava jato, a mídia, o mercado e a escória política desse país criaram.
Não há novidade no que Bolsonaro fala. Nada do que Bolsonaro fala hoje é pior do que o que falava quando era candidato. Não faz qualquer sentido que a mídia, agora, faça cara de espanto no seu exercício diário de hipocrisia. A história de Bolsonaro foi narrada pelo próprio, revelando, numa tara sanguinária, a sua paixão pelos torturados, pela morte e pela ditadura.
Agora, o Brasil chegou a um patamar de tragédia que transborda para o mundo que está num impasse e precisa de uma solução para ontem. Ou as instituições brasileiras interditam esse psicopata ou as instituições internacionais farão isso de forma humilhante para nós brasileiros.
Os recados que o Brasil vem recebendo são claros, sobretudo os da OMS. Não há mais tempo para discutir Bolsonaro. A nossa única esperança para reduzir o tamanho da tragédia ou pelo menos freá-la, passa inapelavelmente pela imediata interdição de Bolsonaro.
Colocá-lo na presidência da República, de forma golpista, já nos trouxe essa tragédia, mantê-lo lá é ampliar a nossa capacidade de autodestruição e destruição de boa parte do planeta.
O Brasil registrou o maior número de novas infecções no mundo em 24 horas, superando os EUA e aprofundando sua posição de um dos palcos mais dramáticos da expansão da covid-19 no mundo.
Dados publicados nesta manhã pela Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que 59,9 mil foram registrados no Brasil no período de 24 horas e submetidos para a agência. No caso dos EUA, foram 57,8 mil e, no mundo, a OMS soma 225 mil novos casos.
Na prática, de cada quatro novos casos de infecções registradas no mundo, uma ocorreu no Brasil no período de 24 horas.
As informações são divulgadas pela agência com base aos números oficiais submetidos por cada um dos países. Por conta do trabalho de reunir dados de mais de 190 países, o cálculo da OMS conta com um atraso em comparação a outros mapeamentos do vírus por entidades privadas ou institutos de pesquisa.
Não consta do levantamento o último dado divulgado pelo Ministério da Saúde, com 71 mil novos infectados registrados no boletim de quarta-feira, um volume ainda superior às informações da OMS.
Numa contagem semanal, o Brasil também caminha para superar os EUA. Segundo a agência internacional, foram 389 mil novas infecções no Brasil em sete dias, contra 448 mil nas cidades americanas. Em dezembro, os americanos registravam 1,6 milhão de novos casos, contra 310 mil no Brasil.
Nos números totais da pandemia, o Brasil continua em terceiro lugar, com 10,6 milhões de casos, contra 11,1 milhões na Índia e 28,4 milhões nos EUA. A população americana, porém, supera a brasileira em mais de 100 milhões de pessoas.
Mortes vão na direção oposta ao resto do mundo
Em termos de mortes, o Brasil está na segunda colocação em números diários. Na terça-feira, o Brasil registrou um total de 1,7 mil mortes, o maior número em 24 horas desde o início da pandemia. Na quarta-feira, mais um recorde foi batido, com 1,8 mil casos.
Pela contagem da OMS, foram 2,1 mil mortes nos EUA em 24 horas, contra 1,6 mil no Brasil. Mas, em seu informe epidemiológico semanal, a agência já havia indicado que o Brasil ia na contramão do mundo, com um salto no número de mortes no período entre 21 e 28 de fevereiro, enquanto a média global registrava um importante recuo.
Nos sete dias até o dia 28 de fevereiro, o Brasil somou 8070 mortes, mais de 12% de todos os mortos no mundo. De cada quatro vítimas mortais no continente americano, uma é brasileira. O aumento no Brasil em uma semana foi de 11%, em comparação aos sete dias anteriores.
Em dezembro, o Brasil registrava 5,8 mil mortes por semana. Em meados de janeiro de 2021, foram cerca de 6,7 mil vítimas fatais. No final do mês, a taxa tinha atingido 6,9 mil.
Mas a tendência brasileira vai no sentido contrário da Alemanha, com queda de 24%, e do Reino Unido, com recuo de 32%. Nos EUA, a expansão foi de apenas 1% e o país continua a liderar no ranking global, com 14 mil mortes na semana.
No final da semana passada, o chefe de operações da OMS, Mike Ryan, havia comentado a situação brasileira e indicado que o destino da pandemia no Brasil seria relevante para o mundo e classificou a crise no país de “tragédia”.
O governo brasileiro irá pagar ao Instituto Serum, da Índia, um valor mais de duas vezes superior ao que os países ricos da UE (União Europeia) destinaram para garantir as vacinas da AstraZeneca.
Depois de um desencontro entre os governos do Brasil e da Índia, os dois países anunciaram que um carregamento de 2 milhões de doses da vacina chegará ao país. O Instituto Serum é um dos centros capacitados pela AstraZeneca para produzir sua vacina.
Num comunicado do início de janeiro, a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) confirmou a negociação e indicou que o “instituto oferecerá as vacinas prontas ao mercado pelo valor de US$ 5,25 cada”.
Nas últimas semanas, um suposto erro da ministra belga do Orçamento permitiu que os preços das diferentes doses de vacinas fossem revelados ao público europeu. De acordo com uma mensagem em suas redes sociais, Eva De Bleeker indicou que a UE teria negociado um preço de US$ 2,16 por dose da vacina da AstraZeneca. Questionado, o bloco se recusou a comentar, alegando que os acordos eram confidenciais.
Procurado para comentar o preço cobrado de Brasil e África do Sul, o Instituto Serum afirmou que não poderia conversar com o UOL.
Já a sede mundial da AstraZeneca até este momento não deu uma resposta, enquanto no Brasil a assessoria da empresa indicou que eles foram apenas mediadores entre a Fiocruz e a Serum, não se envolvendo na negociação.
A Fiocruz confirmou que esses foram os valores negociados e que, de fato, a AstraZeneca tinha sido a intermediária do contato com os indianos.
Contrato do Brasil com a AstraZeneca fixou preço acima do revelado por belgas
No caso do Brasil, não serão apenas as doses indianas que podem custar mais caro. De acordo com um comunicado da Fiocruz de 26 de outubro de 2020, o contrato entre o Brasil e a AstraZeneca trata do abastecimento de mais de 100 milhões de doses.
No texto, a entidade cita o fato de o custo ter sido negociado em US$ 3,16 por dose, superior que foi divulgado pelos belgas para a UE.
O preço é mais baixo que o carregamento indiano, já que caberá aos brasileiros sua preparação para ainda poder comercializar.
O debate sobre os preços de vacinas tem dominado diferentes fóruns internacionais, entre eles a OMS (Organização Mundial da Saúde) e OMC (Organização Mundial do Comércio). As empresas, porém, insistem que seus contratos devem permanecer em algumas instâncias sob confidencialidade, mas garantem que estão oferecendo os produtos por um preço perto ou igual ao valor de produção.
A coluna revelou, no ano passado, que o contrato do governo federal com a AstraZeneca prevê que haverá uma renegociação do preço da vacina quando a pandemia terminar. Pelo contrato, fica estabelecido que é a empresa que determinará quando a crise termina.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) aprovou hoje o uso emergencial da vacina desenvolvida pela farmacêutica americana Pfizer, em parceria com a BionTech. O imunizante é o primeiro com chancela da agência especializada em saúde e subordinada à ONU (Organização das Nações Unidas).
A farmacêutica já afirmou, de acordo com dados da terceira fase de testes, que a vacina é segura e tem 95% de eficácia. Nas últimas semanas, tanto a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) quanto a FDA (Food and Drug Administration), a agência norte-americana, aprovaram o uso emergencial do imunizante. A Pfizer afirmou ontem que, no Brasil, cogita solicitar o uso emergencial após reunião com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A Lista de Uso Emergencial da OMS (EUL) abre portas para que países acelerarem seus próprios processos de aprovação regulatória para importar e administrar a vacina, disse a agência. Segundo a OMS, a aprovação também permite que a UNICEF e a Organização Pan-Americana da Saúde adquiram a vacina para distribuição aos países necessitados.
Especialistas em regulamentação sanitária de todo o mundo e equipes da própria OMS revisaram os dados sobre a segurança, eficácia e qualidade da vacina Pfizer, como parte de uma análise de risco x benefício, informou a organização em comunicado divulgado no site.
A revisão concluiu que a vacina atendeu aos critérios obrigatórios de segurança e eficácia estabelecidos pela OMS, e que os “benefícios do uso da vacina para tratar o covid-19 compensam os riscos potenciais”.
“Este é um passo muito positivo para garantir o acesso global às vacinas contra a covid-19. Mas quero enfatizar a necessidade de um esforço global ainda maior para conseguir o fornecimento de vacina suficiente para atender às necessidades das populações prioritárias em todos os lugares “, disse a Dra. Mariângela Simão, Subdiretora Geral da OMS para Acesso a Medicamentos e Produtos de Saúde, em nota.
“A OMS e nossos parceiros estão trabalhando noite e dia para avaliar outras vacinas que alcançaram os padrões de segurança e eficácia. Nós encorajamos ainda mais desenvolvedores a participarem da nossa revisão e avaliação. É de vital importância garantir o suprimento crítico necessário para atender todos os países do mundo e conter a pandemia.”
O Grupo Estratégico de Especialistas em Imunização (SAGE) da OMS divulgará, em 5 de janeiro de 2021, políticas e recomendações específicas de vacinas para o uso da Pfizer em populações de diversos países, com base nas recomendações de priorização populacional do SAGE para vacinas contra a covid-19 em geral, divulgadas em setembro de 2020.
Ainda no comunicado, a agência explicou que a EUL avalia a “adequação de novos produtos de saúde durante emergências de saúde pública” — o objetivo principal é disponibilizar medicamentos, vacinas e diagnósticos o mais rápido possível para atender à emergência, “respeitando critérios rigorosos de segurança, eficácia e qualidade”.
A avaliação pesa a ameaça representada pela emergência, bem como o benefício que adviria do uso do produto contra quaisquer riscos potenciais.
No Brasil
Ontem, a Pfizer afirmou, após nova reunião com a Anvisa, que voltou a cogitar a solicitação para o uso emergencial da sua vacina contra a covid-19 no Brasil. A empresa tinha afirmado na última segunda-feira (28) que iria submeter o imunizante apenas para a chamada submissão contínua.
O argumento da Pfizer, no início da semana, era que tinha “esbarrado em dificuldades” do Guia de Submissão para Uso Emergencial, elaborado pela própria agência brasileira.
Porém, hoje, com novos esclarecimentos da Anvisa, o laboratório declarou que há a possibilidade da agência “modular” pontos específicos do guia de submissão, possibilitando maior agilidade na submissão deste tipo de processo.
“Uma nova reunião técnica será realizada e, com base nessa discussão adicional e no andamento das negociações com o Governo Brasileiro, a Pfizer irá avaliar a possibilidade de solicitar o uso emergencial”, disse a empresa, em comunicado.
“Em paralelo, a companhia continuará dando andamento ao processo de submissão contínua junto à Agência, em busca de uma rápida aprovação do registro de sua vacina”, acrescentou.
Nove meses após ter contraído covid-19, a francesa Pauline Oustric, de 27 anos, ainda sofre de inúmeros sintomas ligados à doença, que a impedem de levar a vida que tinha antes. A jovem, que costumava correr e participar de competições de dança, hoje tem dificuldades para fazer pequenos esforços físicos. Uma caminhada de mais de 15 minutos provoca um grande cansaço que a obriga a se repousar durante horas ou até mesmo um dia inteiro.
Seus problemas respiratórios, digestivos e de raciocínio melhoraram, mas 40 semanas depois de ser infectada, ela ainda sofre de dores torácicas, na altura do coração, que a impedem de se movimentar normalmente, além de acufenos (zumbido nos ouvidos).
O caso de Pauline, que não precisou ser hospitalizada quando contraiu o novo coronavírus, está longe de ser isolado. Milhares de pessoas sofrem da chamada “covid-19 longa”, com sintomas que afetam vários órgãos do corpo e perduram meses depois do início da infecção.
“Eu ainda não recuperei minha saúde, que era perfeita, nem minha energia de antes”, diz Pauline, que afirma viver desde março em “uma montanha russa”, alternando dias bons e ruins por causa dos sintomas cíclicos.
Essa forma prolongada da doença, observada por alguns médicos, já vem chamando a atenção das autoridades médicas há algum tempo.
Em agosto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu a existência de sequelas a longo prazo da covid-19 após uma videoconferência de seu diretor-geral, Tedros Adhanon Ghebreyesus, com pacientes de várias nacionalidades afetados por sintomas persistentes da doença.
“Nós sabemos relativamente pouco ainda sobre os efeitos a longo prazo da covid-19. Nos engajamos a colaborar com os países para que essas pessoas possam beneficiar dos serviços que precisam e para fazer avançar as pesquisas em seu favor”, afirmou o diretor-geral da OMS após o encontro.
Pauline, que participou dessa conferência, é uma das fundadoras e presidente da associação francesa “AprèsJ20” (“Depois do 20° dia”), nome que faz referência ao fato de que sintomas múltiplos da covid-19 se prolongam além do prazo normalmente indicado para quem não desenvolveu formas graves da doença.
“AprèsJ20” começou com uma hashtag lançada em abril no Twitter, seguida pela criação de grupos em outras redes sociais, com milhares de relatos de pessoas que diziam sofrer de sintomas prolongados da covid-19.
Em muitos casos, os problemas persistentes eram ligados a fatores psicológicos, como a ansiedade.
Na França, arte dos pacientes de covid-19 longa reunidos na hashtag “AprèsJ20” formou o grupo da associação que leva o mesmo nome.
Ela tem quatro objetivos: o reconhecimento da covid-19 longa baseada nos sintomas (e não unicamente em testes) para efeitos de indenização pelo Seguro Social francês, tratamentos médicos pluridisciplinares devido ao fato da doença afetar diferentes órgãos, melhor acesso a informações para médicos e público, além da realização de pesquisas científicas na área.
No início da pandemia, não havia na França testes disponíveis em ampla escala para a população como atualmente. Por isso, muitas pessoas que ainda apresentam os sintomas da doença meses depois não tiveram, na época, o diagnóstico confirmado por meio de testes.
A associação também atua em colaboração com médicos e pesquisadores para aprofundar informações sobre a covid-19 persistente.
Comunidades online de pacientes do mesmo tipo também surgiram em outros países, como o Reino Unido.
No dia em que concedeu a entrevista à BBC News Brasil, a presidente da AprèsJ20 havia passado antes quatro horas deitada devido a um grande cansaço.
“Hoje, não me sinto mais capaz de trabalhar tanto como antes. Mas mesmo trabalhando menos, me sinto mais cansada”, diz a jovem, que colocou uma cama ao lado da mesa do computador para facilitar sua necessidade de repouso constante.
Pauline morava na Inglaterra, onde contraiu o Sars-CoV-2, e precisou voltar para a casa dos pais na França porque, segundo ela, não pode mais fazer tudo sozinha e precisa de um acompanhamento diário.
Pauline afirma que médicos identificaram nela uma disfunção de seu sistema neurovegetativo, que regula o corpo, o que poderia explicar seus problemas respiratórios, cardíacos, digestivos, musculares e de confusão mental.
Amélie Perrier, 43 anos, também sofre de covid-19 longa. Antes de março, quando contraiu a doença, costumava correr de 60 a 80 quilômetros semanalmente, além de participar de maratonas e fazer musculação.
“Hoje, um bom dia é quando consigo caminhar dois quilômetros”, diz ela, que lamenta muito não poder mais praticar esportes.
“Não é uma gripezinha”, diz Amélie. “Me sinto presa no meu corpo. Há dias em que tenho a impressão de morrer lentamente.”
Apesar da dificuldade para respirar normalmente e das dores no peito quando contraiu a covid-19, ela não foi hospitalizada.
Nove meses depois de ter sido infectada, Amélie ainda sofre de problemas respiratórios, “um cansaço imenso”, irritações na pele e problemas de perda de voz no decorrer do dia, que tornam difícil para ela se comunicar à noite.
Como no caso de Pauline, a covid-19 longa também mudou radicalmente sua vida. Ela era assessora de imprensa, trabalho que “adorava”, e atualmente está sem atividade profissional. A energia que lhe resta, afirma, reserva para se dedicar à filha de seis anos.
Ela acordava diariamente às 5 horas da manhã para correr e hoje tem dificuldades para se levantar da cama antes das 9 horas.
Amélie, que também é uma das fundadoras da associação AprèsJ20, teve melhoras nos meses de maio e agosto. Por isso, ela nem imaginava que ainda teria sintomas da covid-19 no mês de dezembro e chegou até a prever que participaria de uma corrida no final do ano.
Mas após algumas recaídas ela constatou que é melhor não fazer mais planos e viver um dia de cada vez. “Eu aceitei a doença. É preciso saber se adaptar e ter esperança”, ressalta.
Ela diz sentir “raiva” das pessoas que protestam pela reabertura de comércios ou que não respeitam os protocolos sanitários. “Falta solidariedade. As pessoas em boa saúde precisam perceber que pode acontecer com qualquer um, em qualquer idade.”
Os sintomas da covid-19 longa variam de um paciente para outro. A fadiga é um elemento comum.
A associação AprèsJ20 fez uma longa lista dos principais problemas sofridos, que vão de vertigens à perda de memória, dificuldades de concentração, taquicardia, dores no peito, nas articulações e nos dentes, falta de lubrificação nos olhos, entre inúmeros outros.
Cientistas em Londres estudam a possibilidade de que a nova variante do vírus responsável pela covid-19 possa infectar mais facilmente as crianças. O cenário foi lançado como uma possibilidade por um dos membros do grupo encarregado de aconselhar o governo britânico sobre a pandemia, conhecido como NervTag. Para que se estabeleça uma relação direta entre a variante e as infecções entre crianças, porém, os cientistas do grupo insistem que novos estudos precisam ser realizados.
O surgimento da nova variante foi comunicado à OMS no dia 14 de dezembro. Mas só nesta semana os estudos indicaram que sua taxa de transmissão poderia ser 70% superior ao coronavírus que se conhecia até então. O descobrimento levou o primeiro-ministro Boris Johnson a cancelar o Natal para milhões de pessoas, colocadas sobre restrição. Mais de 40 pessoas fecharam acesso e voos para o Reino Unido.
De acordo com os cientistas, estudos estão sendo feitos para entender o que a mutação pode significar. Mas, para Neil Ferguson, os dados hoje sugerem que o vírus “tem uma propensão maior para infectar crianças”. Mas ele mesmo foi claro em indicar que não estabeleceram “nenhum tipo de causalidade sobre isso”. “Mas podemos ver isso nos dados”, insistiu o professor da Imperial College de Londres.
“O que vimos ao longo de um período de cinco ou seis semanas é que a proporção consistente de casos para a variante em menores de 15 anos foi estatisticamente maior do que o vírus não-variante”, disse.
O surgimento da nova variante foi comunicado à OMS no dia 14 de dezembro. Mas só nesta semana os estudos indicaram que sua taxa de transmissão poderia ser 70% superior ao coronavírus que se conhecia até então. O descobrimento levou o primeiro-ministro Boris Johnson a cancelar o Natal para milhões de pessoas, colocadas sobre restrição. Mais de 40 pessoas fecharam acesso e voos para o Reino Unido.
De acordo com os cientistas, estudos estão sendo feitos para entender o que a mutação pode significar. Mas, para Neil Ferguson, os dados hoje sugerem que o vírus “tem uma propensão maior para infectar crianças”. Mas ele mesmo foi claro em indicar que não estabeleceram “nenhum tipo de causalidade sobre isso”. “Mas podemos ver isso nos dados”, insistiu o professor da Imperial College de Londres.
“O que vimos ao longo de um período de cinco ou seis semanas é que a proporção consistente de casos para a variante em menores de 15 anos foi estatisticamente maior do que o vírus não-variante”, disse.
Outros membros do mesmo grupo de aconselhamento do governo fizeram questão de alertar que não existem ainda provas dessa relação e pediram cautela. “Não estamos dizendo que se trata de um vírus que ataca especificamente as crianças”, disse a pesquisadora Wendy Barclay, que também faz parte do grupo
“Sabemos que o SARS-CoV-2, tal como surgiu como um vírus, não foi tão eficiente em infectar crianças, e há muitas hipóteses sobre isso”, disse. Para ela, se o novo vírus está tendo mais facilidade para infectar, isso poderia mudar a situação para as crianças.
“Talvez as crianças sejam igualmente suscetíveis a este vírus como adultos e, portanto, dado seus padrões de mistura, você esperaria ver mais crianças sendo infectadas”, disse.
Ministro da Saúde afirma que OMS já foi notificada e relaciona surto de casos à nova variante do Sars-CoV-2. País é o mais atingido pela COVID-19 na Europa ocidental.
O ministro da Saúde do Reino Unido, Matt Hancock, anunciou nesta segunda-feira (14) ao Parlamento britânico que uma nova cepa do novo coronavírus foi identificada no país, informou o jornal O Globo.
A descoberta ocorre em meio à vacinação contra a COVID-19, iniciada na semana passada. Segundo Hancock, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já foi notificada.
A variante do Sars-CoV-2 poderia estar relacionada à alta de casos no sudeste da Inglaterra e se multiplicaria mais rapidamente do que as demais cepas do patógeno.
Ainda segundo o ministro britânico, mais de mil casos já foram registrados no Reino Unido em mais de 60 localidades diferentes. Os números, descreveu Hancock, estão “crescendo rapidamente”.
Ele ponderou que ainda não há elementos que indiquem que a nova cepa tem maior probabilidade de agravar o quadro da COVID-19 do que as demais.
“Nós identificamos uma nova variante do coronavírus que pode estar associada à disseminação acelerada [da COVID-19] no sudeste da Inglaterra”, disse Hancock em uma reunião com parlamentares.
Análises iniciais sugerem que essa variante está se multiplicando mais rapidamente do que as já existentes.
O ministro afirmou ainda que o laboratório de Porton Down, vinculado ao Ministério da Defesa britânico, fará testes para avaliar se a nova cepa é resistente a vacinas. Hancock ponderou, no entanto, que assessores médicos da pasta acreditam que essa possibilidade é “altamente improvável”.
Restrições mais rígidas
Na mesma ocasião, Hancock confirmou que o governo britânico colocará a capital, Londres, sob o nível mais rígido de restrições por conta da alta de casos de COVID-19. Outras cidades no entorno também entrarão em regime de confinamento.
De acordo com os procedimentos previstos pelo governo, restaurantes, cafés e bares serão fechados e empresas deverão adotar o trabalho remoto para todos os serviços não essenciais.
“Não sabemos até que ponto isso se deve à nova variante, mas, independentemente da causa, precisamos tomar ações decisivas e rápidas que, infelizmente, são absolutamente essenciais para controlar essa doença mortal enquanto executamos a vacinação”, disse o ministro se referindo à alta de casos em regiões da Inglaterra.
O Reino Unido é o país mais afetado pela COVID-19 na Europa Ocidental junto da Itália e já soma mais de 1,8 milhão de casos da doença. Mais de 64 mil pessoas morreram por conta do novo coronavírus em solo britânico.
O governo se tornou no último dia 8 o primeiro país ocidental a iniciar a vacinação contra a COVID-19 dentro dos procedimentos científicos.
Chefe da entidade afirma que estado atual da epidemia no país é “muito, muito preocupante” e que são necessárias ações. Tedros recomenda ainda que grandes festas de fim de ano sejam evitadas em todo o mundo.
A reportagem é publicada por Deutsche Welle, 30-11-2020.
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou nesta segunda-feira (30/11) que a situação da epidemia de covid-19 no Brasil é “muito preocupante”.
“O Brasil teve seu ápice em julho. O número de casos estava diminuindo, mas em novembro os números voltaram a subir. O Brasil precisa levar [isso] muito, muito a sério. É muito, muito preocupante”, afirmou Tedros a jornalistas.
Após uma diminuição no ritmo da epidemia e uma queda no número de mortos, o Brasil vem enfrentando nas últimas semanas um aumento dos casos e de óbitos em decorrência da covid-19.
Na semana passada, a taxa de contágio no país foi a maior desde maio, segundo dados do Imperial College de Londres, no Reino Unido. A estimativa da instituição pôs o índice em 1,30 – ou seja, cada 100 pessoas contaminadas transmitiam o vírus para outras 130, em média.
De acordo com dados divulgados no domingo, o total de infectados no Brasil desde o início da epidemia é de 6.314.740, enquanto o total de óbitos chega a 172.833.
Tedros fez ainda um apelo para que, em todo o mundo, seja evitada a realização de festas de fim de ano com grande número de pessoas, como forma de conter a propagação do novo coronavírus.
“É recomendável comemorar em casa, evitar reuniões com pessoas de fora, e se houver encontros, essas pessoas devem estar, de preferência, no exterior [das casas], com distância física e usando uma máscara”, aconselhou.
“Todos temos que nos perguntar se, nestas circunstâncias, é preciso viajar, se é realmente necessário, pois [este] é o momento de ficar em casa e seguro”, completou.
Na semana passada, Tedros destacou a primeira queda clara nos casos globais de infecção desde setembro, especialmente por causa da desaceleração do contágio na Europa. No entanto, ele advertiu que o cenário poderia mudar rapidamente. Hoje, o diretor-geral reforçou o alerta.
“A pandemia vai mudar a maneira como celebramos, mas isso não significa que não possamos fazê-lo”, disse Tedros, que admitiu entender o desejo das famílias se reunirem, embora afirme que é preciso atenção. “Temos que considerar os riscos que corremos com nossas decisões”, acrescentou.
O diretor-geral da OMS admitiu ainda o temor de que as festas de fim de ano se tornem o fator de produção de uma nova onda de infecções no mundo, já que não há garantias de uma vacinação em massa até lá.
Tedros também recomendou que sejam evitados “os shoppings, se houver muita gente neles”, sugerindo que a população tente ir em horários de menor movimento e busque optar pelo comércio eletrônico.
Diretor regional da entidade apresentou informe indicando que o Velho Continente registrou mais de 29 mil mortes somente na segunda semana de novembro.
Cada novo número sobre a segunda onda da pandemia de coronavírus causa mais alarme na Europa. Por exemplo, nesta quinta-feira (19), a OMS (Organização Mundial da Saúde) apresentou um informe mostrando que o continente teve mais de 29 mil mortes por covid-19 (infecção causada pelo coronavírus SARS-CoV-2) apenas na segunda semana de novembro.
Segundo o infectologista belga Hans Kluge, o número é alarmante, e revela uma situação que já é similar ao vivido no primeiro semestre, e que poderia ficar ainda pior. “A cada 17 segundos morre uma pessoa de covid na Europa”, afirmou o especialista.
Com a chegada do outono no hemisfério norte, Europa e Estados Unidos voltaram a ser o epicentro da pandemia de covid-19 no planeta, panorama que tende a se agravar com o início do inverno, em pouco mais de mês.
“Nesta semana que terminou no dia 14 de novembro, a Europa teve 28% dos casos de covid-19 em todo o mundo, e também 26% das mortes pela doença no mesmo período”, indicou Kluge, baseado no informe da OMS, que aponta um crescimento de 18% no índice de mortalidade da infecção no continente.
Kluge também pediu aos governos de países que apresentam situação mais grave – não citou exemplos, mas o informe mostra que França, Reino Unido e Itália são os que tiveram maior aumento de contágios e de mortes na última semana – que reforcem suas medidas para conter a propagação do vírus.
“A obrigatoriedade do uso de máscaras é importante, mas deve ser combinada com outras medidas que garantam o distanciamento social”, comentou Kluge.
O governo brasileiro votou contra a aprovação de uma resolução na OMS para garantir saúde aos palestinos em territórios ocupados, incluindo em Jerusalém Oriental e Golã. O projeto é interpretado como uma crítica direta ao governo de Israel, um aliado de Jair Bolsonaro.
O projeto foi aprovado por 78 votos a favor e apenas 14 contra, além de 32 abstenções. Além do Brasil, votaram contra a proposta os EUA, alguns países europeus e Austrália, além do próprio governo de Israel.
Essa não é a primeira vez que o Brasil rompe com uma postura tradicional de apoio aos palestinos. Na ONU, debates sobre direitos humanos também revelaram uma mudança na postura no Itamaraty do chanceler Ernesto Araújo.
Na América Latina, países como Uruguai e Costa Rica optaram pela abstenção, enquanto Paraguai, Peru, Argentina, Chile, México, Cuba e Bolívia votaram a favor da proposta.
O governo americano de Donald Trump também tomou a palavra para criticar a resolução. “Os Estados Unidos consideram que o atual projeto de decisão não cumpre o nosso objetivo comum de uma Assembleia Mundial da Saúde centrada puramente na saúde pública, e que se abstém de destacar países numa base política”, disse a delegação americana. “Pelo contrário, o projeto de decisão que temos diante de nós perpetua tal politização”, alertou.
Washington ainda acusou os autores da proposta de se recusar a dialogar para adaptar o projeto.
“Os Estados Unidos não podem deixar passar esta decisão sem objeção. Tal como está, essa decisão é insuficiente na sua tentativa de melhorar a saúde dos palestinianos, e não ajuda a fazer avançar a causa de uma paz duradoura e abrangente entre Israel e os palestinianos”, indicou.