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Líderes de países árabes e muçulmanos acusam Israel de crimes contra palestinos, em cúpula na Arábia Saudita

Líderes rejeitaram o argumento israelense de ‘autodefesa’ na Faixa de Gaza e exigiram a interrupção imediata das operações militares no local.

Os líderes árabes e o presidente iraniano estão reunidos em Riad, na Arábia Saudita, neste sábado (11/11) para uma cúpula conjunta que deve enfatizar a urgência de acabar com a guerra entre Israel e o movimento islâmico palestino Hamas na Faixa de Gaza, um conflito que ameaça engolir a região.

As reuniões de emergência da Liga Árabe e da Organização de Cooperação Islâmica (OIC) estão sendo realizadas em Riad, cinco semanas após o início da guerra desencadeada pelo ataque sangrento do movimento islâmico palestino Hamas em solo israelense, em 7 de outubro.

Líderes de países árabes e muçulmanos rejeitaram no sábado o argumento israelense de “autodefesa” na Faixa de Gaza e exigiram a interrupção imediata das operações militares israelenses no local. Eles pediram ao Conselho de Segurança da ONU que adotasse “uma resolução decisiva e obrigatória” para pôr fim à “agressão” israelense na Faixa de Gaza.

A declaração final da cúpula realizada na capital saudita diz que os membros da Liga Árabe e os países muçulmanos “se recusam a descrever essa guerra como legítima defesa ou a justificá-la sob qualquer pretexto que seja” e acrescentaram que a abstenção de “uma resolução decisiva” das Nações Unidas “encoraja Israel a continuar sua agressão brutal que está matando pessoas inocentes (…) e reduzindo Gaza a escombros”.

Cerca de 1.200 pessoas foram mortas pelo lado israelense, a maioria civis no dia do ataque do Hamas, de acordo com as autoridades israelenses. E 239 israelenses foram sequestrados e levados para a Faixa de Gaza, segundo as mesmas fontes.

Desde então, Israel tem bombardeado incessantemente o território palestino controlado pelo Hamas. Mais de 11 mil pessoas, incluindo pelo menos 4.500 crianças, foram mortas no enclave, de acordo com o Ministério da Saúde do governo do Hamas.

“Crimes cometidos contra o povo palestino”
A Arábia Saudita “considera as autoridades de ocupação (israelenses) responsáveis pelos crimes cometidos contra o povo palestino”, declarou o príncipe herdeiro Mohammed bin Salmane na abertura da cúpula.

“Estamos certos de que a única maneira de garantir a segurança, a paz e a estabilidade na região é pôr fim à ocupação [israelense], ao cerco e aos assentamentos”, acrescentou.

O presidente iraniano Ebrahim Raisi, que visita a Arábia Saudita pela primeira vez desde que os dois países estreitaram seus laços em março, conclamou os países islâmicos a classificar o exército israelense como uma “organização terrorista”.

Israel diz que quer destruir o Hamas e culpa o grupo pelo alto número de mortes, acusando-o de usar civis como escudos humanos, o que o Hamas nega.

Diferenças regionais
Inicialmente, a Liga Árabe e a OIC deveriam realizar suas reuniões separadamente, mas o Ministério das Relações Exteriores da Arábia Saudita anunciou na madrugada deste sábado que as duas cúpulas seriam realizadas em conjunto.

Dois diplomatas árabes disseram que a decisão foi tomada após divergências sobre uma declaração final para a cúpula árabe.

Rompimento dos laços com Israel?
Alguns países, principalmente a Argélia e o Líbano, propuseram o rompimento dos laços econômicos e diplomáticos com Israel e a interrupção do fornecimento de petróleo ao país e seus aliados, de acordo com os diplomatas. No entanto, pelo menos três países, incluindo os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein, que normalizaram as relações com Israel em 2020, rejeitaram essa proposta.

As organizações humanitárias internacionais redobraram seus apelos por um cessar-fogo em Gaza, onde a água potável e os medicamentos são extremamente escassos.

A Jihad Islâmica, aliada do Hamas em Gaza, no entanto, disse que não esperava “nada” da cúpula por meio de Mohammad al-Hindi, seu vice-secretário geral. Até o momento, Israel e seu principal aliado, os Estados Unidos, rejeitaram os pedidos de cessar-fogo.

“É vergonhoso que os países ocidentais, que sempre falam sobre direitos humanos e liberdades, permaneçam em silêncio diante dos contínuos massacres na Palestina”, disse o presidente turco Recep Tayyip Erdogan.

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, enfatizou que Washington tinha “a maior influência sobre Israel” e que “carrega [como resultado] a responsabilidade pela ausência de uma solução política” para o conflito.

O presidente sírio Bashar al-Assad considerou que a ausência de medidas punitivas contra Israel tornaria a cúpula “sem sentido” e defendeu o não envolvimento em um processo político com Israel até que um cessar-fogo fosse alcançado em Gaza.

O Emir do Qatar, Sheikh Tamim bin Hamad Al-Thani, cujo país está envolvido em esforços para garantir a libertação de reféns israelenses e estrangeiros mantidos em Gaza, disse que “são necessárias medidas persuasivas para acabar com os crimes de guerra”.

O presidente da Indonésia, Joko Widodo, e o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, estão entre os participantes da cúpula. O Irã apoia o Hamas, mas também o movimento islâmico libanês Hezbollah e os rebeldes Houthi no Iêmen, que estão aumentando os temores de uma extensão do conflito.

Israel e o Hezbollah trocam tiros diariamente na fronteira entre Israel e Líbano, enquanto os houthis reivindicaram a responsabilidade por vários ataques com drones e mísseis no sul de Israel.

*Opera Mundi

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A guerra de Israel contra os palestinos envolve áreas de petróleo em Gaza e o neoliberalismo em queda

Análise geopolítica sobre a guerra em Israel e suas implicações para o Brasil e o mundo multipolar em desenvolvimento, por Pedro Augusto Pinho no Monitor Mercantil.

A verdade, filha do céu, como a luz não se apaga. No seio da escuridão mais densa jaz a centelha que afinal propaga a chama. Em todos os tempos, quando a corrupção invade a sociedade e o vício contamina as fontes da vida pública, Deus suscita um apóstolo para salvar no meio da geral dissolução a dignidade da razão humana. Às vezes é um historiador, como Tácito, ou um poeta como Juvenal; outras é Demóstenes orador, ou Sêneca filósofo. Através do zumbir da lisonja, do riso aparvalhado das turbas, do resfolgo opresso das consciências, no meio das bacanais públicas, ergue-se vibrante e sonora a voz da verdade, semelhante ao canto do cisne de uma sociedade que sucumbe

José de Alencar, “Cartas de Erasmo”, “Ao Imperador”, 17 de novembro de 1865, em “José de Alencar, Ficção Completa e Outros Escritos”, Aguilar Editora, RJ, 1965, volume III

A guerra que Israel move contra os palestinos se insere no projeto geopolítico de colocar sob domínio anglo-estadunidense e israelense cerca de dois terços das reservas de petróleo do mundo, entre outros interesses políticos, econômicos e, por que não reconhecer, raciais, que levam à formação dessa união.

Em 31/12/2022, estavam computados 1.535 bilhões de barris de petróleo no mundo.

Nesta conta se excluem o que se poderia obter com o processamento de areias betuminosas e folhelhos de xisto, principalmente no Canadá, nos Estados Unidos da América (EUA) e na Federação Russa.

Aproximadamente 998 bilhões estavam na área ao sul da Turquia, no Irã, no Egito e na Península Arábica.

A perspectiva de desconstruir a importância do petróleo – óleo e gás natural – já tem início ao serem divulgadas estatísticas que separam o óleo, que é denominado petróleo, do gás natural, como se este viesse de outro lugar que não dos reservatórios de hidrocarbonetos.


Esses mapas indicam reservas eventuais de petróleo na região de Gaza. O da esquerda mostra áreas marítimas para exploração. O da direita, as áreas já autorizadas para execução da exploração. Os dois mapas constam do documento ‘’The Economic Costs of the Israeli Occupation for the Palestinian People: The Unrealized Oil and Natural Gas Potential”, de 2019, da UNCTAD (Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento)

O neoliberalismo, que passou a dominar o mundo ocidental e influenciar o oriental a partir da década de 1980, tem na comunicação uma de suas armas mais importantes. Especialmente quando a comunicação virtual ganha força, como ocorre simultaneamente com as desregulações financeiras e a imposição da ideologia neoliberal, pelo Consenso de Washington.

Este “Consenso” será o instrumento de avaliação dos organismos internacionais de empréstimos e de acompanhamento econômico: Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial (WB), Organização Mundial de Comércio (OMC), dentre outros.

Vejamos os 40 anos que vão de 1973 a 2013, com informações da Agência Internacional de Energia (AIE), para o consumo de energia.

A OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), que agrupa o mundo desenvolvido ocidental, caiu de 61,3% para 39,2%.

A China, que percorreu caminho diferente do preconizado pelo Consenso de Washington, cresceu de 5,5% para 12,2%. O Oriente Médio, seguindo o exemplo chinês, passou de 0,8% para 5,1%.As Américas, fora da OCDE, ficaram praticamente estáveis no consumo de energia: 3,5% e 4,6%, início e fim do período.

Neste século 21, constatou-se a decadência na produção e no emprego pelo lado do Atlântico.

Mesmo reduzindo os encargos trabalhistas e previdenciários, com a nova escravidão dos “microempreendedores individuais” e a uberização do trabalho, reduziram-se os empregados com “carteira assinada”, e, simultaneamente, avançaram a fome e a miséria, inclusive nos países industrializados e desenvolvidos.

Há mais um dado para ser analisado com a guerra movida por Israel: a revelação da falácia das energias alternativas que fariam a transição energética.

Hoje, após mais de duas décadas de fechamento de usinas atômicas e da substituição de petróleo por energia eólica e solar fotovoltaica, já não resta dúvida da ineficiência desta substituição, quer pelo preço elevado, quer pelo uso abundante de minerais estratégicos, quer pela intermitência do fornecimento, quer mesmo pelos problemas ambientais que provocam.

Por outro lado, o mundo unipolar, do dólar estadunidense, vê-se superado, em todos aspectos, pelo mundo multipolar, construído em torno da República Popular da China (China), da Federação Russa (Rússia) e de países asiáticos e africanos organizados em instituições internacionais como a Iniciativa do Cinturão e Rota (ICR), os Brics, agora aumentados para 11 países, a Organização para Cooperação de Xangai e outras.

O cenário de guerra fica cada vez mais possível com a decadência dos EUA, melhor dir-se-ia do Atlântico Norte.

Ao mesmo tempo em que a China e Rússia vão congregando países, mesmo com divergências históricas, como no recente Brics+.

A Iniciativa do Cinturão e Rota, reunida no 3º Fórum para Cooperação Internacional, em outubro de 2023, contava mais de 150 países e 30 organizações internacionais, de uma forma ou de outra, envolvidos na implementação desta iniciativa chinesa.

Único representante brasileiro convidado para o Fórum estava neste evento, o diretor responsável do Monitor Mercantil, jornalista Marcos de Oliveira. Lembrando que a Organização das Nações Unidas (ONU) possui, hoje, 193 países-membros.

Existe, é óbvio, o aspecto cultural nesta virada para o oriente, mas há a nítida decadência do Ocidente, que se envolve em guerras de conquista como se ainda vivêssemos no século 19.

A questão energética é bem um exemplo. Substituir o petróleo pelo vento e pelo sol é retroceder, enquanto a China busca na fusão nuclear o avanço na geração de energia.

Muito poder-se-ia discorrer sobre energia e guerra. Porém, neste artigo, buscamos vincular a guerra de um Estado contra uma população, a falência em menos de meio século de ideologia farsante e suas consequências para o Brasil.

E a tudo isso se soma a dívida imensa e sem lastro que acompanha o dólar estadunidense, presente na guerra das forças armadas, protegidas institucionalmente, contra população organizada pela necessidade de se defender do massacre e do extermínio e o cenário do ocidente em crise contra o oriente em desenvolvimento.

Uma percepção do Brasil neste belicoso cenário

Fundamentalmente, falta soberania ao Estado Nacional brasileiro.

Vive o País muito mais tempo como colônia dos portugueses, ingleses, estadunidenses e dos capitais apátridas do que como Estado independente soberano e altivo.

A denominada redemocratização se deu com a vitória neoliberal no Ocidente e o desaparecimento da questão nacional no cenário das discussões políticas. Era a globalização em vez dos Estados nacionais e também o identitarismo no lugar da cidadania.

Saído de 21 anos de governos autoritários, os brasileiros não perceberam que a criança estava na bacia de água suja.

Com os militares foi-se também o interesse nacional, muito bem demonstrado pela ação da diplomacia brasileira, voltando seus olhos para a vizinhança sul-americana e para a África, e reconhecendo as vitórias lá ocorridas nas lutas pelas independências políticas.

A bem da verdade, esta virada da diplomacia teve início com o curto governo Jânio Quadro (Afonso Arinos de Melo Francos), sofreu um revés com Castelo Branco (Juracy Magalhães), retomou a autonomia com Médici, Geisel e Figueiredo (Mário Gibson Barbosa, Antônio Azeredo da Silveira, Ramiro Saraiva Guerreiro) e retroagiu ao acompanhamento acrítico e automático dos EUA na Nova República até a volta de Celso Amorim, com Lula, em 2003.

Deve-se recordar o servilismo do Itamaraty no governo de Fernando Henrique Cardoso, sendo chanceler Celso Lafer, ao perseguir o corajoso e digno embaixador José Maurício de Figueiredo Bustani, quando, tendo sido eleito para primeiro diretor-geral da Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq), já reeleito para novo período, se recusa a participar da farsa das “armas de destruição em massa” no Iraque, para justificar a invasão, a guerra de conquista daquele País, pelos EUA.

Fato imortalizado no filme Sinfonia de um homem comum, de José Joffily. O autor deste artigo se orgulha da amizade, surgida no curso secundário e até hoje mantida, com o diplomata e pianista Bustani.

Hoje, a diplomacia brasileira é pouco afirmativa, hesita na identificação dos interesses nacionais como da multipolaridade, e isso tem reflexo nesta questão da guerra de Israel contra os palestinos.

Um cenário possível, que já é objeto de debate acadêmico, está no reconhecimento da derrota do neoliberalismo globalizante e de sua concentração do quintal estadunidense: as Américas.

Os capitais anglo-israelense-estadunidenses assumiriam o poder pelos países das Américas, derrotando as veleidades brasileiras de governança nacional e procurando submeter Cuba, Venezuela, Nicarágua e Bolívia ao encolhido Império.

Sendo este o desfecho da guerra no Oriente Médio e na Ucrânia sairiam vitoriosos o petróleo, como principal fonte primária de energia, e os Estados Unidos da América, como feitor dos capitais financeiros nas ricas e dominadas Américas, do Alasca à Patagônia.

Porém, o Brasil pode e deve reagir.

A população, em sua maioria, não aplaude o covarde nem o agressor dos mais fracos, ela estará contra ou a favor do governo conforme este a esclareça dos reais acontecimentos, não deixe o brasileiro refém das mídias hegemônicas e antinacionais, dos sites de relacionamento coordenados do exterior, e assuma sua responsabilidade em favor da justiça, da verdade, da paz e, principalmente do Estado e da Nação Brasileira.

*Pedro Augusto Pinho, administrador aposentado, trabalhou por 25 anos na Petrobrás, foi membro do Corpo Permanente da Escola Superior de Guerra (ESG) e consultor das Nações Unidas na África (UN/DTCD 1987/1988).

*Viomundo

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Ativista palestina é detida na Cisjordânia sob acusação de incitar terrorismo

Mensagem de ódio que circulou nas redes sociais foi atribuída a Ahed Tamimi; mãe nega que ela seja autora da publicação.

JERUSALÉM | AFP – A palestina Ahed Tamimi, 22, conhecida ativista contra a ocupação israelense da Cisjordânia, foi detida em sua cidade natal de Nabi Saleh sob a acusação de incitar o terrorismo, anunciou o Exército de Israel nesta segunda-feira (6).

Questionada sobre o motivo da detenção, uma autoridade do serviço de segurança de Israel enviou à agência de notícias AFP uma publicação atribuída a Tamimi que circulou nas redes sociais. O texto, em árabe e em hebraico, pede o massacre de israelenses em “todas as cidades da Cisjordânia, Hebron e Jenin”. A mãe da ativista, Narimane Tamimi, nega, porém, que a filha tenha escrito ou divulgado a mensagem.

“Há dezenas de contas [nas redes sociais] com a foto de Ahed com as quais ela não tem vínculo. Quando Ahed tenta abrir uma conta, ela é bloqueada imediatamente”, disse à AFP Narimane. “Eles a acusam de ter publicado uma mensagem que incita a violência, mas Ahed não a escreveu.”

A AFP não conseguiu verificar se a conta usada para divulgar a mensagem de ódio pertence à Tamimi. Ela foi detida durante uma operação do Exército no norte da Cisjordânia que tinha como objetivo “capturar indivíduos suspeitos de participar em atividades terroristas e incitar o ódio”. As autoridades de segurança não informaram o paradeiro da ativista, limitando-se a dizer que ela seria interrogada.

Narimane afirmou ainda que seu marido, Bassem al Tamimi, foi detido em 20 de outubro, quando retornava de uma viagem. Desde então, a família não tem notícias dele.

Ahed Tamimi nasceu em 31 de janeiro de 2001. Ficou conhecida aos 14 anos após ser filmada mordendo um soldado israelense para impedir a detenção de seu irmão mais novo. Em dezembro de 2017, aos 16 anos, deu um tapa em um soldado de Israel no quintal de sua casa. Foi detida pelos militares e depois condenada a oito meses de prisão.

A ativista foi liberada em 29 de julho de 2018. Desde então, tornou-se um símbolo mundial da causa palestina e é considerada um exemplo de coragem diante da repressão israelense nos territórios ocupados. Um retrato dela foi pintado em um dos muros que separam os israelenses dos palestinos da Cisjordânia, situado perto de Belém.

 

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A mesma ONU que autorizou a criação do Estado de Israel, não considera o Hamas terrorista, mas trata Israel como criminoso de guerra

Qual das três ONU Israel desautoriza?

Israel tem somente uma saída, buscar a paz, do contrário, ficará cada vez mais isolado, porque a guerra nasceu no Estado de Israel há 75 anos, quando, à força, ocupou o território já ocupado por palestinos. Aí Israel já perde a razão, sem falar em um número incontável de resoluções que o Estado, seguindo uma lógica terrorista, jamais cumpriu muito antes do surgimento do Hamas.

O antagonismo de Israel com a Palestina nasce na sua ocupação colonialista, quando os membros do Hamas ainda não tinham sequer nascido.

A história é essa, o que está a léguas de distância dessa cantilena sionista que tenta, através de falsos símbolos, impor seu manual de palavrórios para justificar uma colonização na base da peitada, imaginando que, no caminho, não encontraria as pedras de resistência arremessadas pelos palestinos.

Essa fábula da reconquista heroica de um território, glorificando falsos heróis sob a alegação de que tinha direito a tal conquista, findou-se, ninguém mais engole esse bate-entope fantasioso.

A verdade é que, seja na calada ou de forma escancarada, o isolamento de Israel já é realidade, inclusive com a retirada, quase diária, de embaixadores daquele país por vários países. soma-se a isso as multidões no mundo todo se manifestando em favor da Palestina;

Isso é o primeiro sinal de morte de um Estado, porque significa dizer que ninguém quer posar ao lado de um Estado terrorista que assassina palestinos a sangue frio.

Tudo isso, sem dizer que, mesmo que o Hamas não encontre apoio nas populações mundo afora, a violência desmedida que Israel utiliza para dizimar toda a população civil de Gaza, sobretudo crianças e mulheres, dá a ele cada vez mais o título de protagonista de um novo holocausto.

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Se os terroristas de Israel, hoje, fazem o que fazem diante dos olhos e repúdio do mundo, imagina o que fizeram em 1947 para colonizar violentamente a Palestina

Nada distingue o colonialismo do terrorismo. O colonialismo é uma manifestação primitiva, que não tem como ser visto como algo civilizado.

Na verdade, o colonialismo se legitima pelo racismo, pela normalização da segregação. Ou seja, é uma técnica, propriamente dita, de esmagar povos em benefício de um projeto de dominação.

Nós, brasileiros, podemos afirmar isso sem medo de errar, pois nossas mazelas atuais são decorrentes de um colonialismo cruel, imposto pela Coroa portuguesa que aniquilou quase por completo os índios brasileiros e foi responsável pela mais longa e cruel escravidão dos negros.

A escala de violência de um colonizador é igualmente brutal em qualquer ato terrorista.

Dito isso, usar palavras de efeito fáceis como, por exemplo, culpar o Hamas pela violência animalesca que Israel impõe à Palestina, é cobrir de lantejoulas os principais e mais antigos terroristas dessa história, que são os sionistas, que invadiram as terras ocupadas pelo povo palestino, porque, segundo eles, era uma profecia divina, a tal terra prometida.

É bom deixar bem claro que as formas e formas de colonização são as mesmas desde sempre, neste caso, não é preciso penetrar tão fundo na história para concluir que, em 1947, Israel invadiu a Palestina. E hoje, o que vemos são poucos retalhos daquela civilização pelo massacre que o povo palestino sofre com uma espécie de terrorismo estatutário, cometido por Israel há mais de 75 anos.

É o modo de exterminar uma civilização para impor outra. Essa é a tradição colonial. Os deuses, semideuses e heróis míticos, inventados, nunca existiram, sempre foram criados por meio de subterfúgios, inclusive artísticos, para tentar substituir a ideia do horror por uma estátua poética laureada pelos próprios colonizadores.

Na verdade, todas as características originárias da invasão e colonização de Israel na Palestina, foram diretamente e sem intervalos, feitas sobre muito sangue de civis inocentes.

O que se pode imaginar é que a força do ódio racista, que deu início à tomada de território, é que, se hoje há uma diferença enorme da informação de 1947 que, se diante da repulsa do mundo que assiste, in loco, o massacre do exército terrorista de Israel, matando sobretudo crianças palestinas, ignorando a reação de repúdio mundial que essas ações têm provocado, imagina o que a tirania sionista não fez durante décadas que precederam a revolução digital que e permite ver a expressão do inferno que os sionistas de Israel impõem à população civil da Palestina, matando todos, estejam aonde estiverem, dentro do seu próprio território,

É uma limpeza étnica para extinção total da existência de um povo

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Biden já entendeu que para salvar o pescoço de Netanyahu, coloca sua própria cabeça na bandeja

A fala de kamala Harris, não deixa dúvidas que Biden sentiu o tranco dado pelos seus próprios eleitores que apontam uma atrofia muscular em sua campanha a reeleição.

  • No twitter Kamala escreveu: Não deve haver confusão entre o Hamas e os palestinos.
  • Os palestinos merecem medidas iguais de segurança e proteção, autodeterminação e dignidade.
  • Falou em respeito a regras da guerra e ajuda humanitária a fluir para o povo palestino.

Tudo o que Kamala afirma é mentira, ao contrário, até as novas pesquisas mostrarem uma perda substancial entre 15 a 20% de seu eleitorado, Biden tinha feito pacto de sangue azul com o monstro Netanyahu para apoiar o genocídio em Gaza. Nunca se importou com qualquer regras de guerra.

Guerra entre Israel e Palestina, diga-se de passagem, não existe, o que existe é uma banho de sangue palestino promovido por terroristas de um dos exércitos mais violentos, frios e bem armado do mundo contra civis inocentes desarmados. O nome disso é massacre, extermínio, holocausto.

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Como é tradição, a Globo toma partido do rico Israel contra a pobre Palestina

Quando a decadência do brilho exterior se revela, é porque se acentuou, de forma gradativa, a podridão interna.

Mais desmoralizada que a Globo, no Brasil, só mesmo a Lava Jato e Sergio Moro que não por acaso foi mais um herói criado no departamento de dramaturgia jornalística da Globo. Ou seja, do ponto de vista jornalístico, a emissora não tem qualquer credibilidade, porque utilizou o conceito de jornalismo de balcão de negócios que, de tão lucrativo, a partir da ditadura, transformou-se em um dos maiores impérios da comunicação do mundo.

Portanto, defender os ricos e brancos contra os negros e pobres, faz parte do formato político que segue um padrão ao sabor da cultura da própria emissora.

Na questão que envolve o massacre genocida de crianças e mulheres na Palestina, a restrição sobre o assunto, é total, sublinhando, todavia, que ela tem lado e não fará qualquer crítica ou mostrará qualquer imagem de uma legião de crianças palestinas sendo massacradas, soterradas e despedaçadas pelos ataques dos neonazistas de Israel.

Essa é, entretanto, a feição estética da Globo, que força todos os profissionais a bater bumbo com suas mentiras a favor de Israel e a suposta terra prometida. Nada pode ser mais cafajeste do que isso.

Um país todo degradado em nome de um colonialismo, em que o racismo é elevado ao último grau, é uma paisagem perfeita de civilização quando o assunto é Israel e Palestina.

A Globo que, no Brasil, operou sempre em favor dos norte-americanos, contra o próprio país, como central do império, não denunciaria mesmo o holocausto palestino, imposto pelos soldados de Israel transformados em monstros humanos.

As crianças palestinas, as mulheres, muitas grávidas, os doentes, para a Globo, são anônimos, não têm cara, não têm corpo, não têm alma. Para ela, a Palestina é uma multidão de ninguéns, que abriga um grupo terrorista que ataca um exército superior dentro do Estado de Israel, mesmo que a supremacia militar seja inversamente proporcional à moral civilizatória do Estado terrorista de Israel.

Isso explica as cenas de terror do Hamas contra israelenses exibidas pela Globo e o menosprezo com as maiores vítimas do massacre, as crianças e os bebês palestinos e até aqueles que ainda estão no ventre de suas mães. Estes são absolutamente invisíveis pelo afivelado departamento de jornalismo do império dos Marinho.

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Atriz Angelina Jolie sobre o massacre de Israel na Palestina

Atriz Angelina Jolie publicou no Instagram: “Este é o bombardeio deliberado de uma população encurralada que não tem para onde fugir. Gaza tem sido uma prisão a céu aberto durante quase duas décadas e está rapidamente a tornar-se numa vala comum. 40% dos assassinados são crianças inocentes. Famílias inteiras estão sendo assassinadas. Enquanto o mundo observa e com o apoio ativo de muitos governos, milhões de civis palestinos (crianças, mulheres, famílias) estão sendo punidos de maneira coletiva e desumanizados, ao mesmo tempo que são privados de alimentos, medicamentos e ajuda humanitária, em violação do direito internacional. Ao recusarem exigir um cessar-fogo humanitário e impedirem que o Conselho de Segurança da ONU o imponha a ambos os lados, os líderes mundiais são cúmplices destes crimes.”

Angelina renunciou em dezembro do ano passado ao cargo de enviada especial do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).

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Não há como defender Israel e EUA no genocídio que, juntos, promovem na Palestina

Israel, tendo EUA como coadjuvante, realiza um verdadeiro holocausto na Palestina.

Os instintos mais primitivos são escancarados na carnificina que ocorre na Palestina, protagonizada por Israel de forma generalizada contra civis absolutamente inocentes e desarmados, por um dos exércitos mais poderosos do mundo, gabado pelos próprios sionistas.

Não é possível traçar um paralelo do que ocorre hoje na Palestina além do holocausto sofrido pelos judeus na Alemanha nazista de Hitler.

É só comparar documentos para entender que os dois, nazismo e sionismo, compartilham o mesmo objetivo, exterminar quem é considerado inimigo.

É bestial a manifestação de Israel que assassina em massa o povo palestino para combater o Hamas.

A jornalista Deborah Srour, num espetáculo macabro de sincericídio, disse repetidas vezes para sublinhar, em alto e bom som, que é sim a favor do extermínio de toda a população da Palestina, o que implica no holocausto das maiores vítimas dessa ensandecida fúria de ódio dos sionistas, as crianças.

O problema é que esse pensamento não é individual, na verdade, é ele que forma a unidade em torno do racismo sionista, que acha que a existência de palestinos tem que ser ceifada.

Em última análise, não há exotismo, malabarismo, charlatanismo ou ficcionismo capazes de justificar a busca pelo extermínio de um povo, por mais manipuladora que seja a narrativa, ela será sempre refugada, execrada nas, cada vez maiores, manifestações que somam multidões mundo afora em defesa da Palestina e contra o belicismo de Israel com o aval dos Estados Unidos.

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A sufocante ocupação da Palestina se desdobra em uma série de crimes de guerra

As mortes de civis em Gaza, que já são escandalosamente altas devido ao bombardeio descontrolado de Israel, serão inimagináveis durante a guerra terrestre.

No dia 24 de outubro, tornou-se claro para a Organização das Nações Unidas (ONU) que o bombardeio contínuo de Gaza – que já havia matado 6.500 pessoas (incluindo pelo menos 35 funcionários da ONU) – havia tornado essa parte da Palestina insustentável para a vida humana. Mais de dois milhões de pessoas vivem nessa pequena porção de terra no Mar Mediterrâneo. Desde 1948, os refugiados que vivem aqui contam com a assistência da ONU, que criou uma agência inteira (UNRWA) em 1949 para esse propósito. O Secretário Geral da ONU, António Guterres, disse ao Conselho de Segurança da ONU que dentro de alguns dias a organização ficará sem combustível para seus caminhões, que transportam o mínimo de ajuda que chega a Gaza vindo do Egito para auxiliar os 660 mil palestinos que fugiram de suas casas para chegar aos complexos da ONU em Gaza. Os caminhões transportam “uma gota de ajuda em um oceano de necessidades”, disse Guterres. “O povo de Gaza precisa de ajuda contínua em um nível que corresponda às enormes necessidades. Essa ajuda deve ser entregue sem restrições”.

A declaração de Guterres, feita com uma voz calma, no entanto, se afastou do sentimento de desconsideração que caracteriza as declarações dos líderes europeus e norte-americanos – muitos dos quais correram para Tel Aviv para ficar ao lado do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e prometer seu apoio total a Israel. A história é importante. Guterres disse que os problemas que agora afligem os palestinos de Gaza não começaram em 7 de outubro, quando o Hamas e outras facções palestinas romperam a barreira de segurança do apartheid e atacaram os assentamentos que fazem fronteira com Gaza. Sua declaração sobre a situação nas últimas décadas é factual, baseada em milhares de páginas de relatórios e resoluções da ONU: “É importante também reconhecer que os ataques do Hamas não aconteceram em um vácuo. O povo palestino foi submetido a 56 anos de uma ocupação sufocante. Eles viram suas terras serem constantemente devoradas por assentamentos e assoladas pela violência; sua economia foi sufocada; seu povo foi deslocado e suas casas demolidas. Suas esperanças de uma solução política para sua situação estão desaparecendo”. A imagem da “ocupação sufocante” é totalmente precisa.

Depois que Guterres fez essas observações, as autoridades israelenses – como que por impulso – exigiram a renúncia do Secretário-Geral da ONU. O representante permanente de Israel na ONU, Gilad Erdan, acusou Guterres – de forma absurda – de “justificar o terrorismo”. Dizendo que Guterres “mais uma vez distorce e distorce a realidade”, Erdan observou que seu governo não permitiria que o chefe de ajuda humanitária da ONU, Martin Griffiths, cruzasse a fronteira de Rafah com Gaza para supervisionar a distribuição de auxílio. “Em que mundo você vive?”, perguntou o Ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, a Guterres. Enquanto isso, no Conselho de Segurança da ONU, os Estados Unidos vetaram resoluções para um cessar-fogo, enquanto a China e a Rússia vetaram uma resolução dos EUA que dizia que Israel tinha o direito de se defender e que o Irã deveria interromper suas exportações de armas. Os Estados Unidos politizaram profundamente a atmosfera na ONU, usando suas próprias resoluções para angariar apoio – sem sucesso – para Israel, enquanto atacavam os palestinos (e, de maneira bizarra, o Irã) no processo.

Não há nada de neutro nos Estados Unidos
Os Estados Unidos nunca foram um árbitro imparcial na região, dada a sua estreita ligação com Israel desde, pelo menos, a década de 1960. Bilhões de dólares em armas vendidas a Israel, bilhões de dólares em ajuda a Israel e declarações esporádicas a favor de Israel definiram o relacionamento entre Washington e Tel Aviv. Durante todas as negociações entre palestinos e israelenses, os Estados Unidos fizeram um jogo de duplicidade: fingiram ser neutros, mas, na verdade, usaram seu imenso poder para neutralizar os palestinos e fortalecer Israel. Os Acordos de Oslo, que levaram à criação de um bantustão impotente administrado pela Autoridade Palestina, foram negociados com os Estados Unidos com suas mãos na caneta. Oslo levou à criação de um processo que resultou no desgaste do controle palestino sobre Jerusalém Oriental e a Cisjordânia, bem como no estrangulamento dos palestinos em Gaza – tudo isso combinado é a “ocupação sufocante” de que Guterres falou.

Desde 2007, quando as tropas israelenses deixaram Gaza e depois a cercaram com muros terrestres e marítimos que transformaram o território na maior prisão a céu aberto do mundo, Israel bombardeia rotineiramente os palestinos que vivem lá. Cada vez que há um bombardeio, um pior do que o outro, o governo dos Estados Unidos dá total apoio a Israel e o reequipa durante o bombardeio. Os pedidos de cessar-fogo foram bloqueados por Washington no Conselho de Segurança da ONU desde o destrutivo bombardeio de Gaza chamado Operação Chumbo Fundido (2008-09). Desta vez, na hora certa, os Estados Unidos deram apoio diplomático a Israel, com o presidente americano Joe Biden indo a Tel Aviv e com os Estados Unidos chegando ao ponto de adotar uma mentira flagrante de que Israel não bombardeou o Hospital Árabe al-Ahli na Cidade de Gaza em 17 de outubro. Antes de Biden chegar a Israel, os Estados Unidos enviaram dois grandes grupos de batalha naval para o leste do Mediterrâneo – dois porta-aviões, o USS Dwight D. Eisenhower e o USS Gerald Ford, com suas embarcações de apoio em dois grupos de ataque. Desde então, os EUA transferiram sistemas de defesa antimísseis para a região para fortalecer as forças armadas israelenses. O deslocamento dessas forças vem acompanhado de bilhões de dólares gastos anualmente pelos EUA para armar Israel, incluindo 15 bilhões de dólares em assistência militar extra durante esse período recente. Essas guerras não são apenas as guerras de Israel. São as guerras de Israel e dos Estados Unidos, com seus aliados ocidentais a reboque.

Enquanto isso, os Estados Unidos enviaram oficiais militares de alto escalão para trabalhar em estreita colaboração com os generais israelenses. Um desses oficiais é o tenente-general de três estrelas da Marinha, James Glynn, que foi enviado para “ajudar os israelenses com os desafios de lutar em uma guerra urbana”. Glynn e outros estão na cadeia de comando militar israelense não para tomar decisões por Israel, mas para auxiliá-los. Glynn fez parte da Operação Inherent Resolve dos EUA contra o Estado Islâmico do Iraque e da Síria (ISIS) nos anos que se seguiram a 2014, quando os Estados Unidos bombardearam Mosul e Raqqa (Iraque) para expulsar o ISIS dessas cidades. Como que para ressaltar a experiência de Glynn em Mosul e Raqqa, o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, disse ao ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, que ele próprio havia participado da Operação Inherent Resolve em 2016-2017, quando Austin chefiava o Comando Central dos EUA. Os comentários de Austin e o destacamento de Glynn para Israel são uma antecipação da guerra terrestre que se espera contra Gaza. “A primeira coisa que todos devem saber”, disse Austin à ABC News, “e acho que todos sabem, é que o combate urbano é extremamente difícil”.

De fato, o comentário de Austin sobre a dificuldade do combate urbano, especialmente tendo em mente as experiências de Mosul e Raqqa, é apropriado. Em 2017, a Associated Press (AP) informou que o ataque dos EUA a Mosul havia causado entre 9 mil e 11 mil mortes de civis. Pouquíssimas pessoas se lembram da brutalidade daquela guerra e o número de civis mortos quase não é lembrado. Se Mossul é o exemplo que os Estados Unidos e Israel têm diante de si para a guerra terrestre que ocorrerá em Gaza, há algumas diferenças que devem ser levadas em conta. O ISIS teve apenas dois anos para cavar suas defesas, enquanto as facções palestinas vêm se preparando para essa eventualidade desde pelo menos 2005 e, portanto, estão mais bem preparadas para lutar contra o exército israelense em uma rua em ruínas após a outra. De acordo com todos os relatos, o moral das facções palestinas é muito maior do que o do exército israelense, o que significa que as facções palestinas lutarão com muito mais força e com muito menos a perder do que o ISIS (cujos combatentes escaparam da cidade e fugiram para o interior).

Tanto em Mosul quanto em Raqqa, quando o bombardeio aéreo dos EUA começou, dezenas de milhares de civis fugiram das cidades para o campo, juntamente com alguns combatentes do ISIS, para esperar que a destruição começasse e depois terminasse. Se eles tivessem permanecido em Mosul e Raqqa, o número de vítimas civis teria sido o dobro do relatado pela AP. A população de Mosul era de apenas 1,6 milhão, menor do que os 2,3 milhões de habitantes de Gaza – portanto, o número de vítimas civis teria de ser ajustado para cima. Os palestinos em Gaza estão encurralados e não podem fugir para o campo, ao contrário dos residentes de Mosul e Raqqa. Eles não podem ir a lugar algum enquanto os tanques israelenses entram em Gaza com seus canhões em pleno fogo. As mortes de civis em Gaza, que já são escandalosamente altas devido ao bombardeio descontrolado de Israel, serão inimagináveis durante essa guerra terrestre que começou em 27 de outubro. Gaza, que já é uma ruína, será reduzida a um cemitério.

(*) Vijay Prashad é um historiador, editor e jornalista indiano. É redator e correspondente principal da Globetrotter. É editor da LeftWord Books e diretor do Tricontinental: Institute for Social Research. Escreveu mais de 20 livros, incluindo The Darker Nations e The Poorer Nations. Os seus últimos livros são Struggle Makes Us Human: Learning from Movements for Socialism e (com Noam Chomsky) The Withdrawal: Iraq, Libya, Afghanistan, and the Fragility of U.S. Power.

*Opera Mundi