Anúncio de lucro trimestral deve vir acompanhado de novo reajuste nos combustíveis. Mahatma Santos, pesquisador do Ineep, diz que há relação intrínseca entre aumento dos preços e lucros a acionistas.
Entregue ao mercado financeiro desde o golpe de 2016, quando adotou a política de paridade internacional de preços – mantida por Jair Bolsonaro (PL) -, a Petrobras deve anunciar nesta quinta-feira (5) mais R$ 27,6 bilhões de dividendos a acionistas, resultado de um lucro líquido de R$ 42,6 bilhões no primeiro trimestre de 2022, segundo projeções do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep).
A nova distribuição de dividendos acontece menos de seis meses após a estatal brasileira enviar R$ 101 bilhões aos acionistas – resultado do lucro de R$ 106 bi da empresa em 2021 – e deve vir acompanhada de um novo reajuste nos preços dos combustíveis, de 12% na gasolina e 24% no diesel, segundo a Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom). Há dois dias, a estatal já elevou em 19% o preço do Gás Natural Veicular, o GNV.
Segundo Mahatma Ramos dos Santos, Pesquisador do Ineep e do núcleo de estudos Desenvolvimento, Trabalho e Ambiente (DTA-UFRJ), há uma relação intrínseca entre o aumento dos preços dos combustíveis e dos lucros dos acionistas da estatal brasileira.
“Como dito pela direção da empresa, hoje seu foco ou “pilar” é “gerar e distribuir valor” e, eu acrescento, em especial aos seus acionistas privados”, diz Santos, que participou do estudo que fez a projeção dos lucros e dividendos da companhia.
Segundo ele, os principais beneficiados dessa política – mais de 45% – são de investidores estrangeiros, que compram ações da Petrobras na Bolsa de Valores de São Paulo e na Bolsa de Nova York.
“A atual composição acionária da Petrobras, garante que parte majoritária dos lucros distribuídos se dirijam aos seus acionistas privados (não -brasileiros e brasileiros) e não ao grupo de controle (governo federal e BNDES)”, explica.
Santos diz ainda que a estratégia da empresa que beneficia o mercado financeiro e “marginaliza” investimentos na sociedade brasileira, como na educação e saúde, faz parte de uma política de Estado levada a cabo por Bolsonaro e Paulo Guedes, ministro da Economia.
“O que os últimos planos estratégicos da companhia revelam é a participação marginal dos investimentos de caráter social no total de investimentos da empresa”, afirma o pesquisador.
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O presidente eleito, Jair Bolsonaro, conversa com jornalistas após visita ao Comando da Aeronáutica,em Brasília
Pesquisa Quaest mostra que economia lidera a lista dos principais problemas do Brasil e deve pautar o debate eleitoral. Alta de preços, desemprego e crise econômica preocupam brasileiros.
Pesquisa Quaest divulgada nesta quinta-feira (7) mostra que a Economia deve pautar a disputa entre Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de outubro. O tema é tratado como principal problema para 46% da população.
A pandemia, que já liderou o ranking, é visto como prioritário apenas para 14%, seguido pelas questões sociais e à frente da corrupção, que pautou as eleições de 2018, com 9%.
O estudo ainda fez um recorte do tema e a inflação (16%) já divide com a crise econômica (17) a preocupação dos brasileiros – em terceiro, com 13% está o desemprego. Nas questões sociais, a fome é preocupante para 9%, seguido pela desigualdade, com 2%.
Alta dos preços e Petrobras
A Quaest mostra ainda que 98% dos entrevistados percebeu a alta de preços dos produtos nos últimos meses – 2% dizem que “ficaram iguais”. Outros 74% acham que os preços vão aumentar nos próximos meses.
Para 62%, a economia piorou no último ano e, nos últimos três meses, houve um aumento de 8 pontos percentuais – de 51% para 59% – entre aqueles que dizem que “piorou” a capacidade de pagar as próprias contas.
Jair Bolsonaro é, disparado, considerado o maior responsável pelo aumento dos preços dos combustíveis no Brasil – que ocasiona um efeito cascata na inflação.
Para 24% é o presidente o responsável pelo preço da gasolina e do diesel. Outros 15% culpam a Petrobras – que é gerida pelo governo – e 14% dizem que é por causa da guerra entre Rússia e Ucrânia.
O discurso de Bolsonaro de culpar governadores foi adotado por 12% dos ouvidos na pesquisa. A alta do dólar e o mercado internacional são citados por 9% e 2% culpam os proprietários dos postos. Para 4%, todos os citados são responsáveis.
A pesquisa ainda mostra uma sondagem em relação às eleições, que ocorrem daqui a seis meses, e a percepção de 44% é que a situação econômica do país vai melhorar. Outros 31% dizem que vai piorar e 21% ficar do mesmo jeito.
A pesquisa ouviu 2 mil eleitores, face a face, entre os dias 1 e 3 de abril. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos e o índice de confiança de 95%.
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Dificuldade para encontrar substituto de Silva e Luna, porém, pode fortalecer secretário da Economia
O governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) sondou o ex-presidente da ANP (Agência Nacional de Petróleo) Décio Oddone para ocupar uma vaga no conselho da Petrobras, mas o executivo negou o convite.
Em outra frente, o nome de Caio Mário Paes de Andrade, assessor do ministro Paulo Guedes (Economia) ganha força pela dificuldade do governo de encontrar um nome, mas conta com um veto de peso: o de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados.
A negativa do ex-presidente da ANP se soma a outras duas dos últimos dias, que levaram o governo a um impasse. Bolsonaro precisa de nomes para presidir o conselho, e a companhia até a assembleia de acionistas, que acontecerá no próximo dia 13.
Engenheiro, Oddone preside desde 2020 a Enauta, empresa de exploração e produção de petróleo e gás. Assim, segundo integrantes do governo, ele esbarraria nos mesmos empecilhos de compliance que Adriano Pires, que negou na segunda-feira (5) o convite para presidir a estatal.
Com dificuldade para encontrar outra opção, aliados do Planalto dizem que a ideia de emplacar Paes de Andrade, secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia se fortalece.
Nos bastidores da Economia, há a avaliação de que, embora ele não tenha experiência no setor de óleo e gás, o atual secretário não deve ter impedimentos para cumprir a nova função.
O presidente da Câmara, por sua vez, diz a interlocutores acreditar que o fato de Paes de Andrade não ter experiência fará com que ele não consiga resolver o problema do preço dos combustíveis.
O deputado avalia, ainda, que Pires tinha mais traquejo para comandar a estatal e promover as mudanças necessárias para evitar altas no valor dos combustíveis.
Aliados do presidente Jair Bolsonaro, que também defendem um nome do setor para a companhia, defendem que ele participe mais de perto das sondagens, hoje feitas pelo Ministério de Minas e Energia.
Segundo auxiliares palacianos, Bolsonaro está muito irritado com o episódio e quer resolver o imbróglio o mais rápido o possível. Já o ministro de Minas e Energias tem defendido ter calma para encontrar um nome que seja definitivo.
Na noite de segunda-feira, Adriano Pires encaminhou uma carta para o ministro Bento Albuquerque negando o convite para a sucessão do general Joaquim Silva e Luna no comando da estatal.
“Ficou claro para mim que não poderia conciliar meu trabalho de consultor com o exercício da presidência da Petrobras. Iniciei imediatamente os procedimentos para me desligar do Centro Brasileiro de Infraestrutura, consultoria que fundei há mais de 20 anos e que hoje dirijo em sociedade com meu filho. Ao longo do processo, porém, percebi que infelizmente não tenho condições de fazê-lo em tão pouco tempo”, afirmou Pires em carta divulgada pelo ministério no início da noite de segunda.
Na prática, apesar de a troca ter sido anunciada, ela só ocorreria no próximo dia 13, na assembleia geral de acionistas da empresa, quando o governo apresenta sua lista de representantes ao conselho.
Em nota na segunda-feira, a estatal confirmou que recebeu dois ofícios do Ministério de Minas e Energia sobre as desistências de Pires e Rodolfo Landim —que havia sido indicado pelo governo para presidir o conselho da companhia—, e que não recebeu informações sobre os nomes substitutos.
A turbulência fez as ações preferenciais da Petrobras, as mais negociadas na Bolsa, recuarem 0,88% nesta segunda, puxando o mercado para baixo.
Esta será a terceira troca no comando da empresa durante a gestão Bolsonaro, e ocorre em um momento especialmente sensível.
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Os relatórios da Diretoria de Governança e Conformidade da Petrobras sobre o histórico do executivo Rodolfo Landim e do consultor Adriano Pires assustaram o ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, e técnicos da Corregedoria Geral da União.
Segundo apontaram os documentos, os dois teriam dificuldades em passar pelos critérios do comitê interno que vai avaliar se eles têm ou não condições de ocupar os postos para os quais foram indicados.
O comitê se reúne na próxima terça-feira (5) para analisar um relatório e preparar um parecer a ser enviado aos acionistas que vão deliberar no dia 13 sobre as indicações de Bolsonaro.
Nesse parecer, o comitê precisa resumir as conclusões das investigações, conhecidas internamente como “Background Check de Integridade”, ou BCI.
Landim, que é presidente do Flamengo, foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para presidir o conselho da estatal, mas desistiu ontem de pleitear o posto.
Adriano Pires, que é economista e consultor, foi escolhido para presidir a Petrobras, mas também considera renunciar à indicação .
De acordo com os documentos apresentados ao ministro Bento Albuquerque na última quarta-feira (30), Landim tem uma série de processos e acusações pendentes na Justiça que atestam sua relação com o empresário Carlos Suarez, sócio de distribuidoras de gás, e configurariam conflito de interesse caso ele assumisse. Colocariam, também, a imagem da Petrobras em risco.
Os mesmos documentos foram apresentados à Corregedoria-Geral da União.
Já sobre Pires a conclusão é de que, se assumir o cargo, ele terá “conflitos demais”, segundo pessoas que tiveram acesso às informações do relatório.
A questão dos conflitos de interesse também é a base de uma representação do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União para que Pires não assuma antes de uma investigação mais aprofundada.
Para Landim, a parte mais delicada do relatório da diretoria de conformidade descreve o processo que mostra que ele recebeu em suas contas na Suíça depósitos de “contas de passagem” usadas para mandar recursos a Renato Duque e Pedro Barusco, executivos da Petrobras envolvidos no petrolão.
De sua conta, Landim enviou US$ 643 mil para uma conta de Suarez, também na Suíça, em maio de 2021.
A movimentação foi detectada na época da Lava Jato e está descrita em um processo movido pelo Ministério Público segundo uma comunicação formal enviada pelo MP suíço ao brasileiro no âmbito da operação Lava Jato.
Os documentos sobre essas contas estão no processo movido pelo Ministério Público Federal contra Landim por fraude e desvio de recursos do fundo de pensão dos funcionários da Petrobras, a Petros.
A Petros perdeu R$ 100 milhões em um fundo administrado pela Mare. No processo, o procurador da República Ancelmo Lopes pede a quebra de sigilo das contas de Landim, para apurar se as movimentações na Suíça tem algo a ver com o caso da Petros.
No final do ano passado, uma liminar do desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal de Brasília, cancelou o pedido de cooperação internacional entre Brasil e Suíça e suspendeu o processo até que seu mérito seja julgado em definitivo. Como isso não aconteceu, o caso de Landim continua pendente na Justiça.
Malu Gaspar/O Globo
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Indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) à presidência da Petrobras, o economista Adriano Pires tem uma empresa com capital social de R$ 1,2 milhão, chamada Tapd Nit Consultoria Empresarial, sediada em um luxuoso prédio residencial, em uma das áreas mais nobres da cidade de Niterói (RJ).
A reportagem não localizou nenhum site oficial ou página da empresa na rede social corporativa LinkedIn. Também não há nenhum tipo de menção na internet ao nome da firma. De acordo com a Receita Federal, familiares de Pires são os sócios-administradores.
Além do novo presidente da Petrobras, o quadro societário da Tapd Nit Consultoria Empresarial exibe sua esposa, Maria Tereza dos Santos Rodrigues, e seus filhos, Pedro Rodrigues e Deborah Rodrigues.
Na Receita Federal, a descrição da atividade econômica principal da empresa é de “serviços combinados de escritório e apoio administrativo”. Como “atividade secundária”, aparece que a empresa pode atuar em “gerenciamento de imóveis”.
Em seus currículos disponíveis no LinkedIn, Adriano Pires, Pedro e Deborah, não exibem o cargo ocupado na empresa como uma experiência profissional.
Pedro e Deborah trabalham com Pires. Ele, inclusive, assina artigos ao lado de Pires no site Poder360 e tem um canal no YouTube chamado Manual do Brasil. Ela chegou a atuar por dois anos como assessora do Ministério da Economia, em cargo de confiança, sob o comando de Paulo Guedes.
Firma de contabilidade não atende Pires
O Brasil de Fato também entrou em contato com o número telefônico da Tapd Nit Consultoria Empresarial disponível no site da Receita Federal, que pertence a um escritório de contabilidade niteroiense. Uma representante da empresa, no entanto, negou que preste serviço a qualquer empresa ligada a Pires.
“A gente não tem nenhum empresa com esse nome, não. Não é cliente nosso mesmo. Estranho. Deve ser algum erro no cadastro. A gente realmente não tem essa empresa aqui. Essas informações não são de nenhum dos nossos clientes”, declarou.
Landon Planejamento: outro mistério
Outra empresa que pertence a Pires também é envolta em informações pouco conclusivas. Em sociedade com seu filho Pedro Rodrigues, a Landon Planejamento foi fundada em outubro de 2015 e tem sede no bairro do Leblon, na zona sul do Rio de Janeiro (RJ).
O Brasil de Fato entrou em contato com o número telefônico da Landon Consultoria disponível no site da Receita Federal. No contato, a reportagem falou com uma secretária de Pires. Ela afirmou que o posicionamento do empresário é “não responder a nenhuma das especulações da imprensa”.
A Landon Planejamento também não atua publicamente. Os registros com o nome da empresa na internet são praticamente inexistentes. O filho de Adriano Pires chega a citar a sociedade como uma experiência profissional no LinkedIn. A firma, no entanto, não tem nenhuma informação cadastrada na rede social.
Mais negócios “estranhos”
Publicamente, Pires fundou e dirige uma empresa de consultoria, o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), que há mais de 20 anos trabalha ou trabalhou para as principais multinacionais de petróleo, gás e energia.
De acordo com informações da Receita, a firma tem dois CNPJ’s em funcionamento. Pires é sócio de apenas um deles, ao lado de seu filho Pedro Rodrigues. No outro, o herdeiro divide o quadro societário com outros dois empresários: Bruno Pascon (sócio-administrador) e Antonio Notarangeli.
Clientes não são informados
De acordo com reportagem do jornalista Rubens Valente, no UOL, contudo, a lista dos seus clientes não é informada em nenhum endereço público e, quando foram indagados sobre isso, o CBIE e Pires se recusaram a fornecê-la.
Procurado com uma série de perguntas sobre os clientes da sua consultoria, o CBIE informou a Valente, por email nesta terça-feira (29): “Infelizmente não podemos atendê-lo, pois o prof. Adriano Pires está em período de silêncio”.
Em 2019, Pires teve a oportunidade de esclarecer esse ponto, mas estrategicamente renunciou a uma cadeira de conselheiro de um órgão vinculado ao governo Bolsonaro assim que o tema dos seus clientes foi alvo de questionamento.
Lobista?
Em reportagem publicada em dezembro, o site The Intercept Brasil aponta, com base na entrevista de um empresário que preferiu não se identificar para evitar prejuízos profissionais, que Adriano Pires opera em “todo tipo de privatização, vantagem a particulares, defesa de interesses estrangeiros no setor elétrico e de petróleo”.
A reportagem aponta que Pires atuou com afinco por uma lei que beneficiasse a Comgás, empresa sobre a qual ele costuma escrever artigos favoráveis e que também seria cliente da sua consultoria, segundo fontes do setor afirmaram ao Intercept.
A apuração do veículo aponta ainda que Pires atuou em diversas outras pautas em favor de empresas do setor de óleo e gás que contratam seus serviços. A reportagem cita como exemplos a Comgás e a Cosan – a última chegou a contratar sua filha, Deborah Rodrigues, para um estágio em Nova Iorque, nos Estados Unidos.
Troca de comando
Na segunda-feira (28), o general da reserva Joaquim Silva e Luna foi demitido da presidência da Petrobras. Após a empresa obter um lucro recorde e aumentar o preço da gasolina em quase 19%, o Ministério de Minas e Energia anunciou que o militar deixa o comando da companhia.
Para o seu lugar, o presidente Jair Bolsonaro (PL) indicou Pires, que é doutor em Economia Industrial pela Universidade Paris 8, mestre em planejamento energético pela Coppe da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e economista formado pela UFRJ.
A confirmação das mudanças no comando da estatal só devem ocorrer daqui a duas semanas, após a Assembleia Geral de Acionistas, quando o governo trocará seus representantes do conselho de administração.
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Ex-presidente defende que estatal volte à ter papel ativo no desenvolvimento econômico e social do Brasil.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quer transformar a defesa da Petrobras em uma pauta nacional, com o objetivo de engajar a população sobre a importância da estatal para o desenvolvimento do país e, principalmente, o fim da atual política de preços. A afirmação foi feita em debate realizado, nesta terça-feira (29), durante evento com especialistas e representantes da Federação Única dos Petroleiros (FUP).
O evento debateu os impactos dos preços dos combustíveis e o futuro da Petrobras no país. Para o ex-presidente Lula, há anos, é vendida uma narrativa “cheia de mentiras” para milhões de brasileiros, com o objetivo de manchar a imagem da estatal, seja sobre falsos prejuízos da empresa ou até casos de corrupção. Segundo ele, parte da elite do Brasil não aceita o fortalecimento do Estado.
“A elite brasileira é colonizada, ela nunca aceitou a independência, nem a soberania. Então, tentar fazer o que construímos, onde fortalecemos as empresas nacionais, não foi aceito com facilidade. É preciso vencer a nossa narrativa. Eles construíram mentiras absurdas sobre a Petrobras e trabalhadores foram chamados de ladrões. Foi vendida a mentira que foi o ‘roubo na empresa’ que deu prejuízo”, criticou o petista. Além de Lula, o evento sobre a Petrobras também contou a presença da deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), o vereador Lindbergh Farias e o deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), André Ceciliano (PT).
Lula afirmou que a campanha deste ano precisa colocar a defesa da Petrobras como um dos pilares principais, para construir uma nova narrativa favorável à empresa. “Foi no nosso governo que aconteceu a mais importante capitalização da Petrobras, que fizemos a maior descoberta da história da estatal e a maior regulação para que a empresa fosse do povo. Então, precisamos vender essa narrativa e mostrar que o petróleo é nosso. A gente precisa transformar a Petrobras numa briga nacional. A pessoa que está cozinhando com lenha precisa perceber que a briga é dela. O cara que não consegue mais dirigir, por causa do preço do combustível, precisa saber que a luta é dele. A soberania será um dos motes da campanha, porque o povo precisa saber o que é soberania. Eu quero soberania para o país, assim como o povo quer para a sua casa. E o Brasil é a nossa casa”, acrescentou.
Fim do PPI
Nos últimos anos, a população brasileira enfrenta uma alta histórica nos preços dos combustíveis. Especialistas que participaram do evento apontaram que a única maneira de combater essa crise é alterar a atual política de preços da Petrobras, dada pelo Preço de Paridade Internacional (PPI), orientado por flutuações no mercado internacional de petróleo e no câmbio.
O professor de Economia e vice-diretor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Eduardo Costa Pinto, integrante do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo (Ineep), explicou que a discussão sobre o fim do PPI é urgente. De acordo com ele, a estratégia apenas serve para colocar uma lógica privatista na Petrobras, para maximizar seus lucros, e isso impacta negativamente na sociedade.
“Falam que a Petrobras não pode dar prejuízo, porque ela tem uma dimensão privada e pública. Em 2021, a estatal teve um lucro de R$ 107 bilhões. Isso é o dobro da média das grandes petroleiras nacionais. Esse superlucro é fruto de três elementos: o aumento dos preços, a forte redução dos custos de extração e a redução dos tributos. A Petrobras se tornou uma máquina de renda para os acionistas, sendo 40% estrangeiros”, ressaltou ele.
O economista Cloviomar Cararine, do Dieese e assessor da FUP, lembra que, desde 2016 com a adoção do PPI, o gás de cozinha subiu mais de 300%, enquanto o salário mínimo só cresceu 35%. Já o presidente da FUP, Deyvid Bacelar, acrescenta que o problema do valor do combustível não tem a ver com impostos. “Quando iniciou a pandemia, nós fizemos ações com gás a preço justo para a população. A partir daquilo, conseguimos mostrar que o problema não é dos impostos, nem da guerra, mas é da política de preços, implementada por Temer e mantida por Bolsonaro. Não faz sentido nosso país, autossuficiente, cobrar esses valores baseados no dólar”, disse.
Soberania nacional
O debate entre petroleiros e especialistas também abordou a importância da estatal para o desenvolvimento econômico e social. O deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ), pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro, afirmou que o desmonte da Petrobras é um ataque direto à vida das pessoas. Ele também defende que as eleições deste ano coloquem a defesa da empresa como pilar central.
“O preço do combustível afeta os mais pobres e o Rio tem papel importante no debate, porque boa parte do petróleo é tirado daqui. Não tem como não reerguer o Rio economicamente se não debatermos o papel da Petrobras diante do interesse público”, disse ele.
Zé Maria Rangel, ex-presidente FUP, lembrou que a Petrobras, durante as gestões de Lula e Dilma, tinha como essência o desenvolvimento do Estado brasileiro, com a geração de emprego e renda. “Quando Lula assumiu, ele prometeu recuperar a indústria naval e foi ironizado pelo presidente da estatal na época. Depois, a indústria naval gerou 90 mil empregos, os estaleiros viraram formigueiros. Hoje, por conta do alto desemprego, o Rio se tornou o estado mais desigual do país. Portanto, a estatal é um pilar fundamental no desenvolvimento nacional”, acrescentou.
Para o professor José Sergio Gabrielli, ex-presidente da Petrobras, o momento exige que o Brasil resgate sua soberania nacional. “Não há uma nação no mundo que não tenha o setor energético como peça chave do projeto de país. Os Estados Unidos fazem guerra para garantir sua soberania e segurança energética. A segurança energética significa a garantia de acesso à população, por isso outros países estão tomando estratégias para que os preços não subam. O Estado é fundamental para isso”, finalizou.
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A indicação de Adriano Pires à presidência da Petrobras não foge à regra da atualidade. Em um governo de medíocres, um despreparado a mais não faz diferença. Por sorte, serão poucos meses no cargo. Sua capacidade de destruição estará limitada pelo tempo, pelas circunstâncias e pelo calendário eleitoral.
Pires ganhou espaço no debate público durante o racionamento de energia produzido pelo governo Fernando Henrique Cardoso. Na falta de gente séria disposta a defender o indefensável, restou aos tucanos escalar na linha de frente um até então obscuro especialista em energia, assessor do diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo, desprezado pelos pares da academia.
Pires não decepcionou: distorceu as informações, disseminou mentiras e atacou ferozmente os críticos que apontavam as causas reais do apagão – as falhas de gestão, a privatização e a abertura desorganizada do setor, não a falta de chuvas. Tarefa inglória. Apesar da defesa canina do “especialista”, o governo FHC perdeu o debate. O racionamento foi a pá de cal no sonho de 20 anos de poder dos tucanos. Nunca mais o PSDB venceria uma eleição presidencial.
No caso de Pires, deu-se o contrário. Novos horizontes empresariais se abriram. O economista ganhou colunas em jornais e cadeira cativa nos programas televisivos quando era necessário travar uma nova batalha: a remodelação do setor elétrico destruído nos anos anteriores. O passo seguinte foi criar o Centro Brasileiro de Infraestrutura e ganhar a vida a embalar platitudes, senso comum e ideologia como se fossem fatos e ideias. Tudo com a profundidade de um pires (desculpe, não resisti ao trocadilho).
Apesar da dedicação à causa, própria e alheia, e das boas relações, Pires nunca ocupou um cargo importante em administrações tucanas ou no governo de Michel Temer. Só Bolsonaro foi capaz de lhe oferecer um posto estratégico. A escolha diz muito sobre quem convidou, mas também sobre o convidado.
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Adriano Pires foi indicado pelo governo Bolsonaro para substituir o general Joaquim Silva e Luna na presidência da Petrobras.
Indicado para assumir a presidência da Petrobras, o economista Adriano Pires (foto em destaque) já fez críticas à forma como o governo Bolsonaro tratou a Petrobras ao longo do mandato.
Em abril de 2019, após Bolsonaro ter pedido para a Petrobras segurar o reajuste no preço do diesel, Pires concedeu uma entrevista à jornalista Juliana Elias dizendo que o governo era “refém dos caminhoneiros”. Em abril de 2019, após Bolsonaro ter pedido para a Petrobras segurar o reajuste no preço do diesel, Pires concedeu uma entrevista à jornalista Juliana Elias dizendo que o governo era “refém dos caminhoneiros”.
“É impressionante, um governo que se diz tão forte, tão liberal, ficar refém dos caminhoneiros”, disse Pires, que dirigia o CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura). “Foi mais um retrocesso e é muito ruim para o país, porque deixa de atrair investimento; ruim para a Petrobras, porque perde dinheiro, e ruim para o governo, porque perde credibilidade.”
Pires assumirá a presidência no lugar do general Joaquim Silva e Luna, demitido por Bolsonaro nesta segunda-feira (28/3). O militar vinha sofrendo pressões para intervir na política de preços da Petrobras com o objetivo de conter a alta nos combustíveis. A guerra na Ucrânia e as sanções contra a Rússia fizeram os preços dispararem no Brasil.
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BRASILIA, 27-02-2018: O presidente Michel Temer participa de cerimônia de Posse do MInistro Raul Jungmann no novo Ministério Extraordinário da Segurança Pública. Ao lado deles, os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria Geral) e Torquato Jardim (Justiça), do presidente do senado Eunício Oliveira (MDB-CE), dos ministros do STF Alexandre de Moraes, Dias Toffoli e Gilmar Mendes e do ministro do STJ Mauro Campell. No palácio do Planalto. Foto: Sérgio Lima / Poder 360
Se confirmada, será a segunda troca em um ano. Motivo é a alta no preço dos combustíveis. Cotado para o cargo é o economista Adriano Pires.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) avisou aliados próximos que vai trocar o comando da Petrobras, atualmente presidida pelo general Joaquim Silva e Luna. O militar já foi avisado.
Se confirmada, será a segunda troca na petroleira em um ano. O motivo da mudança são as queixas de Bolsonaro sobre as altas nos preços dos combustíveis. O cotado para o cargo de presidente da estatal é o economista Adriano Pires. Ele é especialista do setor de óleo de gás.
Para que a substituição seja efetuada, o Ministério da Minas e Energia deve enviar a indicação de um novo nome para a Petrobras. A indicação deve ser votada no Conselho de Administração da Petrobras. A previsão é que a votação ocorra ainda na primeira quinzena de abril.
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Para manter “fidelidade” a Bolsonaro que está cada dia mais deteriorado Centrão quer controlar orçamento de 200 bilhões.
Centrão quer o controle do MEC e Petrobras. Alguma dúvida de que Bolsonaro vai atender a quem de fato manda na birosca?
Bolsonaro precisa desesperadamente de comprar a beleza que nunca teve.
Centrão oferece maquiagem a peso de ouro, tipo o dos pastores escroques.
Governo Bolsonaro é um fracasso de A a Z. O vagabundo nunca trabalhou na vida e não seria agora, que pode viver da orgia com dinheiro público, que trabalharia.
Só que a fatura chegou e ele não tem como pagar o papagaio, e pede para o centrão tentar empurrar o prego com a barriga. Esse é um serviço sem garantias e, mesmo assim é mais caro a gasolina no Brasil.
Para essa missão impossível, o Centrão quer ter o comando do MEC e da Petrobras que controlam a bagatela de mais de R$ 200 bilhões do orçamento.
Precisa dizer no que vai dar essa missão impossível?
Aguardemos os próximos capítulos desse filme de terror.
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