Categorias
Cotidiano

Após 51 dias de buscas, polícia prende fugitivos de Mossoró

Após 51 dias de buscas, polícia prende fugitivos de Mossoró.

As polícias Federal (PF) e Rodoviária Federal (PRF) prenderam, na tarde desta quinta-feira (4/4), em Marabá, no Pará, os dois fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró, Rogério da Silva Mendonça, de 35 anos, e Deibson Cabral Nascimento, de 33.

Os criminosos fugiram do complexo de segurança máxima em 14 de fevereiro. As buscas duraram 51 dias. Rogério estava de camiseta preta, cabelo e barba feitos, e apresentava ferimento no nariz. Deibson também estava barbeado, com cabelo cortado e vestia camisa gola polo e boné vermelhos.

Chamou a atenção a localização dos dois, pois estavam a 1,6 mil quilômetros de distância da penitenciária de Mossoró.

Categorias
Opinião

Breno Altman: ‘cedo ou tarde, chefes sionistas serão julgados e presos por crimes contra a humanidade’

Judeu, jornalista e fundador de Opera Mundi, voltou a criticar grupos defensores de retórica que busca igualar o antissionismo (oposição ao ideário sionista) ao antissemitismo (discriminação aos judeus).

Através das redes sociais, o jornalista Breno Altman voltou a fazer fortes declarações críticas ao sionismo, ideário predominante no atual governo do Estado de Israel, liderado pelo premiê Benjamin Netanyahu.

Em mensagens publicadas neste sábado (25/11), o fundador de Opera Mundi reiterou sua postura de que o sionismo se equivale a “outras correntes racistas de coloniais”.

“Mais cedo ou mais tarde, o sionismo terá o mesmo fim que outras correntes racistas e coloniais. Seus seguidores cairão em si, mudarão de ideia, se calarão ou serão reeducados”, afirmou o jornalista.

Altman também disse que os líderes sionistas “serão processados, julgados e presos. Vários deles, por crimes contra a humanidade”.

Em outra mensagem, o apresentador dos programas 20 Minutos e Outubro, no canal de Youtube de Opera Mundi, disse considerar uma “mentira vil e indecente quando um sionista diz que antissionismo é antissemitismo”.

*Opera Mundi

Categorias
Opinião

Nem os bolsonaristas entendem por que Bolsonaro e seus filhos ainda não foram presos

Qual crime Bolsonaro não praticou? Fixem aqui nos comentários algo considerado crime no Brasil que Bolsonaro e seus filhos não tenham cometido.

A pergunta é, como e por que a justiça dobra os joelhos diante dos crimes de Bolsonaro?

Com isso, a arrogância de Bolsonaro e dos bolsonaristas só aumenta. Não demora, o chefe honorário da milícia nacional permanecerá como um bandido romanceado pelas páginas dos jornalões, com direito a selo comemorativo por seus crimes históricos.

Judiciário não é diretório político. Páginas e mais páginas de relatos de crimes de toda monta pesam sobre as costas de Bolsonaro, de forma tão evidente e clara que nem os bolsonaristas têm coragem de negar.

E o que faz a horda fascista? Associa-se ao crime, vai para o coliseu vibrar com o genocídio por covid, promovido por esse monstro, mesmo perdendo amigos, vizinhos e até parentes.

A prisão de Bolsonaro virou uma novela, uma espécie de redenção, mesmo que ele, politicamente, esteja totalmente falido, há um rescaldo, e não é pequeno, de fascismo nas estruturas do Estado, deixado como fio entre os que ainda, de alguma forma, permanecem no poder e o próprio Bolsonaro, a começar pelo sabotador geral da República, Campos Neto, que mantém as taxas de juros vampíricas, que interessam aos agiotas, que sugam o sangue do trabalhador brasileiro com o aplauso da velha rivalidade da grande mídia contra o povo.

Sim, Campos Neto é uma parede bolsonarista para conservar o que os golpistas conquistaram.

Por isso, a mídia, principal porta-voz dos golpistas, foge do assunto dos juros extorsivos para que o coronelismo rentista vigore como uma espada permanente que o povo tem sobre sua cabeça.

Não são imprevistas as dificuldades que o governo tem para estabelecer uma nova ordem econômica no país, mas, sinceramente, duvido que alguém, em sã consciência, imaginaria que o presidente do Banco Central engasgaria de propósito no desenvolvimento brasileiro como se fosse a autoridade máxima do país, esta, hoje, ainda guiada pela visão de Paulo Guedes e Bolsonaro.

O fato é que o genocida segue livre e feliz, mesmo com tantas formas de derrota política que acumulou, porque a palavra mágica, condenado, que moveria as pedras tectônicas da economia brasileira, sofre um apodrecimento dentro do judiciário, ainda cheio de salamaleques, para punir um criminoso cristalizado pelos fatos e provas.

Categorias
Investigação

Saiba quem são os servidores espiões da Abin presos nesta 6ª feira

Polícia Federal apura uso indevido por servidores da Abin do sistema de geolocalização de celulares sem autorização da Justiça.

Os servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) presos durante a Operação Última Milha, na manhã desta sexta-feira (20/10), são Rodrigo Colli, profissional da área de Contrainteligência Cibernética do órgão, e o oficial de Inteligência Eduardo Arthur Izycki.

A Polícia Federal (PF) deflagrou a operação nesta manhã, para investigar o uso indevido por servidores da Abin do sistema de geolocalização de celulares sem autorização da Justiça, segundo o Metrópoles.

Além das duas prisões, os agentes cumpriram 25 mandados de busca e apreensão, bem como medidas cautelares diversas, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.

Entre os alvos que teriam sido monitorados, estão jornalistas, políticos e adversários da gestão de Jair Bolsonaro (PL).

As equipes também investigam a atuação de dois servidores da Abin que respondiam a processo administrativo disciplinar, com risco de perderem o emprego. Eles teriam se aproveitado do conhecimento sobre o uso indevido do sistema como meio de coerção indireta para evitar a demissão, segundo as investigações.

Os alvos podem responder pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa, assim como interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.

Categorias
Política

Assessores de Bolsonaro presos por fraude no sistema de vacina estavam em Juiz de Fora no dia da facada

Joaquim de Carvalho*

Dois assessores de Jair Bolsonaro presos nesta quarta-feira acompanharam Jair Bolsonaro no evento de Juiz de Fora em que Bolsonaro foi operado, depois do ataque de Adélio Bispo de Oliveira.

Também estavam no mesmo carro que levou o então candidato a presidente para a Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora depois do evento no calçadão da rua Halfeld.

Além deles e de Bolsonaro, estavam no carro que foi para a Santa Casa Carlos Bolsonaro e Gustavo Bebianno, já falecido, e que, então, era o presidente nacional do PSL.

Max falou pelo menos uma vez sobre o episódio, mas omitiu o nome de Bebianno e contou algumas inverdades, que podem ser comprovadas. A fala dele foi em uma entrevista de quatro horas para o podcast do Glauber Mendonça, que é policial penal federal.

“Estava eu e o capitão Cordeiro, outro assessor que trabalha com ele há muito tempo, desde o início. Estava brifado para a gente ir a Juiz de Fora. Eu lembro que foi no dia 6 de setembro de 2018. No dia 5 de setembro, eu estava lá na casa dele na Barra, eu e o Cordeiro. Estava fazendo aquele briefing também, de como a gente ia para lá. Então, tudo bem, a gente combinou o horário de chegar na casa dele 4 horas da manhã, porque a gente ia de carro”, afirmou.

“Aí no dia seguinte, eu parei minha moto, cheguei na casa dele de madrugada, parei a moto. O presidente abriu a porta, ele era então deputado. Já era o candidato. Ele abriu a porta, e eu percebi que ele estava meio assim na dele, meio calado”, disse.

“Ele sempre brinca, um cara assim, sabe, brinca com todo mundo. Sacaneia todo mundo, sabe, naquela brincadeira dele”, prosseguiu. “Falei: ‘E aí, chefe, tudo bem?’ Percebi que ele estava meio… Aí o Cordeiro chegou também, e a escolta da Polícia Federal. Porque todo candidato a presidente tinha segurança da Polícia Federal. E aí começou a chegar a segurança também, né? Eu fui no carro dele, estava dirigindo o carro”, recordou.

Max relatou que, no carro, além dele e Cordeiro, estavam Bolsonaro e o filho Carlos. Em nenhum momento, ele cita o general Santos Cruz, que eu entrevistei em 2021, para o documentário sobre o evento de Juiz de Fora.

“Fazia tempo que eu não falava com ele, sabia que era candidato a presidente. E o Bolsonaro me disse: ‘amanhã, vou para Juiz de Fora. Por que você não vai comigo? Aí conversamos na viagem. E eu fui, no carro dele”, respondeu-me Santos Cruz.

Na mesma conversa, por telefone, Santos Cruz disse estranhar a presença de Adélio, dois meses antes, no clube de tiro .38, local com vínculos notórios com dois filhos de Bolsonaro, na mesma data em que Carlos Bolsonaro estava na capital catarinense.

Depois de localizar Santos Cruz em uma foto tirada pelo fotógrafo do principal jornal de Juiz de Fora, A Tribuna, procurei o general e perguntei o que ele fazia na cidade naquele dia. Santos Cruz respondeu que, no dia anterior, tinha telefonado para Bolsonaro e perguntado se podiam tomar um café, já que ele estaria no Rio de Janeiro.

Mas achou natural que Jair Bolsonaro, mesmo tendo anunciado dois antes que usaria colete à prova de balas nos atos de campanha, estivesse sem a proteção em Juiz de Fora. “Eu entendo que o não uso do colete se deve à indisciplina de Bolsonaro”, declarou o general.

Max Guilherme, além de omitir que Santos Cruz acompanhava Bolsonaro no carro que ele dirigia, fez um relato no Podcast Fala Glauber que, se verdadeiro, aumentaria a necessidade de Bolsonaro usar o colete à prova de balas.

*247

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197
Operação: 1288
Poupança: 772850953-6
PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição

Categorias
Mundo

Professor brasileiro e família são presos e deportados do México. “Nos ‘sequestraram’, nos deixaram incomunicáveis por quase 10 horas. Fui tratado pior do que bandido”, denuncia

Estes flagrantes foram registrados no aeroporto El Dorado, Bogotá, Colômbia, dia 28 de janeiro deste ano.

No foco, uma família de brasileiros deportada sumária e ilegalmente no dia anterior pelo serviço de imigração do aeroporto internacional Benito Juarez, na capital do México.

A acusação é de que os vistos deles para entrar no país eram falsos.

No momento das fotos, estavam à espera de encaixe em voo para o Brasil.

Durante as cerca de 12 horas que durou a escala, a família ficou sob vigilância permanente de seguranças colombianos.

É visível o desconforto pelas ”acomodações”.

Ajeitam-se como podem nos “aposentos’’ disponíveis.

Na cadeira dura, Diego de Oliveira Souza (36 anos) recorre à mochila para repousar a cabeça como se ela fosse travesseiro.

A esposa Neuzianne (36), os filhos Valentim (1 ano) e Joaquim (3) e a sogra Neuza (67) usam o chão como cama, a exemplo de milhares de brasileiros forçados a dormir nas ruas de todo o País.

Sentada, Neuzianne amamenta Valentim, enquanto, deitado, Joaquim brinca com o tablet.

Noutro flagrante, dona Neuza cochila junto com Joaquim.

BOGOTÁ, AEROPORTO: CONFINAMENTO, VIGILÂNCIA E HUMILHAÇÃO

Diego e a família ficaram nessas condições no aeroporto de Bogotá até o embarque para o Brasil.

Para piorar, tiveram que ficar restritos à área que se vê nas fotos. Confinamento compulsório, mesmo.

Também não podiam circular sozinhos pelo aeroporto como os demais passageiros.

Para fazer qualquer coisa, eram escoltados por seguranças.

“Até para ir ao banheiro ou à lanchonete!”, diz, indignado, Diego, em entrevista exclusiva ao Viomundo.

“Teve um horário que o meu filho [Joaquim] chorou de fome. Naquele momento não tinha ninguém para ir comigo. Ele ficou chorando por mais meia hora”, lamenta. “Só pude sair para comprar algo para ele comer quando um policial chegou para me acompanhar.”

”Afora tudo isso, a vergonha, o vexame”, revolta-se. ”É muito humilhação andar com seguranças a teu lado, com todo mundo olhando”.

“Mas, ao contrário dos truculentos agentes da imigração mexicana, os seguranças colombianos foram cordiais, não nos trataram mal”, pontua Diego.

BOLSA DO CNPQ E ACEITE DA UNIVERSIDADE MEXICANA

Diego de Oliveira Souza é pesquisador e professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL).

Leciona na graduação e na pós-graduação dos cursos de enfermagem e serviço social.

Saúde do trabalhador é sua área de investigação.

Em 2022, após processo seletivo (edital nº 26/2021), foi contemplado com uma bolsa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), para pós-doutorado no exterior.

Também não podiam circular sozinhos pelo aeroporto como os demais passageiros.

Para fazer qualquer coisa, eram escoltados por seguranças.

“Até para ir ao banheiro ou à lanchonete!”, diz, indignado, Diego, em entrevista exclusiva ao Viomundo.

“Teve um horário que o meu filho [Joaquim] chorou de fome. Naquele momento não tinha ninguém para ir comigo. Ele ficou chorando por mais meia hora”, lamenta. “Só pude sair para comprar algo para ele comer quando um policial chegou para me acompanhar.”

”Afora tudo isso, a vergonha, o vexame”,  revolta-se. ”É muito humilhação andar com seguranças a teu lado, com todo mundo olhando”.

“Mas, ao contrário dos truculentos agentes da imigração mexicana, os seguranças colombianos foram cordiais, não nos trataram mal”, pontua Diego.

BOLSA DO CNPQ E ACEITE DA UNIVERSIDADE MEXICANA

Diego de Oliveira Souza é pesquisador e professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL).

Leciona na graduação e na pós-graduação dos cursos de enfermagem e serviço social.

Saúde do trabalhador é sua área de investigação.

Em 2022, após processo seletivo (edital nº 26/2021), foi contemplado com uma bolsa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), para pós-doutorado no exterior.

Seu sonho era fazer parte do pós-doutorado na Universidade Autônoma da Cidade do México (UACM).

O mais difícil conseguiu. Foi aceito na UACM.

Ofício de 21 de outubro de 2022, assinado pela própria reitora, a UAMC autoriza a sua estadia lá.

A mensagem (na íntegra, abaixo) destaca (o negrito é nosso):

As atividades pós-doutorais fazem da parte da pesquisa do projeto Riscos e exigências do/no trabalho em Enfermagem frente à Pandemia de Covid-19 em Alagoas. Esta investigação faz parte do edital do CNPq: Apoio à Investigação Científica, Tecnológica e de Inovação: Bolsas no exterior

O professor Diego é o coordenador da pesquisa citada.

Confirmadas a bolsa do CNPq e a autorização da UAMC, o professor Diego passou a se programar para o pós-doutoramento no México.

A preparação incluiu a família, que o acompanhou. Neuzianne, por exemplo, teve de ajeitar a sua vida profissional.

A previsão era ficar lá cerca de 40 dias.

“Imaginávamos uma grande experiência acadêmica para mim e pessoal/cultural para todos nós; por isso, a família foi junto”, explica.

“A universidade abriu as portas me receber, organizando tudo lá”, relembra. “Estávamos muito entusiasmados”.

De fato, entre as várias atividades previstas, o professor Diego apresentaria a sua pesquisa no Seminário Permanente do Centro de Estudos da Cidade, da UAMC, e daria aulas no curso Metrópoles e saúde (veja abaixo).

Nos dias 6 e 16 de fevereiro, falaria sobre A determinação social no processo saúde-doença.

Teria, portanto, que viajar no final de janeiro, início de fevereiro.

CONSULADO DO MÉXICO NO RIO: ENTREVISTAS E VISTOS APROVADOS

O professor mora em Arapiraca, a segunda maior cidade de Alagoas.

Já as entrevistas para obtenção do visto aconteceram no Consulado do México do Rio de Janeiro.

Foram agendadas para a manhã de 23 de janeiro.

Por precaução, ele, a esposa, os filhos e a sogra (acompanhou-os para ajudar a cuidar da rotina das crianças) viajaram para o Rio na noite de 22 de janeiro.

Abaixo, os horários de cada entrevista.

A do professor foi a primeira, às 10h.

O consulado fica à avenida Atlântica, nº 1.130, 5º andar, Copacabana, edifício ABC.

A família chegou às 9h30.

Mas só poderiam subir às 9h45, informaram-lhes na portaria do prédio.

Voltaram para fila na calçada.

No horário autorizado subiram.

Às 9h54min, Neuzianne pagou as taxas dos vistos.

Valor total: R$ 1.410, como mostra o documento abaixo.

Ou seja, o pagamento das taxas aconteceu antes das entrevistas.

A primeira, como já dissemos, foi a do professor, agendada para as 10h.

Seguiram-se:

Joaquim, 10h30

Dona Neuza, 11h

Neuzianne, 11h30

Valentim, 12h

Com os vistos aprovados, deixaram o consulado por volta de 12h30, 13h.

“Não me lembro com exatidão a hora da saída’’, diz Diego. “Almoçamos ali perto, já eram mais de 13h30.”

SONHO DECOLOU NO GALEÃO, DESABOU NO BENITO JUAREZ

Finalmente, marcada a data da tão sonhada viagem: 27 de janeiro.

A família madrugou no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro.

Às 3h20, check-in. Às 6h20, embarque. Às 7h30, decolagem rumo ao México, com escala em Bogotá.

Bilhetes do voo Brasil-Colômbia-México, realizado em 27 de janeiro

Catorze horas depois chegaram ao tão almejado destino.

A diferença de fuso horário é de 3 horas para menos em relação ao Brasil.

Os relógios da cidade do México marcavam 18h05 (no Brasil, 21h05), quando a família (cansada mas entusiasmada) desembarcou no aeroporto Benito Juarez.

Em minutos, porém, o entusiasmo deu lugar a uma profunda consternação.

Sem maiores explicações, Diego, Neuzianne, Neuza, Joaquim e Valentim foram retidos, presos e sumariamente deportados pela polícia mexicana de imigração,

— Em algum momento cogitou tal pesadelo?

Não, a gente se organizou muito para essa viagem. Fiz tudo com antecedência, planejado, para que nada atrapalhasse. Estranhamente, ao passarmos pela polícia mexicana de imigração, tudo veio abaixo.

— Como foi?

Fui o primeiro a passar pela polícia de imigração. Fui retido. O mesmo aconteceu com a minha família. Acusaram-nos de estar usando visto falso para entrar no México.

Nesse momento, me separaram da minha família. Eles [agentes do serviço de imigração] me levaram para um dormitório, a minha família para outro. Alegaram que precisava ter separação de gênero. Não era verdade. Minha esposa contou que no dormitório que ficou tinha homem também.

Fui revistado, todos os meus pertences retirados, inclusive celular e cadarço do tênis. Fizeram o mesmo com a minha família.

Me jogaram então no dormitório junto com contrabandistas, coiotes tentando passar para os Estados Unidos…

— O que disse aos agentes da imigração?

De pronto, já disse: Sou pesquisador, estou viajando a convite da Universidade Autônoma da Cidade do México e a serviço do governo brasileiro.

Apresentei as cartas-convite oficiais, assinadas pelas autoridades da UACM.

Disse-lhes também que poderia estar havendo algum mal-entendido.

Foram inflexíveis. Nem a idade dos meus filhos, 1 e 3 anos de idade, os sensibilizou.

Não me ouviam nem explicavam o que estava acontecendo.

Fui detido mais ou menos às 18h15, horário do México, e não dormi mais.

A última imagem que a minha esposa teve de mim foi eu sendo cercado por três policiais. Ela tentou ir atrás. Eles a impediram, e, com truculência, ficaram me empurrando.

A partir daí, a gente ficou por quase 10 horas sem se falar, sem saber o que estava acontecendo nem o que iria acontecer.

Eu só pensava nos meus filhos pequenos. Será que tinham comida? Como estava a questão das fraldas? Estavam sendo trocadas?

— Teve direito a fazer uma ligação a algum conhecido?

Não!

— Pediu para ligar para o Consulado do México no Rio de Janeiro ou que as próprias autoridades migratórias fizessem o contato com o consulado aqui?

Pedi, sim. Ignoraram.

— Foi possível contatar a UACM? Afinal, foi a instituição mexicana que o levou para lá!

Também não.

— A polícia mexicana de imigração tratou-o como bandido então?

Pior do que bandido. Porque o bandido ainda tem o direito de fazer uma ligação. Direito que nem eu nem a minha família tivemos.

Nós estávamos ali com os direitos humanos violados, inclusive os meus filhos.

Eles nos ”sequestraram”, nos deixaram encarcerados e incomunicáveis. A gente ficou totalmente desorientado.

Só às 4h da manhã do dia seguinte (horário do México), eu pude reencontrar a minha família.

Aí, já nos levaram direto para o avião, para sermos deportados para o Brasil, fazendo escala em Bogotá.

— Alguma foto do que enfrentaram no aeroporto mexicano?

Não, porque eles nos privaram de tudo, inclusive do celular.

Na hora da deportação, as autoridades mexicanas de imigração arrancaram a página do passaporte do professor Diego que continha o visto do Consulado no Rio de Janeiro. Além disso, obrigaram-no a assinar documentos sem a devida leitura.

Fizeram o mesmo nos passaportes dos pequenos Valentim e Joaquim.

Atente aos rasgos da parte inferior da montagem. Aí, estavam as páginas arrancadas do passaporte de Diego, Joaquim e Valentim, contendo os vistos aprovados pelo Consulado do México no RJ

No passaporte de sua esposa e da sogra, escreveram em letras garrafais: CANCELADO.

DESAMPARADOS POR MAIS DE 33 HORAS!

Da detenção, no México, ao desembarque, no aeroporto do Galeão, transcorreram mais de 33 horas.

É só fazer as contas de todo o sufoco:

Detenção no aeroporto Benito Suarez, no México: quase 10 horas

Trecho México-Bogotá: 4 horas e meia

Escala no aeroporto de Bogotá, que mostramos no início desta reportagem: 12 horas

Trecho Bogotá-Galeão, Rio de Janeiro: ao redor de 6 horas e meia

As autoridades migratórias do México, além de submeter Diego, esposa, sogra e filhos (de 1 e 3 anos) à violência física e psíquica, inviabilizaram qualquer tipo de apoio à família.

Inclusive é um dos pontos da carta pública de professores e pesquisadores da UAMC (na íntegra, aqui) às autoridades migratórias e aos responsáveis pela Política Externa do Governo do México:

“O corpo jurídico de nossa Universidade não pôde intervir por meio de um amparo, visto que recebemos comunicação da situação após as 8h da manhã de 28 de janeiro de 2023. Às 10h da mesma manhã, quando recebemos nova comunicação, o Sr. Diego de Oliveira Souza já havia sido deportado’’.

A carta é dura.

Nela, os professores e pesquisadores manifestam indignação pelos maus-tratos sofridos por Diego e família, violando os seus direitos humanos.

Repudiam o fato de as autoridades migratórias terem ignorado as cartas-convite oficiais apresentadas pelo professor Diego, assinadas inclusive pela reitora da UACM.

Também denunciam o desrespeito ao artigo 78 da Lei de Migração do México, que diz:

No caso de ser determinada a rejeição de uma pessoa estrangeira, a autoridade de imigração entregará uma cópia da resolução a essa pessoa e à empresa que motivou a sua chegada ao território nacional“.

As autoridades policiais, relembramos, obrigaram Diego a assinar documentos sem ler.

“É alarmante que o obrigassem a assinar documentos sem a oportunidade de lê-los e sem responder ou explicar o que estava acontecendo”, condenam os signatários da carta pública.

A UAMC foi a primeira instituição a sair em defesa do professor Diego (na íntegra, aqui).

Além da carta pública, fizeram abaixo-assinado online.

Na sequência, várias instituições brasileiras se manifestaram (leia todas aqui)

CÔNSUL EM BRASÍLIA CONVOCADO A DAR EXPLICAÇÕES

O Ministério das Relações Exteriores, em Brasília, e a Embaixada do Brasil no México acompanham o caso, disseram-nos em resposta aos questionamentos que fizemos acerca do lamentável caso.

A Embaixada do Brasil revelou ainda que enviou comunicados a órgãos mexicanos, “manifestando indignação”. Também que o cônsul do México em Brasília foi convocado para prestar esclarecimentos.

Abaixo, a íntegra da resposta da Embaixada do Brasil no México ao Viomundo:

CONSULADO NO RIO NÃO RESPONDE PERGUNTAS DO VIOMUNDO

Tentamos de várias formas contatar o Consulado do México no Rio.

Os números disponíveis no próprio site não atendiam.

Deixamos mensagens no Facebook e no Twitter do consulado.

Também mandamos vários e-mails.

Inicialmente, para o endereço eletrônico geral.

Depois, três vezes, direto, para cônsul-geral Hector Humberto Valezzi Zafra.

Nenhum retorno.

Na segunda-feira da semana passada, 6 de março, o consulado, em mensagem ao professor Diego, finalmente reconheceu que o visto dele e de seus familiares eram verdadeiros.

Na prática, a declaração acima responde a primeira pergunta que fiz ao cônsul:

— Estaria o Consulado do México na cidade do Rio de Janeiro fornecendo vistos falsos?

Abaixo, reproduzo as demais não respondidas:

— O que de fato aconteceu? Por que Diego e família foram detidos e deportados?

— O que senhor cônsul tem a dizer a respeito do lamentável episódio?

— Professor Diego e família serão ressarcidos pelas perdas financeiras e emocionais?

Agora, acrescento mais duas:

— Por que o Consulado do México no Rio de Janeiro demorou 36 dias para reconhecer a autenticidade dos vistos, tirados no próprio consulado?

— Quem errou, as autoridades mexicanas de migração ou o consulado no Rio de Janeiro?

“NÃO TRATAM EUROPEU OU ESTADUNIDENSE COMO ME TRATARAM”

— E, agora, professor Diego?

Fico pensando nas pessoas que passam por situação semelhante à nossa e não têm dinheiro para comprar a comida. Sem dinheiro e sem apoio, vão passar fome. Na imprevista escala de 12 horas em Bogotá, se eu não tivesse dinheiro, nós íamos passar fome também.

— E os teus filhos como seguraram essa barra?

Ainda bem que a inocência da infância os protege. Como são bem pequenos, não entendiam o que estava acontecendo, ficaram brincando. No aeroporto de Bogotá, dormindo no chão.

Mas para mim é muito revoltante toda a humilhação vivida, a violação dos meus direitos humanos, da minha liberdade, da minha dignidade.

— Como fica o seu pós-doutorado?

Vou adiar o sonho do pós-doutorado para um outro momento, quando eu estiver recomposto.

— Pretende voltar ao México?

Pelo menos a médio prazo, de maneira alguma. Embora eu tenha feito amigos lá, a UAMC tenha aberto generosamente as portas para mim, a política de imigração do México tem um trato muito questionável com os latinos e eu não pretendo me submeter a isso novamente.

— Como ficam os danos acadêmico, emocional e financeiro?

Os danos são inegáveis. A gente estuda, faz mestrado, doutorado, faz uma carreira como pesquisador, acha que está dando um passo a mais. E, de repente, parece que estão tirando tudo de você.

Mas não retiraram, não. Eu tenho a minha família, tenho os meus amigos, tem o pessoal me apoiando.

Em função do apoio recebido de todos eles, vou seguir em frente.

Estou convencido de que autoridades migratórias do México não tratam europeu ou estadunidense da forma como me trataram, sendo latino.

*Reportagem exclusiva do Viomundo

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197
Operação: 1288
Poupança: 772850953-6
PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição

Categorias
Uncategorized

Explode tortura de presos no governo Bolsonaro; 2022 deve ser recorde

Conselho Nacional de Justiça recebeu 44,2 mil relatos de tortura de pessoas que haviam sido presas poucas horas antes; ministério silencia, diz Guilherme Amado, Metrópoles.

Os relatos de tortura de presos a juízes em audiências de custódia explodiram no governo Bolsonaro e devem bater o recorde neste ano. Pelo menos 44,2 mil denúncias desse tipo, feitas nas primeiras 24 horas da prisão, foram colhidas até agora pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) na gestão Bolsonaro. Nos três anos anteriores, de 2016 a 2018, o total foi de 20,9 mil.

Essas denúncias foram feitas em depoimentos a juízes durante audiências de custódia. Nessa audiência, uma pessoa presa há no máximo um dia é ouvida por um magistrado e é questionada se sofreu algum abuso no momento da detenção.

Em seguida, o juiz decide se a prisão é devida e se foi feita dentro da lei. Também participam dessa audiência o Ministério Público, a Defensoria Pública ou um advogado. O preso tem o direito de permanecer em silêncio.

Esses casos são registrados pelo CNJ como “tortura/maus tratos”. Os dados começaram a ser organizados em 2015, quando o órgão era presidido pelo ministro Ricardo Lewandowski. Nesse ano, os números ainda eram incipientes. Em 2016, foram 4,3 mil relatos de tortura; em 2017, 8,4 mil; em 2018, 8,2 mil. Os dados englobam o fim do governo Dilma e o início da gestão Temer, com uma média anual de 7 mil denúncias.

Sob Bolsonaro, os números dispararam e passaram a uma média anual de 12,6 mil: 13,9 mil relatos de tortura em 2019; 6,6 mil em 2020, no auge da pandemia; 12,4 mil em 2021; e 11,2 mil entre janeiro e julho de 2022. Se o ritmo deste ano se mantiver, o contingente se aproximará dos 19 mil e será o recorde da série histórica.

Muitos dos relatos dos presos se assemelham ao de dez homens detidos pelo Exército em 2018, durante a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro. Durante a audiência de custódia, os homens apresentavam lesões, que foram fotografadas pelos defensores públicos. Uma das imagens ilustra esta reportagem.

Um dos homens, Marcos Vinicius, disse à juíza que havia sido atingido por três tiros de balas de borracha à queima-roupa e agredido no rosto e nas costas. As sessões de tortura aconteceram em um quartel do Exército no Rio de Janeiro.

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação de qualidade e independência.

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Caixa Econômica Agência: 0197

Operação: 1288

Poupança: 772850953-6

PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição

Categorias
Uncategorized

Vídeo: Cuba denuncia carro da embaixada dos EUA em operação da polícia boliviana que prendeu médicos cubanos em La Paz

Bruno Rodríguez Parrilla, autor do tweet abaixo, é o ministro de Relações Exteriores de Cuba.

No mundo inteiro, por onde passam, os médicos cubanos deixam rastro de gratidão, humanidade e saudade gigantes.

Afinal, eles atuam onde frequentemente os profissionais locais não querem ir por distância, falta de estrutura, riscos, entre outras razões.

“Nós não oferecemos o que temos de sobra. Nós compartilhamos o que temos”, dizem com orgulho.

Com toda a razão.

Não é da boca para fora. Nem para inglês ver. Faz parte da cultura médica de Cuba.

As distantes comunidades indígenas e ribeirinhas do Norte e Nordeste do Brasil são testemunhas disso.

Antes do advento do Programa Mais Médicos, em 2013, os seus habitantes nunca tinham visto um médico na vida.

Assim como as periferias das grandes capitais brasileiras, que padecem cronicamente da falta de médicos, pois os nossos fogem por receio da violência.

Não é só.

Sempre que há grandes desastres, lá estão como voluntários os profissionais de saúde cubanos.

É o que aconteceu em janeiro de 2010, quando um terremoto devastou o Haiti.

Ou quando, em 2014, houve na África Ocidental (principalmente em Serra Leoa, Guiné e Libéria) o pior surto do vírus Ebola na história.

Em outubro daquele ano, o governo cubano enviou 165 médicos e enfermeiros para Serra Leoa e 91, para Libéria e Guiné.

Àquela altura (de março a outubro de 2014), o Ebola já havia matado na África Ocidental mais de 4.500 pessoas, entre as quais de 200 trabalhadores da saúde.

Mesmo sabendo dos riscos, eles foram solidariamente prestar ajuda humanitária ao povo africano.

Por tudo isso, os ataques injustos e desonestos aos médicos cubanos nos causam profunda indignação.

No Brasil, em 2018, assistimos à agudização dessa selvageria contra quem atende realmente com respeito, dignidade, ética e competência o povo.

Jair Bolsonaro, na campanha e após eleito presidente, desferiu reiteradas grosserias e ameaças contra os médicos cubanos.

Em 14 de novembro de 2018, até por questões de segurança física dos seus profissionais, o Ministério da Saúde Pública de Cuba decidiu interromper sua participação no Programa Mais Médicos e retirar os 8.500 médicos que aqui estavam.

Exatamente um ano depois os médicos cubanos são alvo dos golpistas na Bolívia, por coincidência apoiados por Bolsonaro.

Nas redes sociais, campanhas difamatórias fomentam o ódio e a violência contra os profissionais cubanos.

Chegam a dizer que eles participam, organizam e estão envolvidos nos protestos na Bolívia.

Nas últimas horas diferentes autoridades do governo golpista têm apresentado discurso semelhante ao das redes sociais.

Nesse contexto, pelo menos seis médicos cubanos foram presos desde quarta-feira, 13 de novembro.

A prisão mais recente foi a da chefe da Brigada Médica Cubana na Bolívia, dra. Yoandra Muro Valle, nessa quinta-feira, 14 de novembro, em La Paz. Detido junto, o responsável pela logística da Brigada, Alfonso Pérez.

Além de negar enfaticamente a participação dos colaboradores cubanos, Eugenio Martínez Enriquez, diretor geral da América Latina e Caribe do Ministério de Relações Exteriores de Cuba, denunciou as prisões arbitrárias.

(…) nesses momentos em que estamos falando, a coordenadora da Brigada Médica Cubana na Bolívia, companheira Yoandra Muro Valle, foi detida injustamente, juntamente com a Logística da Brigada, camarada Jacinto Alfonso Pérez.

As autoridades da Interpol Bolívia foram à casa do chefe da brigada médica cubana e, sem qualquer motivo, sem justificativa legal ou real, a detiveram no momento em que estamos conversando.

Curiosamente, um carro da Embaixada dos Estados Unidos cujo registro confirma que também está estacionado nas proximidades da casa.

Estamos denunciando esta situação agora.

As autoridades bolivianas ainda não nos deram uma resposta, e isso está acontecendo no momento em que estamos conversando, mas a Embaixada de Cuba está envolvida no esclarecimento dessa situação.

Esses incidentes estão ocorrendo nas últimas horas.

Isso aconteceu ontem [quarta-feira] em Santa Cruz, quando um coronel da Interpol em frente às câmeras de televisão foi às casas de colaboradores cubanos naquela cidade sob o pretexto de responder a uma queixa dos vizinhos de que havia armas.

Em frente às câmeras de televisão e sem ordem judicial, eles entraram em uma das casas, revistaram o que quiseram, verificaram os pertences de cada um dos colaboradores, inclusive das companheiras que ali estavam.

Eles não encontraram nada e assim mesmo disseram isso diante das câmeras de televisão aos que assistiam este espetáculo contra os colaboradores cubanos.

No twitter, o ministro de Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez Parrilla, Bruno Rodríguez P@BrunoRguezP

Vehículo de la Embajada de #EEUU placa 28-CD-17 participa en operativo de policía de #Bolivia detuvo médicos cubanos en Ave Enrique Herzog, Achumany, Zona Sur, La Paz (veja no topo)

QUATRO PRESOS QUANDO VOLTAVAM PARA CASA COM DINHEIRO PARA PAGAR ALUGUEL

Na quarta-feira, em 13 de novembro, quatro membros da Brigada Médica em El Alto foram presos pela polícia quando voltavam para casa com dinheiro retirado de um banco para pagar os serviços básicos e o aluguel dos 107 membros da Brigada Médica nessa região.

Em nota publicada no Granma, o Ministério das Relações Exteriores de Cuba denunciou as quatro prisões e exigiu a libertação imediata deles:

(…) A prisão veio sob a presunção caluniosa de que o dinheiro era dedicado ao financiamento dos protestos.

Os representantes da polícia e do Ministério Público visitaram a sede da Brigada Médica em El Alto e La Paz e confirmaram, a partir de documentos, folhas de pagamento e dados bancários, que a quantia em dinheiro coincidia com a quantia extraída regularmente todos os meses.

Os quatro colaboradores presos são:

Amparo Lourdes García Buchaca, Licenciada em Eletromedicina. Em Cuba, ela trabalhou no Centro Provincial de Eletromedicina na província de Cienfuegos antes de iniciar a missão na Bolívia, em março deste ano.

Idalberto Delgado Baró, Licenciado em Economia pelo município especial Isla de la Juventud, que trabalhou no Centro Municipal de Eletromedicina da Isla de la Juventud até que ingressou na missão na Bolívia, em março passado.

Ramón Emilio Álvarez Cepero, especialista em Cuidados Intensivos e Endocrinologia, que trabalhou em Cuba no Hospital Geral Gustavo Aldereguía, na província de Cienfuegos, até o início de sua missão na Bolívia, em julho de 2017.

Alexander Torres Enriquez, especialista em Medicina Geral Integral que trabalhou em Cuba na Policlínica Carlos Verdugo, na província de Matanzas, quando saiu para completar uma missão, em 3 de fevereiro de 2019.

Os quatro colaboradores cubanos têm uma trajetória reconhecida de acordo com seu perfil ocupacional e, tal como os demais que prestam uma missão na Bolívia, aderem estrita e rigorosamente ao trabalho humanitário e cooperativo que os motivou a viajar para o país sob acordos intergovernamentais.

APELO ÀS AUTORIDADES BOLIVIANAS PARA QUE PAREM ESTÍMULO À VIOLÊNCIA

Na mesma nota, o Ministério das Relações Exteriores exige a libertação imediata dos quatro profissionais de saúde cubanos detidos na Bolívia sob acusações difamatórias.

Também exige que as autoridades bolivianas garantam a integridade física de cada um dos colaboradores cubanos, que “deram sua contribuição solidária à saúde daquele povo irmão”:

O ministério das Relações Exteriores rejeita as falsas acusações de que esses companheiros incentivam ou financiam protestos baseados em mentiras deliberadas e sem fundamento.

O Ministério das Relações Exteriores exige que os colaboradores detidos sejam libertados imediatamente e que as autoridades bolivianas garantam a integridade física de cada um dos colaboradores cubanos, de acordo com as responsabilidades adquiridas pelo Estado boliviano com a segurança e a proteção dos funcionários correspondentes aos acordos intergovernamentais assinados.

O Ministério das Relações Exteriores apela às autoridades bolivianas para que interrompam a exacerbação de expressões irresponsáveis anticubanas e odiosas, difamações e instigações à violência contra cooperadores cubanos, que deram sua contribuição solidária à saúde daquele povo irmão boliviano.

Os milhões de bolivianos que receberam a atenção altruísta das centenas de médicos cubanos sabem perfeitamente que as mentiras não podem esconder a contribuição meritória e o nobre propósito de nossos profissionais de saúde.

Por volta das 22h (horário de Cuba), o ministro da Saúde Pública de Cuba informou pelo twitter que “ a chefe da Brigada Médica Cubana na Bolívia, Dra. Yoandra Muro Valle, depois de ter sido submetida a injustificada detenção e interrogatória por parte da polícia, regressou à sede da coordenação cubana.

 

 

*Conceição Lemes/Viomundo