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Política

Caso Silvio Almeida tem reviravolta: ONG Me Too teria procurado supostas vítimas após denúncia

ONG, que chegou a ser denunciada pelo ministro por interferir em processo licitatório, enviou relatório de duas páginas com relatos inconsistentes cinco meses após PF abrir investigação e cobrar detalhamento das denúncias.

Passados seis meses da demissão do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania por supostos casos de assédio sexual e moral, Silvio Almeida assiste a uma reviravolta no caso, que envolve a Organização Não Governamental Me Too.

As supostas denúncias contra Almeida foram publicadas primeiramente pelo portal Uol em 4 de setembro passado sob o título “Ministério dos Direitos Humanos tem denúncias de assédio e demissões”.

Um dia depois, o jornalista Guilherme Amado, então no Metrópoles (hoje está na Globo), afirmou em reportagem: “Silvio Almeida é acusado de assediar mulheres. Entre elas, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco”.

No texto, Amado afirma que a Ong Me Too “confirmou à coluna ter sido procurado por mulheres que relataram supostos episódios de assédio sexual praticados pelo ministro”. O jornalista diz ter procurado a ONG “após receber denúncias de suposta prática de assédio sexual” contra a ministra.

À época, por meio do Ministério dos Direitos Humanos, Almeida acusou a Me Too de tentar interferir em uma licitação da pasta para favorecer seus próprios interesses.

“A organização responsável pela divulgação das supostas denúncias possui histórico relacional controverso perante as atribuições desta pasta”, diz o texto, bastante criticado à época, que lista uma série de eventos nos quais a ONG Me Too teria tentado modificar o processo licitatório – leia a íntegra.

A Mee Too rebateu as acusações e disse que iria entregar os relatos dos supostos assédios à Polícia Federal, que abriu investigação para apurar o caso. No dia 6, Almeida foi demitido do governo.

Reviravolta
Autora do livro “A vida nunca mais será a mesma”, em que debate a cultura da violência e o estupro no Brasil, a jornalista Adriana Negreiros revelou nesta segunda-feira (10), em reportagem no Uol, uma série de lacunas que mostram uma reviravolta no caso.

Segundo a jornalista, após 5 meses de investigação, sendo cobrada pelos agente da PF a apresentar as denúncias contra Almeida, a Me Too enviou aos investigadores um relatório de duas páginas com relatos de cinco supostas vítimas sem especificar as datas em que as mulheres procuraram a ONG.

Todos os breves relatos descritos pela ONG, sem qualquer identificação das supostas vítimas, foram feitos em data posterior às acusações contra Almeida.

Em um deles, relatado como “vítima 4”, o relatório diz que a mulher teria falada com uma “voluntária do Me Too em 16 de setembro de 2024 e, depois, parou de responder às mensagens”.

Dois outros deles – “vítimas 1 e 2” – são datados de 5 de fevereiro, quando a PF já cobrava há meses a ONG de apresentar as denúncias.

Ainda segundo a reportagem, as conselheiras do Mee Too – a jornalista Maria Amélia Teles, a ex-desembargadora Kenarik Boujikian, a professora de Direito Silvia Pimentel e a ativista Neon Cunha – não teriam sido consultadas e sequer ficaram sabendo das denúncias contra Almeida.

Elas também teriam sido orientadas pela ONG a não darem entrevista sobre o assunto ao Uol.

Uma advogada afirmou, em condição de anonimato, que muitas conselheiras ficaram sabendo apenas após a adesão que o Me Too Brasil não tinha relação com o movimento homônimo dos Estados Unidos.

O objetivo das duas organizações, assim como o nome, são os mesmos: acolher mulheres vítimas de assédio e violência sexual.

No entanto, o movimento Me Too Brasil foi criado em 2019 pela advogada Marina Ganzarolli, de São Paulo. Em junho de 2022, ela abriu um CNPJ em nome do Me Too Brasil, organização focada em “atividades de associações de defesa de direitos sociais”, de acordo com a Forum.

A ONG, que tem endereço em um apartamento residencial na região central da capital paulista, tem como atividades secundárias “portais, provedores de conteúdo e outros serviços de informação na internet”, além de “atividades de consultoria em gestão empresarial”, dentre outros.

Além de Marina, a ONG tem como sócias e administradoras as advogadas Luanda Pires e Luciana Terra Villar e a psicóloga Mariana da Costa Pedro Nogueira da Luz.

Veja vídeo em que Adriana Negreiros fala sobre a reportagem que causou reviravolta no caso.

https://twitter.com/i/status/1899374639966495146

 

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Política

Silvio Almeida assinou lei que obriga testemunhas a denunciarem assédio ao governo

Programa de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio Sexual foi lançado em 2023.

Sancionada em abril de 2023, menos de 100 dias depois do início do atual governo, a Lei 14.540 foi assinada pelo então ministro Silvio Almeida, dos Direitos Humanos, demitido na noite desta sexta (6).

A lei prevê a criação de um programa em nível federal para capacitar profissionais e combater o assédio em autarquias e órgãos do governo, mas também obriga a quem testemunhar ou tiver conhecimento de um caso de assédio sexual fazer uma denúncia formal.

O texto da lei diz: “Qualquer pessoa que tiver conhecimento da prática de assédio sexual e demais crimes contra a dignidade sexual, ou de qualquer forma de violência sexual, tem o dever legal de denunciá-los e de colaborar com os procedimentos administrativos internos e externos”.

A cartilha feita pela Procuradoria-Geral Federal tem como objetivo prevenir e enfrentar a prática do assédio sexual, capacitar os agentes públicos, implementar e divulgar campanhas educativas sobre as condutas e os comportamentos que caracterizam o assédio sexual.

Além de Silvio Almeida e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a lei ainda é assinada por Camilo Sobreira de Santana, ministro da Educação, Flávio Dino, então ministro da Justiça e Cida Gonçalves, ministra das Mulheres.

A chegada do texto foi uma semana antes do segundo turno das eleições.

Um dos dados que amparou a Medida Provisória foi um levantamento feito pela Controladoria Geral da União com casos de 2008 a 2022.

A pesquisa aponta que a cada três denúncias de assédio sexual que viraram processos, duas terminaram sem qualquer tipo de punição.

Um dos maiores desafios para os investigadores, tanto no âmbito administrativo — ou trabalhista —, quanto no âmbito criminal é provar as condutas. Justamente por isso, o STJ firmou um entendimento de que em 2022 que “em crimes de natureza sexual, a palavra da vítima possui relevante valor probatório, uma vez que nem sempre deixam vestígios e geralmente são praticados sem a presença de testemunhas”.

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Cotidiano

Ministro dos Direitos Humanos viverá abolicionista Luiz Gama em desfile da Portela

Além dele, o ator Lázaro Ramos também vai dar vida ao personagem, que foi um dos principais líderes do movimento pela libertação dos escravos no Brasil.

O ministro Silvio Almeida, dos Direitos Humanos e da Cidadania, confirmou sua participação no desfile da Portela no Carnaval 2024. Ele vai interpretar o advogado abolicionista Luiz Gama, tema do enredo “Um defeito de cor”, baseado no romance de Ana Maria Gonçalves.

Além dele, o ator Lázaro Ramos também vai dar vida ao personagem, que foi um dos principais líderes do movimento pela libertação dos escravos no Brasil. O enredo vai mostrar a trajetória de Gama, desde sua infância na Bahia até sua atuação como jurista em São Paulo, destacando a influência de sua mãe, Luiza Mahim.

Silvio Almeida é advogado, professor e doutor em Direito, e foi o primeiro presidente do Instituto Luiz Gama, uma entidade que defende os direitos humanos, especialmente dos negros e das minorias. Ele visitou o barracão da Portela no dia 13 de janeiro e aceitou o convite da escritora Ana Maria Gonçalves, que é a autora do livro que inspirou o enredo.

Outra integrante do governo Lula que vai desfilar no Carnaval é a ministra Sonia Guajajara, dos Povos Indígenas. Ela vai representar o povo Yanomami no desfile do Salgueiro, que tem como enredo “A floresta que se move”.

 

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Política

PGR denuncia Gustavo Gayer por racismo contra Silvio Almeida

A denúncia surgiu após Gayer dizer, em um podcast, que africanos não têm a “capacidade cognitiva” adequada para participar da democracia.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou uma denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) (foto em destaque). As acusações incluem injúria contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e racismo contra o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. O documento foi assinado pela vice-procuradora-geral da República interina, Ana Borges, e protocolada na Corte na última sexta-feira (17/11), diz o Metrópoles.

As deputadas federais do PSol Erika Hilton (SP), Luciene Cavalcante (SP), Célia Xakriabá (MG) e Talíria Petrone (RJ) foram as responsáveis pela denúncia. As acusações surgiram após Gayer afirmar, durante um podcast, que os africanos não têm “capacidade cognitiva” para exercer a democracia.

“O Brasil está emburrecido. Aí, você pega e dá um título de eleitor para um monte de gente emburrecida. Aí, você vai ver na África: quase todos os países são ditaduras. Quase tudo lá é ditadura. Democracia não prospera na África. Por quê? Para você ter democracia, é preciso ter o mínimo de capacidade cognitiva para entender o bom e o ruim, o certo e o errado. Tentaram fazer democracia na África várias vezes. O que acontece? Um ditador toma tudo e o povo. O Brasil está desse jeito. O Lula chegou à Presidência e o povo burro: “Eeee, picanha, cerveja!”, disse o deputado.

No documento enviado ao STF, a PGR alega que Gustavo Gayer incentivou e instigou “a discriminação e o preconceito de raça, cor e procedência nacional”.

 

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Política

Silvio Almeida diverge de Mendonça em caso de trabalho análogo à escravidão de doméstica e envia e-mail que resulta em abertura de processo

Um conflito entre o Ministro da Justiça, André Mendonça, e o Chefe da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania do governo Lula, Silvio Almeida, ganhou destaque no Supremo Tribunal Federal (STF) em decorrência de um caso envolvendo uma empregada doméstica surda submetida a condições de trabalho análogas à escravidão por um desembargador de Santa Catarina, destaca reportagem do jornal O Globo.

Na última sexta-feira (8), Mendonça ratificou uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que havia permitido ao desembargador Jorge Luiz Borba, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC), manter contato com a empregada doméstica, Sônia Maria de Jesus, que alega ter sido explorada por mais de duas décadas na residência do magistrado em Florianópolis, sem receber salário, sem registro formal e sujeita a trabalho forçado e abusos.

A ação levou Sônia Maria de Jesus a retornar à casa do desembargador. Contudo, despertou a preocupação do governo Lula, notadamente de Silvio Almeida, que enviou um e-mail expressando sua inquietação sobre a situação ao gabinete de André Mendonça, com o assunto “Decisão em habeas corpus – Sônia Maria de Jesus”.

No e-mail, Silvio Almeida manifestou preocupação com o caso e suas implicações nos direitos humanos, particularmente os direitos das pessoas com deficiência. Ele lembrou que a decisão de Mendonça havia negado uma liminar solicitada pela Defensoria Pública da União, que buscava evitar o retorno de Sônia à casa do desembargador. Almeida também destacou os “fortes indícios de versões contemporâneas de escravidão” no caso da empregada doméstica.

De forma surpreendente, André Mendonça transformou o e-mail em uma petição, efetivamente instaurando um novo processo no STF para lidar com o assunto e exigir explicações de Silvio Almeida. O Ministro concedeu um prazo de 24 horas para que Silvio Almeida apresentasse documentos que corroborassem os “fortes indícios” mencionados, informasse quando e por quem tomou conhecimento desses indícios e detalhasse as medidas que ele, como Ministro de Estado dos Direitos Humanos e da Cidadania, tomou para proteger os direitos e interesses de Sônia Maria de Jesus.

Essa ação de André Mendonça foi vista por alguns como uma tentativa de desviar o foco de sua decisão individual e direcionar o caso para o ministro dos Direitos Humanos. Membros do governo Lula consideraram a atitude de Mendonça como “inusitada”, “desaforada” e uma possível tentativa de intimidação, uma vez que não havia precedentes desse tipo — onde um e-mail de uma autoridade resultasse na abertura de um processo no STF.

Em resposta, Silvio Almeida explicou que a investigação sobre as condições de trabalho de Sônia está em andamento sob segredo de Justiça e que não é responsabilidade de sua pasta conduzir essa investigação.

 

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Justiça

Ministro aciona PF e PGR contra bolsonarista por fala racista sobre africanos

Silvio Almeida pede providências para que deputado, que corre o risco de ser cassado, responda por declarações racistas na esfera criminal.

O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, informou que acionou a Polícia Federal (PF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR), nesta quarta-feira (28), solicitando providências para que o deputado federal bolsonarista Gustavo Gayer (PL-GO) responda criminalmente pela declaração racista que fez durante participação em um podcast.

Em entrevista ao podcast Três Irmãos que vem repercutindo nas redes sociais, Gayer concordou com uma fala do apresentador de que macacos teriam o QI maior que a de pessoas que nasceram em países da África.

“Aí você vai ver na África: quase todos os países são ditaduras. Quase tudo lá é ditadura. Democracia não prospera na África. Por quê? Para você ter democracia, é preciso ter o mínimo de capacidade cognitiva para entender o bom e o ruim, o certo e o errado. Tentaram fazer democracia na África várias vezes. O que acontece? Um ditador toma tudo e o povo [simula aplausos]. O Brasil está desse jeito. O Lula chegou à presidência e o povo burro: ‘êeee, picanha, cerveja!’ [simula aplausos novamente]”

Além de incorrer em flagrante desrespeito para com os povos africanos, Gayer ainda sugeriu que os eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva são burros. As falas do bolsonarista possuem clara conotação racista e podem configurar, inclusive, o crime de injúria racial, cuja pena, prevista na Lei 14.532/2023, é de 2 a 5 anos de prisão, além de multa.

Ao acionar órgãos competentes para que Gayer seja investigado, Silvio Almeida destacou que “a imunidade parlamentar não é escudo para quem pratica crimes”.

“Acabo de enviar ao Min. da Justiça, à PF, à Câmara dos Deputados e à PGR vídeo em que deputado federal bolsonarista faz ofensas discriminatórias a brasileiros e africanos, bem como a autoridades da República”, escreveu Almeida através das redes sociais.

O ministro enviou o vídeo com a declaração racista de Gayer através de ofícios em que pede “a tomada das providências cabíveis por parte das autoridades”.

Cassação
Além dos pedidos para que Gayer seja investigado na esfera criminal, Silvio Almeida oficiou a Câmara dos Deputados para que a Casa tome providências com relação à conduta do parlamentar.

A ação reforça uma medida já tomada pela deputada federal Duda Salabert (PDT-MG), que anunciou que protocolará junto ao Conselho de Ética da Câmara um pedido de cassação do bolsonarista.

“Entraremos hoje com o pedido de cassação do Deputado Gustavo Gayer no Conselho de Ética da Câmara. A Câmara não pode ser espaço para racista! Deveria ser preso além de perder o mandato”, disse Duda.

“Entraremos hoje com o pedido de cassação do Deputado Gustavo Gayer no Conselho de Ética da Câmara. A Câmara não pode ser espaço para racista! Deveria ser preso além de perder o mandato”, disse Duda. 

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Opinião

Ao recusar feto de plástico, ministro expôs farsa e desmoralizou senador

Silvio Almeida rechaçou teatro de bolsonarista Eduardo Girão para chocar eleitor religioso.

A performance foi planejada para chocar. Num gesto teatral, o senador Eduardo Girão se levantou da cadeira e caminhou até o ministro Silvio Almeida. Queria presenteá-lo com um pequeno boneco de plástico, simbolizando um feto de 11 semanas.

De celular em punho, uma assessora filmava tudo para abastecer as redes do chefe. Não contava com a reação do ministro, que se recusou a participar da encenação. “Isso é uma exploração inaceitável de um problema sério”, reagiu Almeida. Sem alterar a voz, o professor expôs a farsa e desmoralizou o farsante.

Dublê de empresário e cartola de futebol, Girão se elegeu na onda bolsonarista de 2018. Em quatro anos de mandato, já está no terceiro partido. Debutou no Pros, passou pelo Podemos e hoje é filiado ao Novo, que um dia se vendeu como novidade na política.

Na CPI da Covid, defendeu tratamentos ineficazes e fez propaganda da cloroquina. Agora milita contra a regulação das plataformas digitais, que pode impor barreiras ao discurso de ódio e à desinformação.

Girão tem motivos para temer o projeto. Em novembro, convidou ativistas de extrema direita para uma audiência no Senado. A sessão foi marcada por mentiras sobre as urnas, ataques ao Judiciário e pedidos de golpe militar.

“Vamos parar esse país para que vocês entendam que nós não estamos brincando”, ameaçou um dos oradores, após chamar o ministro Alexandre de Moraes de “ditador de toga”. Os discursos ganharam as redes e ajudaram a fermentar o clima para os ataques de 8 de janeiro.

No início da semana, Girão compartilhou a mentira de que o PL das Fake News censuraria versículos da Bíblia. A performance com o feto de plástico faz parte da mesma tática para confundir e assustar o eleitorado religioso.

Além de desrespeitar o ministro dos Direitos Humanos, o senador criticou ontem o Ministério da Saúde por revogar uma portaria do governo Bolsonaro. O texto obrigava vítimas de estupro a passarem numa delegacia para terem direito à interrupção legal da gravidez.

A medida impunha mais um constrangimento a mulheres violentadas. Como Girão se apresenta como “cristão e pró-vida”, haverá quem acredite em suas boas intenções.

*Bernardo Mello Franco/O Globo

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Política

Vídeo: Damares fala o que quer a Silvio Almeida e ouve o que não quer

Silvio para Damares: ‘Quero ter compaixão pela senhora’

O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, rebateu a senadora e ex-ministra Damares Alves após uma fala sobre “compaixão” durante audiência pública no Senado nesta quinta-feira (27/4).

Assista:

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Política

A que ponto chegou o bolsonarismo – vídeo: Silvio Almeida escracha tentativa de Damares Alves e Girão de lacração com feto em Comissão do Senado

Silvio Almeida foi aplaudido de pé.

O ministro de Direitos Humanos, Silvio Almeida, detonou a tentativa de lacração dos bolsonaristas Damares Alves (Republicanos-DF), ex-titular da pasta, e de Eduardo Girão (Novo-CE), que levaram um feto de 12 semanas durante audiência realizada na Comissão de Direitos Humanos do Senado.

Em sua fala, Damares afirmou que ela e Girão levaram um “presentinho”. “A gente vai entregar para o senhor, com muito carinho, porque as pessoas não entendem o que a gente está fazendo e a gente quer apenas que a criança viva e tenha direitos garantidos. Eu vou deixar com o senhor um bebêzinho de 12 semanas, se você puder levar com carinho, ministro, e a gente entender que é isso que a gente queria fazer”.

Silvio Almeida rejeitou o “presentinho” e denunciou o que classificou como “performance” dos bolsonaristas

“Senador Girão, eu não quero receber isso por um motivo muito simples: eu vou ser pai agora. E sei muito bem o que significa isso. Isso é uma performance que eu repudio profundamente. Com todo respeito, isso é uma exploração inaceitável de um problema muito sério que temos no país”, disse Almeida.

“Em nome da minha filha que vai nascer, eu me recuso a receber isso ai”, emendou Almeida. “Isso é um escárnio”.

https://twitter.com/lazarorosa25/status/1651593690391904257?s=20

*Com Forum

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Opinião

Notícias de um país rachado

Igualdade e supremacia digladiam-se em praça pública no ano em que a Declaração Universal dos Direitos Humanos faz 75 anos.

Flávia Oliveira*

A democracia resistiu ao golpe de Estado tentado nos primeiros dias de janeiro, mas o Brasil segue em disputa. Futuro e passado, dignidade e brutalidade, direitos e opressão, igualdade e supremacia digladiam-se em praça pública no ano em que a Declaração Universal dos Direitos Humanos faz 75 anos, em que o pontapé inicial da redemocratização, a emenda Dante de Oliveira por eleições diretas, completa quatro décadas. Na mesma semana em que o terceiro governo Lula relançou o Bolsa Família, uma entidade empresarial de Bento Gonçalves (RS) tornou pública nota que relaciona falta de mão de obra qualificada à política pública de transferência de renda para erradicação da extrema pobreza.

O novo desenho retoma a focalização e as exigências em saúde e educação, que permitem a superação da vulnerabilidade. Mas o Centro da Indústria, Comércio e Serviços do município gaúcho escreveu, sobre o escândalo do trabalho em condições análogas à escravidão na colheita da uva no estado, que “há larga parcela da população com plenas condições produtivas que, mesmo assim, encontra-se inativa, sobrevivendo através de um sistema assistencialista que nada tem de salutar para a sociedade”. Empresários subscrevem tal mensagem num país com 33 milhões de habitantes em situação de fome, 10 milhões de desempregados e quase 40 milhões ocupados informalmente — portanto, sem nenhuma proteção das legislações trabalhista e previdenciária.

O STF está decidindo sobre a validade de provas obtidas em abordagem policial baseada em filtragem racial, aquela que considera pessoas negras naturalmente suspeitas. Até aqui, três votos a um contra a tese, que abriria atalho no enfrentamento ao racismo materializado nos protocolos que fazem um negro ter quatro vezes e meia mais chance de sofrer uma “dura” da polícia do que um branco.

O CNJ, na terça-feira passada, aprovou a criação do Fórum Nacional do Poder Judiciário pela Equidade Racial, com participação da sociedade civil, Movimento Negro Unificado, Educafro, Coalização Negra por Direitos, OAB, Ceert, Geledés e Criola. O grupo tem como missão elaborar estudos e propor medidas para aperfeiçoamento do sistema judicial. A recém-sancionada lei que equiparou os crimes de racismo e injúria racial, além de tipificar a discriminação recreativa, religiosa e em ambientes esportivos, nasceu de proposta de um grupo de juristas à Câmara dos Deputados.

Dias atrás, um vereador de Caxias do Sul desqualificou trabalhadores baianos, 214 ao todo, escravizados no estado, acenando à contratação de argentinos. Sandro Fantinel provou que o imaginário nacional segue refém de uma História que valoriza a mão de obra estrangeira branca, enquanto ignora ou despreza as mãos negras que ergueram o país, sob chibatadas, trabalho forçado, sem políticas de reparação nem inclusão social no pós-abolição.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, se reuniu com o assessor especial da Casa Branca, John Kerry, para alinhavar a convergência no enfrentamento à emergência climática e aporte de recursos no Fundo Amazônia. O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, discursou no Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, prometendo enfrentar trabalho escravo, devolver território e dignidade aos povos indígenas, esclarecer os assassinatos de Marielle Franco, Bruno Pereira e Dom Phillips. Em Brasília, a senadora Damares Alves tentou integrar a comissão do Senado que acompanha a crise humanitária dos ianomâmis. Justo ela que, ministra dos Direitos Humanos, enviou ao presidente Bolsonaro pedido para que não enviasse aos indígenas, em plena pandemia da Covid-19, água potável, leitos de UTI, materiais de higiene. Alegara que os povos originários não tinham sido consultados pelo Congresso Nacional.

Ontem, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, foi anunciada como uma das 12 mulheres de destaque de 2022 pela revista Time. No mesmo dia, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública reportou recorde de violência contra as brasileiras. Ao todo, 18,6 milhões sofreram ofensa verbal, perseguição, chutes e socos, espancamento ou tentativa de estrangulamento, ameaça com faca ou arma de fogo. Companheiros, maridos, namorados ou ex foram responsáveis por 58% das agressões; mais da metade dos casos ocorreu em casa; dois terços das vítimas são negras; 57% têm filhos.

Estudo do Ipea estimou em 822 mil o total de estupros cometidos no Brasil em 2019. Foram dois casos por minuto. Apenas 8,5% chegaram às delegacias, e metade disso, 4,2%, ao sistema de saúde.

— Além da impunidade, muitas das vítimas ficam desatendidas em termos de saúde — alerta o autor, Daniel Cerqueira, especialista em análise de dados de segurança pública.

O Brasil fraturado das urnas assim segue. Que vença o lado da luz.

*O Globo

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