Quem está denunciando esse convento aos olhos da mídia, são os R$ 200 bilhões do orçamento secreto que os brasileiros não podem saber para quais e quantos bolsos foram.
Vigaristas que estão tentando chantagear Lula para que o presidente interfira no STF e trave a disposição de Flávio Dino para desbaratar esse cangaço novo no Congresso.
Isso não é lenda.
Mas a locução virginal que a mídia passa sobre esse chiqueiro travestido de Congresso, é a de um pesadelo criado pelo governo contra os coitadinhos dos parlamentares corruptos.
O rancor dessa choldra contra Lula é exatamente esse. A papafina da “casa do povo” gosta muito de dinheiro público para irrigar as próprias contas.
Vai todo mundo em cana, porque Flávio Dino não aliviará para ninguém.
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A direita anda sobressaltada, ansiosa e destrambelhada.
Dois são os motivos dessa atrapalhação que faz essa gente bater de frente com a sociedade.
O primeiro, é o fim da direita tradicional que não tem ninguém para colocar no lugar de um Bolsonaro fora de combate.
Tarcísio está com um pé em cada canoa furada que nem os ratos ficaram para ver de perto a tragédia.
Essa espécie de manequim nem-nem é, na verdade, uma prisão para quem não consegue andar sozinho, que fará enfrentar Lula nas urnas.
Tarcísio nem tentou nada ainda e já está com a cabeça a prêmio em oferta de queima de estoque na bacia das almas.
Fraco dos miolos, só fala em privatização em sua didática de descarte público para o setor privado que não tem estofo nem para pagar salário mínimo de fome e vive pedindo congelamento dos míseros R$ 1.420 por seis anos.
Que grande capitalismo!
O segundo motivo é a notícia, já ciente pela oligarquia, de que a economia terminará o ano de 2025 com resultados positivamente surpreendentes, muito acima das especulações do mercado.
Tudo isso junto, dá no que dá. Lula entra em 2026 não com a batalha ganha, mas sem adversário e com uma lista de avanços inapeláveis.
Soma-se a isso uma varrida no lixo parlamentar que virá e, junto, os cacos do bolsonarismo raiz ou acanhado.
A pergunta é, por que tanta imprudência dos bigodes da oligarquia?
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Na Veja, o sabujo da oligarquia, Efraim Filho, (União Brasil) disse que a decisão dos vigaristas do Congresso foi ‘pé na porta’ contra impostos.
Mas de que imposto o sujeito está falando, daquele cobrado dos trabalhadores na fonte?
Ou será que ele fala do imposto que até mendigo paga quando consome um pão seco?
O carcará do povo não pode estar falando da turma que toma um 12 anos no bico, enquanto a população vive no bico do urubu.
Quase fui às lágrimas quando descobri que ele estava defendendo os coitadinhos dos milionaríssimos que não pagam porcaria nenhuma e ainda vivem de privilégios fiscais, além de serem adubados com programas de incentivos à produção do agro, que abarca bilhões dos cofre públicos.
No Globo, Elio Gaspari teve a petulância de dizer que Lula optou pelo perde-perde.
Ué, então, deixa o Lula perder. Ele é maior e vacinado.
Mas Gaspari tinha que elogiar FHC como o amansador de crises. FHC, no caso, é aquele senhor que criou o (PROER) “Bolsa Banqueiro” e quebrou o Brasil quatro vezes em 8 anos.
Gaspari também esqueceu de citar a lei do retorno com as tijoladas que o PSDB de FHC levou em todas as eleições a partir de 2002, com a primeira das incontáveis vitórias políticas de Lula.
Querer que Gaspari lembre que, nas eleições, todos os candidatos a presidente do PSDB colocaram FHC escondido no calabouço da Casa Grande, seria preciosismo de minha parte.
Viva o MTST que ocupou um ponto de agiotagem na Faria Lima cobrando do Congresso sem classificação que a mão grande da rapinagem também pague o imposto.
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Bolsonaro é um idiota com ideia fixa, quem não sabia disso há séculos?
Então, não adianta a direita, incluindo a grande mídia, chorar e berrar. Se Bolsonaro, com suas convocações mega minúsculas e cada dia mais microscópicas, está desmentindo as “pesquisas”, que estão em oferta a preço de banana para a Faria Lima, descartar no gogó um inevitável Lula 4 cada dia mais tinturado pela vida como ela é, e será, os inventores do “mito” que o embalem.
Não era a esquerda a acusada pela direita de ser incapaz de mobilizar as massas e ter noção de como se faz valer nas redes uma campanha contra os ordinários da nação?
Agora, a culpa é dos memes feitos com Inteligência Artificial que detonam caciques políticos de direita corruptos, literalmente de pai e mãe?
Peixe podre tem preço e a catinga não é barata.
As cornetadas da esquerda nas redes contra o Congresso estão explodindo os tímpanos da turma que ronca e fuça o que a oligarquia manda?
Foda-se!
Tem duzentos bilhões em jogo que sumiram no pântano das emendas secretas e o STF quer fazer um pente fino, o que custará a cabeça de mais de 200 picaretas bolsonaristas do Congresso.
E eu com isso?
Que se virem para explicar as mansões de chocolate nessa corrupção lumbricoidal dentro do pior e mais corrupto Congresso da história que, além de tudo, é totalmente inimigo do povo.
Vão se foder!
Nós contra eles é o c….
O nome disso é o fim do eles contra nós!
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Alinhamento político e uso criativo de IA, têm ampliado o alcance das pautas que interessam para o povo e que os super-ricos tentam boicotar.
O campo progressista ganhou fôlego nas redes sociais nas últimas semanas ao intensificar a campanha pela taxação dos super-ricos, dos bancos e das apostas, a apelidada “taxação BBB, bilionários, bancos e bets”.
A estratégia comunicacional, que combina alinhamento político com o uso criativo de inteligência artificial, têm ampliado o alcance das pautas do governo Lula que beneficiam o povo e tensionado o embate entre o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional dominado por forças que defendem interesses de 1% da população.
As campanhas buscam alertar a população sobre o que está em jogo, quais forças defendem apenas os super-ricos e que o governo enfrenta muitas dificuldades no Congresso (dominado pela direita e por interesses empresariais) em emplacar pautas que ajudem o povo.
Segundo levantamento da consultoria Bites, divulgada pela Folha de S.Paulo, entre os dias 25 de junho e 1º de julho, deputados governistas publicaram mais de mil postagens sobre a pauta tributária. Os conteúdos geraram cerca de 2,3 milhões de interações em redes como Instagram, Facebook e X (antigo Twitter).
O movimento ganhou impulso após o Congresso, com apoio até de partidos do campo centro-esquerdista como PDT e PSB, derrubar o decreto presidencial que aumentava o IOF para os mais ricos, medida que integrava os esforços do governo por maior justiça fiscal. Influenciadores também começaram a divulgar conteúdos correlatos.
A reação do governo foi imediata além da campanha “Taxação BBB”. Com apoio da Advocacia-Geral da União (AGU), o Planalto recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) na tentativa de restabelecer o decreto. Mas foi no campo simbólico e comunicacional que o governo mais investiu: vídeos curtos, com estética popular e produção de qualidade, tomaram conta dos perfis progressistas. Um dos mais emblemáticos, o “Boteco do Brasa”, ironiza os privilégios de uma elite que consome lagosta e champagne e quer dividir a conta igualmente com quem come coxinha. O conteúdo ultrapassou 2 milhões de visualizações no Instagram.
Bons argumentos pela taxação BBB Para Altamiro Borges, o Miro, jornalista e coordenador do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, a virada de chave foi política: “Finalmente temos uma linha política. Essas ações conseguiram unificar as redes e permitiram uma ofensiva do campo popular. A direita ficou encolhida”, afirmou. “É uma campanha bem feita e bem argumentada. Por que quem come caviar não pode pagar mais imposto do que quem come coxinha?”
Segundo Borges, a inteligência artificial tem sido um recurso fundamental nessa nova etapa da comunicação de esquerda. “Essa tecnologia é genialidade humana apropriada pelo capital para dar lucro. Mas também pode ser instrumento da luta social. Não dá para deixar esses instrumentos nas mãos da direita, que se reúne com Google, Meta. Temos que usar para disputar ideias na sociedade”, argumenta.
A ofensiva digital tem como pano de fundo uma disputa entre o governo em defesa do povo e setores do Congresso em defesa dos ricos ou puramente em oposição a Lula.
A oposição, centrada sobretudo no Centrão e na direita, tem rebatido a campanha governista afirmando que o discurso da “luta de classes” alimenta a polarização. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), criticou o governo nas redes, afirmando que “quem alimenta o nós contra eles acaba governando contra todos”.
Mas a fala não impediu a multiplicação de vídeos parodiando parlamentares. Em um deles, Hugo Motta é retratado como “Hugo nem se importa”, personagem que ironiza gastos públicos em jantares de luxo e termina bebendo uísque no gargalo. O conteúdo, compartilhado por páginas como “Brasil Satira do Poder”, caiu nas graças de apoiadores do governo e ajudou a consolidar o Congresso como símbolo dos privilégios que o governo diz enfrentar.
*Com TVTNews
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O presidente Lula (PT) deverá evitar sancionar o projeto de lei que aumenta o número de deputados, que foi aprovado pelo Congresso na semana passada. Integrantes do governo e parlamentares governistas afirmam que, até o dia 16, Lula não se manifestará sobre o texto, e que a possibilidade de veto está sendo considerada, embora não haja consenso sobre isso.
Há um movimento entre os aliados de Lula para não tomar decisões precipitadas, em vista da impopularidade do projeto, que foi visto como uma iniciativa dos parlamentares, isentando o governo de envolvimento na discussão.
Uma pesquisa Datafolha mostrou que 76% dos brasileiros se opõem ao aumento de deputados, o que enfatiza a resistência pública à proposta. Diante dessa situação, a hipótese mais provável é que Lula não sancione nem vete, permitindo que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), promulgue a lei.
Existem recomendações contra o veto por temores de aumento da tensão entre o Palácio do Planalto e o Congresso, aumentando as adversidades em meio à já delicada relação entre os poderes.
O projeto de lei complementar altera o número de deputados de 513 para 531, acarretando um custo anual estimado de R$ 65 milhões, com despesas relacionadas a salários e benefícios dos novos congressistas. Apesar de críticas, a proposta foi aprovada rapidamente na Câmara após passar pelo Senado com um placar apertado.
O governo pode enfrentar repercussões negativas caso sancione a proposta em um momento em que se discute a revisão de gastos. Aqueles que se opõem à sanção argumentam que isso representaria uma insatisfação do Planalto em relação ao comportamento de certos parlamentares, especialmente após a sua decisão de retirar a determinação do IOF.
Por outro lado, um vice-líder do governo sugere que a sanção poderia servir como um gesto positivo ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que liderou a articulação do projeto.
A tensão entre o Executivo e o Legislativo se intensificou após a derrubada do decreto do IOF e a subsequente ação do governo junto ao STF para reverter essa decisão. Lula qualificou como “absurda” a postura de Motta em colocar a proposta em votação, argumentando que um acordo anterior havia sido desrespeitado.
O aumento do número de cadeiras de deputados foi articulação da Câmara em resposta a uma ordem do STF, que determinava que as cadeiras fossem proporcionais à população definida pelo Censo de 2022.
Em vez de redistribuir as 513 cadeiras, optou-se por criar 18 novas, favorecendo estados com crescimento populacional, evitando a diminuição de representação de unidades como a Paraíba. Os estados que se beneficiarão com as novas vagas na Câmara, em 2027, incluem Pará, Santa Catarina, Amazonas, Mato Grosso, Rio Grande do Norte, Goiás, Ceará, Paraná e Minas Gerais, de acordo com informações do ICL.
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Bastou duas cadeiradas das redes na mídia, em Motta e em Alcomumbre, para a chiadeira se fantasiar de vítima do “nós contra eles.”
Foram buscar esse mimimi cheirando a naftalina dos tucanos, que hoje se encontram empalhados.
É aquela velha máxima, quem não sabe brincar não desce para o play, Quem tem canela de vidro, não entra em dividida e não dá canelada.
Um Congresso de maioria vigarista não pode viver dando diploma de otário para o povo.
Basta pegar o passado podre dessa escumalha, que a valentia derrete na hora e começa a choradeira.
A esquerda tem porrete para colocar na mesa, a direita não tem.
A economia dando sinais de fortalecimento, sustentado os programas sociais que somam forças políticas com o governo. Já o Congresso, comandado por dois espertos, vai fazendo água e perdendo o rumo de casa.
Na comunicação, a esquerda achou o tom e o caminho das pedras num único compasso entre governo e sociedade, através das entrevistas na mídia e na militância das redes.
Isso pegou a direita no contrapé, deu no que deu.
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva atraiu uma grande multidão em Salvador durante as comemorações do 2 de julho de 2025, data que marca a Independência da Bahia. Participando do tradicional cortejo cívico, Lula desfilou em um carro aberto ao lado da primeira-dama Janja e do governador Jerônimo Rodrigues, recebendo demonstrações de apoio e carinho do povo baiano.
O evento, que reuniu baianos e turistas no trajeto entre o Largo da Lapinha e o Centro da cidade, foi descrito como uma celebração vibrante, com a presença de fanfarras, símbolos da independência e um público expressivo, não visto em edições recentes.
Posts nas redes sociais destacaram a popularidade de Lula, com imagens e vídeos mostrando a grande adesão ao evento, reforçando o simbolismo da data e a conexão do presidente com a população local.
“As pessoas vão perceber que a Independência do Brasil, com todo respeito que eu tenho ao 7 de Setembro, decretado pelo imperador Dom Pedro I, o dado concreto é que apenas em 2 de julho de 1823 é que o povo baiano expulsou, definitivamente, os portugueses do Brasil. Então, eu digo sempre que pela mesma porta que entraram, saíram, e foi a Bahia que fez esse marco”, afirmou.
“O Dois de Julho, para mim, é um dia muito, mais muito importante, porque foi um dia definitivo, onde os baianos disseram: ‘O Dom Pedro já decretou a Independência, vocês ‘pira’ daqui, que nós queremos ser donos do Brasil’. Essa é uma coisa fantástica, que o povo tem que saber. É um reconhecimento histórico”, emendou.
Pesquisa de Mortalidade em Gaza aponta que vítimas do genocídio podem ser quase o dobro do registro oficial, contabilizado pelo Ministério da Saúde.
Uma pesquisa conjunta entre diversas universidades, acadêmicos e centros de pesquisa do mundo revelou que o genocídio promovido por Israel na Faixa de Gaza já matou pelo menos 91.500 palestinos.
O número do estudo denominado “Número de mortes violentas e não violentas na Guerra de Gaza: novas evidências primárias” é ainda maior do que os números divulgados pelo Ministério da Saúde do enclave palestino, de pelo menos 56 mil mortes.
A pesquisa liderada pelo especialista em mortalidade em conflitos violentos Michael Spagat, da universidade inglesa Royal Holloway utilizou uma metodologia de inquérito domiciliar em larga escala, intitulado de Gaza Mortality Survey (Pesquisa de Mortalidade em Gaza, em tradução).
Com a colaboração do cientista político Khalil Shikaki por meio da Centro Palestino de Pesquisas de Políticas e Pesquisas de Opinião, o estudo entrevistou dois mil domicílios palestinos entre 30 de dezembro de 2024 a 5 de janeiro de 2025.
“A proporção de mortes composta por mulheres, crianças e idosos corrobora a percepção geral de que os não combatentes são vítimas frequentes do conflito”, pontua o estudo.
Outros 16.300 palestinos morreram de forma considerada não violenta, de acordo com o estudo. Apesar de não oferecer uma definição clara do que se enquadraria nessa categoria, outro dado pode auxiliar na compreensão deste.
O artigo releva a primeira estimativa de mortes não violentas em excesso, ou seja, acima do número de mortes previstas sem a guerra. Assim, Israel assassinou 8.540 palestinos de formas não violentas que não deveriam ter morrido em situações fora do genocídio.
*Opera Mundi
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Desde muito tempo, poucas atividades me dão mais prazer do que descontruir crises políticas ou econômicas fabricadas artificialmente, tão comuns ao senso comum de quem pensa ou analisa a política nacional.
Boa parte dessas crises, eu sei, nasce da mídia corporativa, ou “legacy media”, como agora chamam os americanos, atolada em tantos vícios de linguagem, presa a tantas regras obsoletas, que desenvolveu enorme dificuldade de fazer o básico, que é se apegar estritamente aos fatos.
Nem vou falar aqui de geopolítica, onde a mídia tradicional afunda melancolicamente nesta cultura sombria, maligna, de um imperialismo baseado puramente em mentiras e violência.
Hoje vamos falar de economia brasileira e eleições nacionais.
Outra origem importante dessa neurastenia insuportável das redes sociais vem de setores da esquerda, que transformaram seu radicalismo num moralismo despolitizado, para o qual o governo não apenas comete erros, como o faz de propósito, por que é mau, covarde e desonesto. Dentro de bolhas da própria esquerda, afastamo-nos de uma discussão, mesmo que dura, sobre estratégias, e a transformamos num jogo pesado de acusações morais e xingamentos ad hominem.
Daí o debate pũblico degenera numa algaravia caótica, esquizofrênica, em que o governo é ao mesmo tempo comunista e gastador, de um lado, e conservador e neoliberal, de outro. De um lado, o Brasil é amigo da China, da Rússia, do Irã, dos Brics, de outro abandonou os Brics e se vendeu aos EUA. Essa confusão afasta o brasileiro médio, que encontra ainda mais dificuldade para entender o que está acontecendo e se torna presa vulnerável de oportunistas políticos, picaretas religiosos e influencers mal intencionados.
“O que observamos não é a natureza em si, mas a natureza exposta ao nosso método de questionamento”, dizia Werner Heisenberg, um dos pais da física quântica, inaugurando um maneira de ver o mundo que deveríamos usar também na análise política.
Vamos em frente. Comecemos examinando rapidamente as últimas pesquisas Datafolha (11 de junho) e Quaest (1 de junho). Volto em seguida.
Os números mostram uma situação de empate técnico entre dois pólos políticos muito bem definidos: um lado mais conservador, liderado pelo campo que apoiou Bolsonaro em 2022, outro mais progressista, ligado àqueles que apoiaram Lula nas últimas eleições.
Interessante notar que não se trata mais apenas de Lula ou Bolsonaro. Aparentemente, o eleitor está se identificando com um campo político, não com nomes. Tanto é que Fernando Haddad, hoje ministro da Fazenda, apresenta uma performance não muito diferente de Lula, num eventual embate direto contra Bolsonaro. Segundo o Datafolha, Haddad teria 40% contra 45% de Bolsonaro. Já o presidente Lula pontuaria 44% X 45%.
Tanto na Quaest quanto no Datafolha, o presidente Lula empata ou vence em todos os cenários com seus principais adversários.
Entretanto, a eleição de 2026 não acontecerá no vácuo. Apesar de alguns analistas entenderem que a situação econômica não parece mais tão determinante hoje como se dava no passado, eu consideraria isso com mais cuidado. De fato, nota-se na psicologia política dos últimos anos, em alguns países como EUA e Brasil, uma influência maior das chamadas “guerras culturais”, em que fatores puramente ideológicos parecem determinar mais o voto, ao menos de alguns setores, do que o bem estar econômico.
Mas isso também pode ser uma ilusão de ótica, baseada numa interpretação possivelmente mesquinha do que entendemos por “fator econômico”. Se a qualidade do transporte usado pelo cidadão, incluindo o tempo gasto para ir de seu trabalho à casa, está piorando, isso não deveria ser também incorporado às suas preocupações econômicas?
O mesmo raciocínio poderia ser aplicado para a sensação de segurança pública, que expõe o cidadão a situações que lhe causam impacto financeiro.
Entretanto, independente dessas especulações sobre a influência direta da economia sobre a formação do voto, é obrigação cívica de todos oferecer uma análise independente e objetiva da situação econômica do país. Não é prudente terceirizar essa análise nem para a mídia tradicional, tampouco para setores emocionados da militância.
Eu reuni muitos dados nesta postagem para ajudá-los e pensar por conta própria. Eles nos ajudarão, a propósito, desconstruir muitas mentiras, exageros, fantasias, que vem se falando sobre a economia brasileira.
Vamos começar pela inflação, que possivelmente é o indicador econômico mais diretamente ligado à aprovação do governo nacional, porque o eleitor faz essa associação de maneira muito direta. Se a calçada em frente à sua casa tem um buraco, o cidadão culpa o prefeito. Se o transporte coletivo se deteriora, a responsalidade é compartilhada com o governador. Mas um eventual aumento no preço dos produtos e serviços cai diretamente na conta do presidente da república.
Para entender a inflação, temos que observar os seguintes indicadores. O mais importante é o IPCA, informado mensalmente pelo IBGE. O último foi divulgado no dia 10 de junho, e mostrou uma inflação de 0,26% em maio, e de 5,32% no acumulado 12 meses. No caso do acumulado, é a primeira queda em meses.
Ainda segundo o IPCA, houve melhora no preço dos alimentos em domicílio para 0,02% em maio, o menor em quase um ano.
No acumulado em 12 meses, todavia, a inflação de alimentos ainda está acima de 7%, um patamar muito elevado. A sensação de alívio nos preços dos alimentos apenas será plenamente sentida pelo consumidor quando estes efetivamente caírem na média e no acumulado.
Há dados mais recentes que confirmam a tendência de queda na inflação para este ano. O IPCA-15, outro indicador do IBGE, divulgado no dia 26 de junho, registrou inflação de 0,26% em junho e 5,27% em 12 meses; ainda segundo o mesmo indicador, a inflação de alimentos ficou em 0% em junho e 6,94% em 12 meses.
Um termômetro importante vem da Fundação Getúlio Vargas. O IGP-M, divulgado no dia 27 de junho, caiu para abaixo de 4,5% em 12 meses. Mais promissor: o IPA-M, indicador do preço dos alimentos também da FGV, e responsável por cerca de 60% do IGP-M, caiu para 4,0% em 12 meses.
Um fator extremamente positivo da economia brasileira, neste terceiro mandato do presidente Lula, tem sido a recuperação do parque industrial brasileiro.
Segundo o IBGE, a indústria brasileira de tranformação vem crescendo de maneira vigorosa desde o início de 2024, o que é, aparentemente, resultado de políticas de fomento do governo federal para o setor. E não são apenas setores de baixa complexidade, pois o crescimento na produção de bens de capital e bens duráveis mostra que as áreas mais sofisticadas, com mais valor agregado, vem desempenhando um papel relevante no processo de neoindustrialização do país.
*O Cafezinho
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