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Quem é o líder de grupo integralista que está convocando atos para o 7 de setembro no DF

Ex-integrante do governo Bolsonaro preside o PTB-DF e visitou ministro Queiroga e senador Eduardo Girão.

O advogado Paulo Fernando Melo, um dos líderes do movimento integralista no Brasil, é organizador da manifestação pró-governo do presidente Jair Bolsonaro que vai ocorrer nesta terça-feira (7), no Dia da Independência, em Brasília (DF). Melo trabalhou na gestão federal em cargo comissionado, como assessor especial da ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos), de fevereiro de 2019 a maio de 2021.

O integralismo é um movimento político surgido no Brasil na década de 1930, influenciado pelos ideais fascistas que se desenvolveram na Europa após o fim da I Guerra Mundial. Nos dias atuais, a pauta é invocada por grupos como a Frente Integralista Brasileira (FIB), coordenada por Melo, e o Movimento Integralista e Linearista Brasileiro (MIL-B).

Depois da saída do posto no Executivo, Melo permaneceu próximo da gestão Bolsonaro. Em 26 de agosto, fez reunião no gabinete do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. O encontro, que inicialmente não estava registrado em agenda oficial, foi revelado pela imprensa e só depois inserido nos registros oficiais do chefe da Saúde.

A justificativa oficial da pasta, divulgada à época, é que a reunião serviu para coleta de depoimento para biografia sobre o deputado de extrema direita Enéas Carneiro (1938-2007), de quem Queiroga foi aluno. Melo chegou a assessorar o ex-presidenciável.

Na data do encontro entre Queiroga e Melo, os atos de 7 de setembro já estavam marcados. As manifestações insufladas por bolsonaristas terão a presença do presidente em Brasília, pela manhã, e na Avenida Paulista, em São Paulo, no período da tarde. Melo é um dos principais entusiastas do movimento na capital federal.

Em 12 de junho, Melo foi nomeado pelo ex-deputado Roberto Jefferson como presidente do PTB no Distrito Federal. Sob comando do ex-congressista preso pela Polícia Federal, a sigla passa por radicalização e tem abrigado cada vez mais integrantes de grupos fascistas e neonazistas.

Antes de assumir a função no partido, Melo permaneceu por quase dois anos no governo federal com atuação direta no gabinete de Damares. O cargo que ocupava lhe rendia vencimentos superiores a R$ 16.000 mensais. Ele ainda consta na lista de autoridades do ministério.

*Paulo Motoryn/Brasil de Fato

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Governo Bolsonaro deixa vencer R$ 243 milhões em vacinas, testes e remédios

Estoque deve ser incinerado; diretor de logística diz que situação é indesejával, mas normal.

O Ministério da Saúde deixou vencer a validade de um estoque de medicamentos, vacinas, testes de diagnóstico e outros itens que, ao todo, são avaliados em mais de R$ 240 milhões. Agora, todos esses produtos devem ser incinerados.

O cemitério de insumos do SUS está em Guarulhos (SP), no centro de distribuição logística da pasta. Ali estão 3,7 milhões de itens que começaram a vencer há mais de três anos. Quase todos expiraram durante a gestão de Jair Bolsonaro.

Todo o estoque é mantido em sigilo pelo ministério. A pasta usa documento interno de 2018 para negar pedidos de acesso aos dados sobre produtos armazenados ou vencidos, argumento já apontado como inadequado pela CGU (Controladoria-Geral da União).

Tabelas do ministério trazem dados sobre os itens, número de lote, data de validade e valor pago pelo governo. A lista de produtos vencidos inclui, por exemplo, 820 mil canetas de insulina, suficientes para 235 mil pacientes com diabetes durante um mês. Valor: R$ 10 milhões.

O governo Bolsonaro também perdeu frascos para aplicação de 12 milhões de vacinas para gripe, BCG, hepatite B (quase 6 milhões de doses), varicela, entre outras doenças, no momento em que despencam as taxas de cobertura vacinal no Brasil. Só esse lote é avaliado em R$ 50 milhões.

Os produtos vencidos também seriam destinados a pacientes do SUS com hepatite C, câncer, Parkinson, Alzheimer, tuberculose, doenças raras, esquizofrenia, artrite reumatoide, transplantados e problemas renais, entre outras situações.

Alguns itens que serão incinerados estão em falta nos postos de saúde.

No fim de agosto, o governo da Bahia reclamou do atraso na entrega de medicamentos pelo ministério, como o metotrexato, usado para alguns tipos de câncer. Há 24 mil frascos-ampola vencidos no almoxarifado do governo Bolsonaro.

O Ministério da Saúde também guarda cerca de R$ 345 mil em produtos perdidos dos programas de DST/Aids, principalmente testes de diagnóstico, além de R$ 620 mil em insumos para prevenção da malária.

Dados internos do governo mostram que devem ser incinerados mais de R$ 32 milhões em medicamentos comprados por ordem da Justiça. A maior parte desses fármacos é de alto custo e para tratamento de pacientes de doenças raras, uma bandeira do governo. Ao lado da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, o ministro Marcelo Queiroga (Saúde) lançou no último dia 31 a “Rarinha”, nova mascote do SUS.

No meio deste estoque há um frasco-ampola de nusinersena, avaliado em R$ 160 mil, e 908 frascos de eculizumab, que custaram R$ 11,8 milhões. São medicamentos usados em dois dos tratamentos mais caros existentes.

Vice-presidente do Instituto Vidas Raras, Amira Awada afirma que há grave desabastecimento e estima que mais de mil pacientes aguardam por remédios.

“O que nós mais escutamos é que somos culpados pelo déficit orçamentário do Ministério da Saúde, mas é a pasta que perde milhões ao deixar medicamentos vencerem. Nós passamos da fase da revolta, estamos sem perspectiva”, disse Awada.

A entidade calcula que 15 milhões de pessoas vivem com doenças raras no Brasil. “Eu nunca vi uma situação tão difícil em 12 anos. Não conseguimos nem falar com eles [representantes do ministério].”

*Com informações da Folha

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A direita brasileira foi reduzida a Zé Trovão na fila do pão

A pergunta que todos fazem quando aparece essa figura tosca chamada Zé Trovão é, de onde saiu isso? Quem é Zé Trovão?

O que essa celebridade instantânea, que certamente está tentando fazer seu cartaz no eleitorado bolsonarista de olho na próxima eleição, tem de crédito para se firmar como uma liderança da direita?

Essa subcelebridade não é fato novo no hospício chamado bolsonarismo. Por definição o talento dessa gente está na exposição nua e crua, geralmente nas redes sociais. Gente completamente desconhecida que aproveita da ignorância alheia para se tornar um show business almejando, por exemplo, eleger-se deputado.

Figuras como Zé Trovão mostram que a direita não tem limite e que só quem tem muita preguiça de pensar, perde tempo com pessoas absolutamente vazias que tentam se promover como uma espécie de Lázaro dos patriotas a partir até mesmo de uma ordem de prisão.

Isso também revela para onde vai a direita brasileira e o óbvio caminho que pretende percorrer em busca de poder. Os aspirantes de celebridade como o tal Zé Trovão ocupam espaço na própria falta de espaço que a direita produziu dentro do debate nacional.

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Política

Mais de 150 líderes progressistas de 26 países alertam para ‘insurreição’ no Brasil no 7 de setembro

Signatários de carta afirmam que atos convocados por Jair Bolsonaro colocarão em risco a democracia no país; veja documento.

Uma carta assinada por ex-presidentes, ex-premiês e parlamentares de 26 países afirma que os protestos convocados por Jair Bolsonaro (sem partido) para o dia 7 de Setembro são “uma insurreição” que “colocará em risco a democracia no Brasil”.

O documento deve ser divulgado nesta segunda (6). Entre os mais de 150 signatários estão o ex-presidente do Paraguai Fernando Lugo, o ex-presidente da Colômbia Ernesto Samper, o ex-presidente do Equador Rafael Correa, o ex-presidente da Espanha José Luis Rodríguez Zapatero e o vice-presidente do Parlamento do Mercosul, Oscar Laborde.

Os professores Noam Chomsky e Cornel West, dos Estados Unidos, e o Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel também assinam, além de parlamentares de países como Grécia, Reino Unido, EUA, França, Nova Zelândia, Austrália, Equador, Chile e Uruguai.

“O presidente Jair Bolsonaro e seus aliados —incluindo grupos supremacistas, polícia militar e servidores públicos em todos os níveis do governo— estão preparando uma marcha nacional contra a Suprema Corte e o Congresso em 7 de setembro, alimentando temores de um golpe na terceira maior democracia do mundo”, afirmam.

Leia a íntegra do documento:

Nós, representantes eleitos e líderes de todo o mundo, estamos soando o alarme: em 7 de setembro de 2021, uma insurreição colocará em risco a democracia no Brasil. No momento, o presidente Jair Bolsonaro e seus aliados – incluindo grupos de supremacia branca, polícia militar e funcionários públicos em todos os níveis do governo – estão preparando uma marcha nacional contra a Suprema Corte e o Congresso em 7 de setembro, alimentando temores de um golpe na terceira maior democracia do mundo. O presidente Bolsonaro intensificou seus ataques às instituições democráticas do Brasil nas últimas semanas. Em 10 de agosto, ele dirigiu um desfile militar sem precedentes pela capital, Brasília, enquanto seus aliados no Congresso promoviam reformas radicais no sistema eleitoral do país, amplamente considerado um dos mais confiáveis ​​do mundo. Bolsonaro e seu governo ameaçaram – várias vezes – cancelar as eleições presidenciais de 2022 se o Congresso falhar.

Agora, Bolsonaro convoca seus seguidores a viajarem a Brasília no dia 7 de setembro, em um ato de intimidação às instituições democráticas do país. De acordo com uma mensagem transmitida pelo presidente em 21 de agosto, a marcha é a preparação para um “contragolpe necessário” contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal. A mensagem afirmava que a “constituição comunista” do Brasil tirou o poder de Bolsonaro e acusou “o Judiciário, a esquerda e todo um aparato de interesses ocultos” de conspirar contra ele. Membros do Congresso no Brasil alertaram que a mobilização de 7 de setembro teve como modelo a insurreição na capital dos Estados Unidos em 6 de janeiro de 2021, quando o então presidente Donald Trump encorajou seus partidários a “parar o roubo” com falsas alegações de fraude eleitoral em eleições presidenciais de 2020. Estamos seriamente preocupados com a ameaça iminente às instituições democráticas do Brasil – e estamos vigilantes para defendê-las antes de 7 de setembro e depois. O povo brasileiro tem lutado por décadas para proteger a democracia do regime militar. Bolsonaro não deve ter permissão para roubá-lo agora.”

*Mônica Bergamo/Folha

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Bolsonaro tenta estancar seis crises com o 07 de setembro

Os protestos de 7 de setembro são vistos com preocupação por parte do Judiciário e dos governadores. O receio é que ocorram episódios de violência em meio à radicalização de Bolsonaro, que vem reiteradamente ameaçando a democracia e as eleições do próximo ano. Também há expectativa de que policiais militares participem do ato, o que é proibido por lei.

Abaixo, a BBC News Brasil explica algumas dessas nuvens que Bolsonaro tenta dissipar com o ato de 7 de setembro e como elas podem afetar seu governo e as eleições presidenciais do próximo ano.

1. Alta da fome

Em 2020, cerca de 19 milhões de pessoas viviam em situação de fome no país, segundo o Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da covid-19 no Brasil. Em 2018, eram 10,3 milhões. Ou seja, em dois anos houve uma alta de 84,4% (ou quase 9 milhões de pessoas a mais).

Já um estudo do grupo de pesquisas Food for Justice, da Universidade Livre de Berlim, apontou que, em abril de 2021, 59,4% dos domicílios do Brasil se encontravam em situação de insegurança alimentar — quando uma família diz ter preocupação com a falta de alimentos em casa ou já enfrenta dificuldades para conseguir fazer todas as refeições.

No começo de agosto, Bolsonaro entregou ao Congresso uma Medida Provisória para criar o Auxílio Brasil, programa social que substituirá o Bolsa Família.

O plano inicial era aumentar o valor repassado às famílias, com a expectativa de melhorar esses índices, mas também turbinar a avaliação do presidente na camada mais pobre da população.

Porém, nesta semana, o governo enviou ao Congresso uma proposta de orçamento que prevê, para 2022, o mesmo valor repassado ao Bolsa Família neste ano – R$ 34,7 bilhões.

Para o cientista político Sérgio Praça, professor da Escola de Ciências Sociais da Fundação Getúlio Vargas, o reajuste era a última esperança de Bolsonaro conseguir melhorar sua popularidade.

“Acho que o governo não tem mais como sair do buraco em que se enfiou durante a crise da pandemia. Há um acúmulo de crises, tanto econômicas como políticas. O aumento do benefício seria um grande trunfo, talvez o único, que poderia fazer o Bolsonaro recuperar sua popularidade perdida”, diz.

2. Reprovação a Bolsonaro cresce

Uma pesquisa Datafolha divulgada no início de julho apontou que a reprovação a Bolsonaro subiu e atingiu 51% da população, pior número do presidente desde que ele iniciou seu mandato, em janeiro de 2019.

Já a avaliação positiva ficou no mesmo patamar da pesquisa anterior, de março, com 24% das pessoas considerando o governo bom ou ótimo – esse também é o pior resultado de Bolsonaro desde o início da gestão.

A situação do presidente fica pior entre a parcela que ganha até dois salários mínimos – esses são 57% da população. Nesse grupo, 54% das pessoas reprova Bolsonaro – em março, eram 45%.

Para Mauro Paulino, diretor do Datafolha, a erosão da popularidade do presidente se explica por uma série de fatores, como a condução desastrosa do governo na pandemia, as altas do desemprego, da inflação e da fome – fatores que fazem a diferença no cotidiano dos mais pobres.

Pesquisas de intenção de voto mostram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como favorito para o pleito de 2022. No Datafolha, o petista aparece com 46% das intenções de voto no primeiro turno, enquanto Bolsonaro marca 25%. Em um cenário de segundo turno entre os dois, Lula venceria com ampla margem: 58% a 31%. Bolsonaro perderia em todas simulações de segundo turno: tanto para João Doria (PSDB), como para Ciro Gomes (PDT).

“Sem dúvida, o caminho de Bolsonaro é mais difícil do que de Lula. O presidente enfrenta um noticiário negativo diariamente, com uma série de crises. Já Lula não tem aparecido na mídia de maneira negativa. Quanto mais o governo Bolsonaro piora, melhor Lula se sai nas pesquisas. A eleição terá uma forte disputa entre quem será o candidato que vai disputar o segundo turno com Lula”, diz.

Mas Paulino pondera: “Ainda estamos na linha de largada. Bolsonaro tem a máquina do governo nas mãos, além de apoio no Congresso. Esses fatores podem fazer diferença até as eleições. Nada está definido”, diz.

3. Denúncias de corrupção

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), no Senado, é outro dos problemas de Bolsonaro nos últimos meses.

Inicialmente, os senadores investigavam as ações e omissões do governo federal na condução da pandemia que já matou mais de 580 mil brasileiros desde março do ano passado.

Porém, nos últimos meses, uma série de denúncias de corrupção dentro do Ministério da Saúde ganharam o foco da comissão, como suspeitas de que servidores pediram propina para liberar a compra de vacinas contra a covid-19.

Uma das investigações aponta para uma suposta participação do líder do governo na Câmara, o deputado Ricardo Barros (Progressistas), em um esquema de propinas na compra do imunizante indiano Covaxin. Ele nega. O governo cancelou a licitação.

Nesta semana, outra denúncia ganhou as manchetes: a CPI apontou que o motoboy Ivanildo Gonçalves, funcionário da empresa VTCLog, teria pago ao menos quatro boletos de Roberto Dias, então diretor de logística do Ministério de Saúde, indicado ao cargo pelo deputado Ricardo Barros.

A VTCLog é uma empresa de logística contratada pela pasta para cuidar da armazenagem e distribuição de medicamentos e vacinas no Brasil – ela é investigada por suspeitas de irregularidades em contratos com o ministério.

Nos últimos meses, o motoboy, que ganha menos de R$ 2 mil por mês, sacou mais de R$ 4 milhões em espécie a mando da companhia. Em depoimento à CPI, ele confirmou que pagava boletos a pedido de seu empregador, embora não soubesse se eles eram de Roberto Dias. O ex-servidor nega irregularidades.

“A CPI pegou um ponto sensível de Bolsonaro: ele sempre dizia que em seu governo não havia corrupção. O noticiário constante sobre a CPI desgastou bastante a imagem de Bolsonaro, inclusive entre seus apoiadores mais fiéis”, diz Paulino, em entrevista à BBC News Brasil, por telefone.

“Bolsonaro tem 11% de eleitores fiéis, que dizem votar nele de qualquer jeito. No ano passado, esse número já foi de 17%, o que praticamente o garantia no segundo turno das eleições. Mas muita gente que acreditava no discurso de combate à corrupção se decepcionou”, diz.

4. Situação energética se agrava

Na última terça-feira, Jair Bolsonaro festejou com seguidores e andou de cavalo, segurando uma bandeira do Brasil, em visita à cidade de Uberlândia, em Minas Gerais. Poucas horas depois, coube ao ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, fazer um pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão para dizer que “nossa condição energética se agravou”.

Com a pior escassez de chuvas nos últimos 91 anos e reservatórios na casa dos 20%, Albuquerque pediu que os brasileiros economizem energia elétrica, principalmente em horários de pico, reduzindo o uso de ar-condicionado, ferro de passar e chuveiro elétrico.

Porém, em seu discurso, o ministro não citou mais um aumento na conta de energia elétrica aprovado horas antes pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica): uma nova bandeira tarifária, chamada “bandeira escassez hídrica”, no valor de R$ 14,20 por 100 kWh.

O ministro afirmou que o risco de “racionamento de energia é zero”, mas o vice-presidente, Hamilton Mourão, admitiu que um racionamento “não está descartado”.

5. PIB pífio, inflação em alta

O frustrante resultado do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro também está à porta de Bolsonaro. No segundo trimestre, ele registrou queda de 0,1% em relação ao primeiro, divulgou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira.

O resultado representa um freio em relação ao crescimento de 1,2% do PIB no primeiro trimestre, na comparação com o quarto trimestre de 2020, quando o bom desempenho da atividade foi puxado pela agropecuária, indústria e serviços.

Para o ministro da Economia, Paulo Guedes, o resultado ruim se explica por um “trimestre trágico da pandemia”, ressaltando que a economia voltará a crescer em breve.

“Justamente abril, maio e junho deste ano, quando entrou de novo o auxílio emergencial, nós mantivemos a responsabilidade e o compromisso com a saúde do brasileiro”, disse.

Outros indicadores econômicos também não são nada animadores para Bolsonaro: 14 milhões de pessoas estão desempregadas no país, o dólar é operado na casa de R$ 5,20 e a inflação chegou a 8,99% nos últimos 12 meses, acima da meta do governo, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE.

“Os mais afetados pelo conjunto de crises são os mais pobres, e essa é a camada que decide as eleições. O rescaldo da pandemia e como a economia vai reagir serão decisivos na eleição”, diz Paulino.

6. Rejeição do voto impresso, inquéritos no STF

Uma das principais bandeiras políticas de Bolsonaro nos últimos meses caiu por terra em agosto: a proposta de voto impresso. Sem apontar provas, o presidente afirmava que há risco de fraudes nas próximas eleições e que seria necessário adotar a impressão do voto como alternativa para a checagem dos resultados.

A proposta, amplamente criticada por adversários, aliados e Justiça Eleitoral, foi enterrada na Câmara dos Deputados, mesmo com governo tendo maioria na Casa.

Durante a celeuma, Bolsonaro novamente divulgou mentiras sobre o processo eleitoral e fez ameaças golpistas contra a realização das eleições, o que levou o TSE a apresentar uma notícia-crime contra ele.

Alexandre de Moraes, ministro do STF, aceitou o pedido, abrindo uma investigação contra o presidente dentro do inquérito que apura a produção de notícias falsas. Esse é um dos cinco inquéritos que o mandatário enfrenta no Supremo e no TSE.

Bolsonaro e seus seguidores reclamam da atuação do Supremo, alegando que o Judiciário interfere em outros Poderes e que essas investigações deveriam passar antes pela Procuradoria-Geral da União (PGR), a quem cabe abrir um inquérito contra o presidente.

Logo depois, Bolsonaro apresentou ao Senado um pedido de impeachment de Alexandre de Moraes. Outra derrota: o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM), rejeitou a solicitação, alegando não haver “justa causa” para o afastamento do ministro.

Nesta semana, a Justiça provocou mais um revés: o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro determinou a quebra dos sigilos fiscal e bancário de Carlos Bolsonaro, vereador do Rio pelo Republicanos, em uma investigação que apura a contratação de funcionários “fantasmas” no gabinete do filho do presidente na Câmara Municipal.

Na quinta, o portal Metrópoles publicou uma entrevista com Marcelo Luiz Nogueira Nogueira dos Santos, ex-funcionário da família Bolsonaro. Segundo ele, a ex-mulher do presidente,. Ana Cristina Valle, comandava um esquema de rachadinhas no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro.

Santos afirmou que foi nomeado no gabinete de Flávio, mas precisava devolver à família 80% de seus rendimentos na Assembleia Legislativa do Rio. A família Bolsonaro ainda não se pronunciou sobre o assunto até a publicação desta reportagem.

Críticas às atuações do Supremo e do TSE, além da defesa do voto impresso, estão entre os principais motivos do protesto de 7 de setembro.

*Com informações do Uol

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Marinha impõe sigilo de 5 anos ao desfile de tanques no Planalto

Comando alega risco a planos militares; pela primeira vez, operação contou com as três Forças e foi até o presidente.

A Marinha impôs sigilo de cinco anos aos documentos que basearam a Operação Formosa, que no mês passado incluiu um desfile inédito de tanques em frente ao Palácio do Planalto e um exercício militar em que Jair Bolsonaro deu tiros de artilharia em Formosa (GO). O desfile de blindados pela Praça dos Três Poderes aconteceu no dia em que a Câmara derrubaria a proposta de voto impresso, bandeira bolsonarista.

Além do ineditismo da exibição em Brasília, a operação também inovou ao contar com a atuação de Exército e Aeronáutica. Pelo menos 2,5 mil agentes participaram do treinamento militar. Com 150 veículos, 1.500 toneladas de equipamentos foram transportadas do Rio de Janeiro para Brasília.

Em resposta a um pedido da coluna por meio da Lei de Acesso à Informação, o Comando da Marinha rejeitou compartilhar qualquer documento relacionado à operação. Segundo o Comando, o sigilo de cinco anos é necessário para não “prejudicar ou causar risco a planos ou operações estratégicos das Forças Armadas”.

*Guilherme Amado/Metrópoles

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O 07 de setembro não apagará o histórico de crimes do clã Bolsonaro

Tudo caminhava bem para Bolsonaro até que Lula voltou a ser elegível. A partir desse momento, Bolsonaro começou a ver o mundo de cabeça para baixo e seus planos de ter uma a uma das instituições do país sob seu domínio, escaparam das mãos em fração de segundos.

De lá para cá, a coisa só tem piorado para Bolsonaro em termos eleitorais. Muito em consequência da total falta de governabilidade, culpa exclusivamente sua, seja por descaso ou por incompetência, não importa.

O fato é que Bolsonaro hoje só ostenta pouco mais de 20% de aprovação da sociedade. Seu governo é trágico em todas as áreas, com destaque para a ambiental, a econômica e, sobretudo a Saúde, que também por sua responsabilidade, já morreram quase 600 mil pessoas por covid.

Bolsonaro perdeu uma parte considerável de apoio dos pesos pesados do capital nacional, de banqueiros e de parte consistente do grande empresariado que sabe que não há a mínima chance do Brasil não ser arrastado para uma crise econômica sem precedentes.

Mas a preocupação de Bolsonaro sempre foi única, antes mesmo de assumir o comando do país, quando surge o primeiro escândalo que envolveu Queiroz e a sua atual mulher, Michelle Bolsonaro, através do Coaf que ele acabou extinguindo.

Mas essa prática de peculato envolvendo uma legião de laranjas e fantasmas, misturando sua família com famílias de milicianos no esquema que tem como auxiliares ativos os três filhos políticos, sem falar da necessidade de ostentar os frutos dos ganhos ilícitos comprando mansões em plena área nobre de Brasília, só fez com que a situação do clã ganhasse dimensão ainda mais dramática.

Por isso essa manifestação do dia 07 de setembro não tem nada de política, mas sim de criminal. E Bolsonaro só vê uma saída, dar um golpe de Estado, ser um ditador totalitário, inclusive não se submetendo a qualquer junta militar, como ocorria na ditadura para ter todo o sistema de justiça nas mãos e, assim, livrar-se da cadeia junto com os filhos. O resto é conversa mole.

Na verdade, como sempre frequentou a escória do baixo clero e fez dos rachadões o grande negócio da família, possivelmente Bolsonaro passaria batido, assim como os filhos pela própria insignificância política que sempre tiveram.

Mas quando saiu desse esgoto para se expor ao sol do meio dia em função do cargo que ocupa como principal mandatário do país, antes mesmo de vestir a faixa, o escândalo veio à tona e nunca mais parou de produzir novos fatos e, consequentemente novos escândalos, como o do ex-assessor do clã, Marcelo Luiz que, ao que tudo indica, ainda tem muitas cartas na manga por um longo e íntimo convívio com a família e, por isso, o silêncio até na respiração de todos do clã com suas graves denúncias.

Soma-se a isso o mar de lama dentro do ministério da Saúde que a CPI está descortinando para se concluir que tudo não passa de uma tentativa tosca de Bolsonaro de se manter no poder a qualquer custo para que polícia, Ministério Público e todo o judiciário se submeta aos seus interesses e desapareça, como num passe de mágica, com todo o histórico de banditismo que envolve essa família há mais de 30 anos.

Mas tudo isso que sonha Bolsonaro é impossível de se realizar, ainda mais em tempos de revolução informacional em que as notícias correm como um corisco nas redes sociais em fração de segundos.

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Bolsonaro contraria ordem da CGU e não revela quem recebe no Planalto

Só este ano, Gabinete de Segurança Institucional (GSI) negou 34 acessos aos dados de quem frequentou a sede da Presidência. Controladoria-Geral da União determinou que governo libere informação, mas Bolsonaro ignora.

Há mais de seis meses o governo de Jair Bolsonaro se recusa a entregar as informações sobre quem visita e frequenta o Palácio do Planalto, sede da Presidência da República, mesmo após inúmeras determinações da Controladoria-Geral da União. Já foram 34 pedidos desse tipo, mas até agora nada foi divulgado.

De acordo com a Lei de Acesso à Informação (LAI), esses dados devem ser disponibilizados, mas ainda assim, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) ignora o ordenamento jurídico e as orientações do órgão que zela pela transparência no trato com a coisa pública e segue sem revelar quem entra e quem sai do local de trabalho do chefe do Executivo federal.

O Palácio do Planalto sempre disponibilizou os dados de quem visita o presidente e outros servidores que frequentam o local, mas desde janeiro deste ano o setor responsável pela segurança de Bolsonaro, chefiado pelo general Augusto Heleno, tem se negado a fazê-lo, sempre usando como desculpa a aplicação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Ainda que esteja em vigor desde janeiro deste ano, a LGPD só é usada pelo governo para ocultar as pessoas que frequentam a sede da chefia do Estado.

Em outros casos em que informações sobre a Presidência são solicitadas e a CGU determina o fornecimento dos dados, o GSI tem triplicado o tempo médio de espera para liberação das planilhas. O que antes costumava demorar um mês, agora demora até mais de 90 dias.

*Com informações da Forum

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Flávio trava nomeação de corregedor da Receita Federal escolhido por Guedes e quer homem de sua confiança

Flávio Bolsonaro (Patriotas-RJ) quer colocar um homem da sua confiança no estratégico cargo de corregedor da Receita Federal. Para garantir a nomeação, está travando na Casa Civil, há dois meses, a escolha feita por Paulo Guedes.

Em 7 de julho, Paulo Guedes assinou uma portaria nomeando o auditor-fiscal Guilherme Bibiani para o cargo, num mandato de três anos. Até até agora, entretanto, o Diário Oficial não publicou a portaria. “E o motivo são pressões do filho 01 para que a cadeira seja ocupada por um auditor de sua confiança, Dagoberto Lemos” -informa Lauro Jardim em O Globo.

Meses atrás, o ex-corregedor José de Barros Neto foi acusado por advogados de Flávio de ser infiel ao clã em relação à apuração de supostas irregularidades de fiscais da Receita no Rio de Janeiro. O caso foi investigado e arquivado.

Há mais de dois anos, negócios suspeitos de Flávio despertam interesse da Receita, da Justiça e da imprensa, ao lado de um sem-número de outros escândalos do clã Bolsonaro. Ele é acusado de enriquecer graças a um esquema de desvio de verbas públicas na época em que era deputado estadual no Rio de Janeiro. Segundo investigações, há suspeita de que esses valores tenham sido lavados na compra de imóveis.

*Com informações do 247

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Política

Acordo Brasil-Israel: um convite à violação da soberania nacional

Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara aprova acordo para cooperação em segurança pública, prevenção e combate ao crime organizado.

A Mensagem da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) de número 749 foi transformada em Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 554/2021, de cooperação com Israel em Segurança Pública, Prevenção e Combate ao Crime Organizado. Isto implica uma significativa derrota para todas e todos nós, milhões de descendentes de árabes que vivem no Brasil, e cujas terras ancestrais são praticamente todas do Bilad al-Sham (Líbano, Síria e Palestina). Não é a primeira vez que abordamos esse tema nos artigos semanais e tampouco será a última. O texto do PDL é um autêntico convite para a violação de soberania nacional, considerando aquilo que se sabe apenas do sistema Pegasus (NSO) e da Verint.

O texto original foi assinado em Jerusalém (Al Quds) Ocupada, durante viagem oficial do então chanceler Ernesto Araújo e seu par, à época no governo Netanyahu, na fatídica data de 31 de março de 2019. Ou seja, em uma cidade invadida, em franca violação do direito internacional. O momento coincidiu com a data “comemorativa” do golpe militar que se consumou no Brasil no dia 1º de abril (em 1964). O trâmite desse pré-acordo, encaminhado ao presidente, foi também assinado por Sergio Fernando Moro, quando ainda era ministro de Bolsonaro.

De todos os artigos do Acordo de Cooperação, o de número três é o mais perigoso para a violação de soberania e mais internalização de interesses externos em nosso país. Ali constam os seguintes Campos de Cooperação:

“As Partes devem colaborar de modo a prevenir e combater o crime em suas diversas formas, com ênfase especial nas seguintes áreas, na medida em que sejam atribuições das Autoridades Competentes: a) cumprimento da lei contra o crime organizado e outros crimes severos; b) prevenção de ilícitos, investigação e inteligência policial; e) segurança cidadã; d) deveres policiais especializados; e) inteligência policial; f) segurança no uso da tecnologia da informação e comunicações; g) práticas de governança em situações de crise ou emergência; h) indústrias, tecnologias e serviços aplicados à segurança pública; i) proteção de instalações; j) análises criminais e forenses; e k} outras áreas mutualmente acordadas.”

Na dia 25 de agosto de 2021, a CREDN, presidida por Aécio Neves, aprovou a seguinte mensagem:

“A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, em reunião extraordinária realizada hoje, opinou pela aprovação da Mensagem nº 749/19, nos termos do Projeto de Decreto Legislativo que apresenta, acatando o parecer do relator, Deputado Eduardo Bolsonaro. O Deputado David Miranda manifestou voto contrário”.

A votação a favor da mensagem que celebra o acordo com o Estado de Israel (a entidade sionista promotora do apartheid na Palestina Ocupada), passou antes por um requerimento de retirada de pauta, que fora derrotado. No registro gravado da sessão da CREDN o tema entra em pauta aos 55:27 e termina aos 1:59:33.

Celebrando em suas redes sociais, o bacharel de Direito e escrivão concursado da Polícia Federal, Eduardo Bolsonaro, carioca eleito pelo PSL de São Paulo para o cargo de deputado federal, escreveu o seguinte absurdo:

“Aprovamos acordo Brasil-Israel. É fácil debater com o pessoal do PSOL, pois simplesmente não há argumentos para contrapor a aprovação deste acordo Brasil-Israel sobre segurança e combate ao crime organizado. A oposição tenta trazer para cá um conflitos de israelenses e terroristas do Hezbollah e Hamas para tentar brecar estes acordos. Perderam mais uma. Parabéns aos deputados que aprovaram a matéria.”

Ao contrário do que afirma o deputado, o Hezbollah é responsável pela defesa do Líbano e por garantir as linhas de abastecimento, como de combustível, por exemplo (e por furar o cerco naval promovido pela marinha israelense) e é um partido político com representantes eleitos no parlamento libanês. Sua declaração pode provocar um incidente diplomático. O Hamas é um partido político palestino reconhecido como governo em resistência na Faixa de Gaza, líder da heroica Operação Espada de Jerusalém e com relações diplomáticas em dezenas de países do Mundo Árabe e Islâmico. O parlamentar despreza o fato do Brasil ter 16 milhões de árabe-descendentes e mais de 8 milhões de brasileiras e brasileiros com origem árabe-libanesa.

Eduardo Bolsonaro desconhece o mundo árabe e tenta criar uma narrativa de conflito religioso para aquilo que é simplesmente uma luta de libertação contra invasores de origem europeia. Ao longo de sua fala, ele tece um comentário tenebroso no vídeo postado em sua rede social Instagram, em diálogo com o “deputado príncipe” Orleans e Bragança, elogia os Acordos de Abraão e a política nefasta de Marrocos e Sudão, além de Emirados Árabes Unidos e Bahrein.

A próxima batalha legislativa é impedir que esta aberração venha a ser promulgada, interromper o processo e tentar fazer que não chegue ao plenário. O problema é a chamada “bancada evangélica” (um eufemismo para um lobby conservador e neopentecostal, alinhado à política externa dos EUA) e suas quase duas centenas de votos.

Na correlação de forças, no Brasil, estamos mais organizados, mas ainda aquém do tamanho de nossa colônia e dependência. Se o inimigo está alinhado com o pior da sociedade brasileira, devemos nos posicionar no caminho oposto, dos direitos civis e sociais, numa agenda contra a repressão pós-colonial que assola as maiorias do país. Não podemos admitir que a economia de guerra opressora do povo palestino seja empregada como mais uma forma de dominação contra o povo brasileiro. Somos quase duas dezenas de milhões de mulheres e homens árabe-brasileiros e jamais abandonaremos a Palestina.

*Carta Maior/Bruno Beaklini, militante socialista libertário de origem árabe-brasileira, cientista político e professor de relações internacionais e jornalismo.

*Foto destaque: Eduardo Bolsonaro e Zvi Hauser, na Embaixada de Israel em Brasília, assinando um acordo de troca de informações entre Brasil e Israel (Agência Câmara)

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