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Justiça

PF intima Bolsonaro, Michelle, Cid, Wassef e outros a depor na mesma hora

Grupo ligado ao ex-presidente Bolsonaro será ouvido no dia 31 de agosto e deverá prestar esclarecimentos sobre o desvio de joias.

A Polícia Federal (PF) intimou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e outras pessoas ligadas à família para prestar depoimentos simultâneos no dia 31 de agosto, segundo o Metrópoles.

O objetivo dos depoimentos serem tomados pela PF na mesma hora é para que não ocorra a combinação de respostas.

As oitivas acontecerão no âmbito do inquérito que investiga a suposta venda ilegal de joias recebidas pelo ex-chefe do Executivo federal em viagens oficiais.

Além do casal Bolsonaro, foram convocados:

  • Fabio Wajngarten, advogado de Bolsonaro e ex-secretário-executivo do Ministério das Comunicações;
  • Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro;
  • Marcelo Câmara, assessor especial de Bolsonaro e coronel da reserva do Exército;
  • Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
  • Mauro Cesar Lourena Cid, pai de Cid e general da reserva;
  • Osmar Crivellati, assessor de Bolsonaro e tenente do Exército.

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Política

Amigo conta como Meyer Nigri ajudou a enviar médico para atender Bolsonaro em Juiz de Fora

Joaquim de Carvalho*

O empresário Meyer Nigri, que está sendo investigado pela PF por participar da milícia digital de Jair Bolsonaro, teve um papel importante no evento de Juiz de Fora que mudou a história do Brasil, em 6 de setembro de 2018.

Foi ele quem enviou o oncologista e gastrocirurgião Antônio Macedo para a cidade, logo depois de Jair Bolsonaro dar entrada na Santa Casa de Misericórdia local, onde foi submetido a uma cirurgia.

Bastidores da história foram revelados por seu amigo Victor Sarfatis Metta, ambos muito ativos na comunidade judaica de São Paulo.

O relato foi feito em uma live no canal de Abraham Weintraub, em fevereiro do ano passado, quando este, que tinha sido ministro da Educação e diretor do Banco Mundial, rompia com Bolsonaro.

Metta, advogado tributarista, lembrou que conheceu Bolsonaro na casa de Meyer Nigri, em 2016, num encontro em que o então pré-candidato a presidente foi apresentado a empresários.

“Em 2016, eu conheço o presidente Bolsonaro, na casa de um empresário, na casa do Meyer Nigri, agradeço bastante a ele inclusive. Foi uma apresentação, estava um bando de empresários, um dos quais trabalha no governo hoje, todos torceram o nariz, todos, menos o Meyer. Todos torceram o nariz para o Bolsonaro. Eu olhei lá e falei: pô, esse cara vai ser eleito, eu não tinha dúvida nenhuma de que seria o próximo presidente do Brasil”, recordou, em abril de 2022.

Victor acabaria entrando na campanha e, mais tarde, se tornaria tesoureiro do PSL em São Paulo, o partido de Bolsonaro na época. Em outra live, em 21 de fevereiro do ano passado, ele contou como soube do evento de Juiz de Fora três anos e meio antes.

“Não sei se você lembra, mas na hora que aconteceu a facada a gente estava num chat, num áudio, com o Arthur (irmão de Abraham), falando de plano de governo”, diz, dirigindo-se a Abraham Weintraub.

“Aí eu me lembro que puxei o celular na hora, vi a facada, deu aquela sensação horrorosa, porque era uma coisa que a gente estava imaginando, a gente até ficou meio baqueado na hora. Eu lembro daquela imagem dele sendo levado para o carro. Aí acabou a reunião, não tinha mais condição, cada um foi para um canto. Aí, de repente, vem aquela ideia: pô, vamos para Juiz de Fora. Mas por quê? Porque a campanha era tudo uma bagunça, um caos, era aquele voluntarismo: ah, vamos lá, e a gente resolve. Não importa, vim aqui resolver”, declarou.

A caminho do aeroporto em Jundiaí, onde ficava o avião do seu escritório de advocacia, ele diz ter recebido uma ligação de Meyer.

“Me liga o Meyer Nigri e me fala: ‘e aí, para onde você está indo?’ E eu falo: estou indo para Juiz de Fora. E ele falou: ‘quer levar um médico?’ E eu falei: mas claro, pra já. Como é que vou levar ele para Jundiaí, para o aeroporto? Meu avião ficava em Jundiaí na época. Ele falou: ‘escolhe o médico, que eu mando ele de helicóptero’. Eu falei: putz, deixa eu ver, deixa eu ver, quantos médicos gastro eu conheço? Ele tomou uma facada na barriga, acho que é gastro. Aí eu pensei o nome de um, pensei o nome de outro e pensei o nome de um terceiro, e pensei: ah, vou chamar o que já me operou. Aí eu falei: liga para o Macedo. Aí ele falou: ‘pra já’. Aí ele foi lá, pousou o Macedo de helicóptero e foi lá, foi de noite mesmo. Foi até interessante pousar lá porque eu… a instrumentação do aeroporto (de Juiz de Fora) não estava funcionando lá naquele dia.”

Macedo era um dos médicos mais concorridos do Einstein e deixou tudo para atender ao empresário Meyer Nigri. Alguém pode duvidar do relato, mas o fato é que Macedo chegou a Juiz de Fora naquela noite, efetivamente, no avião de Victor Metta.

E a presença deles lá teria surpreendido e desagradado algumas pessoas do entorno de Bolsonaro, como contou Victor Metta, que fez questão de dizer na live que não revelaria tudo o que viveu e testemunhou em Juiz de Fora.

“Eu lembro que isso desagradou muita gente naquele dia, teve muita gente que ficou muito nervosa por a gente trazer alguém diferente. Deu uma confusão, teve a parte suja do processo, depois eu fui proibido de entrar no Einstein, me colocaram lá como militante de esquerda, teve um bando de…, a campanha foi assim, do começo ao fim”, comentou.

E prosseguiu:

“Estava tudo muito estranho naquele momento, parece que já tinha acontecido, imediatamente já tinha uma equipe, estava todo mundo querendo que alguma coisa acontecesse. Quando eu fui levar o médico, muita gente se opôs. Muita gente ficou brava: como assim, o que você está fazendo? Você está se intrometendo. A impressão que deu é que eu atrapalhei alguma coisa lá. Teve mais coisa estranha que aconteceu, mas fiquemos com essa, por enquanto”, disse, e complementou com um sorriso enigmático.

Weintraub não perguntou mais nada, e Victor Metta não voltou a tocar no assunto.

Nigri se tornaria influente no governo Bolsonaro, a ponto de participar da indicação de Augusto Aras para a Procuradoria da República e de Nelson Teich para o Ministério da Saúde, como informou a revista Veja.

Na reportagem, de maio de 2020, Meyer é apresentado como eminência parda do governo, a começar pelo título: “Meyer Nigri, dono da construtora Tecnisa: o empresário que dá as cartas.”

Segundo a revista, Meyer Nigri tinha “passe livre em vários ministérios” e atuava “junto ao governo pela legalização de cassinos e jogos de azar”.

Ligava para o então ministro da Economia, Paulo Guedes, na frente de outros empresários, e conseguiu o apoio dele pela legalização de cassinos no Brasil, que poderia impulsionar a construção de resorts, assunto de interesse de Meyer.

Ambos foram derrotados pela bancada evangélica, mas nem por isso Meyer abandonou o governo. A Polícia Federal localizou troca de mensagens dele com Jair Bolsonaro, de junho do ano passado, em que ambos se articulam para divulgar fake news sobre as urnas e difamar o ministro do STF Luís Roberto Barroso, .

Juiz de Fora foi uma oportunidade para Nigri: o evento de lá alçou Bolsonaro à presidência, como este próprio já reconheceu em vídeo, e o empresário acumulou poder.

É uma pena que seu amigo Victor Metta não fale de todas as coisas estranhas que aconteceram naquele dia na cidade mineira.

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Política

“Brics já ultrapassou o G7 e responde por 32% do PIB mundial”, diz Lula ao defender o protagonismo do Sul Global

“Somos importantes no debate global, sentando na mesa de negociação, em pé de igualdade com a União Europeia e os Estados Unidos”, enfatizou Lula no Fórum Empresarial do bloco.

No Fórum Empresarial do BRICS realizado em Joanesburgo, na África do Sul, nesta terça-feira (22), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um discurso enfático sobre o crescente protagonismo do grupo econômico BRICS e seu papel no cenário global. Segundo Lula, os países membros do BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – já ultrapassaram o G7 em termos de participação no Produto Interno Bruto (PIB) mundial, respondendo por impressionantes 32% do PIB global em paridade do poder de compra.

Lula baseou suas afirmações em dados econômicos e projeções divulgados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). “O Brics já ultrapassou o G7, e responde por 32% do PIB mundial em paridade do poder de compra. As projeções indicam que os mercados emergentes e em desenvolvimento apresentarão maior índice de crescimento nos próximos anos, previsto para 4% neste ano e no próximo Enquanto isso, os países industrializados devem desacelerar seu crescimento de 2.7%, em 2022, para 1.4% em 2024”, declarou o presidente brasileiro.

“Isso mostra que o dinamismo da economia está no Sul Global e o BRICS é sua força motriz”, ressaltou Lula.

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Política

‘Hacker da Vaza Jato’ monitorava ex-ministro de Bolsonaro Paulo Guedes em tempo real

O hacker Walter Delgatti Neto, que ganhou notoriedade após vazar mensagens do senador e ex-juiz responsável pela Lava-Jato Sergio Moro (União – PR), também monitorava em tempo real o ex-ministro da Economia Paulo Guedes. A informação consta na decisão do juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal, que o condenou a 20 anos e um mês de prisão em razão da Operação Spoofing, deflagrada em 2019, para apurar o vazamento de diálogos do magistrado com procuradores também integrantes da força-tarefa da operação. Segundo o magistrado, o monitoramento do ex-ministro é um dos indicativos de que as intenções de Delgatti não eram de “reparar injustiças”, como alegado, segundo O Globo.

“Verificou-se que Walter Delgatti monitorava em tempo real a conta do então Ministro de Estado da Economia Paulo Guedes, além de outros 30 perfis do Telegram, conforme qualificação 30 exposta no RAMA n. 43/2019 DICINT/CGI/DIP/PF. Todo o conteúdo foi retirado do celular Apple, modeli iPhone Xs Max. (….) Se o intuito realmente fosse somente o de reparar injustiças, não teria hackeado o Ministro de Estado da Economia Paulo Guedes e Conselheiros do CNMP. A amplitude das vítimas é imensa e poderia render inúmeras ocasiões de extorsões”, diz o texto.

Ao todo, contanto o celular onde foi identificado o monitoramento de Guedes e outros aparelhos eletrônicos, o parecer cita um total de 126 vítimas do crime de interceptação indevida de comunicações telemáticas cometido por Delgatti. No momento em que foi preso pela primeira vez, em 2019, o hacker acompanhava as conversas de pelo menos 43 pessoas no momento que ocorriam. O monitoramento era feito ainda através da exportações de dados, que incluem todo o histórico de mensagens do dono da conta e outras documentos disponíveis.

“Em uma subpasta que estava diversas imagens, printsscreens (capturas) de telas de números referentes a contatos de diversas pessoas, entre elas Procuradores da Republica, Delegados de Policia Federal, advogados entre outros” diz o texto.

Delgatti foi condenado por crime de organização criminosa, lavagem e ocultação de bens, direitos e valores, por invadir dispositivo informático de uso alheio com o fim de obter, adulterar ou destruir provas.

O “hacker da Vaza Jato”, como ficou conhecido, foi preso novamente em outras duas ocasiões. A última delas ocorreu por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, em razão da suspeita de invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para inserir documentos e alvarás de soltura falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP).Na última semana, Delgatti afirmou em depoimento à CPI de 8 de janeiro ter participado de uma trama golpista que teria o envolvimento do ex-presidente Jair Bolsonaro.

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Política

PL já trabalha com cenário de Bolsonaro preso e fora de campo em eleições de 2024

O avanço de investigações da Polícia Federal sobre Jair Bolsonaro fez com que o PL colocasse no radar a possibilidade de não ter o ex-presidente em campo nas eleições de 2024.

O presidente do partido, Valdemar Costa Neto, tem deixado claro que seu plano é usar Bolsonaro como principal cabo eleitoral para aumentar o número de prefeituras da legenda. Lideranças da legenda apontam, porém, que nas últimas semanas aumentou a percepção que Bolsonaro pode ser preso até ano que vem e que as chances de estar fora de cena no pleito municipal é tratada como “real”, segundo O Globo.

Até aqui, os planos do PL são ambiciosos. O presidente do PL quer aumentar as cerca de 300 prefeituras que a sigla tem hoje para 1300 e, com isso, ter uma base mais sólida para ampliar o número de parlamentares no Congresso em 2026. O roteiro está traçado e as viagens de Bolsonaro e agendas em curso, especialmente em regiões onde ele foi vencedor na campanha presidencial de 2022.

Diante disso, impera entre correligionários da legenda a dúvida se Bolsonaro seria um cabo eleitoral mais forte na eleição municipal estando preso ou solto.

Hoje Valdemar Costa Neto acredita que, mesmo sendo confrontado com novas provas de crimes no caso das joias, inclusive sobre a compra e venda de presentes destinados à União, Bolsonaro mantém um grupo fiel de eleitores que será decisivo em 2024.

Entre os mandachuvas do PL, existe a dúvida se esse capital político seguirá, caso o ex-presidente seja preso e saia de circulação. Um plano que é tido como consenso, por hora, é escalar a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro para ocupar o espaço que o marido pode deixar e vitimiza-lo em seu discurso.

O PL pretende fazer em breve pesquisas para testar nomes que pretende lançar no ano que vem, mas, por ora, não colocou nas ruas levantamento sobre desgastes que os novos escândalos trouxeram para o clã Bolsonaro.

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Política

Meyer Nigri, que recebeu ordem de Bolsonaro para repassar fake news, é dono da Tecnisa e influente na comunidade judaica

Empresário foi quem decidiu que Bolsonaro deveria ser internado no Einstein, e não no Sírio-Libanês, após o evento de Juiz de Fora. Ele também pretendia legalizar cassinos no país.

A Polícia Federal encontrou no celular do empresário Meyer Nigri, fundador da Tecnisa, uma ordem direta de Jair Bolsonaro (PL) para “repassar ao máximo” uma mensagem com desinformação sobre as urnas eletrônicas e pesquisas eleitorais, além de ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O celular de Nigri foi periciado em meio a uma investigação sobre mensagens golpistas trocadas entre empresários bolsonaristas em um grupo de WhatsApp em 2022. O caso foi arquivado por determinação do ministro do Supremo Alexandre de Moraes, que determinou, por outro lado, que as apurações em relação a Nigri e Luciano Hang, das lojas Havan, sejam mantidas. Moraes ordenou que as investigações sobre Nigri continuem justamente porque a Polícia Federal encontrou um vínculo entre o empresário e Bolsonaro na disseminação de notícias falsas.

Foi Meyer Nigri que, em 2018, quando Bolsonaro era visto como um candidato a presidente com poucas chances de ser eleito, “abraçou a causa” do então candidato, segundo o jornal O Globo. “Por mais de uma vez, abriu seu apartamento em São Paulo para apresentar o ex-capitão e permitir que ele falasse de seu projeto à elite paulistana”, relata a reportagem. O empresário é muito influente na comunidade judaica, e fez campanha por Bolsonaro neste ambiente.

Também em 2018, após o chamado ‘evento de Juiz de Fora’, durante a campanha eleitoral, foi Nigri o responsável pela escolha do Hospital Albert Einstein para a internação de Bolsonaro, em detrimento do Sírio-Libanês. À época, a imprensa relatou que a escolha se devia justamente à proximidade que Bolsonaro havia construído com membros da comunidade judaica.

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Pesquisa

Bolsonaro desaba em popularidade digital após cerco sobre joias e hacker

IPD da Quaest mostra dificuldade de ex-presidente em manter relevância nas redes em meio a imbróglios judiciais

Jair Bolsonaro (PL), que já vinha tendo dificuldades para manter sua popularidade digital em alta desde a saída da Presidência da República, despencou em relevância nas redes após a operação da Polícia Federal que cumpriu diligências para apurar suposto esquema de desvio de joias.

A repercussão do caso e as declarações do programador Walter Delgatti Netto, conhecido como hacker da Vaza Jato, também colaboraram para que o ex-presidente marcasse suas pontuações mais baixas desde 11 de maio, antes mesmo de ser considerado inelegível pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Os dados são do IPD (Índice de Popularidade Digital), analisado diariamente pela empresa de pesquisa e consultoria Quaest. Ele é calculado por um algoritmo que coleta e processa 152 variáveis das plataformas Twitter, Facebook, Instagram, YouTube, Wikipédia e Google. Os resultados variam de 0 a 100 pontos, diz a Folha.

No fim de maio, Bolsonaro alcançou bons resultados no IPD na esteira de tropeços do atual mandatário, Lula (PT). Em 29 de maio, alcançou 42,41 pontos, ante 43,55 do atual ocupante do Palácio do Planalto, após a visita, amplamente criticada pela oposição, do ditador venezuelano Nicolás Maduro ao país.

O ex-presidente, então, manteve-se estável até sua inelegibilidade, declarada pelo TSE em 30 de junho, quando esteve em evidência e viu seus índices crescerem, mas não o suficiente para ultrapassar o atual chefe do Executivo brasileiro. Marcou 43,34 pontos, contra 53,93 do petista.

Julho também foi um mês de estabilidade para o ex-mandatário nas redes, mesmo com a divulgação de relatório do Coaf acusando o recebimento de R$ 17,2 milhões via transação por Pix nos seis primeiros meses deste ano. Durante a divulgação dos valores, Bolsonaro marcou por volta de 34 pontos.

É a partir de 11 de agosto, porém, que a situação de Bolsonaro começa a se complicar em termos de visibilidade nos espaços digitais. Com a operação da PF, que deflagrou nova fase de investigações sobre o suposto esquema de desvio de joias, caiu de 35,61 para 23,85 pontos no dia seguinte.

A sequência de informações sobre a ação, batizada de Lucas 12:2 e que apontou as digitais do ex-presidente na suspeita de desvio de bens públicos para enriquecimento pessoal, acelerou, inclusive, as discussões sobre sua possível prisão, vista por especialistas como pouco possível neste momento.

Para além da repercussão do caso das joias, com uma nova operação de busca e apreensão contra Frederick Wassef e as confusas declarações do novo advogado do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, a ida de Delgatti à CPI do 8 de janeiro dificultou qualquer reação nas redes.

O programador disse que a campanha do ex-presidente planejou forjar a invasão de uma urna eletrônica durante as celebrações do 7 de Setembro de 2022, e afirmou ter recebido pedido para assumir a autoria de um grampo de conversas de Alexandre de Moraes, ministro do STF (Supremo Tribunal Federal).

Durante toda a última semana, a popularidade digital de Bolsonaro oscilou entre 23 e 25 pontos, menor patamar desde 11 de maio, quando teve pontuação de 11,88.

Já Lula manteve-se estável em visibilidade após uma sequência de oscilações envolvendo a visita de Maduro e a MP (Medida Provisória) da Esplanada, aprovada pelo Congresso Nacional em 31 de maio, último dia de validade do texto.

Continuou, durante todo o período, à frente nos índices, mas diferentemente do que ocorreu com Bolsonaro em 29 de maio, por exemplo, o atual mandatário não obteve aumento na popularidade digital após os revezes políticos e jurídicos do ex-presidente.

Atualmente, a diferença entre os dois é de cerca de 26 pontos.

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Política

Quebra de sigilo de Bolsonaro deve mostrar caixa dois do Pix, acreditam ministros do STF

Advogado afirma que chance de isso acontecer é ‘zero’.

A expectativa de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) é a de que a quebra dos sigilos bancários de Jair Bolsonaro (PL), determinada na semana passada, pode acertar em cheio em um eventual flanco do ex-presidente: as doações feitas a ele por meio do Pix, que somam R$ 17 milhões, diz Mônica Bergamo, Folha.

O grande volume de recursos, transferidos em um espaço curto de tempo, levantou a suspeita de que, entre os doadores, possam estar “laranjas” que estariam oficializando, por meio dos depósitos, um recurso que na verdade era de caixa dois.

As suspeitas aumentaram depois da informação de que o general Mauro Lourena Cid, pai do tenente-coronel Mauro Cid, guardava US$ 25 mil, em dinheiro vivo, para entregar a Bolsonaro depois da venda de joias no exterior.

Advogado de Bolsonaro, Fabio Wajngarten diz que a chance de aparecer algum depósito de origem duvidosa na conta de Bolsonaro é “zero, zero”.

“São depósitos de R$ 2, R$ 20, R$ 200. Raros são os que têm valor maior”, afirma ele.

A quantia recebida por Bolsonaro foi revelada pela Folha. Segundo relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), os R$ 17,2 milhões foram depositados a ele nos seis primeiros meses deste ano.

O órgão do governo federal ainda apontou que as movimentações atípicas podem estar atreladas à vaquinha feita por apoiadores para pagar multas do ex-presidente com a Justiça.

 

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Política

Áudios e vídeo inéditos mostram bastidores da atuação do hacker Delgatti

Tido como falastrão pelos amigos, advogados e até pelos policiais que já o interrogaram, o programador Walter Delgatti, o chamado hacker da Vaza Jato, reservou revelações bombásticas para sua mais recente aparição pública, na semana passada, sob os holofotes da Comissão Parlamentar Mista (CPMI) dos Atos Golpistas.

Falou tanto que a Polícia Federal (PF) foi obrigada a chamá-lo para um novo depoimento, na última sexta-feira. Os policiais já tinham ouvido Delgatti – mas ainda não haviam escutado muita coisa sobre o suposto plano para gerar uma onda de dúvidas sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas, ação que teria aval do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e envolveria até o Ministério da Defesa e um grampo no ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

O Metrópoles teve acesso, no entanto, a um material mostrando que, longe das câmeras e dos depoimentos ensaiados por advogados, o programador narrou, para conhecidos, os bastidores da trama, enquanto ela estava em curso. Desde o segundo semestre do ano passado, Delgatti já vinha relatando, em conversas mais íntimas, a existência de um plano para tentar mudar os rumos da eleição presidencial de 2022.

São informações ainda desconhecidas para a PF ou para a CPI, registradas durante a própria execução do suposto projeto golpista, entre agosto e setembro do ano passado. O teor das conversas foi mantido dentro do contexto de cada áudio. Cortes foram feitos pela reportagem para preservação do sigilo da fonte.

“O resultado que eles querem”
Na véspera do encontro com o então presidente Bolsonaro, por exemplo, Delgatti foi gravado antecipando o que sabia sobre a pauta da reunião — horas antes do áudio, o programador já havia ido à sede do PL falar com o presidente nacional da sigla, Waldemar Costa Neto, quando a trama também teria sido tratada.

“Eles vão configurar o código-fonte para dar o resultado que eles querem”, disse. “Eles vão pegar agora uma urna. Eles mesmo vão fazer isso”, afirmou. Na ocasião, o programador explicou que as investidas tinham como objetivo provocar o TSE a autorizar a fiscalização das urnas por militares, abrindo caminho para contestar uma possível vitória do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Nesse mesmo dia, 9 de agosto, ele foi gravado dentro do hotel Phenícia, no Setor Hoteleiro Sul de Brasília. No vídeo, até então inédito, ele aparece em frente ao balcão, conversando com um funcionário do estabelecimento. Foi lá, antes do encontro com o ex-presidente no Palácio do Alvorada, que um motorista, com placa fria, passou para pegá-lo, como mostrou a revista Veja em agosto de 2022.

“Quem manda aqui sou eu”
No mês seguinte, no dia 22 de setembro, dez dias antes do primeiro turno, o programador conta detalhes do que seria um protagonismo do ex-presidente Bolsonaro na empreitada, dando a entender que os dois teriam se encontrado várias vezes. “O Bolsonaro, ele tá fazendo questão que eu vá lá. Aí, teve alguém da equipe que falou: “Irmão, é bom ele não vir aqui porque pode queimar”. Ele (Bolsonaro) falou: “Quem manda aqui sou eu, e ele vai vir”.

Segundo Delgatti, o projeto beneficiaria diretamente o ex-presidente. “Ou você acha que o Presidente da República estaria correndo esse risco de me receber lá, me receber lá, se não fosse algo que ajudasse muito ele?”

No mesmo diálogo, ele ironiza o fato de que o grupo ligado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, indiretamente beneficiado com a atuação de Delgatti nos vazamentos dos diálogos dos procuradores da Lava Jato, não teria o acolhido da mesma forma. “O Lula nunca quis… me falou um “oi.” Nas palavras do programador: “O que eu vou fazer atrás de Lula? Eu nunca vou ser de esquerda. Eu sempre gostei de arma.”

Leite com Nescau
Na sessão da CPI, Delgatti foi indagado sobre a proximidade com a deputada Carla Zambelli, investigada por ter recrutado o programador. Segundo a defesa da parlamentar, a proximidade seria por conta de um projeto de trabalho que envolvia o cuidado com as redes sociais da política. Segundo a gravação obtida pelo Metrópoles, no entanto, o programador e Zambelli tinham uma relação quase familiar, segundo relato do hacker.

“Eles estenderam a mão para mim, cara. A Carla me tratou hoje como se fosse um filho, coisa que nunca aconteceu na minha vida”, disse Delgatti. “A ponto da mãe dela me servir leite com Nescau, na mesa, e acompanhado com ela”, contou o programador, revelando que jogou até vídeo-game com o filho de Zambelli.

Pagamento
Nessa segunda-feira (21/8), veio a público o áudio entregue à PF pela defesa de Walter Delgatti, no que seria a prova do vínculo financeiro entre eles. A mensagem mostra uma mulher, supostamente ligada à campanha eleitoral da deputada federal, prometendo a ele “trocar uma ideia sobre o pagamento” e “sobre essa tua (de Delgatti) proposta”.

Na mensagem, à qual o Metrópoles teve acesso, não fica claro o serviço em discussão nem qual seria a ideia sugerida pelo programador. Segundo advogado de Delgatti, o áudio seria um “caminho da prova”.

O advogado de Carla Zambelli, Daniel Bialski, no entanto, afirma que todas as relações entre a equipe da parlamentar e Delgatti envolviam uma proposta de trabalho que o programador encaminhou aos assessores da deputada, sobre a manutenção das publicações da política em redes sociais. E que outras hipóteses sobre a mensagem são “falácias”.

“Despida de idoneidade”
Em nota, a defesa de Zambelli afirma que “refuta e rechaça qualquer acusação de prática de condutas ilícitas e ou imorais pela parlamentar, inclusive, negando as aleivosias e teratologias mencionadas pelo senhor Walter Delgatti”. Segundo o advogado Daniel Bialski, as versões do programador “mudam com os dias, suas distorções e invenções são recheadas de mentiras, bastando notar que a cada versão, ele modifica os fatos, o que é só mais um sintoma de que a sua palavra é totalmente despida de idoneidade e credibilidade”.

No último sábado (26/8), o Metrópoles publicou, com exclusividade, prints de um um extrato do banco digital Cora. Foi com base neste documento que os investigadores conseguiram dar o mínimo de credibilidade ao depoimento que o programador e “hacker” Walter Delgatti prestou, contando um plano golpista envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

*Matéria publicada com exclusividade pelo Metrópoles

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Política

Juiz que condenou Delgatti é um velho amigo da Lava Jato, diz Rogério Correia

O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) sinalizou no Twitter que o juiz Ricardo Augusto Soares Leite foi suspeito, para ter a decisão de condenar o hacker Walter Delgatti a 20 anos de prisão. “O Juiz q condenou o hacker Delgatti, por ter invadido o celular de Moro e outras autoridades, é o mesmo q em 2018, determinou a suspensão das atividades do Instituto Lula. É um velho amigo da Lava Jato e sempre atuando em favor e na hora que a ultra direita e Bolsonaro precisam”, escreveu o parlamentar no Twitter.

O juiz Ricardo Augusto Soares Leites, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, condenou Delgatti na investigação da Operação Spoofing, aberta em 2019 a pedido do ex-juiz suspeito Sergio Moro para investigar o vazamento de mensagens de juízes e procuradores da Lava Jato. Atualmente, o ex-magistrado é senador pelo União Brasil-PR.

Em 2021, o Supremo Tribunal Federal declarou a suspeição de Moro nos processos contra o atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em 2022, o ex-juiz foi derrotado no Tribunal Regional Eleitoral do estado de São Paulo (TRE-SP) por fraude em domicílio eleitoral e, em consequência, decidiu ser candidato no Paraná.

*Com 247