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Brasil sobe 47 posições em ranking de liberdade de imprensa

Especialistas indicam clima menos hostil pós-governo Bolsonaro

O Brasil deu um salto de 47 posições no Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa da Repórteres Sem Fronteiras (RSF), organização não governamental e sem fins lucrativos. A comparação é entre a posição de 2025, quando país ficou na 63º posição, e a de 2022. Segundo os pesquisadores, há um clima menos hostil ao jornalismo depois da “era Bolsonaro”.

O estudo define liberdade de imprensa como “a possibilidade efetiva de jornalistas, como indivíduos e como coletivos, selecionarem, produzirem e divulgarem informações de interesse público, independentemente de ingerências políticas, econômicas, legais e sociais, e sem ameaça à sua segurança física e mental”.

Os números brasileiros, porém, estão entre as poucas melhoras nesse indicador de 2025. Seis em cada dez países caíram no ranking. Pela primeira vez na história do levantamento, as condições para o jornalismo são consideradas “ruins” em metade dos países do mundo e “satisfatórias” em menos de um em cada quatro.

A pontuação média de todos os países avaliados ficou abaixo de 55 pontos, o que qualifica a situação da liberdade de imprensa no mundo como “difícil”. Segundo a RSF, o ranking é um índice que mede as condições para o livre exercício do jornalismo em 180 países do mundo.

O índice tem cinco indicadores: político, social, econômico, marco legal e segurança. Com base na pontuação de cada um, é definida a pontuação geral por país. O indicador econômico foi o que mais pesou em 2025. O que significa falar em concentração da propriedade dos meios de comunicação, pressão de anunciantes ou financiadores, ausência, restrição ou atribuição opaca de auxílios públicos.

Segundo a RSF, os meios de comunicação estão divididos entre a garantia da própria independência e a luta pela sobrevivência econômica.

“Garantir um espaço de meios de comunicação pluralistas, livres e independentes exige condições financeiras estáveis e transparentes. Sem independência econômica, não há imprensa livre. Quando um meio de comunicação está economicamente enfraquecido, ele é arrastado pela corrida por audiência, em detrimento da qualidade, e pode se tornar presa fácil de oligarcas ou de tomadores de decisão pública que o exploram”, diz Anne Bocandé, diretora editorial do RSF.

“A independência financeira é uma condição vital para assegurar uma informação livre, confiável e voltada para o interesse público”.

Outros dados
Alguns países merecem destaque na pesquisa. Caso da Argentina, que ocupa a 87ª posição entre os 180 países. Segundo a pesquisa, há retrocessos pelas tendências autoritárias do governo do presidente Javier Milei, que estigmatizou jornalistas, desmantelou a mídia pública e utilizou a publicidade estatal como instrumento de pressão política. O país perdeu 47 posições em dois anos.

O Peru (130º) também foi um lugar em que pesquisadores identificaram que a liberdade de imprensa entrou em colapso, 53 posições a menos desde 2022. Os motivos apontados são assédio judicial, campanhas de desinformação e crescente pressão sobre a mídia independente.

Os Estados Unidos (57º) são marcados pelo segundo mandato de Donald Trump, que, segundo o levantamento, politizou instituições, reduziu o apoio à mídia independente e marginalizou jornalistas. No país, a confiança na mídia está em queda, os repórteres têm enfrentado hostilidade e muitos jornais locais estão desaparecendo. Trump também encerrou o financiamento federal da Agência dos Estados Unidos para a Mídia Global (USAGM).

As regiões do Oriente Médio e Norte da África são consideradas as mais perigosas para os jornalistas no mundo. Destaque, segundo a RSF, para o massacre do jornalismo em Gaza pelo exército israelense. A situação de todos os países nessas regiões é considerada “difícil” ou “muito grave”, com exceção do Catar (79º).

Big Techs
A RSF pontua o papel das big techs nos problemas atuais. Diz que a economia de mídia é minada pelo domínio do GAFAM (Google, Apple, Facebook, Amazon e Microsoft) na distribuição de informações. O que significa falar em plataformas não regulamentadas, que capturam receitas de publicidade que sustentavam o jornalismo.

Os números de 2024 mostram que o gasto total com publicidade nas redes sociais alcançou US$ 247,3 bilhões, aumento de 14% em relação a 2023. A RSF aponta que elas também contribuem para a proliferação de conteúdos manipulados ou enganosos, tornando piores os fenômenos de desinformação.

Outro ponto de preocupação é a concentração de propriedade, que ameaça diretamente o pluralismo de imprensa. Em 46 países, a propriedade dos meios de comunicação está altamente concentrada — ou mesmo totalmente nas mãos do Estado —, segundo a análise dos dados do ranking.

*Agência Brasil

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Desapropriação de terras destruídas por crimes ambientais é autorizada pelo STF

Assinada por Flávio Dino, decisão determina que União, Amazônia e Pantanal adotem ações efetivas para punir responsáveis por incêndios intencionais.

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a União desaproprie propriedades rurais onde forem comprovados incêndios criminosos ou desmatamento ilegal, desde que fique clara a responsabilidade do dono do imóvel.

A decisão foi tomada nesta segunda-feira (28), segundo a Forum, após um ano de recordes de queimadas que devastaram áreas importantes da Amazônia e do Pantanal. A medida faz parte de uma ação aberta em 2020 pelo partido Rede Sustentabilidade, com apoio de organizações como WWF, Greenpeace, Instituto Socioambiental e Observatório do Clima.

Além da desapropriação, Dino ordenou que a União, a Amazônia Legal e Pantanal adotem medidas para impedir a regularização fundiária de terras envolvidas em crimes ambientais. Também deverão ser movidas ações de indenização contra os responsáveis.

“Não é razoável gastar bilhões de dinheiro público todo ano para combater incêndios e desmatamentos ilegais”, escreveu Dino. Segundo ele, “com este ciclo perpétuo, pune-se duplamente a sociedade: pelos danos ambientais e pelo dispêndio evitável de recursos públicos”.

O ministro também reforçou a obrigatoriedade do uso do SINAFLOR — sistema que controla a origem de produtos florestais — para autorizações de supressão de vegetação. E cobrou que a União explique se houve subutilização dos recursos do Ibama e do ICMBio em 2024, além de pedir informações sobre a digitalização dos registros de imóveis rurais.

Com a decisão, União e estados terão que apresentar planos e relatórios sobre as ações adotadas para garantir o cumprimento das ordens judiciais.

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Aviso claro de que, com Lula e Haddad, a economia brasileira melhorou e muito

O Brasil está se tornando um mercado atraente para fornecedores e novos entrantes devido ao impacto menor do “tarifaço” em comparação com outros países.

Isso, segundo gente graúda do mercado, pode ser uma oportunidade para o país se destacar economicamente e atrair investimentos.

O “tarifaço” foi uma medida econômica que afetou muitos países, mas o Brasil parece ter sido menos prejudicado.

Isso pode ser devido a várias razões, como políticas econômicas específicas ou uma economia mais resiliente.

Com isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, programas de incentivo e subsídio chegam para a população mais necessitada. Isso muda completamente e cenário econômico no país.

Daí essa posição confortável do Brasil diante de uma crise mundial provocada por Trump.

A crescente guerra comercial entre Estados Unidos e China tem reconfigurado o panorama global de trocas econômicas – e, nesse contexto, o Brasil surge podendo levar vantagem. O cenário, de acordo com análises do Deutsche Bank, mostra que o Brasil se encontra em uma posição favorável para expandir suas exportações.

A guerra comercial entre EUA e China está criando oportunidades para o Brasil expandir suas exportações, especialmente no agronegócio.

Aqui estão alguns pontos-chave:
Aumento da demanda chinesa: A China suspendeu a compra de carne bovina de metade dos fornecedores americanos e acelerou negociações para adquirir soja brasileira, impulsionando o agronegócio brasileiro.

Benefícios para o mercado imobiliário rural: A crescente demanda por terras para atender à demanda chinesa pode movimentar o setor rural e diversas cadeias produtivas, como fertilizantes, agrotóxicos e infraestrutura de armazenagem.

Investimentos em tecnologia: A tecnologia será essencial para maximizar a produção e atender aos novos pedidos, com investimentos significativos em tecnologia agrícola para ampliar a produtividade no campo.

Expectativas de crescimento: A expectativa é de que o mercado de terras e o agronegócio brasileiro se transformem substancialmente nos próximos meses, impulsionados por um novo ciclo de investimentos e pela reconfiguração do comércio global.

Além disso, o Brasil já está mostrando sinais de crescimento nas exportações, com destaque para:

Exportações de carne de frango: As exportações gaúchas de carne de frango aumentaram 13% no primeiro trimestre de 2025.

Projeções positivas: O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) estima que as exportações de carnes bovina e de frango seguirão crescentes em 2025.

Essas oportunidades podem ser um grande impulso para a economia brasileira.

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Brasil

São Jorge, Ogum: o santo guerreiro celebrado hoje, 23 de abril

Figura de proteção e força em diferentes culturas é exaltado nesta quarta-feira.

São Jorge é um dos santos mais venerados no Brasil e em diversos outros países ao redor do mundo. A data de sua celebração, é motivo de grande festa para seus devotos, que pedem por sua proteção e intercessão em momentos de dificuldade. Saiba mais em TVT News.

Quem era São Jorge?
Na tradição Católica, Jorge, cujo nome de origem grega significa “agricultor”, nasceu na Capadócia, por volta do ano 280, em uma família cristã. Transferiu-se para a Palestina, onde se alistou no exército de Diocleciano. Em 303, quando o imperador emanou um edito para a perseguição dos cristãos, Jorge doou todos os seus bens aos pobres e, diante de Diocleciano, rasgou o documento e professou a sua fé em Cristo. Por isso, sofreu terríveis torturas e, no fim, foi decapitado.

No lugar da sua sepultura, em Lida, – um tempo capital da Palestina, agora cidade israelense, situada perto de Telaviv, – foi construída uma Basílica, cujas ruinas ainda são visíveis.

Entre os documentos mais antigos, que atestam a existência de São Jorge, uma epígrafe grega, do ano 368, – descoberta em Eraclea de Betânia, – fala da “casa ou igreja dos santos e triunfantes mártires, Jorge e companheiros”. Foram muitas, ao longo dos anos, as narrações posteriores.

A imagem de São Jorge combatendo um dragão é um símbolo de coragem e fé e é um dos episódios mais conhecidos. Ele teria enfrentado e vencido um dragão ameaçador que aterrorizava uma cidade, salvando a princesa e, como resultado, converteu muitos de seus habitantes ao cristianismo. Essa história, transmitida por gerações, representa a luta entre o bem e o mal, refletindo a força espiritual e a proteção que muitos acreditam que São Jorge oferece.

São Jorge: histórias, relatos e lendas - Catedral São Paulo Apóstolo de  Blumenau

Ele é considerado Padroeiro dos cavaleiros, soldados, escoteiros, esgrimistas e arqueiros. Também é invocado ainda contra a peste, a lepra e as serpentes venenosas. O Santo é honrado também pelos muçulmanos, que lhe deram o apelativo de “profeta”.

Sua canonização, em 494, ocorreu pelo fato de seguir o Cristianismo e recusar-se a perseguir cristãos durante os séculos III e IV.

As relíquias de São Jorge encontram-se em diversos lugares do mundo. Em Roma, na igreja de São Jorge em Velabro é conservado seu crânio, por desejo do Papa Zacarias.

São Jorge e as religiões africanas
No Brasil, além de sua devoção católica, São Jorge também é amplamente reverenciado nas religiões de matrizes africanas, como o candomblé e a umbanda. Nessas religiões, ele é frequentemente associado ao orixá Ogum, o ferreiro e guerreiro dos orixás, divindade ligada à guerra, à agricultura e à criação.

A palavra é sincretismo. No período colonial, escravos africanos que eram do candomblé não podiam cultuar seus orixás livremente, quando chegaram ao Brasil. A religião oficial do país era o catolicismo. Eles associaram as divindades aos santos católicos, para expressarem sua fé.

Ogum é considerado uma das primeiras divindades a descer da região celestial (Orum) para a Terra (Ayiê) com o objetivo de ajudar na criação do mundo. Em algumas tradições, Ogum também é visto como um ser humano, assim como São Jorge, e suas histórias se entrelaçam, principalmente em sua representação como defensor e protetor. Essa identificação de São Jorge com Ogum reforça o símbolo de força, coragem e luta, características comuns a ambas as figuras.

As histórias e crenças das religiões em que aparece a figura de São Jorge, seja por sincretismo ou não, são bem distintas, mas o conceito comum é nítido: ele sempre assume a forma de lutador, valente, aguerrido.

*TVTNews

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Brasil Mundo

BRICS firmam aliança para enfrentar a fome no mundo

Declaração Conjunta reforça união global por segurança alimentar, com foco em pequenos produtores, sustentabilidade e inclusão social

A Reunião Ministerial realizada na última quinta-feira (17), em Brasília, teve como tema “Promovendo uma Agricultura Inclusiva e Sustentável por meio da Cooperação, Inovação e Comércio Equitativo entre os BRICS”. Ministros e líderes de Agricultura dos 11 países membros aprovaram e assinaram uma Declaração Conjunta, reforçando o compromisso com desenvolvimento agrícola sustentável, segurança alimentar e redução das desigualdades no campo.

Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil, os BRICS representam 54,5% da população mundial, um terço das terras agrícolas e mais de um terço dos recursos de água doce do planeta. O bloco responde por 75% da produção agrícola global e abriga metade das 550 milhões de propriedades familiares existentes.

“Esses dados mostram o papel decisivo dos BRICS na agricultura e na segurança alimentar mundial. Reuniões como esta são espaços privilegiados para diálogo e cooperação”, destacou o ministro Carlos Fávaro.

Segurança alimentar e cooperação emergencial

Inovação e solidariedade movem pacto agrícola do BRICS

O primeiro eixo da Declaração trata da segurança alimentar, com ênfase no acesso equitativo a alimentos de qualidade, especialmente em crises globais. O documento reconhece a importância da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e incentiva o envolvimento do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) e do FIDA em políticas relacionadas, segundo o Cafeziho.

Entre as medidas acordadas estão o fortalecimento de estoques reguladores, investimentos em infraestrutura de armazenamento e políticas de preços mínimos para estabilizar o acesso a alimentos. Em situações excepcionais, como escassez ou alta de preços, os BRICS se comprometem a agir com solidariedade.

Agricultura Familiar e Inclusão Tecnológica
A secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Fernanda Machiaveli, destacou a necessidade de políticas para agricultura familiar. “A tecnologia deve facilitar o trabalho no campo, gerar renda e garantir alimentos saudáveis”, afirmou.

A Declaração propõe parcerias para produção de máquinas adaptadas à agricultura familiar, visando atrair jovens e promover uma transição justa. “Esses produtores sofrem com as mudanças climáticas, mas também podem mitigá-las com práticas sustentáveis”, explicou Machiaveli.

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Brasil

A íntegra da nota de Lula sobre a morte do Papa Francisco

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a morte do Papa Francisco nesta segunda-feira, 21. Francisco morreu na madrugada desta segunda-feira, 21, às 2h35 do horário de Brasília, na Casa Santa

O presidente brasileiro e o pontífice tinham um a relação de amizade. Os dois se conheceram quando Jorge Mario Bergoglio, nome de batismo do Papa, ainda era cardeal em Buenos Aires, diz a Exame.

Veja a nota na íntegra:
A humanidade perde hoje uma voz de respeito e acolhimento ao próximo. O Papa Francisco viveu e propagou em seu dia a dia o amor, a tolerância e a solidariedade que são a base dos ensinamentos cristãos.

Assim como ensinado na oração de São Francisco de Assis, o argentino Jorge Bergoglio buscou de forma incansável levar o amor onde existia o ódio. A união, onde havia a discórdia. E a compreensão de que somos todos iguais, vivendo em uma mesma casa, o nosso planeta, que precisa urgentemente dos nossos cuidados.

Com sua simplicidade, coragem e empatia, Francisco trouxe ao Vaticano o tema das mudanças climáticas. Criticou vigorosamente os modelos econômicos que levaram a humanidade a produzir tantas injustiças. Mostrou que esse mesmo modelo é que gera desigualdade entre países e pessoas. E sempre se colocou ao lado daqueles que mais precisam: os pobres, os refugiados, os jovens, os idosos e as vítimas das guerras. e de todas as formas de preconceito.

Nas vezes em que eu e Janja fomos abençoados com a oportunidade de encontrar o Papa Francisco e sermos recebidos por ele com muito carinho, pudemos compartilhar nossos ideais de paz, igualdade e justiça. Ideais de que o mundo sempre precisou. E sempre precisará.

Que Deus conforte os que hoje, em todos os lugares do mundo, sofrem a dor dessa enorme perda. Em sua memória e em homenagem à sua obra, decreto luto de 7 dias no Brasil.

O Santo Padre se vai, mas suas mensagens seguirão gravadas em nossos corações.

*Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente do Brasil

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Brasil Economia

Com Lula, desigualdade teve queda recorde e não foi em função do Bolsa Família

Dados da FGV mostram que aumento da renda dos mais pobres superou a dos mais ricos.

A renda do trabalho da população mais pobre do Brasil cresceu 10,7% em 2024, quase o dobro do avanço observado entre os 10% mais ricos (6,7%), informa a Agência Gov.

O dado integra estudo divulgado pela FGV Social, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), e aponta para a maior redução da desigualdade de renda registrada no país em anos recentes.

A média de crescimento da renda do trabalho foi de 7,1% no ano.

“Tivemos uma redução muito forte da desigualdade em 2024. E tudo isso está mais forte em termos de renda do trabalho do que em relação a outros componentes de renda”, afirmou Marcelo Neri, pesquisador da FGV e responsável pelo estudo.

Neri destaca o papel da Regra de Proteção do Bolsa Família, que permite a manutenção do benefício por quem consegue emprego com carteira assinada. “O mecanismo criou um colchão de segurança para que beneficiários não perdessem o apoio ao ingressar no mercado formal, garantindo que o crescimento fosse mais forte justamente na base da pirâmide, e no momento chave”, analisou.

O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, também destacou a importância da medida: “A Regra de Proteção do Bolsa Família é um instrumento essencial para garantir que os beneficiários possam buscar novas oportunidades no mercado de trabalho sem perder o apoio do governo”.

Além disso, o Brasil registrou a menor média anual de desemprego da história: 6,6%. Segundo o MDS, 75,5% das vagas formais em 2024 foram ocupadas por beneficiários do Bolsa Família, e 98,8% por pessoas do Cadastro Único. Com Forum.

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Brasil Mundo

Em atrito com os EUA, a China investe para ligar o Brasil ao Pacífico

A China está investindo na construção de um corredor bioceânico para conectar os oceanos Atlântico e Pacífico, atravessando Argentina, Brasil, Chile e Paraguai. O objetivo é facilitar o comércio entre a Ásia e a América do Sul, especialmente em meio à guerra comercial com os Estados Unidos, liderada por Donald Trump. Esse projeto tem como principais metas a redução dos tempos de trânsito e dos custos logísticos para exportações agrícolas sul-americanas, como soja, carne e grãos, evitando as rotas tradicionais de navegação.

Recentemente, uma delegação chinesa visitou o Brasil para discutir projetos de infraestrutura, incluindo o Corredor Bioceânico. Essa visita está alinhada aos acordos estratégicos firmados entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Xi Jinping durante a viagem de Estado de Xi ao Brasil no ano anterior. Está previsto que o presidente brasileiro retorne a visita em maio do próximo ano.

O Canal do Panamá, que foi inaugurado no início do século passado, serve como uma importante rota para o comércio marítimo internacional, oferecendo uma alternativa para encurtar distâncias. Com seus 77,1 quilômetros, a travessia pelo canal toma entre 20 e 30 horas. As rotas alternativas incluem contornar o continente, passando pelas pontas meridionais da África e da América do Sul ou usar o Canal de Suez.

A crescente influência da China sobre esta infraestrutura estratégica é vista com preocupação pelos Estados Unidos, que a consideram um risco à segurança. O fortalecimento da influência americana na região é uma vitória diplomática para Washington, especialmente considerando a importância do Canal do Panamá no comércio mundial. A conclusão do Corredor Bioceânico pode alterar dinâmicas comerciais e geopolíticas na América do Sul.
Desde 2017, a China tem intensificado seus investimentos no Panamá, especialmente em infraestrutura portuária e logística, visando facilitar seu comércio. Como o segundo maior usuário do Canal do Panamá, atrás dos EUA, a China buscava criar condições comerciais mais vantajosas. O Corredor Bioceânico surge agora como uma alternativa ao canal, permitindo que Pequim mantenha sua influência crescente na América Latina, uma região historicamente dominada pelos EUA.

O governo brasileiro, por meio do Ministério do Planejamento e Orçamento, está desenvolvendo as cinco rotas de Integração e Desenvolvimento Sul-Americano, parte de uma agenda de integração regional. Essas rotas foram delineadas após consultas com os 11 estados brasileiros que fazem fronteira com os países sul-americanos e têm o objetivo de promover o comércio entre o Brasil e seus vizinhos, além de reduzir o tempo e o custo do transporte de mercadorias para a Ásia.

As rotas de integração incluem 190 obras já integrantes do PAC, garantindo assim recursos orçamentários. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) investiu US$ 3 bilhões, enquanto instituições regionais, como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF), contribuíram com mais US$ 7 bilhões. Para completar os projetos de logística, investimentos adicionais serão necessários, abrindo espaço para a participação chinesa.

O governo brasileiro estima que as rotas estejam operacionalizadas entre 2025 e 2027, o que poderá transformar a dinâmica do comércio regional e facilitar a conexão entre o Brasil, seus vizinhos e a Ásia, além de potencialmente alterar a influência chinesa na América Latina. Com Metrópoles.

Veja detalhes:

 

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Brasil e China, uma aliança estratégica no colapso da ordem neoliberal

A escalada protecionista de Donald Trump, com suas tarifas caóticas e retaliações, representa o fim de uma era, marcando o declínio do neoliberalismo enquanto dogma inquestionável, criando uma oportunidade única para o Brasil redefinir sua inserção internacional. Em um cenário de contradições e medidas autodestrutivas nos EUA, a China se destaca como o parceiro mais lógico para o desenvolvimento soberano do Brasil.

O ex-chanceler Celso Amorim adverte sobre os perigos do ataque ao multilateralismo, lembrando os anos 1930, quando a guerra tarifária contribuiu para a Grande Depressão e para o início da Segunda Guerra Mundial. O “tarifaço” de Trump não é uma política econômica racional, mas uma manifestação de desespero de uma potência em declínio, que nega as regras que impôs globalmente por décadas.

O historiador Francisco Teixeira destaca a hipocrisia do liberalismo econômico dos EUA, que prosperou no século 19 a partir de altas tarifas e subsídios, mas hoje critica práticas semelhantes em outros países. Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, agora reconhece que tarifas geram inflação e desemprego, uma ironia dada a prosperidade americana adquirida ao romper com essas normas. Teixeira aponta que o neoliberalismo pós-1991, assim como o protecionismo fascista, serviu a interesses imperiais, sem beneficiar as populações do Sul Global.

Diante desse contexto, a aproximação com a China e com os BRICS é vista como uma necessidade estratégica, não ideológica. Enquanto os EUA restringem seus mercados, a China se estabelece como o maior comprador de commodities brasileiras, como soja, minério de ferro e petróleo, além de demonstrar interesse em diversificar as exportações do Brasil e em transferir tecnologias.

Ao contrário das ofertas do FMI, que impõem condicionalidades, a China sugere investimentos em infraestrutura, como portos e ferrovias, essenciais para a reindustrialização do Brasil. Alinhar-se com a China e os BRICS pode permitir ao Brasil libertar-se da tutela de Washington, que historicamente tem sabota­do projetos nacionais, como os da Petrobras e da Embraer.

A China se destaca como líder na revolução tecnológica e energética do século 21, dominando setores essenciais como energias renováveis, veículos elétricos e inteligência artificial. Uma colaboração estreita com Pequim pode colocar o Brasil na linha de frente da transição ecológica, uma vez que a China controla 80% do mercado global de painéis solares e 60% das turbinas eólicas.

Parcerias com gigantes como a BYD poderiam impulsionar a indústria automotiva verde brasileira, enquanto empresas como Huawei e ZTE oferecem soluções em 5G e infraestrutura digital a preços competitivos, sem os entraves geopolíticos associados a empresas ocidentais.

A dependência dos EUA tem se revelado um projeto derrotado. Desde os desdobramentos da Operação Lava Jato até as pressões contra o 5G chinês, os EUA demonstraram ser um parceiro pouco confiável. Com uma dívida elevada de 130% do PIB e um cenário de polarização política, não oferecem a estabilidade necessária para investimentos de longo prazo.

A atualidade do mundo reflete uma transição histórica, onde a ordem neoliberal se esgota e o unilateralismo dos EUA acelera seu declínio. Tanto Amorim quanto Teixeira evidenciam que este é o momento oportuno para o Brasil aprofundar suas relações com a China, o que poderia ser um pilar na política externa nacional, aproveitando o vasto mercado consumidor chinês de 1,4 bilhão de pessoas e seus investimentos em setores estratégicos. Fortalecer os BRICS como uma alternativa ao G7 proporcionaria ao Brasil um papel ativo na reformulação da arquitetura financeira global. O país deve adotar uma postura pragmática e soberana, rejeitando tanto o fundamentalismo de mercado quanto as alianças automáticas.

A escolha é inequívoca: o Brasil pode optar por ser mero espectador do colapso da antiga ordem ou atuar como protagonista na construção de uma nova. A China oferece um trajeto viável para um Brasil industrializado, tecnológico e verdadeiramente soberano. Como advertiu Celso Amorim, a história é implacável com aqueles que, por razões ideológicas ou submissão, deixarem passar essa oportunidade singular. O futuro é reservado àqueles que têm a audácia de moldá-lo em momentos decisivos. As informações são do 247.

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Comércio do Brasil com BRICS atinge US$ 235 bilhões, recorde histórico

O comércio exterior do Brasil nos últimos 12 meses até março totalizou US$ 608 bilhões, o segundo maior valor da história, superado apenas pelo mesmo período até março de 2023, quando havia atingido US$ 610 bilhões.

Foram US$ 337 bilhões de exportação, mais US$ 271 bilhões de importação, perfazendo também um saldo comercial de US$ 66 bilhões.

Apenas para os países dos BRICS ampliado, hoje formado por 22 países (10 membros plenos, mais 12 não plenos), o comércio do Brasil totalizou US$ 235 bilhões nos últimos 12 meses até março, um recorde histórico.

Já o comércio com os EUA, que era superior a 20% no início dos anos 2000, passou a oscilar entre 13% e 14% nos últimos 20 anos.

*Com Cafezinho