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Aumento da inflação: Pela 27ª semana seguida, analistas preveem aumento da inflação

A inflação medida pelo índice de preços vem há mais de três meses, semana a semana, aumentando sua projeção. Isso significa a diminuição semanal do poder de compra dos trabalhadores.

Não é preciso fazer cálculo para afirmar que isso produz a queda na venda do varejo e, consequentemente do atacado, o que pressiona ainda mais a recessão. Além de dificultar o cálculo econômico, cria ineficiência do setor produtivo e o absoluto ambiente de incertezas, entre tantos outros efeitos nocivos, como o aumento da pobreza, da miséria, da forme, além de deixar sinais claros a investidores internacionais da fragilidade da economia brasileira.

Isso faz com que investimentos internacionais desapareçam do país e o desemprego que já apresenta índices alarmantes aumenta ainda mais.

Em outras palavras, a inflação faz com que a moeda brasileira perca o valor diante do dólar e afete o bolso do trabalhador e privilegia as contas de Paulo Guedes, Roberto Campos em paraísos fiscais, entre outros ricaços que aparecem na lista da Pandora Papers.

O mercado, aumentando a projeção da inflação deste ano e para 2022, a taxa de juros também entrará numa espiral de crescimento.

Na semana passada o Brasil estava num atoleiro, nesta semana afundou um tanto mais e projeta para a próxima coisa ainda pior.

O que isso quer dizer? Que o governo Bolsonaro é uma tragédia econômica, sanitária e política que piora a cada semana.

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O abnegado Guedes diz que offshore não está no nome dele, mas de sua mulher

Em evento patrocinado pelo Itaú, Guedes diz que esse escândalo é caso superado e que, ao contrário do que dizem as más línguas, o abnegadíssimo ministro da Economia, só perdeu dinheiro durante o governo Bolsonaro.

Seus advogados apresentaram documento assinado por representantes da Trident Trust, agente financeira com contas nas Ilhas Britânicas, mostrando que Guedes deixou a direção da tal Dreadnoughts International Group Limited em 21 de dezembro de 2018, dias antes de assumir o mandato no governo.

Por um lapso, o distraído Guedes esqueceu de mencionar, por exemplo, que tanto a filha quanto a esposa, Maria Cristina Bolivar Guedes, seguem sendo sócias da empresa.

Paulo Guedes exalta, num autoelogio, o significado desse tipo de operação, “não há qualquer conflito de interesses, é tudo legal e declarado, o resto é barulho”.

Ou seja, esse homem se sacrifica desinteressadamente em prol dos brasileiros. Ele teve a nobre atitude de renunciar à direção de sua offshore recusando qualquer vantagem especulativa e sacrificando seus próprios negócios e interesses em nome de um princípio quase bíblico de se posicionar sempre de forma altruísta em nome do interesse coletivo.

Esse desapego, essa generosidade toda é coisa mesmo de banqueiro, agiota e outros servos da vontade divina. A função de um banqueiro no mundo é ajudar o próximo, cobrando módicos juros para não prejudicar o irmão.

Esse homem ainda vai abrir uma igreja em sociedade com Edir Macedo ou Malafaia. O sujeito é um caridoso inato.

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Dispara o preço da gasolina e do gás de cozinha: Petrobras anuncia aumento de 7,2%

Estatal diz que altas compensam parcialmente alta das cotações internacionais e dólar.

A Petrobras anunciou nesta sexta (8) aumentos de 7,2% nos preços da gasolina e do gás de cozinha em suas refinarias. O preço do óleo diesel, que foi reajustado na semana passada, permanecerá estável.

Segundo a estatal, o litro da gasolina vendida por suas refinarias passará de R$ 2,78 para R$ 2,98, um reajuste médio de R$ 0,20. Em nota, a empresa destacou que é o primeiro aumento em 58 dias.

Já o quilo do gás de cozinha passará de R$ 3,60 para R$ 3,86, alta de R$ 0,26. Assim, os 13 quilos necessários para encher um botijão custarão na refinaria o equivalente a R$ 50,15.

O preço do gás de cozinha nas refinarias da estatal ficou 95 dias sem reajustes, embora as cotações internacionais tenham disparado com o aumento da demanda na Europa.

Segundo a estatal, os reajustes “refletem parte da elevação nos patamares internacionais de preços de petróleo, impactados pela oferta limitada frente ao crescimento da demanda mundial, e da taxa de câmbio, dado o fortalecimento do dólar em âmbito global”.

Em comunicados sobre os reajustes, a companhia defende que a variação dos preços é importante “para garantir que o mercado siga sendo suprido em bases econômicas e sem riscos de desabastecimento pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras”.

Na semana passada, a estatal subiu o preço do diesel em 8,9%, no primeiro reajuste depois de 85 dias.

A escalada dos preços dos combustíveis é um dos principais fatores de pressão sobre a inflação brasileira, que em setembro acelerou para 1,16%, a maior alta para o mês desde o início do Plano Real.

Com a forte elevação, o IPCA também quebrou a barreira simbólica dos dois dígitos no acumulado de 12 meses. Nesse período, a alta chegou a 10,25%.

*Com informações do Uol

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O Brasil tem a maior taxa de inflação para o mês de setembro desde 1994

Lógico que a inflação real, sobretudo a dos alimentos, é imensamente maior do que registra o IPCA, que já mostra uma inflação oficial de 1,16% em setembro, atingindo 10,25% em 12 meses.

Certamente, essa inflação calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor, considerada a inflação oficial do país, flagra uma aceleração que salta de 0,87% em agosto para 1,16 em setembro.

Claro que a sensação térmica no bolso do brasileiro é infinitamente maior do que essa do IBGE. E isso pode ser constatado no caixa do supermercado na hora em que o brasileiro passa com sua compra cada vez menor, pagando na soma total um preço que não tem graça comentar, tal o despudor que essa obra prima de Paulo Guedes produziu nesse país.

Por isso, hoje, os que apoiam Bolsonaro só poderiam ser ricos, remediados idiotizados ou pobres malucos de pedra.

Mas é bom lembrar que a política econômica que gerou essa tragédia vem da cartilha aprofundada do PSDB, dos tucanos, mais precisamente da bíblia neoliberal nativa escrita por FHC, que tem apoio de seus principais súditos no baronato midiático do Brasil.

Mirians e Sardenbergs são meros porta-vozes da boa nova que produz a imagem do milho, do cavalo e da placa definitiva, “a melhora acontecerá amanhã”.

Ou seja, o Brasil está no meio de uma tempestade perfeita que soma desemprego, fome, miséria, empobrecimento da população e inflação galopante, desenfreada, com caixa para ampliar ainda mais sua voracidade.

Isso acontece no Brasil oficial, porque no Brasil real já convivemos com uma autofagia compulsória em função da hiperinflação dos alimentos.

Mas se oficialmente, o índice de inflação de setembro representa a maior taxa desde 1994, é porque nem as pirotecnias que muitas vezes maquiam a realidade, não conseguem substituir essa crueldade contra a população por qualquer retórica.

E assim tem-se uma dimensão da hecatombe política, econômica e social que o Brasil amarga, produzidas, sobretudo, por dois golpes de Estado, um contra a presidenta Dilma e, outra preventiva contra Lula, condenado e preso sem qualquer crime para não permitir que ele vencesse a eleição e voltasse à presidência em 2018.

É fundamental que se tenha em mente essas duas questões que balizam a realidade do país, a causa e o efeito.

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ANP leiloa 92 blocos de petróleo, incluindo área próxima a Fernando de Noronha; entenda o escândalo contra o patrimônio do povo

A Agência Nacional de Petróleo (ANP) realiza nesta quinta-feira, 7, o leilão da 17,ª Rodada de Petróleo. Serão oferecidos pela agência 92 blocos de exploração marítima de petróleo, em diversas áreas do litoral brasileiro, dois anos depois de realizado o último leilão do mesmo tipo.

Diversas polêmicas ambientais envolvem parte dessas ofertas, devido à proximidade – e, em alguns casos, sobreposição efetiva – de bloco com áreas extremamente sensíveis de preservação ambiental. A principal queixa de pesquisadores, cientistas, acadêmicos e organizações ambientais especializadas no assunto está concentrada nos blocos da chamada Bacia Potiguar, no Nordeste do País.

É dentro dessa bacia que está a chamada Cadeia de Fernando de Noronha, área formada por uma sequência de montes submarinos que se conectam no litoral e que dão vida ao arquipélago de Fernando Noronha e à reserva biológica Atol das Rocas. Não se trata, meramente, de haver proximidade com os montes submarinos de Noronha. Há poços de perfuração previstos justamente em cima dessa cadeia de montes.

O Estadão teve acesso a um estudo técnico realizado por pesquisadores e professores do Departamento de Oceanografia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IO-USP). Os especialistas, que estudam há anos toda a região, se debruçaram sobre os dados técnicos dos blocos que serão oferecidos pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Esse estudo mostra que, entre os 92 blocos que a ANP vai ofertar para exploração de grandes petroleiras, há blocos com impacto direto em três montes submarinos da cadeia de Fernando de Noronha. São os chamados bancos Guará, Sirius e Touros. Os estudos revelam que dois desses blocos atingem diretamente cerca de 50% da área da base do monte Sirius e 65% de seu topo.

Do fundo do mar, o Sirius avança sentido à superfície e chega a ficar a apenas 54 metros abaixo do nível do mar. Trata-se, portanto, de uma área extremamente rasa. O mesmo impacto direto foi identificado sobre os bancos Guará e Touros.

Localizado na região oeste da cadeia de Noronha, o Sirius é o banco mais importante para manter a ligação dos ecossistemas oceânicos da região Nordeste. Entre ele e o arquipélago de Noronha está localizado o Atol das Rocas. Dada a sua importância ecológica, o Atol se tornou, ainda em 1979, a primeira unidade de conservação marinha do Brasil.

Hoje, o Atol das Rocas é classificado como uma reserva biológica, com os mesmos critérios de conservação adotados em reservas como o Parque Nacional Marinho dos Abrolhos (1983) e o Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha em (1988), que no ano seguinte teve as áreas do arquipélago e de seu entorno decretadas como Área de Proteção Ambiental.

Os montes oceânicos são formações geológicas que costumam ser resultado de atividades vulcânicas que acontecem no leito oceânico. Normalmente, esses montes surgem em áreas de limites das placas da crosta e suas “fraturas”. Dessas estruturas, os montes emergem de profundidades entre 1 mil e 5 mil metros, chegando até poucas dezenas de metros do nível do mar e, por vezes aflorando na superfície marinha, formando ilhas e bancos oceânicos. É o que ocorre com o arquipélago de Fernando de Noronha e o Atol das Rocas, as únicas áreas dessa mesma formação que se sobressaem da água.

Os pesquisadores afirmam que a melhor alternativa para preservar a região seria retirar ao menos esses blocos das ofertas do leilão, devido aos impactos ambientais já sabidos que atividades rotineiras de exploração de óleo e gás podem causar durante cada uma de fases de exploração, produção, transporte e desmonte das plataformas.

A ANP nega irregularidades na oferta dos blocos. Questionada sobre o assunto pela reportagem, a agência declarou que “não foram identificadas pelos ministérios envolvidos (Meio Ambiente e Minas e Energia) restrições à oferta dos 14 blocos exploratórios na Bacia Potiguar”.

Ocorre que o próprio Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio), em nota técnica de janeiro de 2020, avaliou o plano e declarou que considerava “temerária” a oferta dos blocos no leilão, tendo em vista que nas áreas existem 61 espécies ameaçadas de extinção, sendo 23% criticamente em perigo, 18% em perigo e 59% consideradas vulneráveis.

“Considerando os impactos da propagação por longas distâncias de ondas sísmicas, a grande mobilidade de algumas espécies marinhas, a ação das correntes marítimas sobre a propagação do óleo e o histórico de invasão de espécies exóticas associadas às atividades de exploração de petróleo e gás, torna-se temerária a inclusão dos blocos exploratórios da Bacia Potiguar devido a sua proximidade à Reserva Biológica do Atol das Rocas e ao Parque Nacional Fernando de Noronha. Tanto as atividades exploratórias quanto um evento acidental podem trazer danos irreparáveis a diversidade biológica desses ecossistemas”, afirma o documento do ICMBio.

Nove empresas tinham se inscrito para participar da 17ª Rodada. Além da Petrobras, a lista inclui 3R Petroleum, Chevron, Shell, Total Energies EP, Ecopetrol, Murphy Exploration & Production Company, Karoon Petróleo e Gás e Wintershall Dea.
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Ao menos quatro ações civis públicas já foram protocoladas na Justiça, em diferentes Estados, como Pernambuco, Santa Catarina e Rio Grande do Norte, na tentativa de barrar essas ofertas incluídas pela ANP no próximo leilão de exploração marítima. Um abaixo-assinado organizado pela Change.org já soma mais de 137 mil assinaturas contra a realização do leilão.

Entre as ações judiciais movidas contra a oferta dos blocos está a ACP baleia azul. Segundo nota técnica elaborada pelo Instituto Internacional Arayara, a inclusão das bacias Potiguar, Pelotas, Campos e Santos na 17ª rodada do leilão atinge, diretamente, locais onde a Baleia Azul e outras dezenas de espécies em extinção têm seu lar.

O oceanógrafo Fabrício Gandini Caldeira, do Instituto Maramar para a Gestão Responsável dos Ambientes Costeiros e Marinhos, alerta que “fica evidente a necessidade de fortalecimento de instrumentos de planejamento para o Ministério do Meio Ambiente”. Ele alerta ainda que a atual configuração e teor dos pareceres técnicos ambientais não conferem a segurança jurídica necessária.

“Diante do teor dos pareceres para a 17a Rodada, fica evidente que tanto a Bacia Potiguar como a Bacia de Pelotas não poderiam ser ofertadas por não possuir consistência técnica nos respectivos pareceres”, afirma. Há previsão normativa em Portaria Interministerial que trata de diagnóstico socioambiental das bacias sedimentares, avaliação de políticas públicas e identificação de potenciais impactos socioambientais, cujo conjunto de análise visa aumentar a segurança e previsibilidade do processo de licenciamento ambiental.”

O especialista chama a atenção ainda para um inquérito civil e investigação do Ministério Público Federal sobre suposta omissão do governo federal em realizar os estudos previstos, de modo a poupar investimentos que não venha a se concretizar, diante de potencial inviabilidade ambiental dos blocos.

“Não restam dúvidas que o Brasil demanda de uma análise prévia, que vise atacar a inteligência do processo, ou estaremos sempre colocando o ônus dessa falta de planejamento aos investidores”, afirma Caldeira.

*Estadão Conteúdo

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Ações do Whatsapp e Facebook caem 5% com queda que já dura 5 horas.

Investidores batem em retirada das ações do Facebook, nos EUA, devido à queda inédita do sistema que já dura 5 horas.

O tempo recorde fora ar de todos os sistemas da empresa, incluindo, o Whatsapp e o Instagram, provocam uma queda de 5% nas ações da empresa, na Nasdaq.

Quanto mais tempo o Face permanecer fora do ar, maior será a desconfiança em empresas de tecnologia.

No Brasil, Bolsa tem queda de 2,22% e dólar chega a R$ 5,45.

Papéis do Facebook negociados nos EUA fecharam o pregão com queda da ordem de 5%, na maior baixa diária desde 20 de outubro de 2020.

Em um dia de forte instabilidade nas redes sociais de Mark Zuckerberg, como Instagram, Facebook e WhatsApp, as ações do Facebook negociadas na bolsa de Nova York (Nasdaq), fecharam o pregão desta segunda-feira (4) em queda de 4,89%, a US$ 326,23, na maior baixa diária desde 20 de outubro de 2020, quando os papéis tiveram baixa de 6,3%.

A baixa acontece após alegações de uma ex-cientista de dados do Facebook, Frances Haugen, de que a rede de mídia social tem colocado o lucro antes da segurança dos usuários.

Durante programa na rede americana CNBC, Haugen alegou que a gigante da mídia social tem enganado os investidores sobre como tem lidado com o discurso de ódio e desinformação em sua plataforma.

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Como o maior escritório de advocacia dos EUA cria offshores para Apple, fabricante de armas e políticos

Baker McKenzie, pioneiro na evasão fiscal de empresas, trabalha para magnatas, fabricantes de armas e regimes autoritários.

Metrópoles – Quando bilionários, multinacionais e pessoas ligadas à política querem esconder bens ou evadir impostos, é comum que procurem o Baker McKenzie, um grande e poderoso escritório sediado em Chicago que se tornou o maior dos Estados Unidos. Com 4.700 advogados em 46 países e receita de US$ 2,9 bilhões, o Baker McKenzie se autodescreve como “o verdadeiro escritório global de advocacia”. Ele está entre uma dúzia de escritórios dos EUA e do Reino Unido que estabeleceram grandes redes internacionais e transformaram a advocacia.

Os documentos do Pandora Papers, investigação global conduzida pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos e que o Metrópoles integra e publica desde domingo (3/10), o Baker McKenzie é arquiteto e pilar de uma economia clandestina, frequentemente chamada de “offshore”, que beneficia os ricos à custa de tesouros nacionais e do bolso dos cidadãos comuns.

Os papéis mostram que o Baker McKenzie ajudou multinacionais e ricos a evitar impostos e o escrutínio público pelo uso de empresas de fachada, fundos fiduciários e estruturas complexas em paraísos fiscais. Esses meios, cobertos de sigilo, escondem vastas riquezas — imóveis, iates, ações e dinheiro, às vezes de origem obscura.

Entre seus clientes: pessoas e companhias ligadas à corrupção política, práticas comerciais fraudulentas e regimes autoritários.

Jho Low, um assessor de Najib Razak, então primeiro-ministro da Malásia, fez uso extensivo de filiais do Baker McKenzie. Low atualmente está foragido, acusado de ser o cérebro de um esquema de desvio de bilhões de dólares de um fundo de investimento público. Ele é procurado na Malásia, nos Estados Unidos e em Cingapura.

A Rostec, a fabricante russa de armas que vendeu suas ações de uma mina na Mongólia, está entre uma dúzia de empresas controladas pelo Estado russo que fez contratos com o Baker McKenzie enquanto enfrentava sanções internacionais.

Já a Apple, que buscou ajuda do Baker McKenzie para encontrar um paraíso fiscal, se tornou o retrato internacional da evasão fiscal offshore por empresas.

O ICIJ descobriu que o Baker McKenzie participou do registro de mais de 440 companhias offshore em paraísos fiscais, conectando clientes com provedores de serviços offshore. Ele aconselhou dezenas de gigantes corporativos em manobras fiscais e offshore. O escritório faz lobby por eles em Washington e outras capitais e os defende se questionados pelas autoridades.
Os documentos vazados revelam que o escritório de advocacia ajudou a organizar empresas de fachada no Chipre para a gigante de alimentos e tabaco RJR Nabisco. Para a Nike, ajudou a criar um abrigo fiscal holandês. De acordo com uma ação judicial do governo dos Estados Unidos, seus advogados ajudaram o Facebook a levar bilhões de dólares em lucros para a Irlanda, onde a tributação é baixa.

Em uma série de declarações escritas ao ICIJ, o Baker McKenzie afirmou que procura oferecer os melhores conselhos legais e fiscais para ajudar seus clientes a navegar um conjunto de regras globais “altamente complexas, em constante evolução e frequentemente conflitantes”.

“Transparência e prestação de contas são elementos essenciais nesse assessoramento”, afirma o porta-voz do escritório, John McGuinness. “Nós nos esforçamos para garantir que nossos clientes sigam tanto a lei quanto as melhores práticas.”

O Baker McKenzie não respondeu diretamente a diversas perguntas sobre seu papel na economia offshore ou por que seu nome aparece com tanta frequência em documentos de prestadores de serviços offshore. O porta-voz McGuiness disse que o escritório costuma encaminhar clientes ou questões legais para outros escritórios de advocacia e prestadores de serviço em jurisdições onde não possuem escritórios.

Pouco tempo depois da abertura do escritório de Hong Kong, em 1974, diversos advogados seniores do Baker McKenzie criaram duas subsidiárias que alimentaram o então recente mercado de evasão fiscal e ocultação de bens na ilha. Os sócios John Connor e Robert Pick formaram a B. & McK. Custodians Ltd., cuja missão era ajudar a criar e administrar empresas dentro e fora de Hong Kong. Dois anos e meio depois, George Forrai, um colega, ajudou a criar a B. & McK. Nominees Ltd., instalada na sede do escritório de advocacia em Hong Kong. Os afiliados providenciaram substitutos, conhecidos em inglês como nominees, o equivalente em português a testa de ferro, para atuar como diretores e acionistas da empresa.

A B. & McK. Nominees forneceu diretores, acionistas e secretários para centenas de companhias e empresários em Hong Kong, incluindo o sócio de Zeman na indústria do vestuário, Bruce Rockowitz, e gigantes do mundo corporativo como Nike e Apple.

Nem a Nike nem a Apple responderam às perguntas sobre o porquê de terem usado os serviços os serviços de “nominees” do Baker McKenzie em Hong Kong. A Nike disse em um pronunciamento que segue todas as regras locais. A Apple declarou ser “a maior pagadora de impostos do mundo”. Rockowitz não respondeu aos pedidos de comentário.

O Baker McKenzie afirmou que “às vezes” fornece acionistas indicados para multinacionais que não têm equipe jurídica local.

Como chefe da divisão norte-americana de gestão de fortunas do Baker McKenzie, Simon P. Beck é um palestrante muito procurado.

Advogado, consultor tributário e especialista em trusts, Beck costuma dar palestras em conferências e eventos de treinamento, alguns em hotéis cinco estrelas. Entre os assuntos que aborda, estão o uso de trustes e instrumentos offshore para proteger clientes de credores e maneiras de manter ativos fora do alcance de familiares e ex-cônjuges “perdulários ou hostis”.

Embora viva em Nova York, Beck também integra a equipe de especialistas em impostos e trustes do Baker Mckenzie, que orienta algumas das pessoas mais ricas do mundo sobre como proteger suas fortunas. Conforme revelam os Pandora Papers, frequentemente a solução é escondê-los em uma empresa de fachada ou truste estabelecido em um paraíso fiscal.

De suas salas no 17º andar, a uma quadra da baía de Biscayne, o escritório de Miami administrou dezenas de empresas anônimas e fundos para clientes estrangeiros.
Os clientes usavam entidades offshore para manter artigos de luxo, imóveis e investimentos, apontam os documentos vazados. O Baker McKenzie apresentou clientes a provedores de serviços offshore, aconselhou-os sobre questões fiscais, manteve registros no exterior, forneceu atendimento em due diligence, escreveu cartas de referência e muito mais, de acordo com a análise dos documentos confidenciais feita pelo ICIJ.

Frequentemente, eles delegavam trabalho a prestadores de serviços especializados em criar empresas de fachada, como a Trident Trust.

O coproprietário do Ottawa Redblacks, time da Liga Canadense de Futebol, foi um dos clientes – ele buscava “proteção” dos impostos imobiliários dos EUA. Outro foi um executivo peruano investigado por corrupção no escândalo da Odebrecht. Há ainda a mãe de 100 anos de um sonegador de impostos condenado por fraude fiscal e lavagem de dinheiro.

próprio Beck cuidou do caso de Thais Neves Birmann, ex-esposa de Daniel Birmann, um ex-investidor, banqueiro e acionista de uma das maiores empresas de munição da América Latina.

Em 2005, as autoridades brasileiras multaram Daniel Birmann em cerca de US$ 90 milhões por lucrar indevidamente com a reestruturação da fabricante de eletrônicos SAM Indústrias S.A. À época, havia sido a maior multa já aplicada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) do Brasil. Birmann declarou falência e supostamente ocultou bens ao transferi-los para familiares, entre eles Thais.

Uma década depois, com o processo de falência ainda em andamento, as autoridades brasileiras apreenderam um iate de US$ 20 milhões que, de acordo com elas, Birmann possuía secretamente por meio de uma empresa de fachada constituída na Ilha de Man. A CVM pediu à Justiça permissão para penhorar o iate e receber a multa de US$ 90 milhões. Em abril de 2016, solicitou autorização para confiscar outros ativos não revelados, incluindo quase US$ 4,6 milhões em empréstimos não pagos que Birmann tomou para sua ex-mulher e outros parentes.

Meses depois, em julho de 2017, o Baker McKenzie e a Trident Trust criaram uma empresa chamada Waymoore Partners, que tinha Thais Neves Birmann como proprietária. A companhia era dona de uma casa de cinco quartos em Miami Beach, avaliada em US$ 1,87 milhão.

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Economia

O pior ainda vem: A estagflação que assusta o Brasil

A retomada pós-coronavírus no mundo pode ser muito menos sólida do que parecia. E no Brasil, os problemas vêm em dobro.

Nada está tão ruim que não possa piorar. O ditado popular foi usado pelo presidente Jair Bolsonaro na semana passada, ao falar sobre os preços do dólar e da gasolina. Pois um grupo grande de economistas já começa a apostar que o que está ruim pode mesmo piorar: o Brasil corre o risco de ingressar em um cenário de estagflação, a combinação perversa entre estagnação do crescimento econômico, desemprego e inflação alta.

Por ora, é apenas um risco. O cenário atual é ruim, mas não chega perto dos anos 1970, que tiveram a última crise oficial de estagflação globalmente — abrindo caminho para a “década perdida” e a hiperinflação nos anos 1980 no Brasil. Mas a deterioração das expectativas é uma realidade.

“Os sinais correntes ainda são de recuperação, mas só porque o tombo de 2020 foi muito grande. Todas as projeções já estão caminhando para baixo”, diz o economista André Biancarelli, diretor do Instituto de Economia da Unicamp.

Além da inflação na casa dos 10%, já se projeta que o Produto Interno Bruto (PIB), após cair 0,1% no segundo trimestre, pode ficar novamente perto de zero no terceiro. No ano, a mediana dos analistas do boletim Focus estima alta do PIB em cerca de 5%, após queda de 4,1% em 2020. Para 2022, a projeção caiu para 2%, mas uma série de bancos e casas de análise já apostam em crescimento em menos de 1%.

O termo estagflação foi cunhado em 1965, citado primeiro pelo ex-ministro britânico Iain Macleod, do Partido Conservador. Em um discurso no Parlamento, Mcleod estreou a palavra em inglês stagflation. “Temos agora o pior dos dois mundos: não só inflação de um lado ou estagnação do outro, mas os dois juntos”, disse.

Consolidava-se ali um dos primeiros questionamentos a uma posição até então tradicional da teoria econômica, a de que não haveria inflação alta em cenário de atividade fraca. Se ninguém está comprando tanto por falta de renda, como podem os preços estar subindo?

Mesmo hoje, manuais de economia ainda reforçam a existência de um chamado tradeoff, uma escolha, entre emprego e inflação: quando o desemprego está baixo, pode haver uma alta indesejada da inflação.

O problema, para o Reino Unido de Macleod ou para o Brasil de 2021, é que a inflação começou a aparecer mesmo com a atividade econômica não tão aquecida quanto se gostaria.

No Brasil, com fatores como a crise hídrica e o dólar alto, a inflação voltou oficialmente a dois dígitos e o país teve o pior mês de setembro desde 1994, ano de lançamento do Plano Real.

Grupos com maiores altas até setembro no IPCA-15, prévia da inflação medida pelo IBGE (Arte/via Flourish/Exame)

A expectativa para 2022 é que a inflação volte a cair diante da combinação entre atividade econômica fraca e alta dos juros promovida pelo Banco Central — com a taxa Selic podendo fechar o ano em mais de 8%, após ter começado 2021 em 2,25%. Mas um cenário nebuloso, e não impossível, seria de crescimento perto de zero no ano que vem e a inflação não caindo na velocidade esperada.

Um desafio é o câmbio, um dos principais responsáveis pela inflação brasileira. O dólar deve seguir acima de 5 reais (ou mais) em 2022, elevando os custos de produção em quase todos os setores e o preço para o consumidor.

A cereja do bolo para um potencial risco de estagflação é o desemprego, que chegou a recorde de 15% durante a pandemia. Embora a taxa tenha começado a cair com alguma retomada nas vagas informais e possa ficar abaixo de 13% no ano que vem, não há sinais de que irá além disso tão cedo.

A crise atual é diferente da de 2015, quando a inflação também chegou aos dois dígitos, mas com desemprego menor. Nos anos seguintes, quando o desemprego subiu e a economia desacelerou, a inflação também caiu, seguindo uma trajetória mais natural, ao contrário do que ocorre agora.

“A expectativa é que a inflação arrefeça no ano que vem. Mas o desemprego não deve sair dos dois dígitos antes de 2023 ou 2024”, afirma João Leal, da gestora de investimentos Rio Bravo. O economista não acredita, no entanto, que o Brasil e o mundo já estejam perto de estagflação. “Ainda estamos em um cenário um pouco distante dos dois termos que a palavra diz.”
Estagflação global?

O Brasil tem características particulares e uma inflação que muitas vezes foge às regras tradicionais. Mas parte desse debate acontece também no resto do mundo pós-pandemia. Em meio ao choque de oferta com a covid-19 e os pacotes de estímulo governamentais, a estagflação voltou ao vocabulário dos economistas lá fora.

A inflação nos EUA superou 5% neste ano, em vez dos 2% de antes da pandemia. Na Europa, preços avançam em setores como alimentos e energia, ao mesmo tempo em que os problemas de oferta ficam escancarados nas imagens de prateleiras vazias que viraram rotina no Reino Unido.

*Com informações da Exame

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Petrobras volta ao centro das preocupações

Mais uma vez, a Petrobras volta ao centro dos noticiários. Ao que tudo indica, o arsenal de maldades ou de trapalhadas desse governo, também nesse quesito, parece não ter fim. A cada dia ou cada nova semana, a empresa volta ao foco das preocupações de boa parte da sociedade brasileira.

A manchete do momento diz respeito a mais um reajuste a ser promovido pela direção da estatal no preço de venda do óleo diesel em suas refinarias. De uma tacada só, o valor foi reajustado em quase 9%, saindo dos atuais R$ 2,81 para R$ 3,06 a cada litro. Os impactos derivados de tal decisão tecnocrática e de forte viés financista se farão sentir de forma praticamente horizontal pelo conjunto dos setores de nossa economia. Os custos serão imediatamente repassados pelos distribuidores de combustíveis para as empresas de transportes, para os caminhoneiros e para os consumidores finais, com consequências diretas e inescapáveis sobre quase todos os agentes econômicos em nossa sociedade.

Não bastassem as dificuldades por que passamos todos com a crise atual – o desemprego, a alta da SELIC e os altos índices de inflação – pois a partir de agora seremos todos obrigados a conviver com mais essa medida completamente desnecessária. Enfim, ao menos deveria ser encarada assim se estivéssemos frente a um governo que levasse em consideração os verdadeiros interesses nacionais em suas decisões de política econômica e energética.

Política de reajustes começou com Temer

O que está por trás de cada uma das inúmeras elevações nos preços dos derivados de petróleo oferecidos pela Petrobras na saída de suas refinarias tem suas raízes ainda no governo Temer & Meirelles, logo depois do golpe que levou ao impedimento de Dilma Roussef em 2016. Naquele momento, a decisão adotada foi de romper com o suposto “passado intervencionista” da política de preços administrados e estabelecer uma moderna “política de mercado” para os produtos refinados. A ideia genial foi de atrelar os preços da estatal às variações observadas no mercado internacional do óleo bruto em dólar. Uma loucura! Assim, passamos a estar diretamente subordinados a variações externas à nossa vontade ou realidade, tais como as especulações na cotação do barril de petróleo nas reuniões da OPEP, nas variações no mercado globalizado das “commodities” ou nas desvalorizações do real frente às moedas estrangeiras.

A orientação naquele momento foi uma grave e deliberada reversão na direção da de uma maior autonomia na extração do óleo e na capacidade de refino no Brasil. O projeto nacional vigente até então era o de reduzir, para não dizer eliminar, nossa dependência com relação ao “fator petróleo” frente ao resto do mundo. Lembremos que em 2006, a condição de autossuficiência já havia sido alcançada durante a gestão do Presidente Lula, quando em 2006 simbolicamente foi inaugurada a plataforma P-50. Alguns anos mais tarde, em 2010, tem início também as operações nas reservas do Pré Sal. Tratava-se de uma estratégia para evitar que os preços internos dos derivados fossem determinados pelos fatores externos.

No entanto, todo esse movimento foi abortado a partir de 2016. Além disso, a orientação do governo foi de promover a redução da capacidade de refino interna no Brasil e elevar o coeficiente de importação dos produtos refinados. Para tanto, a Petrobras passou a exportar mais óleo bruto e comprar em maior quantidade os derivados no mercado internacional. Tudo isso com a argumentação falaciosa de que tais medidas promoveriam uma redução de custos para o consumidor brasileiro.

A vitória de Bolsonaro e a chegada do superministro da economia não alteraram em nada tal determinação. Muito pelo contrário, Paulo Guedes terminou por reforçar estas e outras sandices liberaloides na esfera da política econômica. A preocupação toda era a de agradar ao coração e às mentes do financismo, mantendo o discurso doutrinário de apego irracional ao doutrinarismo da ortodoxia. Tudo contra o Estado, sempre em defesa do mercado.

A evolução dos preços do diesel desde a posse de Bolsonaro está retratada no gráfico abaixo.

Preço óleo diesel nas refinarias Petrobras (R$/litro) – 2019/2021

Para além das questões associadas à defesa de um modelo tão irracional quanto disfuncional para nosso País, o fato é que esse percurso dos preços do diesel tem provocado fissuras e irritações no próprio campo conservador, desagradando a setores que tanto contribuíram para a chegada do ex deputado federal do baixo clero ao Palácio do Planalto. Uma das categorias que mais tem reagido a tais medidas são os caminhoneiros, que passaram inclusive a ameaçar com novas paralisações nacionais.

É importante registrar que o atual presidente da Petrobras é o General Luna e Silva, militar da reserva e que havia sido nomeado por Temer como o primeiro militar a ocupar o posto de Ministro da Defesa. No início do atual governo, ocupou o cargo de Presidente da Itaipu Binacional. Na sequência, ele foi nomeado por Bolsonaro para o Petrobras em abril deste ano, em razão de um suposto descontentamento do presidente com os reajustes que já vinham sendo praticados nos preços dos combustíveis da estatal. Ele foi indicado para substituir Roberto Castello Branco, que havia assumido o cargo desde o início do governo, por indicação de Paulo Guedes. Ambos têm um passado comum na formação em economia, tanto na FGV/RJ como na Universidade de Chicago. A ver como será feita a cobrança do ex capitão para com um superior na hierarquia do “seu” Exército.

Críticas nas próprias Forças Armadas.

As cobranças públicas têm se tornado cada vez mais frequentes, em especial no interior das próprias Forças Armadas. As acusações dirigidas a Luna e Silva partem inclusive de publicações de associações de reservistas, que se mostram indignados com a postura do general no comando da estatal. Uma das críticas mais recorrentes referem-se aos salários espetaculares pagos ao mesmo, que seriam superiores a 230 mil reais. Realmente, um escândalo para um governo que mantém no discurso da austeridade seu mote mais repetido e que se agarra como pode na Reforma Administrativa, sempre com o argumento surrado de acabar com “privilégios”.

A pergunta mais instigante é por que Bolsonaro ainda insiste com essa maluquice? Afinal, sua popularidade desce ladeira abaixo a cada nova pesquisa e os efeitos de tais aumentos dos combustíveis em nada contribuem para seus intentos de buscar a reeleição. Na verdade, a oposição a quaisquer mudanças na atual política de preços dos combustíveis tem origem nos interesses do sistema financeiro e na oposição sistemática de Paulo Guedes a qualquer tipo de alteração que se assemelhe a uma possível intervenção governamental no setor.

Por um lado, isso poderia significar algum tipo de redução nos lucros da empresa, com as repercussões consideradas negativas no mercado das Bolsas de Valores, aqui dentro e no exterior. Por outro lado, algum tipo de mudança necessária na política de reajustes dos combustíveis poderia ser absorvido pelo próprio governo, por meio da assunção de tal diferença pela contabilidade do Tesouro Nacional. Em qualquer um dos casos, no entanto, o superministro seria obrigado a engolir mais uma derrota interna. E nessa queda de braço, ao menos por enquanto, Bolsonaro tem evitado expor um confronto aberto.

Porém, se existe alguma racionalidade nas decisões de governo, parece claro que os reajustes se apresentam como uma pedra no sapato do capitão. Aguardemos para ver como ele definirá uma solução que preserve o seu Ministro da Economia e reduza os efeitos deletérios de tais aumentos dos preços para seu projeto de permanecer no governo a partir de janeiro de 2023. Convenhamos que se trata de uma missão bastante difícil – quase impossível, eu diria.

*Paulo Kliass/Carta Maior

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Bolsa despenca e dólar sobe com mercados afundando nos EUA

Expectativa de elevação de juros ganha força com pressão inflacionária.

A Bolsa de Valores brasileira caiu 3,05%, a 110.123 pontos, e o dólar subiu 0,87%, a R$ 5,4260 nesta terça-feira (28), em um dia marcado por fortes baixas nos mercados de ações do exterior devido à expectativa de inflação e consequente elevação de juros nos Estados Unidos.

Em Wall Street, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq fecharam com quedas de 1,63%, 2,04% e 2,83%, respectivamente.

A tempestade nas bolsas está relacionada à busca dos investidores por ganhos com títulos do Tesouro dos Estados Unidos devido à expectativa de confirmação de que o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) elevará os juros básicos e reduzirá suas compras de ativos realizadas para estimular a economia no período mais grave da pandemia.

Os títulos do Tesouro dos Estados Unidos atingiram o maior valor em meses e estão atraindo investidores que passaram a abandonar o mercado de ações, principalmente quanto aos papéis de empresas de tecnologia que compõem o Nasdaq, segundo o Wall Street Journal.

A inflação é uma preocupação mundial devido a um cenário de elevação do preço das commodities.

O petróleo está no centro do problema. O barril do Brent, referência para o setor petrolífero, atingiu US$ 80,75 (R$ 437,71) na abertura do mercado, o maior valor desde 16 de outubro de 2018, segundo dados da Bloomberg. Ao final do dia, a commodity recuou 1,19%, a US$ 78,58 (R$ 425,95), após cinco altas consecutivas.

A elevação da commodity é um dos fatores de inflação global e, no caso específico dos Estados Unidos, a alta no custo de vida pode confirmar a elevação dos juros básicos a partir de 2022. Um dos reflexos disso para o Brasil é a valorização do dólar frente ao real, com reflexos na inflação e nos juros brasileiros.

“Estamos vendo esse aumento da expectativa de juros por lá muito por conta de um
dólar se fortalecendo frente a moedas emergentes e pela alta das commodities”, diz Pietra Guerra, especialista em ações da Clear Corretora.

“Esses dois fatores combinados refletem na subida da inflação e, com isso, pode ser que o Fed tenha que subir os juros da taxa básica para contê-la”, analisa.

No Brasil, que tem na Petrobras uma das mais importantes empresas do seu mercado de ações, a alta tem efeito ambíguo.

À primeira vista, a elevação da commodity beneficia o mercado acionário brasileiro porque impulsiona as ações da Petrobras. Mas a alta também pressiona os preços dos combustíveis, com reflexos na inflação e na pressão política para que o governo interfira nos preços praticados pela estatal.

Nesta terça (28), a Petrobras anunciou aumento de 8,9% no preço do diesel em suas refinarias, após 85 dias sem reajuste. O anúncio ocorre um dia depois de mais uma sequência de ruídos entre o governo e a estatal em relação aos preços dos combustíveis.

Nesta segunda-feira (27), a as ações da Petrobras, que tinham iniciado o dia subindo quase 2% impulsionadas pela alta do petróleo, passaram a devolver os ganhos após o presidente Jair Bolsonaro afirmar ter se reunido com o ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia) para discutir formas de “diminuir o preço” de combustíveis “na ponta da linha”.

*Com informações da Folha

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