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Argumentos do STJ contra federalização do caso Marielle se dissolvem após declarações de Dodge

Em pedido negado pelo STJ, ex-PRG já alertava que permanência das investigações no Rio poderia gerar “desvios e simulações”.

A ex-procuradora-geral da República, Raquel Dodge, trouxe novos elementos sobre a ação das autoridades do Rio de Janeiro contra a federalização do caso Marielle Franco. Em maio 2020, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para mudar a jurisdição do caso, minimizando as suspeitas do Ministério Público Federal (MPF).

Em 2019, no pedido encaminhado ao STJ, Dodge afirmou que a permanência do inquérito do assassinato da ex-vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes na Justiça fluminense poderia gerar “desvios e simulações”, inclusive diante da inércia dos investigadores. A Corte, no entanto, sustentou não havia qualquer “conivência ou imobilidade nas autoridades locais na investigação do crime“.

A partir dessa decisão, a investigação ficou estagnada até que, este ano, a Polícia Federal entrou no caso, a pedido do ministro da Justiça, Flávio Dino. Com isso, após cinco anos do crime, a apuração avançou e surgiram novos elementos, como a delação premiada de um dos envolvidos nos assassinatos, o ex-policial Élcio de Queiroz.

Agora, Dodge contou como as autoridades do Rio de Janeiro dificultou seu acesso a documentos, que poderiam corroborar para a federalização da investigação. As declarações foram dadas ao colunista Aguirre Talento, do Uol.

Os argumentos do STJ
Em 16 de setembro de 2019, no seu último dia no cargo, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu ao STJ a mudança de jurisdição do caso Marielle, após ter tido acesso ao inquérito da PF sobre a obstrução das investigações.

No pedido, Dodge afirmou que a permanência do inquérito no RJ poderia gerar “desvios e simulações” na apuração do crime ocorrido em 14 março de 2018, em meio a inércia dos investigadores do Rio de Janeiro.

“Estamos pedindo a federalização de investigação sobre os mandantes dos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes. O que verificamos é que há inércia em identificar quem são os mandantes“, assinalou Dodge.

“É imperiosa a federalização para unir, de vez, toda a atividade estatal de apuração do mandante dos assassinatos em tela, evitando que a manutenção do inquérito na Polícia Civil possa gerar o risco de novos desvios e simulações“, ressaltou Dodge, à época do pedido.

Já em 2020, os ministros da 3ª Seção da corte entenderam que a apuração do caso deveria permanecer no Rio. Foram eles a relatora Laurita Vaz, seguida pelos ministros Sebastião Reis Jr, Rogério Schietti, Reynaldo Fonseca, Marcelo Navarro Ribeiro Dantas, Jorge Mussi, Felix Fisher, Antônio Saldanha, Joel Parciornik.

Laurita Vaz deu o primeiro voto contra a PGR, sob o argumento que a suspeita de ligação de policiais da Delegacia de Homicídios fluminense com milicianos envolvidos na morte de Marielle não se sustentavam.

“Fica evidenciado que, ao contrário do sugerido, a cada desvio de conduta dos envolvidos na investigação, houve medidas para não haver prejuízo na investigação. O contexto nos autos sugere que o trabalho das investigações estaduais não está limitado ou direcionado para quem quer que seja. Não há conivência ou imobilidade nas autoridades locais na investigação do crime”, disse.

No dia da decisão do STJ, quem falou em nome da PGR na sessão foi o vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques, que amenizou as críticas e argumentou que, na época do crime, o Rio de Janeiro estava sob intervenção federal na área de segurança pública, decretada no início de 2018.

“O caso é de relevante interesse federal porque aconteceu durante a vigência da intervenção e a União se retirou daquele estado e não entregou este fato esclarecido”, disse Jacques.

Já neste julho de 2023, Dodge contou que, em meio a aproximação do prazo para deixar o cargo em 2019, a 28ª Vara Criminal do Rio, responsável pelo inquérito da PF sobre obstrução do caso, retardou o cumprimento de decisão do STJ para que a PGR tivesse acesso aos dados da investigação.

A decisão do STJ foi de 29 de agosto de 2019, mas o processo só chegou à PGR em 11 de setembro, cinco dias antes do fim do mandato da PGR. Além disso, depois da vara fornecer códigos de rastreamento errados, Dodge afirmou que só obteve os documentos porque mandou alguém procurar dentro dos Correios.

Em meio a este embate, a família da vereadora chegou a se manifestar para que o caso pudesse permanecer no Rio, já que denúncias da época apontaram que o então presidente Jair Bolsonaro “tentou interferir na PF do RJ para blindar sua família de investigações”.

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Autoridades do Rio dificultaram acesso da PGR às investigações do caso Marielle, revela Dodge

A investigação ficou estagnada até este ano, quando a PF entrou no caso, a pedido do ministro da Justiça, Flávio Dino.

A ex-procuradora-geral da República, Raquel Dodge, contou como as autoridades do Rio de Janeiro agiram contra a federalização do caso Marielle Franco, chegando a dificultar seu acesso a documentos. As declarações foram dadas ao colunista Aguirre Talento, do Uol.

Dois dias após os assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorridos em 14 de março de 2018, a então procuradora-geral da República foi até o Rio para dar apoio ao Ministério Público do Estado na investigação.

À época, embora o crime estivesse na competência estadual, a procuradora-geral entendeu que a Procuradoria-Geral da República poderia ser necessária. No final de seu mandato, em setembro de 2019, Dodge pediu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) a federalização da investigação, o que foi negado pela Terceira Seção do tribunal em maio de 2020.

Segundo Dodge, em meio a aproximação do prazo para deixar o cargo, a 28ª Vara Criminal do Rio, responsável pelo inquérito da Polícia Federal (PF) sobre obstrução do caso Marielle, retardou o cumprimento de decisão do STJ para que a PGR tivesse acesso aos dados da investigação.

Segundo a coluna, a decisão do STJ foi de 29 de agosto de 2019, mas o processo só chegou à PGR em 11 de setembro, cinco dias antes do fim do mandato dela. Além disso, depois da vara fornecer códigos de rastreamento errados, Dodge afirmou que só obteve os documentos porque mandou alguém procurar dentro dos Correios.

Vale lembrar que investigação ficou estagnada até este ano, quando a PF entrou no caso, a pedido do ministro da Justiça, Flávio Dino.

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Relatório indica que munição usada na morte da vereadora Marielle Franco foi comprada pela PF

A delação do ex-PM Élcio de Queiroz trouxe novos elementos para a investigação da morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, assim como apontou o ex-policial Ronnie Lessa como autor dos disparos, o que já tinha sido descoberto na primeira fase. No entanto, a colaboração do réu e o relatório sigiloso com a apuração da Polícia Federal não fazem menção à munição usada no duplo homicídio, comprada pela própria corporação.

Há uma sindicância instaurada pela PF para apurar o desvio, descoberto a partir do assassinato da parlamentar e de seu motorista. As balas desse mesmo lote também foram usadas em outros crimes no Rio, tanto em áreas de milícia quanto de tráfico, nas zonas Oeste e Norte.

A primeira fase da investigação, concluída em março de 2019, mostrou que a perícia técnica da Polícia Civil do Rio revelou que oito projéteis — encontrados nos corpos das vítimas e no carro em que estavam — eram do lote UZZ 18, produzidos pela marca brasileira CBC, e um deles, importado, da marca Indumil.

A questão está no lote UZZ 18, vendido exclusivamente para a Polícia Federal, em 2006, sendo distribuído um ano depois para todas as superintendências do Brasil. Só à do Rio chegaram 200 mil unidades. Esse lote tem balas de diferentes calibres: 9mm, 5,56 e 7,62 (os dois últimos usados em fuzis), o que dificulta o trabalho dos agentes.

Durante a investigação do assassinato da juíza Patrícia Acioli, em 2011, em Niterói, além da quebra do sigilo telefônico das antenas de telefonia, que permitiu a localização dos autores do crime, a identificação do lote do projétil foi fundamental para descobrir a origem da munição. Ela era usada pelos policiais do 7º BPM (São Gonçalo). As provas levaram 11 PMs à condenação pela morte da magistrada.

No caso Marielle, a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) chegou a enviar um ofício com perguntas sobre a munição à PF, que respondeu, em 29 de março de 2018, que a aquisição do lote foi feita num único processo licitatório conduzido por Brasília. Acrescentou que não havia “informações sobre desvio” e que os projéteis desse lote foram usados durante os jogos Pan-Americanos, em 2007, inclusive em treinamento. De qualquer forma, a PF instaurou uma sindicância à época.

Questionada ontem sobre o resultado dessa investigação, a PF informou que o conteúdo está sob sigilo.

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Polícia diz que MPRJ segurou inquérito-chave do caso Marielle por 16 meses

Polícia Civil do Rio de Janeiro diz que MPRJ segurou inquérito sob sigilo do assassinato de Macalé.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro disse, em nota à coluna, que o Ministério Público estadual demorou 16 meses para devolver à corporação o inquérito sobre quem matou Edimilson Oliveira da Silva, conhecido como Macalé e apontado como a pessoa que intermediou a contratação de Ronnie Lessa para matar a vereadora Marielle Franco.

A acusação contra Macalé foi feita pelo delator Élcio Queiroz, motorista do carro usado por Lessa no dia do assassinato da vereadora.

A Polícia Civil rebateu investigadores do caso Marielle, de que a corporação não havia dado andamento ao inquérito sobre o assassinato de Macalé. Na nota, a corporação alega que a investigação ficou com o Ministério Público do Rio de Janeiro entre dezembro de 2021 e fevereiro deste ano.

Questionado pela coluna, o MP do Rio disse que os inquéritos estão sob sigilo e que “os prazos citados foram os necessários para o curso das investigações”.

Macalé foi executado na Avenida Santa Cruz, em Bangu, na zona oeste do Rio. Como o crime não foi investigado, a Polícia Federal não tem elementos nem para saber se o assassinato teve ligação com o caso Marielle ou se foi queima de arquivo devido a outros casos. Segundo as investigações da Polícia Federal, Edimilson Oliveira da Silva era um sicário da milícia.

Segundo o relato de Élcio Queiroz, além de levar a encomenda para Ronnie, Macalé ajudou Lessa a monitorar a rotina da vereadora, seguindo Marielle meses antes do crime, que aconteceu em março de 2018.

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Caso Marielle: apontado como elo entre matadores e mandante foi segurança de bicheiro e citado na CPI das Milícias

Delação do ex-PM Élcio de Queiroz trouxe à tona um novo personagem na investigação da execução da vereadora. Edmilson da Silva de Oliveira, mais conhecido como Macalé, foi acusado de ter ligações com grupo criminoso que atua em Oswaldo Cruz, segundo O Globo.

A delação do ex-PM Élcio de Queiroz trouxe à tona um novo personagem na investigação da execução da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes: o policial militar reformado Edimilson Oliveira da Silva, o Macalé. Apontado como o intermediário entre o mandante do crime e o ex-sargento Ronnie Lessa, acusado de atirar nas duas vítimas, ele apareceu em investigações de crimes envolvendo o jogo do bicho e a milícia antes de ser morto em 2021.

Em outubro de 2019, na apuração do atentado contra Shanna Harrouche Garcia, filha do bicheiro Waldemir Paes Garcia, o Maninho, a polícia citou Macalé como “integrante da organização criminosa” do contraventor Bernardo Bello — ex-cunhado da vítima. Em seu depoimento, Shanna afirmou que Belo tinha como braços armados os policiais militares Wagner Dantas Alegre, José Carlos Roque Barbosa e Macalé. Na época, o ex-cunhado — que hoje está foragido — negou as acusações.

O nome de Macalé apareceu ainda na investigação do assassinato de Alcebíades Paes Garcia, o Bid, tio de Shanna e irmão de Maninho, em fevereiro de 2020. Segundo o depoimento dela, o suspeito do crime teria se encontrado com Macalé num restaurante dias depois do crime.

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PF vai fazer investigação detalhada nas movimentações financeiras da Lava Jato

A Polícia Federal iniciará uma investigação detalhada sobre todas as transações realizadas através de contas associadas à Operação Lava Jato, informa Jamil Chade, do UOL. O objetivo principal é rastrear a origem, o destino e os procedimentos utilizados pelos procuradores em transferências que envolvem valores milionários. A iniciativa foi encaminhada pelo gabinete do ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), para a 13ª Vara Federal, em Curitiba, onde já está em andamento um procedimento estabelecido pelo Conselho Nacional de Justiça para apurar a atuação dos procuradores da Lava Jato, diz o 247.

Fontes ouvidas pelo jornalista relatam que contas judiciais ainda permanecem ativas, com recursos também aguardando definição na Suíça. O objetivo da investigação é determinar se havia critérios e parâmetros adequados para as transferências de recursos realizadas pelos procuradores. A Polícia Federal foi instruída a intensificar a apuração após a revelação de que o ex-coordenador da Lava Jato, o ex-procurador Deltan Dallagnol, negociou em sigilo com os Estados Unidos a divisão do dinheiro cobrado da Petrobrás. Suspeita-se que o grupo em Curitiba detinha uma situação de acúmulo de poder.

Nesta fase inicial, a investigação se concentrará na análise da origem, destino e procedimentos das contas sob a gestão do poder judicial e da 13ª Vara. Por ora, não há solicitação para a quebra de sigilo das contas pessoais dos procuradores ou do ex-juiz parcial e atual senador Sergio Moro (União Brasil-PR), mas essa possibilidade não está descartada caso os resultados apontem qualquer tipo de irregularidade.

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Amizade de 30 anos, ‘padrinho’ de filho e traição: entenda o fim do pacto de silêncio entre Élcio e Lessa

Relacionamento teria sido interrompido depois que acusado de atirar contra Marielle Franco e Anderson Gomes teria parado de pagar advogado e de ajudar nas despesas da família do delator, segundo O Globo.

Élcio de Queiroz e Ronnie Lessa se conhecem há pelo menos 30 anos. A amizade surgiu depois que Lessa começou a namorar uma amiga de infância de Élcio, quando eram adolescentes. Anos depois, ambos passaram a integrar o Batalhão de Choque da Polícia Militar do Rio de Janeiro, mas não chegaram a trabalhar na mesma equipe. O relacionamento dos dois foi se solidificando até desmoronar há duas semanas, em 14 de junho, quando Élcio delatou a participação do amigo nos assassinatos de Marielle Franco e de Anderson Gomes.

À Polícia Federal, Élcio descreveu sua relação com Lessa como sendo de “irmãos”, enfatizando que recebia ajuda financeira, principalmente após 2011, quando o delator foi expulso da Polícia Militar após virar réu na Operação Guilhotina, que investigou diversos agentes por formação de quadrilha, peculato, corrupção passiva, comércio ilegal de arma de fogo, extorsão qualificada, entre outros delitos.

“Eu tive dificuldade financeira, perdi minha renda que era certa, fiquei somente com esses bicos que eu fazia, e na época o Ronnie que me ajudou muito. Vira e mexe ele me ajudava com dinheiro pra fazer uma compra. […] Às vezes, ele me emprestava e eu pagava parceladamente, conforme ia fazendo os serviços, muitas vezes também ele abria mão de alguma coisa ou outra. Nossa amizade foi baseada nisso daí, independente do dinheiro, mas a gente tinha uma relação de como se fosse irmão”, revelou o delator.

A amizade de Élcio e Ronnie também se estendia às famílias de ambos. Na deleção, ele compartilhou que Lessa é padrinho de consideração de seu filho, sendo os dois tão próximos que até viajaram juntos para os Estados Unidos.

“Meu filho gosta muito dele, ele faz as vontades dele, então a nossa relação é nesse sentido, de família. Eu sou amigo da família dele, ele é amigo da minha família”, disse Élcio.

A relação dos dois começou a mudar depois que Ronnie deixou de repassar o dinheiro para o pagamento do advogado de defesa de Élcio, além da quantia destinada para as despesas da família do delator. A mensalidade acontecia desde a prisão dele, em 2019, quando R$ 5 mil eram depositados regularmente. Na delação, Élcio explicou que o valor foi minguando e que há mais de um ano ele não recebe nenhum auxílio.

A quantia repassada por Ronnie era fruto de um acordo com o ex-bombeiro Suel, preso na segunda-feira suspeito de participar da morte da vereadora e do motorista. Os dois eram responsáveis por um esquema de gatonet na comunidade de Jorge Turco, localizada entre os bairros de Coelho Neto, Colégio e Rocha Miranda, na Zona Norte do Rio.

Élcio conta na delação que Suel transferia R$ 10 mil por mês a Ronnie Lessa: R$ 5 mil para pagar o advogado de defesa e R$ 5 mil para ajudar nas despesas do delator, que estava “passando necessidade”.

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Após delação, Élcio de Queiroz será transferido de presídio e ganhará proteção

Élcio está preso desde 2019 acusado de participar dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

O ex-policial militar Élcio de Queiroz será transferido de presídio após romper o silêncio sobre o caso Marielle Franco e decidir fazer uma delação premiada à Polícia Federal (PF) e ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), diz o Metrópoles.

Além disso, a família de Élcio ganhará proteção. Agora, ele passará para um presídio não divulgado, mas de esfera estadual, de acordo com informações do portal g1.

  • Ronnie Lessa foi o executor de Marielle Franco, em 2018;
  • Ronnie Lessa tentou matar Marielle Franco em 2017;
  • A placa do carro utilizado no crime foi trocada e, a antiga, jogada fora;
  • O aplicativo de mensagens Confide foi o escolhido para o crime;
  • O ex-policial militar Edimilson Oliveira da Silva (“Macalé”), executado em 2021, quem intermediou o diálogo entre mandantes e executores;
  • O ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, preso na última segunda-feira (24/7), quem pagava a defesa dos envolvidos.

Com os novos desdobramentos, a investigação sobre o caso Marielle Franco avança para descobrir quem foram os mandantes e qual o motivo da execução.

lcio de Queiroz foi o responsável por dirigir o carro, um Cobalt prata, utilizado no dia da execução da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 14 março de 2018.

Ele está preso desde 2019, na mesma época em que o ex-policial reformado e autor dos disparos que mataram a vereadora, Ronnie Lessa, também foi encarcerado.

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‘Vai ter operação Marielle’: Ronnie Lessa, Élcio e Suel foram avisados na véspera sobre ação policial em 2019

Alerta sobre operação foi vazado por PM, segundo investigação da Polícia Federal e do Ministério Público do Rio de Janeiro. Mesmo assim, Ronnie e Élcio foram presos naquele março de 2019.

Conversa na qual Maxwell é alertado de operação do caso Marielle no dia seguinte — Foto: Reprodução

Os envolvidos no atentado contra a vereadora Marielle Franco foram avisados por um policial militar sobre a operação que, em 2019, prendeu os ex-PMs Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, conforme investigação da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).

Ronnie foi apontado como autor dos disparos que vitimaram Marielle e o motorista Anderson Gomes. Já Élcio foi quem dirigiu o carro usado no ataque. Ambos foram presos em ação da Polícia Civil e do MPRJ em 12 de março de 2019 — praticamente um ano após o crime.

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No dia 11 de março de 2019, uma pessoa identificada como Jomar Duarte, o Jomarzinho, avisou ao PM Maurício Conceição, o Mauricinho, de que no dia seguinte haveria uma “operação Marielle” e que pessoas seriam presas.

Mauricinho, por sua vez, repassou a inform

ação a Maxwell Simões Corrêa, o Suel, ex-bombeiro também envolvido no caso. Mauricinho também procurou contato com Ronnie Lessa para avisá-lo da operação por meio do aplicativo de conversas secretas Confide.

Naquele mesmo dia, Suel avisou a Ronnie Lessa sobre a operação, que, por sua vez, alertou Élcio.

Na delação, Élcio disse ainda que o ex-bombeiro Suel fez campanas para vigiar a vereadora e participaria da emboscada, mas acabou trocado por ele. Na época, no entanto, o envolvimento de Suel ainda não era conhecido e ele não foi alvo da operação.

Já Ronnie, que era alvo, também tentou fugir. Élcio, mesmo avisado pelo colega, não considerava que seria visado na operação, conforme as investigações. Ambos foram presos em 12 de março de 2019. Eles serão julgados pelo Tribunal do Júri, mas a sessão ainda não foi marcada.

A delação de Élcio
Élcio Queiroz firmou acordo de delação premiada com a Polícia Federal e com o MPRJ. No depoimento, já homologado pela Justiça, ele confessou que dirigiu o carro Cobalt prata usado na noite do atentado contra Marielle. Élcio também afirmou que foi Ronnie quem fez os disparos com uma submetralhadora.

Na delação, Élcio apontou o envolvimento do ex-bombeiro Suel, preso nesta segunda-feira (24) na primeira fase da Operação Élpis, a primeira desde o início de 2023, quando a PF assumiu a investigação dos homicídios.

 

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Lessa cogitou matar Marielle em frente à Casa das Pretas, diz Élcio

Roda de conversa no local foi o último evento que vereadora Marielle Franco participou antes de ser executada.

O ex-policial reformado Ronnie Lessa, acusado de ter assassinado a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, teria pensado em matar a parlamentar na saída do evento que ela participava. As vítimas foram executadas em 14 de março de 2018, segundo O Metrópoles.

informação foi revelada pelo ex-policial militar Élcio Queiroz, que dirigiu o carro usado no crime. Ele fez delação premiada obtida pelo Metrópoles nesta segunda-feira (24/7), onde detalhou o envolvimento com a execução e os acontecimentos relacionados aos assassinatos.

No dia em que foi morta, Marielle Franco participou da roda de conversa Mulheres Negras Movendo Estruturas, no Instituto Casa das Pretas, bairro da Lapa. Enquanto o evento acontecia, Élcio Queiroz e Ronnie Lessa estacionaram o Chevrolet Cobalt usado no crime.

De acordo com o relato de Élcio, Lessa se sentou no banco de trás do veículo e vestiu um casaco preto com listras vermelhas. Em seguida, inseriu o silenciador na submetralhadora MP5 e começou a procurar a vereadora com um binóculo.

Assim que Marielle saiu do local, Lessa pensou em executá-la ali mesmo. “Tá louco, fazer isso aqui no meio?”, teria questionado Élcio, que definiu a ideia como “loucura”.

A dupla, então, esperou a vereadora sair no veículo em que também estavam o motorista Anderson Gomes e a assessora Fernanda Chaves. Como havia a presença de Fernanda, Élcio acreditava que Lessa abordaria a execução.

“E agora? E essa senhora?” teria questionado, ao que Lessa respondeu: “Fica tranquilo, não vai pegar nela não”. Élcio seguiu o Chevrolet Agile branco onde estavam os três até o lugar do crime.

pegaram um táxi no mesmo lugar até a Barra da Tijuca. O carro levou a dupla até o local em que Lessa havia deixado seu carro, uma Range Rover Evoque preta.

Os dois seguiram para o bar Resenha, na avenida Olegário Maciel, também na Barra da Tijuca. No local, se encontraram com o ex-bombeiro Maxwell Simões Correa, conhecido como Suel, sua companheira Aline e um bombeiro identificado como “Assis”.

De acordo com as investigações, Suel auxiliou Lessa na preparação para o crime e realizou, por exemplo, campanas para observar a vereadora. Houve, inclusive, uma tentativa anterior de assassinar Marielle, em que Suel teria alegado falha mecânica no veículo que dirigia, o que suspendeu a operação.

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