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Mais de 100 mil participam de manifestação histórica em Haia na Holanda contra o genocídio em Gaza

Dezenas de milhares de manifestantes vestidos de vermelho marcharam por Haia no domingo para exigir uma ação governamental que ponha fim à campanha de Israel em Gaza.

Os organizadores consideraram-na a maior manifestação do país em duas décadas, com grupos de direitos humanos e agências de ajuda – incluindo a Amnistia Internacional, a Save the Children e os Médicos Sem Fronteiras – a estimarem a multidão pacífica em mais de 100.000 pessoas.

As ruas da capital política neerlandesa estavam repletas de idosos, jovens e até alguns bebés no seu primeiro protesto.

A cor vermelha dominou a manifestação. Atendendo ao chamado dos organizadores, os participantes se vestiram de vermelho para traçar simbolicamente uma “linha vermelha” contra os ataques em Gaza, pedindo que o governo dos Países Baixos rompa com a cumplicidade diante do que classificam como um genocídio.

Os manifestantes percorreram um percurso de cinco quilómetros em torno do centro da cidade de Haia, para criar simbolicamente a linha vermelha que, segundo eles, o governo não conseguiu estabelecer.

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China impõe taxas antidumping de até 75% sobre plásticos dos EUA e aliados

A China anunciou neste domingo (18) tarifas antidumping que chegam a 74,9% sobre as importações de copolímero de polioximetileno (POM), um plástico de engenharia utilizado em autopeças, eletrônicos, bens de consumo, maquinário industrial e equipamentos médicos.

O imposto afetará produtos provenientes dos Estados Unidos, União Europeia, Japão e Taiwan.

Segundo o ministério do Comércio chinês, a decisão é resultado de uma investigação aberta em maio de 2024, após a adoção unilateral de tarifas pelos EUA sobre carros elétricos, semicondutores e outros produtos chineses.

O ministério concluiu que houve dumping e dano material à indústria doméstica. As tarifas entrarão em vigor a partir de segunda-feira (19) e valerão por cinco anos.

Os EUA foram os mais atingidos, com alíquota máxima de 74,9%. Para as importações da UE, a tarifa será de 34,5%. O Japão enfrentará 35,5%, com exceção da empresa Asahi Kasei, que terá taxa reduzida de 24,5%. Taiwan, por sua vez, terá tarifa geral de 32,6%, mas as empresas Formosa Plastics e Polyplastics Taiwan pagarão apenas 4% e 3,8%, respectivamente.

Resposta ocorre em meio a trégua comercial com os EUA

De acordo com o Vermelho, a medida foi anunciada apenas seis dias após o acordo de 90 dias de trégua entre China e Estados Unidos, que prevê a suspensão temporária de tarifas punitivas e a abertura de um canal permanente de negociação comercial.

Apesar do entendimento provisório, Pequim optou por manter a resposta autônoma ao dumping, indicando que a China não aceitará passivamente a ofensiva protecionista de Washington, liderada por Donald Trump.

O copolímero de POM é considerado estratégico, pois substitui metais como zinco, cobre e chumbo, sendo usado em setores sensíveis da indústria global. Segundo o governo chinês, a entrada massiva do produto estrangeiro a preços artificialmente baixos estava “causando dano substancial” à produção nacional.

Reação pode afetar relações com a União Europeia

A medida também pode tensionar ainda mais a relação entre China e União Europeia, que no ano passado impôs tarifas pesadas sobre veículos elétricos chineses e vêm acusando Pequim de excesso de capacidade industrial.

O jornal South China Morning Post destacou que a decisão chinesa sublinha as contradições da trégua, ao mesmo tempo em que reflete a estratégia de defesa ativa de Pequim: manter a porta aberta ao diálogo comercial, mas reagir com firmeza sempre que identificar práticas desleais.

Segundo o comunicado oficial da Xinhua, novos exportadores poderão solicitar revisão de tarifas, mas as alíquotas anunciadas se aplicarão por padrão a partir do dia 19 de maio.

A iniciativa é respaldada pelas regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e faz parte dos mecanismos multilaterais de defesa comercial.

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Novos bombardeios de Israel matam 135 palestinos e inabilitam último hospital do norte de Gaza

Ataque de drones sobre o Hospital Indonésio obrigou profissionais e pacientes a evacuarem o local às pressas; quatro jornalistas estão entre as vítimas fatais da jornada.

As forças israelenses realizaram mais uma jornada de ataques aéreos à Faixa de Gaza neste domingo (18/05), deixando um saldo de ao menos 135 vítimas fatais, além de 374 feridos, segundo informações do Ministério da Saúde local.

Segundo um correspondente do canal Al Jazeera, do Catar, as vítimas foram atingidas nas regiões de Deir el-Balah e nas proximidades da Rua Al-Baraka, ambas localidades próximas à região central do enclave.

Também segundo a Al Jazeera, há quatro jornalistas entre as vítimas fatais dos ataques deste domingo, o que eleva para mais de 230 o total de mortes desses profissionais desde o início do genocídio perpetrado por Israel em Gaza.

Hospital evacuado
A jornada de ataques deste domingo também foi marcada por bombardeios de drones sobre o Hospital Indonésio, o que obrigou a uma evacuação forçada de pacientes e profissionais de saúde do local.

Hospital Indonésio

O Hospital Indonésio era o último centro médico que estava funcionando no norte da Faixa de Gaza, segundo o Ministério da Saúde do enclave.

Em entrevista à Al Jazeera, o médico Muhammad Zaqout, diretor-geral dos hospitais de Gaza, disse que “as medidas sistemáticas de Israel contra hospitais impossibilitam a continuidade do atendimento médico aos feridos e doentes e colocam os principais hospitais fora de serviço”.

“Israel mata deliberadamente as pessoas, seus soldados invadem os hospitais e atiram contra pacientes e contra as equipes médicas”, relata.

Zaqout afirma que além dos Hospital Indonésio, o Hospital Al-Awda (também no norte de Gaza) foi bombardeado mais de uma vez, até se tornar impossível trabalhar no local. O mesmo teria acontecido com o Hospital Europeu, no sul do território palestino, que foi bombardeado com 14 foguetes, destruindo sua infraestrutura.

A pergunta não se cala: Até quando o mundo assistirá essa barbárie sem tomar nenhuma providência?

*Com Opera Mundi

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Nos EUA, Eduardo Bolsonaro nomeou imigrantes como facções terroristas para enviar brasileiros às masmorras de El Salvador

Autoexilado nos Estados Unidos desde fevereiro, o deputado federal licenciado, Eduardo Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro, sugeriu à administração de Donald Trump que imigrantes brasileiros detidos nos Estados Unidos e suspeitos de envolvimento com o PCC e o Comando Vermelho sejam enviados para cumprir pena na megaprisão de El Salvador, o CECOT, denunciada por violações de direitos humanos.

As informações são do Mother Jones, que destacou em publicação na última semana o risco para a comunidade brasileira como um todo no país norte-americano, diz Leonardo Sobreira, 247.

Após analisar os acordos de extradição entre Brasil e EUA, Eduardo sugeriu que poderia ser possível fazer com que “criminosos brasileiros cumpram suas penas em prisões em El Salvador”. Tais “criminosos”, segundo o Mother Jones, estariam presos nos EUA apenas por “supostas ligações” com as facções.

A proposta, que inclui a classificação desses grupos como organizações terroristas estrangeiras e já rechaçada pelo governo brasileiro, foi inspirada em ações anteriores de Trump contra gangues latino-americanas.

Apesar do apoio de Eduardo e de conversas com autoridades americanas, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva defende que a legislação brasileira não permite tal classificação.

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Ataques de Israel contra Gaza matam 153 palestinos e ferem 459 em um dia

Dados incluem apenas as mortes pelos bombardeios durante a madrugada; canal Al Jazeera alerta que operações continuaram pela manhã e números podem aumentar.

O exército de Israel promoveu, na madrugada deste sábado (17/05), um dos mais sangrentos de ataques aéreos contra a Faixa de Gaza, que resultou na morte de ao menos 153 pessoas, e deixou outras 459 feridas, segundo informações do Ministério da Saúde do território palestino.

O canal Al Jazeera, do Catar, informou que os bombardeios se concentraram na região central de Gaza, e também nas localidades de Jabalia e Beit Hanoon, no norte do enclave.

Também foi informado que voluntários conseguiram resgatar ao menos sete pessoas que ficaram soterradas sob escombros durante os ataques.

O canal do Catar ressalta que os dados divulgados até agora se referem ao saldo de mortos e feridos foi produzido apenas durante os bombardeios realizados pelas forças israelenses durante a madrugada.

Balanço do massacre em Gaza

Desde o início do genocídio na Faixa de Gaza, em outubro de 2023, as forças militares de Israel já mataram mais de 53 mil pessoas, e deixaram mais de 120 mil feridos.

Esses números se referem apenas aos casos de mortos e feridos causados diretamente pelos ataques das forças israelenses.

Há estudos reconhecidos cientificamente que calculam o número total de vítimas em Gaza considerando as mortes indiretas, incluindo corpos desaparecidos sob os escombros ou pessoas vítimas da fome ou da falta de água e de insumos médicos, devido ao bloqueio da ajuda humanitária ao território imposto por Israel.

Esses estudos – um deles publicado pela famosa revista científica The Lancet – estimam que o número total de mortes produzidas pelo exército de Israel em Gaza pode ser até quatro vezes maior que o dos dados oficiais.

Segundo a Al Jazeera, o total de vítimas da jornada deste sábado pode ser maior que o verificado até o momento, devido a que as forças israelenses continuam atacando alvos em terras palestinas durante o dia.

*Al Jazeera/Opera Mundi

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Brasil cogita reagir se ameaça dos EUA de punir Moraes se confirmar

Planalto monitora com atenção gesto de Trump, que cogita sanção contra ministro do STF; ofensiva dos EUA é vista como parte de política de intimidação regional.

O governo dos Estados Unidos, liderado pelo presidente Donald Trump, avalia aplicar sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A informação foi revelada nesta sexta-feira (16) pelo colunista Jamil Chade, do portal UOL, com base em fontes da Casa Branca e do Conselho de Segurança Nacional dos EUA.

A proposta, ainda em fase preliminar de discussão, seria uma retaliação às decisões tomadas por Moraes no contexto da contenção de redes bolsonaristas e da responsabilização de atores envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023.

No Palácio do Planalto, a notícia foi recebida com cautela. A orientação atual é manter o diálogo institucional com os Estados Unidos e evitar confrontos diretos com a administração Trump.

No entanto, segundo interlocutores do governo federal ouvidos pela coluna, caso as sanções venham a ser oficializadas, a reação será imediata. A avaliação é de que qualquer medida punitiva contra um membro da Suprema Corte brasileira configura interferência externa grave nos assuntos internos do país.

Tentativa de intimidação revela estratégia mais ampla de Washington

A possível imposição de sanções contra uma autoridade judicial brasileira se insere em um padrão mais amplo de atuação dos EUA na América do Sul, especialmente desde o retorno de Trump à Casa Branca.

Segundo a mesma reportagem, há movimentações similares envolvendo governos e instituições do Chile, da Colômbia e da Bolívia — todos alvos recentes de pressão diplomática, sanções e operações de inteligência com fins políticos.

A lista de episódios envolvendo interferência direta ou indireta norte-americana é longa. Segundo o Vermelho, na Bolívia, o apoio velado a setores opositores durante a crise que levou à renúncia de Evo Morales continua sendo alvo de denúncias.

Na Colômbia, representantes dos EUA mantêm interlocução direta com lideranças conservadoras que tentam bloquear reformas sociais.

No Chile, a Casa Branca manifestou “preocupações” sobre o processo constitucional impulsionado pelo governo progressista, numa ação interpretada por setores locais como ingerência.

Operação sigilosa na Venezuela expõe violação de convenções diplomáticas

Um dos episódios mais sensíveis ocorreu recentemente na Venezuela. De acordo com fontes da diplomacia brasileira, agentes ligados ao governo dos EUA teriam participado da retirada de um exilado opositor da embaixada da Argentina em Caracas — instalação que estava sob os cuidados do Brasil desde o rompimento das relações diplomáticas entre Buenos Aires e Caracas.

O resgate clandestino, que teria contado com o apoio logístico de norte-americanos, levantou alertas sobre violações à Convenção de Viena e às normas internacionais que regulam a atuação de missões diplomáticas.

Embora os detalhes da operação não tenham sido oficialmente confirmados, o caso gerou constrangimento nos bastidores e acendeu o sinal de alerta em várias chancelarias da região.

Para o Itamaraty, esse tipo de conduta reforça a percepção de que a atual administração dos EUA opera sob uma lógica de tutela, atropelando instâncias multilaterais e normas elementares do direito internacional.

Governo brasileiro monitora e prepara resposta diplomática

Diante do risco de escalada, a posição do governo Lula tem sido marcada por prudência, mas com atenção redobrada. A diretriz, segundo fontes ouvidas por Jamil Chade, é manter uma postura institucional com a Casa Branca e evitar dar combustível às provocações da extrema direita, tanto no Brasil quanto nos EUA.

No entanto, autoridades brasileiras já discutem possíveis respostas diplomáticas, caso a sanção a Moraes se concretize.

Entre as medidas cogitadas estão uma nota de protesto formal, a convocação do embaixador norte-americano em Brasília e a articulação conjunta com países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e dos BRICS para denunciar o caráter intervencionista da ação.

A percepção no Planalto é de que a autonomia dos poderes brasileiros está sob ataque, e que o respeito à soberania nacional precisa ser reafirmado em todos os fóruns.

América do Sul volta a ser alvo de uma política de “contenção”

A movimentação da Casa Branca revela a retomada de uma política externa de contenção voltada à América do Sul, nos moldes da velha Doutrina Monroe.

A tentativa de desestabilizar instituições autônomas, como o Supremo brasileiro, e de interferir em processos políticos nacionais, faz parte de uma estratégia geopolítica dos EUA para frear o avanço de projetos soberanos e de integração regional, que voltaram a ganhar força com a eleição de governos progressistas em países como Brasil, Colômbia, México e Chile.

No centro dessa ofensiva está a instrumentalização do discurso de combate ao autoritarismo, que tem sido manipulado pela diplomacia trumpista para justificar ações unilaterais e pressões políticas contra países que resistem à agenda conservadora e neoliberal da Casa Branca.

A possível sanção contra Moraes, nesse contexto, é não apenas um gesto de hostilidade, mas uma mensagem política dirigida aos setores reacionários que ainda tentam minar a democracia brasileira.

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EUA articulam acesso a Fernando de Noronha e Natal sob alegação de direito histórico, diz site

Argumento utilizado é o de ‘direito histórico de retorno operacional’, por investimentos feitos pelos EUA durante a Segunda Guerra

O governo dos Estados Unidos, através de diplomatas ligados ao partido Republicano, vêm articulando informalmente com interlocutores brasileiros o uso irrestrito do Aeroporto de Fernando de Noronha (SBFN) e da Base Aérea de Natal (BANT), no Rio Grande do Norte.

Segundo informações reveladas pelo site “DefesaNet”, especializado em notícias da área militar, o argumento utilizado é o de “direito histórico de retorno operacional”, com base em investimentos realizados pelos EUA durante a Segunda Guerra Mundial e o período da Guerra Fria. O governo de Donald Trump utilizou o mesmo argumento para tratar do Canal do Panamá, onde reivindica o controle técnico-operacional da estrutura interoceânica.

No caso brasileiro, trata-se de ativos geoestratégicos de alto valor: Fernando de Noronha como sensor-forward base no Atlântico Sul equatorial, e Base Aérea de Natal como hub logístico de trânsito transcontinental, compatível com operações aéreas interteatrais e como base de prontidão para projeção sobre África Ocidental e litoral norte sul-americano.

Especialistas ouvidos pelo “DefesaNet” apontam que tanto Fernando de Noronha quanto a Base Aérea de Natal oferecem vantagens operacionais tangíveis para a arquitetura C4ISR (Comando, Controle, Comunicações, Computadores, Inteligência, Vigilância e Reconhecimento) dos Estados Unidos.

A Distância de 360 km de Fernando de Noronha até a Base Aérea de Natal é uma vantagem inquestionável frente aos 1.540 km da Ilha de Ascensão até a costa da África. | DefesaNet

No caso de Fernando de Noronha, sua localização equatorial posiciona o arquipélago como um ponto ideal para vigilância oceânica de longo alcance, sendo uma plataforma natural para a instalação de sensores eletro-ópticos, radares de superfície marítima e equipamentos ELINT/SIGINT, voltados para o monitoramento de rotas navais e aéreas. Além disso, serve de vetor avançado de interdição e coleta de inteligência.

O aeroporto do arquipélago possui capacidade de operar como ponto de apoio tático para aeronaves de vigilância marítima e UAVs de média altitude e longa duração, como os MQ-9 Reaper ou os SeaGuardian.

A Base Aérea de Natal possui pista de pouso capaz de receber aeronaves estratégicas como o C-17 Globemaster III, o KC-135 Stratotanker e o novo KC-46 Pegasus. A base oferece acesso facilitado tanto a rotas transatlânticas, sendo um hub logístico de alto valor para operações conjuntas ou expedicionárias. Também apresenta condições ideais para reabastecimento em voo, evacuação médica, mobilização rápida de forças de reação e apoio a missões aerotransportadas em cenários de crise na costa ocidental africana, Caribe ou litoral norte da América do Sul.

As duas bases permitiram aos Estados Unidos estabelecer um arco de contenção atlântico que complementaria sua atual malha de bases e pontos de apoio, como Ilha de Ascenção, a Ilha de São Tomé e instalações em Dakar.

FAB Super Tucano A-28 com pintura Comemorativa do 1º Grupo de Aviação de Caça que combateu na Itália durante a Segunda Guerra Mundial | SO Johnson/ FAB

Argumentos utilizados pelos EUA

Os argumentos utilizados pelo governo de Donald Trump, dos Estados Unidos, se baseia em três pontos. O primeiro vetor é de natureza histórico-operacional, pelos aportes financeiros, fornecimento de equipamentos, obras de engenharia e construção de pistas dados pelos EUA.

O segundo argumento é o “direito de retorno funcional”, que afirma que ativos militares financiados pelos EUA em países parceiros — especialmente em contextos de ameaça global ou competição estratégica — poderiam ser “reativados” com base em acordos tácitos ou no princípio de reciprocidade hemisférica.

O terceiro elemento utilizado pelos EUA envolve precedentes contratuais e legislativos. O extinto Acordo de Assistência Militar Brasil-EUA (1952), embora formalmente encerrado, segue sendo frequentemente citado em documentos técnicos e análises da RAND Corporation, CSIS e Heritage Foundation como referência à “tradição de interoperabilidade hemisférica”. J

Já o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST) de 2019, firmado no governo Bolsonaro para viabilizar o uso da Base de Alcântara, é mencionado como precedente político e diplomático que abre margem para novas modalidades de acesso militar a instalações sensíveis sob controle brasileiro. A esse quadro somam-se ainda marcos legislativos internos dos EUA que reforçam a tese de mobilização extraterritorial.

*O Cafezinho

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China vai isentar brasileiros de visto para viagens de até 30 dias

A China vai conceder isenção de vistos para brasileiros para viagens de até 30 dias.

A medida entra em vigor em 1º de junho e valerá por um ano, ou seja, até o dia 31 de maio de 2026, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, nesta quinta-feira (15), durante uma entrevista coletiva.

Argentina, Chile, Peru e Uruguai também foram inclusos na isenção.

A isenção de visto de até 30 dias vai valer para viagens de:

  • turismo;
  • negócios;
  • visita de família e amigos;
  • intercâmbio;
  • e trânsito.

Com a medida, o Brasil fica pé de igualdade com muitos países europeus e asiáticos.

Isso porque, desde o ano passado, a maioria dos países europeus, bem como seus vizinhos Japão e Coreia do Sul, não precisam de visto para viajar para a China.

O anúncio foi feito após um fórum entre autoridades chinesas, latino-americanas e caribenhas em Pequim no início desta semana, no qual o presidente Xi Jinping prometeu aumentar a presença da China com uma nova linha de crédito de US$ 9 bilhões e novos investimentos em infraestrutura, segundo o g1.

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A nova loucura imperial de Trump

O Departamento de Comércio dos Estados Unidos, em uma ação recente, anunciou ampliação de sanções e criminalização do uso global dos chips de inteligência artificial da Huawei, especificamente os modelos Ascend 910B, 910C e 910D. De acordo com a nova diretriz, a simples utilização desses chips pode ser interpretada como uma violação das leis de exportação americanas, mesmo quando empregados fora dos EUA, incluindo a própria China.

Os EUA alegam que os chips da Huawei foram desenvolvidos utilizando tecnologias e equipamentos de origem americana, ativando a Foreign Direct Product Rule (FDPR). Esta regra proporciona a capacidade de os EUA restringirem produtos estrangeiros que envolvem tecnologia americana, independentemente de onde sejam produzidos ou utilizados. Assim, uma empresa na China que usa um chip Ascend pode estar infringindo as leis dos EUA, uma vez que se considera “altamente provável” que a tecnologia americana tenha sido empregada em sua fabricação.

A ofensiva dos EUA contra a Huawei começou em maio de 2019, quando a empresa foi incluída na “Entity List”, resultando em restrições severas ao seu acesso a fornecedores e tecnologias norte-americanas. Essa medida praticamente excluiu a Huawei do mercado global de smartphones, por ter perdido o acesso a chips avançados de companhias como TSMC e Samsung.Para contornar essas sanções, a Huawei intensificou o desenvolvimento de seus próprios chips em colaboração com a estatal chinesa SMIC.

Em 2024 e 2025, a companhia começou a entregar em larga escala os chips Ascend 910C para clientes na China, marcando uma reentrada significativa da Huawei no mercado de IA e desafiando a predominância de empresas como Nvidia e Apple na região.Com um endurecimento adicional das restrições em janeiro de 2025, os EUA ampliaram o controle sobre a exportação de chips de IA avançados, exigindo licenças rigorosas para qualquer transferência de tecnologia.

Em resposta, a China desenvolveu sistemas como o DeepSeek, uma inteligência artificial inicialmente treinada em chips Nvidia, mas rapidamente ajustada para operar nos Ascend da Huawei. O DeepSeek se destacou por seu custo acessível e alta performance, posicionando-se como uma alternativa competitiva aos modelos ocidentais.Essas ações refletem um contexto geopolítico tenso em que a tecnologia se torna uma arena de disputa.

As sanções e regulamentos não somente visam a Huawei, mas também configuram um ambiente em que a inovação em IA e chips eletrônicos está diretamente ligada às relações políticas e econômicas entre os EUA e a China.

O recente alerta do Departamento de Comércio dos EUA afirma que qualquer empresa, independentemente de sua localização, que utilize chips Ascend da Huawei poderá ser acusada de violar as leis norte-americanas de exportação.

Essa acusação se aplica mesmo a companhias chinesas que utilizem chips projetados e fabricados na China, dentro do território chinês. Além disso, os EUA também ameaçam sanções contra firmas que operem modelos de inteligência artificial chineses, como DeepSeek, Qwen ou InternLM, mesmo que esses modelos sejam executados em chips da Nvidia, fabricados nos EUA.

O objetivo declarado dessas ações é impedir que supostos “adversários” tenham acesso à tecnologia americana, mas, na prática, isso limita a autonomia digital de países que não têm seus próprios ecossistemas de IA.As punições previstas para as empresas que desobedecerem incluem bloqueios comerciais, exclusão do sistema financeiro internacional, perda de acesso a softwares essenciais e até prisão de executivos durante viagens a países aliados dos EUA.

Especialistas, incluindo Bill Gates, levantaram preocupações de que essa abordagem pode acabar impulsionando o desenvolvimento de alternativas tecnológicas fora da esfera dos EUA. Para a China e outros países afetados, a resposta viável parece ser o investimento na criação de ecossistemas tecnológicos e financeiros autônomos.Jonh Pang, da Multipolar Peace, resumiu a situação ao afirmar que qualquer indivíduo ou empresa que utilize os chips Ascend da Huawei corre o risco de ser processado por violar as restrições de exportação dos EUA.

Ele observou que uma empresa chinesa que utilize um chip 100% projetado e produzido na China, dentro do país, ainda estaria violando essas leis, assim como aqueles que usam chips Nvidia para operar modelos chineses também enfrentarão punições. Pang conclui que a visão da “liderança americana em IA” resultará em um monopólio imposto, com uma configuração dominada por tecnologias como o ChatGPT da Nvidia.

A linha do tempo dos eventos mais significativos começa em maio de 2019, quando a Huawei foi incluída na “Entity List” dos EUA. Em 2024-2025, a empresa deve lançar e distribuir os chips Ascend 910C em larga escala, seguidos por novas restrições de exportação de chips de IA para a China programadas para janeiro de 2025.

Em 13 de maio de 2025, os EUA emitiram um alerta global sobre o uso dos chips Ascend.Esse endurecimento das normas pela administração norte-americana representa um movimento sem precedentes de extraterritorialidade, afetando diretamente a soberania digital de diferentes países e impactando o funcionamento do mercado global de tecnologia.

O que começou como uma disputa por inovação evoluiu para uma luta aberta pela soberania tecnológica, com os EUA deixando claro que quem não se conformar enfrentará severas penalidades. Com Cafezinho.

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Genocídio em Gaza tem sim as crianças como principais alvos dos terroristas de Israel; os números denunciam

A crise humanitária em Gaza, documentada pela BBC, The Guardian e ONU, é inegável, com crianças sofrendo um impacto terrível do genocídio planejado pelo governo terrorista de Israel.

Elas, as crianças, são a maiores vítimas fatais e as mais mutiladas.

Lógico que o mundo todo sente a dor dessas crianças, pois são crianças como qualquer criança de qualquer país, raça, credo e etnia.

A monstruosidade de Israel, com seu exército de bárbaros, cada dia que passa, é mais criticada pela comunidade internacional em uma pulsação única contra o terrorismo sionista.

A cegueira de alguns diante de relatórios que destacam a escassez de alimentos, água potável, medicamentos e infraestrutura básica, com milhares de mortos e feridos, além de deslocamentos em massa, é doentia.

A situação é agravada por conflitos contínuos, bloqueios e restrições de acesso à ajuda humanitária.

Crianças, as maiores vítimas fatais, quando não morrem, são mutiladas e muitas totalmente órfãs, enfrentam desnutrição aguda, traumas psicológicos e falta de acesso à educação e saúde.

Dados da ONU indicam que mais de 1,9 milhão de pessoas (quase 90% da população de Gaza) estão deslocadas, com números alarmantes de vítimas infantis.

Mas a Conib, aqui no Brasil, resolveu atacar Lula por ele levar a sério todos esses dados e denunciar internacionalmente os racistas sionistas.
Israel, é sim, um Estado assassino de crianças!