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China dá o troco e anuncia que adotará tarifas de 84% contra os EUA

Pequim adotou um imposto de 34% sobre os produtos americanos que entrará em vigor amanhã.

Em resposta às tarifas de 104% impostas pelos Estados Unidos à China, o governo chinês anunciou a aplicação de tarifas de 84% sobre produtos norte-americanos, a partir da quinta-feira, superando os 34% previamente divulgados. Essa informação foi divulgada pelo Ministério das Finanças na quarta-feira (9). As novas tarifas já entraram em vigor e atingem dezenas de países, com uma taxa extraordinária de mais de 100% sobre produtos chineses, intensificando uma guerra comercial global.

Essas tarifas de importação afetam quase 60 parceiros comerciais dos EUA, com taxas adicionais que variam de 11% a 50%, exceto a China, que enfrenta a maior tarifa de 104%. Horas antes de implementarem novas tarifas sobre importações, Trump pressionou ainda mais Pequim. Desde sua volta ao poder em janeiro, ele já havia aplicado uma sobretaxa de 20% sobre produtos chineses, que deveria subir para 54% com os 34% anunciados na semana anterior, mas que agora chegará a 104% devido a um adicional de 50%, em resposta às tarifas chinesas sobre produtos americanos, mesmo após avisos da Casa Branca.

Pequim já tinha planejado uma taxa de 34%, que começa a valer na quinta-feira (10). Apesar dos impactos negativos em muitos índices do mercado, as bolsas chinesa e de Hong Kong terminaram com ganhos, com a bolsa chinesa subindo 2,21% e a de Hong Kong, 0,68%. Já o índice japonês Nikkei caiu 3,78% e a Coreia do Sul, 1,74%. Na Europa, as bolsas enfrentaram quedas significativas, com a Alemanha caindo 2,08%, França 2,18%, Reino Unido 2,19%, Itália 1,96%, Espanha 1,83% e Suíça 4,03%.

Desde que Trump anunciou, em 2 de agosto, tarifas para a maioria das importações, investidores perderam bilhões. O presidente considera que seus parceiros comerciais “saqueiam” os Estados Unidos, levando à imposição de uma tarifa universal adicional de 10% sobre produtos importados, com algumas exceções, como ouro e energia. Um porta-voz do Ministério do Comércio chinês considerou as ameaças de aumento das tarifas pelos EUA como um “erro após outro”, ressaltando a natureza chantagista de Washington. O primeiro-ministro Li Qiang assegurou que a China possui “ferramentas” suficientes para contornar a turbulência econômica.

Enquanto a maioria dos índices acionários globais enfrentou recessão, as bolsas da China e de Hong Kong conseguiram manter um desempenho positivo. A situação evidencia a crescente tensão entre as duas potências e as complexidades envolvidas na atual guerra comercial, que continua a impactar os mercados financeiros e a economia global de maneira significativa.

A partir da quarta-feira (9), uma nova tarifa será imposta a importantes aliados comerciais dos Estados Unidos, incluindo a União Europeia (20%), o Vietnã (46%) e a China. A administração americana, porém, ressalta sua disposição para negociações, o que trouxe um certo alívio aos mercados. O presidente Donald Trump se referiu a esses acordos como “sob medida”, ressaltando que estão sendo adaptados às necessidades específicas das partes envolvidas.

Na terça-feira, Trump reportou ter tido uma “conversa muito boa” com o primeiro-ministro e presidente interino da Coreia do Sul, Han Duck Soo, conforme comunicado compartilhado na plataforma Truth Social. Kevin Hassett, principal assessor econômico da Casa Branca, reiterou que a prioridade do presidente está nos aliados e parceiros comerciais, como Japão e Coreia do Sul, antes de qualquer diálogo com a China.

O governo dos EUA aparenta estar positivo em relação à situação. Scott Bessent, secretário de Finanças, divulgou à Fox News que “cerca de 70 países” já se manifestaram em busca de discussões sobre as novas tarifas. Jamieson Greer, representante comercial, comentou com senadores sobre a necessidade de uma transição de uma economia centrada no setor financeiro e no gasto governamental para uma economia pautada na produção real de bens e serviços. Greer também fez um alerta, mencionando a perda de cinco milhões de empregos industriais e 90 mil fábricas nos últimos 30 anos, desde a implementação do acordo de livre-comércio entre os três países da América do Norte.

Enquanto isso, a União Europeia se prepara para uma resposta, que será divulgada no início da próxima semana, conforme um porta-voz da Comissão Europeia. Especialistas temem que essa guerra comercial possa impactar negativamente a economia global, trazendo riscos como inflação, aumento do desemprego e desaceleração do crescimento econômico.

As novas tarifas geraram até discordâncias dentro do governo dos EUA. Elon Musk, o homem mais rico do mundo e assessor de Trump, teceu críticas ao conselheiro comercial Peter Navarro, chamando-o de “completo imbecil”. Musk se opôs à afirmação de Navarro de que ele não é um fabricante de automóveis, mas um “montador” que depende de componentes importados da Ásia. Esta troca de farpas ilustra as tensões existentes entre as diferentes esferas do governo em relação à política comercial e aos impactos da guerra tarifária.

A questão das tarifas e seu impacto sobre as relações comerciais internacionais continua a ser uma fonte de preocupação significativa e debate, ilustrando a complexidade das interações econômicas no atual cenário global. A espera pela resposta da UE e o andamento das negociações são claramente pontos de atenção nos dias que seguem.

*Com AFP

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‘Não aceitaremos ameaças’, afirma China em resposta à ‘intimidação’ de Trump com tarifas adicionais de 50%

Governo chinês disse que implementará contramedidas se houver nova taxação dos EUA.

Em comunicado divulgado nesta terça-feira (8), o governo chinês classificou como “erro” de “natureza extorsiva” as ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas adicionais de 50% à China a partir desta quarta-feira (9), caso o país asiático não retroceda na imposição de 34% de tarifas a produtos estadunidenses.

“A ameaça norte-americana de elevar tarifas contra a China é um novo erro, e expõe mais uma vez sua natureza extorsiva, e a China nunca aceitará isso”, afirmou, em nota, o Ministério do Comércio chinês.

Trump afirmou que a China tem até as 12h desta terça-feira – 13h, no horário de Brasília – para recuar da decisão de impor tarifas de 34% sobre produtos dos EUA em resposta ao “tarifaço”. A medida foi anunciada pela China no final da semana passada em resposta ao anúncio do presidente estadunidense de tarifas “recíprocas”, que somaram 34% de taxas (em cima dos 20% já acumulados) a produtos chineses.

O Ministério do Comércio informou que se os Estados Unidos efetivarem a escalada de medidas tarifárias, a China adotará decisivamente mais “contramedidas para proteger seus direitos e interesses”.

“Se os Estados Unidos insistirem em agir arbitrariamente, a China lutará até o fim”, destacou o comunicado, que classifica o “tarifaço” de Trump como prática de “unilateralismo e intimidação”.

O ministério exortou os EUA a “revogarem todas as medidas tarifárias unilaterais contra a China, cessarem a repressão econômico-comercial e resolverem as divergências com a China por meio de diálogo igualitário, com base no respeito mútuo”.

“Pressão e ameaças não são a maneira correta de lidar com a China”, concluiu o texto.

De suspensão da importação de carne de aves à proibição de filmes de Hollywood: mais possíveis contramedidas da China
Seis possíveis contramedidas foram divulgadas pelo perfil Niu Tanqin nas redes sociais chinesas, que pertence ao editor-chefe adjunto da Agência de Notícias Xinhua, Liu Hong. A conta possui milhões de seguidores nas diversas redes e costuma divulgar informações não publicadas nas mídias oficiais, com base em fontes não especificadas.

As seis possíveis novas contramedidas seriam:

  1. Aumentar significativamente as tarifas sobre produtos agrícolas dos EUA, como soja e sorgo.
  2. Proibir a importação de carne de aves dos EUA para a China.
  3. Suspender a cooperação China-EUA sobre o fentanil.
  4. Contramedidas no setor de comércio de serviços.
  5. Proibir a importação de filmes estadunidenses
  6. Iniciar uma investigação sobre os benefícios que as empresas dos EUA obtiveram com a propriedade intelectual na China.

Algumas destas medidas vão intensificar o que foram as respostas que a China tem dado às medidas de Trump. Trump já implementou três medidas tarifárias contra a China desde o início do ano: 10% a todos os produtos chineses, anunciados no dia 1° de fevereiro, mais 10% em 3 de março, e mais 34% no dia 2 de abril, como parte das “tarifas recíprocas” anunciadas para cerca de 90 países.

Em cada anúncio, o governo chinês anunciou medidas retaliatórias. Por exemplo, em resposta à segunda leva, a China implementou, entre outras, uma tarifa de 15% para frango, trigo, milho e algodão dos EUA.

Vice-presidente dos EUA ataca a China
Em entrevista ao canal estadunidense Fox News na última sexta-feira (4), o vice-presidente do país JD Vance defendeu a política de tarifas estadunidenses atacando a China. Uma de suas falas viralizou e foi fortemente criticada nas redes sociais ocidentais e chinesas.

Ele afirmou que a economia “globalista” fez os EUA contrair “uma enorme quantidade de dívida para comprar coisas que outros países fazem para nós”.

“Para deixar um pouco mais claro, nós pegamos dinheiro emprestado de caipiras chineses para comprar as coisas que esses caipiras chineses fabricam”, disse Vance em ataque aos chineses.

Em resposta, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, disse que é “surpreendente e triste que o vice-presidente faça comentários tão ignorantes e indelicados”.

Em relação a possíveis negociações entre os dois países, Lin Jian, afirmou que “o que os EUA fizeram não mostra intenção de conversas sérias. Se os EUA realmente querem ter conversas, devem mostrar uma atitude de igualdade, respeito e reciprocidade”.

*BdF

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Trump impõe tarifa de 104% contra China após expirar prazo dado a Pequim para recuar de medidas retaliatórias

Pequim manteve a retaliação e não fez contato com Washington até o limite imposto pelo presidente dos EUA. Tarifas entram em vigor nesta quarta-feira.

As tarifas de 104% dos Estados Unidos sobre produtos chineses passarão a valer nesta quarta-feira (9), conforme confirmou a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, em entrevista à Fox Business na tarde desta terça-feira (8). A decisão entra em vigor após a China se recusar a desistir da retaliação econômica dentro do prazo estabelecido por Donald Trump. As informações são do g1.

Segundo Leavitt, Pequim ignorou o limite fixado por Trump, que expirou às 13h desta terça, para encerrar as represálias comerciais iniciadas após o anúncio de tarifas pelos EUA no início do mês.

Mais cedo, o presidente norte-americano afirmou em sua rede social Truth Social que aguardava uma ligação da China para tratar das medidas, o que acabou não acontecendo. A resposta de Pequim veio ainda na madrugada: o governo chinês declarou que não recuaria e que estava “pronto para continuar respondendo aos aumentos tarifários”, embora tenha alertado que “em uma guerra comercial, não há vencedores”.

O novo embate entre as duas maiores potências econômicas começou no último dia 2 de abril, quando Trump anunciou um pacote de tarifas de importação sobre 180 países. O continente asiático foi o mais atingido, e a China teve uma alíquota inicial de 34% anunciada naquele momento, elevando os tributos totais sobre produtos chineses nos EUA para 54%.

Em resposta, a China informou na sexta-feira (4) que também imporia uma tarifa de 34% sobre itens norte-americanos. Diante do gesto, Trump ameaçou aumentar ainda mais os encargos caso os chineses não recuassem até esta terça-feira. Como a posição de Pequim foi mantida, as tarifas norte-americanas foram aumentadas para 104%. 247.

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Musk pede a Trump suspensão de tarifas, mas é ignorado

Segundo o Washington Post, bilionário tentou intervir pessoalmente contra tarifaço, mas Trump manteve plano e ampliou sobretaxas sobre a China.

Elon Musk fez apelos diretos ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para que recuasse da decisão de impor tarifas amplas sobre importações, mas não teve sucesso, informou o Washington Post na noite de segunda-feira (7). A tentativa ocorreu nos bastidores, enquanto Musk também criticava publicamente a medida nas redes sociais.

De acordo com o jornal, duas fontes próximas às negociações confirmaram que Musk buscou contato direto com Trump, após ataques a um dos principais conselheiros da Casa Branca responsável pela política tarifária. Mesmo assim, o presidente anunciou novas tarifas de 50% sobre produtos da China, além dos 34% já divulgados na semana anterior.

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Guerra comercial: Trump ameaça impor tarifa adicional de 50% contra China

Afirmação foi feita em rede social que pertence ao presidente dos EUA

O presidente Donald Trump afirmou nesta segunda-feira (7) impor tarifa adicional de

50% contra a China a partir de quarta-feira (9). A medida entra em vigor caso Pequim não revogue a tarifa de 34% estabelecida em retaliação aos Estados Unidos.

O que disse Trump?
A publicação foi feita no Truth Social, que pertence ao presidente estadunidense, em meio aos derretimentos das bolsas de valores e variações do câmbio pelo mundo devido a nova política alfandegária.

O republicano afirmou que não haverá mais negociações entre os EUA e a China. Entretanto, “as negociações com outros países, que também solicitaram reuniões, começarão a ocorrer imediatamente”.

No post, ele reafirmou que qualquer medida de retaliação aos EUA será igualmente confrontado com novos impostos adicionais. Ou seja, países que taxarem os EUA acima das novas taxas alfandegárias anunciadas por Trump na quarta-feira (2), serão punidos com mais taxas.

A China havia anunciado tarifa de 34% em retaliação a nova política alfandegária anunciada pelo presidente estadunidense.

A retaliação da China
A China anunciou nesta sexta-feira (4) que vai impor tarifas de 34% sobre os produtos dos Estados Unidos (EUA) a partir do dia 10 abril, mesmo patamar das taxas impostas nesta semana pelo presidente Donald Trump às importações chinesas.

O governo chinês anunciou restrições para exportação de minerais raros, conhecidos como terras raras, e proibiu a exportação de itens de “dupla utilização”, civil e militar, para 16 empresas estadunidenses, medidas vistas também como retaliação ao tarifaço de Trump.

O anúncio chinês ocorreu dois dias após os Estados Unidos imporem tarifas de 34% sobre todas as importações chinesas, agravando a guerra comercial iniciada pelo país norte-americano.

Após anunciar a taxação de 34%, a Comissão Tarifária do Conselho de Estado da China pediu ainda que os EUA “cancelassem imediatamente suas medidas tarifárias unilaterais e resolvessem as diferenças comerciais por meio de consultas de maneira igualitária, respeitosa e mutuamente benéfica”.

O governo chinês argumentou que a prática dos EUA não estava de acordo com as regras do comércio internacional e prejudicou os interesses da China.

“Foi uma prática típica de intimidação unilateral que não apenas prejudicou os próprios interesses dos EUA, mas também colocou em risco o desenvolvimento econômico global e a estabilidade da cadeia de produção e fornecimento”, acrescentou.

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Wall Street despenca ainda mais enquanto Trump se aprofunda no tarifaço

As ações dos EUA caíram após perdas na Ásia e na Europa. O presidente Trump disse que não recuaria em sua guerra comercial, reforçando os temores de uma crise econômica global.

Guerra comercial eleva a fasquia para cortes nas taxas da Fed.

As tarifas, que entrarão em vigor esta semana, correm o risco de provocar uma inflação ainda maior e um crescimento mais lento, complicando as decisões do Federal Reserve sobre política monetária.

Trump pode levar Os EUA a um buraco sem fundo.

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Israel controla 50% de Gaza; ataques continuam

Mais de 50 mil palestinos foram mortos durante a guerra

Israel já dominou pelo menos 50% da Faixa de Gaza de acordo com a Associated Press. Após exatos 18 meses de conflito, o que resta do território é destruição por toda parte: prédios demolidos, casas viraram pó, plantação desapareceram e até árvores sumiram.

Ataques de Israel e Hamas continuam
Ataques continuam com intensa força após primeiro cessar-fogo iniciado em 19 de janeiro ser dado como encerrado no dia 18 de março — o acordo nunca foi cumprido devidamente pelas partes que mantiveram atuações das forças armadas.

Neste domingo (6), Israel fez ofensiva que resultou na morte de 32 pessoas, sendo maior parte mulheres e crianças. A situação aconteceu enquanto o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu viaja para os Estados Unidos (EUA) para se encontrar com Donald Trump.

Em defesa, a ação foi justificada como retaliação por ataque feito pelo Hamas ao sul do país. O grupo disparou cerca de 10 projéteis, maioria foi interceptado pelo sistema de defesa israelita.

Hamas por sua vez justificou a ação devido as mortes de palestinos pelo exército de Netanyahu.

Informações da Folha de S. Paulo dizem ainda que o exército israelense escolheu conscientemente atacar uma equipe médica da Cruz Vermelha em 23 de março. Na ação 15 trabalhadores morreram.

O governo também bloqueou a importação de alimentos, combustível e ajuda humanitária durante o mês de março para o território de Gaza, que depende muito de assistência externa.

Durante a Guerra entre Israel e o Hamas, mais de 62 mil palestinos foram mortos, de acordo com o Al Jazeera. Segundo o mesmo veículo, no lado de Israel pouco mais de mil foram mortos pelas forças do Hamas.

Devido a dificuldade da imprensa de estar no território e de verificar os dados, a informação é desatualizada de 3 de fevereiro. Os números podem ser ainda maiores e mais discrepantes.

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Bolsas asiáticas e europeias desabam por temor de guerra comercial em larga escala

Nos mercados asiáticos, todos os valores foram afetados, das empresas de tecnologia até automóveis, passando por bancos.

As Bolsas da Ásia e da Europa desabaram nesta segunda-feira (7) devido ao temor de uma guerra comercial que provoque uma recessão em larga escala, desencadeada pelas tarifas aplicadas pelos Estados Unidos contra seus parceiros comerciais.

A Bolsa de Tóquio despencou 7,8%, Seul perdeu 5,6% e Sydney 4,2%. Hong Kong teve queda de 13,22%, o pior resultado em uma sessão desde 1997, durante a crise financeira asiática.

Na Europa, os principais índices abriram em queda livre, seguindo a tendência dos mercados asiáticos.

Frankfurt cedia 7,86% depois de registrar perdas de mais de 10% durante alguns minutos. Paris abriu em queda de 6,19%, Londres recuava 5,83%, Madri 3,6% e Milão 2,32%.

O presidente Donald Trump desencadeou uma tempestade nos mercados na semana passada com o anúncio de uma série de tarifas sobre países de todo o mundo, incluindo seus principais parceiros comerciais, como China e União Europeia.

Trump acusa estes países de “saque” e, em consequência, decidiu impor uma tarifa universal de 10% a todos os produtos importados pelos Estados Unidos, medida que entrou em vigor no sábado.

A partir de quarta-feira (9) devem entrar em vigor tarifas para os principais parceiros comerciais de Washington, incluindo a União Europeia (20%) e China (34%).

Na sexta-feira, após o fechamento dos mercados asiáticos, Pequim anunciou, em retaliação, tarifas de 34% para todos os produtos americanos a partir de 10 de abril.

Também impôs controles de exportação para sete minerais raros, incluindo o gadolínio, que é utilizado em ressonâncias magnéticas, e o ítrio, utilizado em produtos eletrônicos.

O vice-ministro do Comércio, Ling Ji, afirmou durante uma reunião no domingo com representantes de empresas dos Estados Unidos que as tarifas chinesas “protegem firmemente os direitos e interesses legítimos das empresas, incluindo as americanas”.

As contramedidas também procuram “recolocar os Estados Unidos no caminho certo do sistema comercial multilateral”, insistiu aos participantes, que incluíam representantes da Tesla, GE Healthcare e Medtronic.

“A raiz do problema das tarifas está nos Estados Unidos”, disse Ling. “A China foi, é e continuará sendo um lugar ideal, seguro e promissor para os investidores estrangeiros”, acrescentou. O ministro fez um apelo às empresas para que “adotem medidas pragmáticas para manter conjuntamente a estabilidade das cadeias de suprimento mundiais e promover a cooperação mútua e os resultados benéficos para todos”.

As esperanças de que Trump reconsidere sua política acabaram no domingo, quando ele afirmou que não chegará a um acordo a menos que, primeiro, sejam resolvidos os déficits comerciais.

“Às vezes você tem que tomar um remédio para consertar algo”, disse a bordo do Air Force One.

Bolsas asiáticas e europeias desabam por temor de guerra comercial em larga escala

Todos os setores das bolsas afetados
Nos mercados asiáticos, todos os valores foram afetados, das empresas de tecnologia até os automóveis, passando pelos bancos, cassinos ou empresas de energia.

Entre os principais perdedores estão as grandes empresas de tecnologia chinesas como Alibaba, que perdeu mais de 17%, e sua rival JD.com (14%).

“Poderíamos ver muito rapidamente uma recessão nos Estados Unidos e poderia durar aproximadamente um ano, bastante prolongada”, aponta Steve Cochrane, economista chefe para Ásia e Pacífico da Moody’s Analytics.

Além disso, a preocupação com a demanda fez o petróleo registrar queda de mais de 3% nesta segunda-feira.

O cobre, um componente vital para armazenamento de energia, veículos elétricos, painéis solares e turbinas eólicas, também ampliou as perdas.

A previsão para o Dow Jones e o S&P 500 nos Estados Unidos também aponta grandes perdas, como as registradas na sexta-feira passada, de acordo com o ICL.

“Até agora, a equipe de Trump não está recuando (…) Está claro que Washington está utilizando as dificuldades do mercado como alavanca para negociar, e não como um sinal que os incentive a mudar de rumo”, disse Stephen Innes, da SPI Asset Management.

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Xi Jinping é o grande vencedor da guerra tarifária de Trump, aponta The Wall Street Journal

Segundo o jornal, medidas unilaterais adotadas por Trump provocaram o isolamento dos Estados Unidos e fortaleceram a posição global da China.

O presidente da China, Xi Jinping, está colhendo os maiores frutos da guerra comercial iniciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em seu segundo mandato. A análise é do The Wall Street Journal e foi repercutida neste domingo (6) pela Sputnik Brasil, que destaca os efeitos colaterais das tarifas impostas por Washington sobre as relações geopolíticas globais.

“As tarifas generalizadas do presidente Trump mudarão a ordem mundial de várias maneiras, e um vencedor já está surgindo: Xi Jinping. O presidente chinês teve uma semana excelente”, aponta o Wall Street Journal, em referência à recente escalada nas tensões comerciais.

Segundo o jornal, os Estados Unidos passaram anos pressionando países europeus a reduzir os laços econômicos com a China. No entanto, as medidas protecionistas adotadas por Trump acabaram provocando o efeito inverso. A retomada do diálogo entre Europa e Pequim, segundo a análise, é apenas uma questão de tempo.

Além da Europa, os países asiáticos também tendem a se aproximar ainda mais de Pequim, impulsionados pelo crescente sentimento antiamericano, avalia o jornal. “Insatisfeito com as tarifas dos EUA, o Ocidente mostrou à China, nesta semana, sua desconexão e fraqueza”, conclui a publicação.

O mais recente movimento de Trump ocorreu na quarta-feira (3), quando o presidente norte-americano assinou uma ordem executiva determinando tarifas recíprocas sobre importações dos Estados Unidos. A taxa mínima estabelecida foi de 10%, com percentuais mais elevados para países que apresentam déficit comercial com os norte-americanos. Segundo o Departamento de Comércio dos EUA, a medida visa equilibrar as balanças bilaterais.

Em resposta, o governo chinês anunciou tarifas adicionais de 34% sobre todos os produtos importados dos Estados Unidos. A medida entrará em vigor em 10 de abril, intensificando ainda mais a disputa entre as duas maiores economias do mundo.

*The Wall Street Journal /247

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Tarifaço de Trump: Índices futuros desabam e o mundo pode viver um dos maiores colapsos da história nesta segunda-feira

Investidores se preparam para perdas históricas nos mercados de ações.

Reuters – Os mercados globais estão prestes a enfrentar uma das semanas mais turbulentas da história recente, após a imposição inesperada de tarifas comerciais pelo governo dos Estados Unidos. Os índices futuros das bolsas norte-americanas abriram em forte queda na noite deste domingo (6), indicando que o movimento de liquidação que já derrubou trilhões de dólares em valor de mercado pode continuar com intensidade nesta segunda-feira.

Os contratos futuros do S&P 500 caíam 4% nas negociações noturnas, enquanto os do Dow Jones recuavam 3,8%. O Nasdaq 100, mais sensível às expectativas de crescimento, registrava queda ainda maior, de 4,6%. Os temores são consequência direta do chamado “tarifaço” anunciado pelo presidente Donald Trump na última quarta-feira, surpreendendo os mercados com medidas mais agressivas do que o esperado.

Nos dois dias seguintes ao anúncio, o índice S&P 500 acumulou uma queda de 10,5%, perdendo cerca de US$ 5 trilhões em valor de mercado — o pior desempenho em dois dias desde março de 2020. Com esse movimento, o índice já acumula um recuo superior a 17% em relação ao pico histórico registrado em 19 de fevereiro, aproximando-se do chamado território de bear market, definido por uma queda superior a 20%.

“O bull market está morto”, afirmou Mark Malek, diretor de investimentos da Siebert Financial, antes da abertura dos futuros. “Podemos até ver algum ganho pontual nos próximos dias, mas por enquanto nada será sustentável.” Para ele, o impacto das tarifas, combinado com o início da temporada de divulgação de resultados do primeiro trimestre, está criando um cenário especialmente pessimista.

Apesar da escalada das perdas, a equipe econômica de Trump tentou minimizar os riscos. Em entrevista ao programa “Meet the Press”, da NBC News, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, declarou que “não há razão” para esperar uma recessão, tentando acalmar os investidores.

Alguns analistas, no entanto, ainda enxergam espaço para uma recuperação técnica nos próximos dias. “É provável que vejamos um dia de alta nesta semana”, avaliou Steve Sosnick, estrategista-chefe da Interactive Brokers. Já Alex Morris, diretor de investimentos da F/m Investments, destacou que uma recuperação mais duradoura pode levar tempo: “Talvez tenhamos um dia com as telas em verde, mas um rali verdadeiro pode demorar três ou quatro semanas. Só então as pessoas começarão a dizer que já tiramos ar suficiente do balão”.

Diante de um cenário global cada vez mais instável, o mundo acompanha atento a abertura dos mercados nesta segunda-feira. As próximas horas serão cruciais para determinar se o impacto do tarifaço de Trump se limitará a uma correção pontual ou desencadeará um dos maiores crashes financeiros da história.