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Secretário-Geral da ONU, exalta a atitude de Lula de buscar a paz a todo custo no Oriente Médio

Enquanto a direita brasileira xucra, na sua vasta precariedade, tenta produzir melodramas funestos, inspirados em fake news para atacar Lula, o presidente ganha cada vez mais tamanho e robustez na cena global como um dos maiores estadistas do planeta.

Quando Lula se movimenta para cessar esse dramático quadro de aniquilamento quase total da Palestina, produzido e cultivado pelos sionistas de Israel, ele dá outro tom ao debate global sobre a questão.

Com o espírito que lhe é peculiar, de buscar uma saída negociada, a admirável iniciativa de Lula mereceu uma exaltação do Secretário-Geral da ONU, António Guterres.

As manifestações contrárias à guerra que Lula busca, opõem-se ao coro comandado pelos EUA, de acirrar os espíritos e conduzir o conflito que tem por consequência o massacre de Gaza que pode sim ficar fora de controle.

Enquanto isso, a direita bolsonarista, que apoiou a mortandade de 703 mil brasileiros, promovida pela besta fera que estava na cadeira da presidência e também o genocídio do povo Yanomami, segue, em tempo integral, atacando Lula, sem propor ao menos uma única pauta em benefício do Brasil, inundando as redes sociais de lama fétida extraída do próprio esgoto.

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Vídeo: Jorge Pontual decapita o jornalismo da Globo ao vivo e a cores

As origens da imbecilização de comentaristas das redes que Faustão, em entrevista recente, referiu-se, estão na própria emissora da qual ele foi parte e, lógico, foi um dos protagonistas que deram munição aos idiotas que ele, agora, apedreja.

A divina jornalista, Mônica Waldvogel, já havia feito aquele tipo de comentário mentiroso de província, dizendo que o PT tem relações estreitas com o Hamas, o que a levou a se retratar no dia seguinte, dizendo, em outras palavras, que falou uma grande besteira.

Mas nada se compara ao bobo alegre chamado Jorge Pontual, que se acha o próprio estadunidense e, simplesmente, promove uma degola no jornalismo da Globo, repassando ao vivo, uma funesta mentira das redes sociais, de que o Hamas teria decapitado 40 bebês.

Fosse menos preguiçoso ou maldoso, Pontual teria visto que essa mentira foi largamente desmentida pouco depois de ser lançada a esmo na internet, sem precisar passar a vergonha que está passando, desacreditando ainda mais o já descreditado jornalismo da Globo.

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Com dificuldades para repatriar brasileiros da Faixa de Gaza via Cairo, FAB estuda outras regiões do Egito

A Força Aérea Brasileira (FAB) estuda repatriar os brasileiros que estão na Faixa de Gaza por aeroportos que estão nas regiões Norte ou Nordeste do Egito.

O comandante da Aeronáutica, brigadeiro Marcelo Damasceno, afirmou que há dificuldades para conseguir trazer os brasileiros ao país via cidade do Cairo, capital do Egito, e que analisa o fechamento e abertura das fronteiras dos países da região em conflito para encontrar a melhor estratégia.

“Inicialmente imaginávamos a cidade do Cairo, mas é uma distância longa, tem alguns check poits a serem cruzados. Estamos analisando dois aeroportos ao Norte e Nordeste do Egito, com boas possibilidades de atendimento aos nossos brasileiros que estão na Faixa de Gaza, assim como os que estão na Cisjordânia”, afirmou em entrevista pouco antes da chegada do primeiro avião da FAB de Israel, diz a Folha.

Ele afirmou que a Força Aérea, junto com o Ministério das Relações Exteriores, avalia a situação.

“Apesar da sensibilidade dessa missão — o pessoal da Faixa de Gaza e Cisjordânia —, temos certeza que traremos todos. [Estamos] esperando abertura e fechamento da fronteira que acontecem em situações como essa”, disse

Damasceno disse que o país completará a missão de buscar os brasileiros em Israel até sábado e que já está “imaginando segundo braço dessa missão”.

“Uma quantidade que considero também grande de voos para que possamos trazer milhares de brasileiros que aguardam nosso apoio, mostrando que Brasil é realmente muito grande”, afirmou.

O ministro da Defesa, José Múcio, afirmou que o Itamaraty está em contato com países na região em conflito para conseguir repatriar todos os brasileiros

“A Aeronáutica já tem montado um esquema especial para trazer — são grupos pequenos que lá têm que se deslocar por terra —, porque nós não temos acesso para que avião pouse. Estamos trabalhando para levá-los para um lugar seguro para que possam também voltar à sua terra”, disse.

Múcio disse que o presidente Lula (PT) “tem orientado para que não fique nenhum brasileiro, todos que desejam voltar que possamos apresentar condições” e disse que o Brasil é o primeiro país a fazer uma operação para trazer cidadãos de Israel.

O trabalho do governo brasileiro é para retirar os cidadãos do local desde o início do conflito, que começou com ataques do grupo terrorista Hamas sobre o território israelense a partir da Faixa de Gaza no último sábado (7).

Os ataques dispararam uma violenta resposta dos israelenses. Já são mais de 1.800 mortos dos dois lados até a tarde desta terça.

A secretária-geral do Ministério das Relações Exteriores, Maria Laura da Rocha, afirmou que há cerca de 2500 brasileiros em Israel e cerca de 50 na Faixa de Gaza.

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Breno Altman: por que os palestinos se rebelam?

“Estamos diante do mais brutal e massivo ataque contra civis desde os bombardeios dos Estados Unidos sobre Hanói, durante a guerra do Vietnã, ou até mesmo desde o final da Segunda Guerra Mundial”, avaliou o jornalista e fundador de Opera Mundi, Breno Altman, sobre a guerra de Israel contra os palestinos.

Isso por que, no último sábado (07/10), os ataques do Hamas a Israel foram uma resposta “a décadas de humilhações” e “arrebentaram a zona de conforto do sionismo [corrente que defende a autodeterminação do Estado judeu de Israel], que reage com toda a brutalidade possível, empenhado em fazer a Faixa de Gaza virar pó, como afirmou o primeiro-ministro israelense”, pontuou Altman durante o programa 20 MINUTOS ANÁLISE desta terça-feira (10/10).

No entanto, essa não foi a única declaração violenta de Israel. Nesse momento, a Faixa de Gaza, onde vivem cerca de 2,4 milhões de palestinos, está sofrendo um ataque incessante das forças armadas israelenses, por terra e ar, sob ordem do ministro de defesa de Tel Aviv, Yoav Gallant. “A ordem foi para se estabelecer bloqueio total à Faixa de Gaza. Não haverá eletricidade, nem comida, nem água, nem combustível, tudo fechado. Nós estamos combatendo contra animais humanos e estamos agindo em conformidade com esse contexto”, comentou de forma racista o ministro.

Até a manhã desta terça-feira, 900 israelenses e 687 palestinos morreram. Na faixa de Gaza já somam mais de 3.700 feridos.

De acordo com o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que é a gestão mais ultradireitista dos últimos anos a governar o país, a ação de Israel seria uma resposta aos “ataques terroristas” desencadeados pelo Hamas desde 7 de outubro.

O que o Hamas quer com a ofensiva?
O Hamas, organização responsável pelo contra-ataque a Israel em 7 de outubro, é uma organização palestina, de natureza religiosa e vinculada ao islamismo sunita, que dirige a Faixa de Gaza desde 2006, quando venceu as eleições locais.

Os militantes do Hamas, levando em consideração as décadas de violência sistemática de Israel contra a Palestina, romperam os muros de contenção da Faixa de Gaza e atravessaram as fronteiras israelenses, ao mesmo tempo em que eram desenvolvidos ataques por mísseis.

Nesse ataque, mataram centenas de militares e civis israelenses, o que facilitou a narrativa de que “Israel teria sido vítima de uma ofensiva terrorista e, agora, estaria exercendo seu direito de autodefesa. Israel seria a vítima, resistindo bravamente à vilania do Hamas”, afirmou Altman.

“Muita gente se deixa envolver pelo discurso de Israel, chocada com as imagens e histórias relativas às ações conduzidas pelo Hamas. De fato, são cenas bárbaras, reproduzidas incessantemente mundo afora, e servem de sustentação argumentativa para o Estado sionista”, considerou o analista.

Apesar da narrativa altamente aceita e veiculada nos países ocidentais e imprensas hegemônicas, Altman considera que o ataque “desmoralizou o sistema de segurança de Israel” porque o Estado sionista não esperava que o povo palestino poderia ter condições de organizar uma contraofensiva após décadas de ocupação colonial em seu território.

“O governo Netanyahu sentia-se deitado em berço esplêndido. Próximo a um acordo com a Arábia Saudita e os Emirados Árabes, entre outras nações muçulmanas, celebrava a marginalização da causa palestina, multiplicando os assentamos judaicos [colônias israelenses] nos territórios palestinos ocupados e apostando que a criação de um Estado palestino era uma fatura liquidada”, disse Altman em sua análise.

Assim, Israel, segundo o jornalista, “sentia-se livre para reprimir, como tem especialmente ocorrido nos últimos 20 anos, qualquer tipo de protesto anticolonial, com a máxima violência, diante de uma Autoridade Palestina inerte e desmoralizada”.

“Israel calculava que era questão de tempo a asfixia econômico social da Faixa de Gaza, o principal bastião da resistência palestina, e a derrocada do Hamas”, avaliou o jornalista sobre a situação que o país se encontrava.

Quando começou o conflito entre Israel e Palestina?
Na verdade, essa é uma história antiga, que começa quando o movimento sionista decidiu, no final do século XIX, construir um lar judeu, um Estado judaico, na Palestina. Criado pelo húngaro Theodor Herzl, o sionismo se apresentava como o movimento nacional de libertação do povo judeu, vivendo na diáspora desde o ano 70 d.C., quando o Império Romano destruiu Jerusalém.

A Faixa de Gaza, onde vivem cerca de 2,4 milhões de palestinos, está sob cerrado ataque das forças armadas israelenses
Nem todos os judeus concordavam com a tese de Herzl, da criação de um Estado judaico. Assim como nem todos os judeus eram ou são sionistas. Muitos, na verdade, acreditavam que a melhor opção era a integração judaica às sociedades às quais tinham imigrado.

Sob o lema “uma terra sem povos para um povo sem terras”, a primeira opção sionista era construir o “lar judeu” em algum lugar distante das outras populações, como na Patagônia argentina ou Uganda.

Prevaleceu, contudo, uma outra tese, aprovada pelo I Congresso sionista, em 1897: a do retorno judaico à Palestina lendária, bíblica, o que permitia a aliança entre sionistas e grupos religiosos judaicos, que reclamavam aquela região como a “terra prometida” de seu povo.

No entanto, a Palestina não estava vazia. Quase 2.000 anos depois dessa diáspora, a região estava inteiramente ocupada por outro povo, os árabes, e estava sob o domínio do Império Otomano.

Os judeus que restavam ali não chegavam a 10% de uma população total de 400 mil pessoas. Assim, no final do século XIX, estavam “arabizados”, ou seja, integrados plenamente ao cotidiano e às instituições árabes.

As ricas comunidades judaicas da Europa ocidental, incluindo milionários judeus como a família Rotschild, contribuíram financeiramente para o plano sionista, doando dinheiro para a aquisição de terras dos proprietários árabes da região e estimulando a imigração de muitos jovens judeus da Europa Oriental, que queriam escapar de perseguições e da falta de perspectivas nos países onde viviam.

Durantes os primeiros 15 ou 20 anos, a estratégia sionista era a de ampliar a população judaica e suas terras através de mecanismos mercantis. Os árabes começaram a resistir aos judeus, ao entenderem que perderiam o controle da Palestina graças ao pacto entre os sionistas e o Reino Unido.

Até a Segunda Guerra Mundial esses atritos foram sofrendo uma escalada, com os judeus avançando, tanto de forma econômica quanto armada sobre territórios árabes. O sionismo preparava-se para constituir um Estado judaico e precisava se livrar da população árabe-palestina ou integrá-la como uma minoria em seu projeto nacional.

Com o Holocausto, a causa sionista ganha uma legitimação inquestionável, acerca do direito dos judeus terem seu próprio Estado. Assim, os sionistas avançam mais aceleradamente sobre os árabes e até sobre os britânicos, que resistiam em efetivar o acordo firmado pelo lorde Balfour.

Nos anos imediatamente posteriores à guerra, a ala direita do sionismo, formada pelos grupos Irgun e Stern, precursores do Likud, partido do atual premiê Netanyahu, são responsáveis por brutais atos terroristas. Os mais importantes foram a explosão do Hotel King David, em Jerusalém, que resultou na morte de 91 pessoas, em 22 de julho de 1946, sob o comando do futuro primeiro-ministro Menachem Begin, e o Massacre de Deir Yassin, quando 120 palestinos desarmados foram assassinados.

Com apoio da União Soviética e dos Estados Unidos, é aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em novembro de 1947, sob a Presidência do brasileiro Osvaldo Aranha, a partilha da Palestina: a região seria dividida entre um Estado judaico, com 53% do território, e outro palestino, com 45% do espaço antes controlado pelo Reino Unido.

No entanto, os árabes não aceitam essa solução, pois significava perder metade de um território que lhes pertencia há séculos. Mas isso não foi levado em consideração e o Estado de Israel foi fundado em 14 de maio de 1948.

Início do conflito direto entre Israel e Palestina: 1948
A negligência diante da reivindicação palestina e a criação do Estado de Israel fez com que a primeira guerra árabe-israelense fosse iniciada, quando forças do Egito, Síria, Transjordânia (atual Jordânia), Líbano e Iraque, além de forças palestinas, organizam um ataque contra Israel. Mas, Israel saiu vitorioso desse conflito, encerrado em janeiro de 1949.

Mas, o Estado sionista não apenas venceu a guerra, como também aumentou em 1/3 seu território, dominando 79% do território da Palestina. O resultado foi que mais de 700 mil palestinos precisaram fugir dos territórios que haviam sido conquistados por Israel, dando origem ao “nakba” – significa tragédia, em árabe. Perderam suas economias, suas propriedades e nunca mais puderam voltar para casa.

Ainda outras três guerras de Israel contra a Palestina ocorreram: 1956, 1967 e 1973.

Na opinião do jornalista, “ainda que o Hamas tenha cometido excessos evidentes ao atacar alvos civis, sua ação está moralmente legitimada porque os povos têm o direito de lutar contra o colonialismo com quaisquer armas e formas necessárias”.

“E a resposta de Israel vai deixando claro onde está o terror, quando bombardeia Gaza para exterminar o povo palestino”, completa.

*Ópera Mundi

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“Situação dos palestinos em Gaza é semelhante ao de um campo de concentração”, denuncia entrevistado

Ualid Rabah revelou que a população de Gaza tem 4h de energia elétrica por dia, prejudicando o funcionamento de escolas e hospitais.

“A Palestina é rigorosamente uma prisão a céu aberto, há um regime de apartheid em todo o território palestino e os traços de uma vida em Gaza são equivalentes aos de campos de concentração. Qualquer coisa fora disso é desonesto”, afirma Ualid Rabah, presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) e entrevistado do programa TVGGN 20H da última segunda-feira (9).

Ao longo do programa, Rabah contextualizou a situação dos palestinos, especificamente os que vivem na Faixa de Gaza, território em zona de guerra desde o último sábado (7), quando o grupo Hamas disparou uma chuva de foguetes lançados da Faixa de Gaza sobre Israel.

“É sempre importante deixar muito claro que a Palestina vive sob ocupação e que Gaza, especificamente, vive uma circunstância inusitada, pois vive cercada há 17 anos. Isso tudo faz com que esta população de 2,2 milhões de habitantes seja uma das maiores concentrações populacionais do mundo e viva numa circunstância absolutamente anormal. Primeiro, porque ela é 73% refugiada, resultado da limpeza étnica de dezembro de 1947 a 1959”, continua o presidente da Fepal.

O militante contesta que, apesar da restrição, se 79% dos palestinos deixassem o cerco rumo ao território de Israel, eles não estariam invadindo nada, já que a população foi expulsa do próprio território e roubada. Somente a partir deste enquadramento, o convidado afirmou que é possível compreender a real situação do conflito.

Precariedade
Ualid Rabah afirmou ainda que os 17 anos de bloqueio imposto aos palestinos fizeram com que a população vivesse em condições absolutamente precárias. Na Faixa de Gaza, os moradores contam com apenas quatro horas de fornecimento de energia elétrica por dia, em média, comprometendo assim o funcionamento de escolas e hospitais.

De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), apenas 10% da água distribuída para os habitantes da Faixa de Gaza é própria para consumo humano. Consequentemente, 90% da população não tem acesso ao saneamento básico.

O bloqueio imposto por Israel isolou ainda a população territorialmente. Segundo o presidente da Fepal, quase 100% da população de crianças e jovens nunca saíram da Faixa de Gaza, reclusão que causa os mais altos índices de problemas psiquiátricos graves desde que os dados começaram a ser apurados.

“Essa população enfrenta 56% de desemprego. Na população jovem, o índice chega a 75%. Perto de 80% da população vive na pobreza ou na extrema pobreza. Essa população não tem acesso à saúde, é impedida por controle das entradas de alimentos em gaza, é impedida de ter consumo médio diário acima doa quantidade mínima de calorias identificado como próprio para o ser humano por cálculo da OMS [Organização Mundial da Saúde]”, continua Rabah.

Limpeza étnica
O entrevistado do programa comentou ainda que esta não é a primeira guerra entre palestinos e israelenses e que existe uma verdadeira tentativa da limpeza étnica contra os palestinos desde, pelo menos, 1973, época em que não havia o Hamas – grupo que hoje é usado como justificativa israelense na promoção dos ataques.

*Com TV GGN

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ONU sobe o tom e define o ataque de Israel a Gaza como crime de guerra

A ONU apela para que o sionista Netanyahu cumpra com as regras internacionais e não ataque civis, alertando que o cerco e extermínio em massa contra a população de Gaza se constitui crime de guerra.

Mesmo que a mídia hegemônica queira dar peso de igual monta ao Hamas e ao exército do Estado terrorista de Israel que usa as piores praticas de guerra desde 1948, a ONU faz uma separação clara e justificável entre as duas partes e forças.

Os dados divulgados pela ONU são alarmantes e mostram que a operação de resposta dos terroristas de Israel já atingiu 5,3 mil prédios, gerou 187 mil deslocados e deixou 610 mil palestinos sem água potável. O abastecimento de energia é precário e desumano para garantir luz em Gaza.

Já a OMS denuncia o fato de que a ofensiva do exercito terrorista do estado de Israel atingiu muitos hospitais, ambulâncias e matou médicos e enfermeiras no território de Gaza. Um massacre aos moldes dos campos de concentração nazistas.

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ONU critica cerco de Gaza por Israel, exige acesso a civis e denuncia Hamas

Jamil Chade*

Numa declaração emitida nesta segunda-feira, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, criticou o cerco estabelecido por Israel sobre Gaza e alertou para os ataques contra escolas e hospitais palestinos. A declaração ocorreu depois de uma reunião extraordinária dos principais chefes das agências da ONU, na qual ele também denunciou o Hamas e fez um apelo por negociações.

Guterres deixou claro que condena os “ataques abomináveis do Hamas e de outros grupos contra cidades e vilarejos israelenses na periferia de Gaza, que deixaram mais de 800 israelenses mortos e mais de 2.500 feridos”.

“Infelizmente, espera-se que esses números aumentem, pois os ataques estão em andamento e muitas pessoas ainda não foram encontradas”, disse, lamentando ainda o número de pessoas sequestradas.

Guterres também criticou a decisão do Hamas de lançar “foguetes indiscriminados que atingiram o centro de Israel, incluindo Tel Aviv e Jerusalém”. “Reconheço as queixas legítimas do povo palestino. Mas nada pode justificar esses atos de terror e a morte, mutilação e sequestro de civis”, disse.

O chefe da ONU fez um apelo para que os palestinos interrompam os ataques e libertem todos os reféns.

Guterres critica cerco de Israel contra Gaza
Mas também denunciou o fato de que a resposta israelense vem ocorrendo contra civis. “Estou profundamente alarmado com as informações de que mais de 500 palestinos – incluindo mulheres e crianças – foram mortos em Gaza e mais de 3.000 ficaram feridos”, disse. “Infelizmente, esses números estão aumentando a cada minuto à medida que as operações israelenses continuam”, afirmou.

Guterres não deixou de mandar um recado ao governo israelense. “Embora eu reconheça as legítimas preocupações de segurança de Israel, também lembro a Israel que as operações militares devem ser conduzidas em estrita conformidade com o direito humanitário internacional”, disse. “Os civis devem ser respeitados e protegidos em todos os momentos e infraestrutura civil nunca deve ser um alvo”, disse.

Segundo ele, a ONU já tem relatos de mísseis israelenses “atingindo instalações de saúde dentro de Gaza, bem como torres residenciais de vários andares e uma mesquita”. “Duas escolas que abrigavam famílias desabrigadas em Gaza também foram atingidas”, afirmou..

Guterres destacou que cerca de 137 mil pessoas estão abrigadas em instalações da ONU, e esse número aumenta à medida que os bombardeios e ataques aéreos continuam.

Essa não é a primeira vez que um alto funcionário da ONU denuncia a situação imposta por Israel sobre Gaza. Relatores das Nações Unidas já qualificaram o bloqueio estabelecido desde 2007 contra a região de “crime de guerra”.

“A situação humanitária em Gaza já era extremamente terrível antes dessas hostilidades; agora, ela só vai se deteriorar exponencialmente”, alertou Guterres.

Segundo ele, equipamentos médicos, alimentos, combustível e outros suprimentos humanitários são “extremamente necessários”, juntamente com o acesso da equipe humanitária. “O socorro e a entrada de suprimentos essenciais em Gaza devem ser facilitados, e a ONU continuará se esforçando para fornecer ajuda para atender a essas necessidades”, afirmou.?

Num apelo, ele insistiu que todos os lados devem permitir o acesso das Nações Unidas para prestar assistência humanitária urgente aos civis palestinos presos e desamparados na Faixa de Gaza.

“Faço um apelo à comunidade internacional para que mobilize apoio humanitário imediato para esse esforço”, disse, apontando como ele e o Coordenador Especial da ONU estão conversando com os líderes da região para evitar que a crise se amplie.

Essa não é a primeira vez que um alto funcionário da ONU denuncia a situação imposta por Israel sobre Gaza. Relatores das Nações Unidas já qualificaram o bloqueio estabelecido desde 2007 contra a região de “crime de guerra”.

“A situação humanitária em Gaza já era extremamente terrível antes dessas hostilidades; agora, ela só vai se deteriorar exponencialmente”, alertou Guterres.

Segundo ele, equipamentos médicos, alimentos, combustível e outros suprimentos humanitários são “extremamente necessários”, juntamente com o acesso da equipe humanitária. “O socorro e a entrada de suprimentos essenciais em Gaza devem ser facilitados, e a ONU continuará se esforçando para fornecer ajuda para atender a essas necessidades”, afirmou.?

Num apelo, ele insistiu que todos os lados devem permitir o acesso das Nações Unidas para prestar assistência humanitária urgente aos civis palestinos presos e desamparados na Faixa de Gaza.

“Faço um apelo à comunidade internacional para que mobilize apoio humanitário imediato para esse esforço”, disse, apontando como ele e o Coordenador Especial da ONU estão conversando com os líderes da região para evitar que a crise se amplie.

“Mesmo nos piores momentos – e talvez especialmente nos momentos mais difíceis – é vital olhar para o horizonte de longo prazo e evitar ações irreversíveis que encorajariam os extremistas e arruinariam qualquer perspectiva de paz duradoura”, disse.

*Uol

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Viúva do célebre pensador palestino Edward Said condena violência do Hamas e de Israel; ela participa de evento em São Paulo nesta terça (10)

Viúva do célebre pensador palestino Edward Said condena violência do Hamas e de Israel; ela participa de evento em São Paulo nesta terça (10).

Em meio aos ataques recentes em Israel e na Faixa de Gaza, faz falta a voz do intelectual palestino Edward Said (1935-2003). Sua obra descreve, entre outras coisas, a relação que existe entre a desumanização e a violência. É uma ideia que volta à tona diante dos atentados contra israelenses e também dos bombardeios contra palestinos.

Por coincidência, Mariam Said, a viúva do pensador, está em São Paulo para falar sobre ele. É uma das convidadas do seminário “O Legado Intelectual de Edward Said”, realizado pelo Sesc em parceria com a Unifesp. O evento, gratuito, começa na terça-feira (10). É preciso se inscrever pela internet.

“Ele era um humanista”, diz Mariam à Folha. “Queria que o conflito fosse solucionado de uma maneira humana, acreditava na necessidade de as partes se sentarem para negociar em pé de igualdade.”

Ela condena a violência da facção Hamas e diz que, na história, essa tática não funcionou para os palestinos. “Se você se lembrar dos anos 1960, quando os palestinos sequestraram todos aqueles aviões, era uma ideia parecida. No fim, não rompeu nenhuma barreira.”

Condena também a resposta israelense. O governo de Binyamin Netanyahu fechou o cerco contra Gaza e deve intensificar os bombardeios. “É horrível, desumano e inaceitável.” Segundo ela, o mundo só aceita que isso aconteça porque não vê os palestinos como humanos.

Said é uma das principais referências para o estudo do Oriente Médio. Seu livro “Orientalismo”, de 1978, inclui uma poderosa crítica à maneira com que o mundo fala sobre árabes e muçulmanos. Said denuncia, por exemplo, o uso de estereótipos —como o das odaliscas e dos terroristas.

Além de Mariam, diversos intelectuais de renome participam do seminário em São Paulo. Na quarta-feira (11) falam o professor brasileiro Michel Sleiman e o historiador libanês Fawwaz Traboulsi.

Como a senhora está interpretando as notícias de Gaza?
É inacreditável. Mas, se você parar para pensar por um minuto, não vai culpar os agressores. A cada dois anos Gaza é bombardeada. Ninguém se importa com as pessoas de lá. Israel criou uma situação terrível com o cerco. Os palestinos chegaram ao seu limite.

A senhora está no Brasil para falar de Said. O que ele diria hoje?
Ele era um humanista. Queria que o conflito fosse solucionado de uma maneira humana, acreditava na necessidade de as partes se sentarem para negociar em pé de igualdade. Mas, quando visitamos a Palestina em 1992, percebemos que já não havia mais como ter uma solução de dois Estados. Hoje, talvez não haja chance nem para a solução de um Estado.

A senhora se surpreendeu com os ataques do Hamas no sábado (7)?
Se você tivesse me perguntado dois dias atrás, eu teria dito que era impossível. Não há saída da Faixa de Gaza pela terra, pelo mar e pelo ar. Eles estavam sufocados, não tinham como sair. Mas conseguiram sair.

Há um debate intenso sobre a legitimidade da violência nessa situação.
Jornalistas —na TV, no jornal, no rádio— chamam os palestinos de “terroristas” antes de dizer qualquer coisa. Com isso, com essa palavra, já deixam claro quem são os bandidos, os vilões. Já não pensam que os moradores de Gaza são como qualquer outra pessoa no mundo. Eles têm sentimentos, famílias, vidas. Estão pagando o preço por esse conflito.

A senhora condena a violência do Hamas?
Eu sou totalmente contra a violência. Na maior parte dos casos, a violência não funciona. Não funcionou para os palestinos. Se você se lembrar dos anos 1960, quando os palestinos sequestraram todos aqueles aviões, era uma ideia parecida. No fim, não rompeu nenhuma barreira.

Israel tem fechado o cerco em Gaza, dizendo que tem direito de agir.
É horrível, desumano e inaceitável. Os palestinos são humanos e têm que ser tratados como tal. Não importa a razão. Estão bombardeando civis. Isso não seria aceitável em nenhum outro lugar —apenas na Palestina.

Seu marido falava bastante sobre a desumanização dos palestinos…
Exato. É isso que está acontecendo.

O que vai acontecer nos próximos dias e semanas em Gaza e Israel?
Não aguento mais ver as crianças de Gaza sofrerem. Essa situação é perigosa, também, porque não sabemos como os outros atores regionais vão agir. Sim, os israelenses têm o direito de se defender. Sim, os judeus sofreram muito na Europa. Mas, como Edward costumava dizer, os palestinos são vítimas de vítimas. Precisamos ao menos reconhecer isso.

Com tudo o que está acontecendo, há perspectiva próxima de paz?
Está mais difícil. Muito mais difícil.

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Manipulações midiáticas sobre a geopolítica palestina, por Francisco Fernandes Ladeira

O não familiarizado com a geopolítica palestina, impressão é que Israel foi “vítima” de um “ataque gratuito” dos “terroristas do Hamas”.

Nas coberturas internacionais da grande imprensa brasileira, a linha editorial predominante sempre será aquela que esteja em acordo com os interesses das agendas externas das potências imperialistas. Não há exceção.

Nesse sentido, para tentar atrair a adesão do público, os discursos geopolíticos da mídia recorrem a determinados atalhos cognitivos (recursos linguísticos para tornar inteligível para o cidadão comum a caótica configuração das relações internacionais) e utilizam estratégias de manipulação como enquadramentos, fragmentação dos fatos, ocultação de condicionantes históricos e escolha de certas fontes em detrimento de outras.

No último sábado (7/10), a manchete dos noticiários internacionais dos principais veículos de comunicação do país (com poucas variações) foi a seguinte: “Ataque do grupo terrorista palestino Hamas surpreende Israel”.

Para o leitor/telespectador/ouvinte que não está familiarizado com a geopolítica palestina, a impressão é a de que o Estado de Israel foi “vítima” de um “ataque gratuito” dos “terroristas do Hamas”.

No entanto, se trata de pura manipulação midiática.

Conforme afirmou o professor Reginaldo Nasser, em entrevista à Fórum, o rótulo de “terrorista” ao Hamas é completamente inadequado, haja vista que o grupo, atualmente, é uma organização política que, na verdade, deflagrou uma operação militar contra o cerco ao seu território (Faixa de Gaza). Ou seja, não houve um “ataque à Israel”, mas uma “reação legítima” à ocupação israelense exercida sobre o território que pertencente, por direito, ao povo palestino.

Mas as manipulações midiáticas não pararam por aí. Como já bem apontou Perseu Abramo, uma das principais estratégias de manipulação da grande imprensa brasileira é o chamado “padrão de ocultação”, que se refere à ausência e à presença dos fatos reais na produção jornalística. Não se trata, evidentemente, de fruto do desconhecimento, e nem mesmo de mera omissão diante do real. É, ao contrário, um deliberado silêncio militante sobre a realidade.

Desse modo, é ocultado nos noticiários a informação de que Gaza – cercada por terra, mar e ar pelo Estado de Israel – apresenta uma das piores situações humanitárias no mundo (onde a insegurança alimentar é extremamente alta, chegando a 75-80% e, ainda por cima, há um controle rigoroso sobre a entrada de alimentos).

Além disso, é importante lembrar do silêncio midiático sobre a recente onda de ações do governo de extrema direita de Benjamin Netanyahu contra os palestinos, sobretudo em locais sagrados para o Islã, como a Mesquita de Al-Aqsa. Trata-se do motivo alegado pelo Hamas para a ofensiva contra Israel. Qualquer jornalismo minimamente plural, que ouve os dois lados de um conflito, teria mencionado esta questão.

Consequentemente, na grande mídia, as investidas do grupo palestino contra o Estado Sionista não tiveram causas; somente consequências. Desse modo, ocultando os fatos citados acima, é possível construir a narrativa de “ataque terrorista surpresa contra Israel”.

Mas não basta rotular o Hamas como “terrorista” e Israel como “vítima”, constituindo o atalho cognitivo maniqueísta de dividir o mundo entre “bem” e o “mal”. É preciso gerar aquilo que o linguista francês, especialista em Análise do Discurso, Patrick Charaudeau, chama de “efeito patêmico”, cujo objetivo é o engajamento/envolvimento da instância da recepção, por meio de performance no mundo dos afetos, despertando no público sentimentos como ódio, compaixão, tristeza e/ou solidariedade.

Assim, são incessantemente mostradas imagens das vítimas israelenses dos “ataques do Hamas”. As perdas do outro lado, diga-se de passagem, em número muito maior, são estrategicamente negligenciadas. Não por acaso, as reportagens em Israel privilegiam as perdas humanas; enquanto as notícias sobre Gaza enfatizam as perdas materiais.

Também nessa linha, é construído o discurso de que o exército de Israel visa somente “instalações militares” e o Hamas “ataca, sobretudo, a população civil; logo, é terrorismo”.

*GGN

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Ataque a Israel reconfigura a política na região

Pano de fundo são as conversações para a normalização de relações entre o país e a Arábia Saudita.

O ataque do Hamas a Israel traz um abalo sísmico na política do Oriente Médio. No curto prazo, a população israelense deverá se unir em torno do premiê Binyamin Netanyahu para dar uma resposta ao grupo terrorista (“rally’round the flag”). Mas essa é uma tarefa extremamente complexa tanto do ponto de vista militar como político.

Os israelenses não podem simplesmente despejar toneladas de bombas sobre Gaza, como fariam em condições normais. O Hamas capturou mais de uma centena de reféns e os espalhou pela área.

Netanyahu também precisa ser cuidadoso para não alienar o incomum apoio político que Israel conseguiu angariar. Uma incursão terrestre é provável, mas não sem muitas baixas entre os israelenses. Cenários mais tenebrosos incluem uma escalada, com o envolvimento militar do Hizbullah e eventualmente até do Irã.

Mais à frente, Netanyahu será cobrado por seus erros. Os serviços de inteligência fracassaram espetacularmente. Quando algo parecido aconteceu, 50 anos atrás, na Guerra do Yom Kippur, o governo de Golda Meir caiu poucos meses depois. Foi o começo do fim da hegemonia dos trabalhistas. Não é impossível que os israelenses se deem conta de que a estratégia da direita de apenas administrar o conflito com os palestinos não é sustentável, levando à eleição de uma administração que volte a discutir seriamente a paz, não com o Hamas, é claro, mas com outros grupos palestinos.

O pano de fundo geopolítico são as conversações para a normalização de relações entre Israel e Arábia Saudita. Por ora, elas ficam congeladas, como queriam o Hamas e o Irã. Dependendo do que acontecer nas próximas semanas e meses, podem colapsar inteiramente ou até acabar sendo fortalecidas, o que favoreceria uma solução negociada para o surgimento de um Estado palestino.

Gostaria de acreditar na segunda possibilidade, mas ninguém jamais perdeu dinheiro por apostar contra a paz no Oriente Médio.

*Hélio Schwartsman/Folha