Opinião

Luis Nassif: As tolices ditas sobre os 100 dias do governo Lula

A grande discussão é analisar o conjunto de políticas públicas e seu impacto sobre o cidadão e deixar o opinionismo de lado.

Em princípio, há dois públicos distintos no país. Um deles, o público supostamente bem-informado, consumidor da primeira divisão da mídia – jornais, rádio, TV e sites. O outro, o público terraplanista, usuário de WhatsApp e redes sociais.

Há uma diferença fundamental de tratamento entre ambos, para que o primeiro grupo não mergulhe na rede de desinformação do segundo: o tratamento jornalístico mais aprofundado. Mas o que se vê, na maioria dos casos, é o grande veículo emulando todos os truques caça-likes do segundo.

As diversas análises sobre os 100 dias do governo Lula demonstram uma superficialidade exasperante.

Uma das críticas está no fato de Lula frequentemente referir-se ao período Bolsonaro. Um comentarista da Globonews definiu como “olhar para trás” e “fomentar a polarização”.

Na Folha, um editorial diz que Bolsonaro, se contivesse seus arroubos, seria um bom contraponto ao Lulismo. Ele, o homem responsável por centenas de milhares de mortes, pelo desmonte do Estado brasileiro, pelo estímulo à criminalidade.

Ora, o maior trunfo de Lula é, justamente, o contraponto ao bolsonarismo. Seu maior feito foi ter livrado o país de um segundo governo Bolsonaro, que seria fatal para a democracia brasileira. Qualquer político minimamente esperto trataria de utilizar esse argumento em todas as oportunidades. É o que poderá segurar as manobras golpistas que inevitavelmente ressurgirão, caso Lula resolva avançar em reformas que atinjam os bilionários.

A segunda crítica imbecilizada é a de que, com apenas 100 dias de gestão, o governo Lula só tenha apresentado projetos, e não obras feitas. É inacreditável a falta de percepção sobre os tempos de maturação de projetos.

A terceira crítica, é que Lula não apresentou nenhuma cara nova, limitando-se a retomar ideias antigas, como o Bolsa Família. É uma visão de marketing cretina. É o mesmo que afirmar que a Globo está no passado, porque utiliza o mesmo nome desde os anos 30. Retomar o Bolsa Família em 100 dias é um feito. O BF é reconhecido, internacionalmente, como um dos programas sociais mais bem sucedidos. Mas esse pessoal, que confunde programas de governo, construção de Estado, com campanha publicitária, que exige uma “marca” de governo, trata a política com a mesma superficialidade de um publicitário de campanha eleitoral.

É evidente que o governo tem cara. Todas as manifestações, até agora, foram no sentido de colocar novamente o cidadão comum nas políticas públicas. A grande discussão é analisar cada uma das políticas, para saber se cumprem com as promessas de campanha.

Por exemplo, ontem falou-se em modificar as vinculações orçamentárias para Educação e Saúde, uma das maiores conquistas da Constituinte. Dias atrás, o Secretário de Tesouro afirmou taxativamente que haveria uma desvinculação, para se enquadrar nas regras do arcabouço fiscal.

As vinculações foram essenciais para impedir o desmonte das políticas sociais essenciais. As declarações do Secretário do Tesouro me levaram de volta ao pós-Constituinte, quando economistas como Antônio Delfim Netto e outros, diziam que o país não caberia na nova Constituição. Ou seja, tentando enquadrar uma Constituinte eleita na política econômica, e não providenciando uma política econômica à altura dos desafios da Constituinte.

Ainda há muitas dúvidas se e como Lula irá cumprir com suas promessas de campanha. Mas a grande discussão é analisar o conjunto de políticas públicas e seu impacto sobre o cidadão. E deixar de lado esse opinionismo típico de quem não tem o que opinar.

*GGN

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O governo faz cem dias. A imprensa errou no período muito mais do que Lula

Reinaldo Azevedo*

O governo faz cem dias hoje. É bom ou é mau? Mais acertou do que errou ou o contrário? É verdade que lhe falta uma marca? É claro que os que me leem aqui no UOL ou me acompanham em “O É da Coisa” (BandNews FM), na Folha, no Podcast “Reconversa” e nas redes conhecem as respostas secas e objetivas para tais indagações. Mas quero aqui fazer um percurso com vocês. E começo lembrando que inexiste no empíreo uma ordem perfeita, de que a terrena seja um espelho deformado. Não há, no mundo das ideias, um governo arquetípico — que sirva de modelo, de padrão, de paradigma — para governos terrenos. Logo, dizer se uma gestão é boa ou má remete a uma questão de valores, critérios e desejos. A resposta não revela apenas algo do governo. Também diz muito do respondente: quer o quê?; gosta de quê?; dá importância a quê? A avaliação que mais vai contar, daqui a quatro anos, será a do povo, é claro! A mais influente nos cem dias é a da imprensa. E esta errou no seu ofício, na média e com as exceções de sempre, bem mais do que Lula no dele. Vamos lá.

O que é, para esse tal Reinaldo Azevedo, um bom governo? Respondo:
1 – fortalece o estado democrático e de direito, com especial atenção aos direitos humanos;
2 – busca fazer com que a democracia caiba na economia, para não descambar para o populismo, e com que a economia caiba na democracia, para dar resposta à obscena desigualdade que há no Brasil;
3 – olha também para o futuro, não se deixando consumir apenas pelas urgências da hora.

Fossem os cem dias um retrato antecipado do que serão os quatro anos, e eu não teria receio de afirmar: teremos um governo excelente. Mas vocês também sabem que não dou, assim, tanta atenção a esse negócio. No Brasil, poucas coisas mudam tanto quanto o passado, não é mesmo? Onde estão as vozes do Apocalipse que previram em novembro um déficit primário, neste ano, de R$ 260 bilhões? Hoje, projeta-se algo em torno de R$ 100 bilhões. E não que tenha havido algum formidável “fato novo”. O que se fez foi previsão errada mesmo. Porque vertida pelo fel da ideologia, do preconceito e de interesses contrariados fantasiados de apego à racionalidade.

MARCA DOS CEM DIAS
Os analistas, críticos, cronistas e opinadores fazem seus balanços. Também faço o meu. Com uma diferença em relação a alguns enfezados: exponho os meus critérios. Sei lá que diabo buscam com a tal “marca”. Li um texto, de involuntário apelo cômico, segundo o qual a de Bolsonaro foi, por exemplo, a privatização. É sério? Qual? Aquela da Eletrobras? Escrevi a respeito. “E a reforma da Previdência?” Goste-se dela ou não, foi herança do governo Temer. A ascensão do bolsonarismo atrasou a sua aprovação em quase um ano.

Esse governo apresentou uma proposta de “arcabouço fiscal” que, aprovado como está — e noto que críticos precipitados começam a se dar conta dos quilômetros de bobagens que escreveram —, entregará previsibilidade ao país, substituindo o teto de gastos, que já havia caducado há muito. Como a expectativa, e apontei isto aqui, era de que viria uma proposta vertendo keynesianismo ou desenvolvimentismo a cada vírgula — e observo que não estou demonizando tais palavras —, foi difícil fazer o cérebro abandonar o preconceito e pegar no tranco. “Onde está o corte de gasto?” De quais gastos? A imprensa tem de dizer, santo Deus! Até adolescente de Enem está obrigado a apresentar resposta para o problema que aponta. Mais: o corte que alguns querem fazer, seja qual for, passará pelo Congresso?

Se querem a uma “nova marca” em cem dias, podem me dizer por que o marco fiscal não serve? O que há de errado numa proposta que faz a despesa crescer necessariamente menos do que a receita e que, adicionalmente, mesmo que as vacas da arrecadação deem muito leite, impõe um teto para a expansão do gasto, mas também estabelece um piso para evitar o sucateamento dos aparelhos públicos em caso de dias ruins?

Anotem porque tem a sua graça: alguns medalhões do liberalismo e do conservadorismo estão sendo convocados para opinar sobre a proposta. E, ora vejam, estão gostando. Afinal, muitos deles têm lá suas convicções e ideologia, mas também têm uma biografia. A 5ª Série do Liberalismo Enfezado ficou pendurada na brocha.

Querem saber? Uma imprensa realmente responsável deveria, a esta altura, fazer a defesa do texto, tentando protegê-lo de interferências do Congresso que venham a desfigura-lo. Mas quê… A 5ª série queria fazer barulho.

1 – DEMOCRACIA, ESTADO DE DIREITO E DIREITOS HUMANOS
Um bom governo, segundo os critérios deste escriba, fortalece a democracia, o estado de direito, com ênfase especial nos direitos humanos. Estou nessa profissão há 37 anos. Numa mirada de décadas, acho verdadeiramente

assustador que, num balanço de cem dias, se dê tão pouca importância à forma como o governo enfrentou uma tentativa de golpe de Estado, com evidente infiltração nas Forças Armadas e nas Polícias — com o destaque conhecido da PM do Distrito Federal.

Poucos, ocupando a cadeira presidencial, teriam resistido à tentação de convocar as Forças Armadas para uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) — e não faltou quem aconselhasse o presidente a fazê-lo —, hipótese, então, em que o governo se tornaria, doravante, uma espécie de refém daquelas que não moveram um coturno para evitar a ocupação ilegal de áreas de segurança do Exército país afora, muito especialmente em Brasília. Lula sentiu o cheiro da desestabilização de seu governo e da tentativa de transformá-lo em boneco de mamulengo de obscuras vontades fardadas. E comandou a resistência civilista à ação golpista, em parceria com o Judiciário e com o Legislativo. Venceu os golpistas e trocou o comando do Exército. Em vez de se intimidar, fez valer a autoridade que lhe é conferia pela democracia e pela Constituição.

Observem: essa questão desapareceu dos tais “balanços”. Se, numa mirada de décadas, posso me assustar que a imprensa dê tão pouco destaque a essa questão, olhando a sua trajetória da Lava Jato para cá, bastante contaminada por correntes de pressão das redes, não há surpresa nenhuma. Ela se deixou contaminar, e não é pouco, pela confusão promovida pela extrema-direita entre crime e liberdade de expressão.

O novo governo assumiu, e fomos confrontados com o horror na Terra Yanomami. Por ação e omissão, promovia-se em Roraima o extermínio de um povo. E a indústria da morte e da destruição estava em curso em área que nem está “sub judice”. Não há pendengas de natureza legal sobre a reserva. Tratava-se apenas da expressão mais escandalosa e maligna do modo como as populações mais vulneráveis foram tratadas no governo de Jair Bolsonaro. Lula reestruturou a Esplanada também para que o governo para que indígenas, mulheres, negros, cultura, diversidade sexual e os excluídos de maneira geral tenham voz em ministérios. Lembro trecho do discurso de Silvio Almeida (Direitos Humanos) no dia da sua posse: “Por isso, permitam-me, como um primeiro ato, como ministro, dizer o óbvio, que, no entanto, foi negado nos últimos quatro anos. Trabalhadores e trabalhadoras do Brasil, vocês existem e são valiosos para nós. Mulheres do Brasil, vocês existem e são valiosas para nós. Homens e mulheres pretos e pretas do Brasil, vocês existem e são pessoas valiosas para nós. Povos indígenas deste país, vocês existem e são valiosos para nós. Pessoas lésbicas, gays, bissexuais, transsexuais, travestis, intersexo e não-binárias, vocês existem e são valiosas para nós.”

Um governo que enfrentou e venceu o golpe; que interveio para pôr fim ao genocídio yanomami; que resolveu enfrentar a tara armamentista do bolsonarismo; que ousa dar voz a quem não tem, sem temer a indústria de difamação nas redes sociais, bem, meus caros, esse governo existe e é valioso para o Brasil.

2 – DEMOCRACIA E ECONOMIA
O secretário-executivo do Ministério da Economia, Gabriel Galípolo, foi criticado por muitos dia desses porque afirmou, ao defender o texto do arcabouço fiscal, que “a democracia deve caber na regra econômica”. Não vejo nada de errado na frase. Até porque, convenham, invertam-se os termos, e dá na mesma: também a regra econômica tem de caber na democracia, o que, por exemplo, não aconteceu durante o governo Bolsonaro. Jair Bolsonaro se aproveitou do seu particularíssimo entendimento com o Congresso e enfiou goela abaixo do Supremo duas PECs inconstitucionais — a dos benefícios sociais e a dos combustíveis — para tentar ganhar a eleição. O mixuruca superávit primário de Paulo Guedes custou a paralisia da máquina pública. O Orçamento que esses dois gigantes enviaram ao Congresso para 2023 previa R$ 34 milhões para o Minha Casa Minha Vida, cortava R$ 16 bilhões da Saúde e R$ 12 da Educação, reduzia Ciência e Tecnologia à miséria, entre outras delicadezas.

Sim, “a democracia tem de caber na regra econômica” porque é evidente que o atendimento às múltiplas carências do país sem olhar para as contas produz o efeito contrário ao pretendido. Mas isso não implica, por si, menos democracia. Também supõe que mudem regras, métricas, procedimentos, alocação de recursos. Não é isso o que propõe o novo arcabouço fiscal?

Pergunto: o então apenas presidente eleito não estava fazendo a “economia caber na democracia” quando propôs a PEC da Transição, numa articulação muito bem-sucedida com o Congresso, recebendo a crítica unânime da imprensa — que abrigou opiniões divergentes, mas sempre minoritárias —, o que classifico de mais um erro histórico?

Erro da imprensa, não do petista, que fique claro!

Nesses cem dias, não se está fazendo “a economia caber na democracia” — com evidente acento social — quando se refundam (esse é o verbo correto) o Minha Casa Minha Vida, o Bolsa Família, o Mais Médicos, o Programa de Aquisição de Alimentos? Acho absurda, escandalosa mesmo, a avaliação de que tais programas são velharias, mera reciclagem de antiguidades, um verdadeiro museu de novidades. Tal opinião desperta em mim o que chamo de “fascínio às avessas”, que é a estupefação. Quantos milhões de pessoas são atendidas eles? Qual foi o custo social da sua desestruturação (Bolsa Família), destruição (Minha Casa Minha Vida) ou abandono (Mais Médicos)? São programas com cheiro. De povo.

Naquela minha mirada de 37 anos de profissão, é surpreendente que a tese da velharia seja quase um consenso na grande imprensa. Olhando a trajetória dos anos recentes, infelizmente, nada há de surpreendente. Entendo que esses programas não devem ser nem velhos nem novos, mas permanentes. Parte da destruição do atendimento aos vulneráveis ajudou a fazer aquele superávit primário pilantra e mixuruca que tanto orgulho deu a Paulo Guedes.

Um governo que buscou, antes mesmo de tomar posse, fazer com que a democracia coubesse na economia, e a economia, na democracia é valioso para o Brasil.

3 – O FUTURO, ALÉM DA URGÊNCIA DA HORA
O presidente já conversou com 27 chefes de Estado em três meses, embarca amanhã para a China e vai participar da reunião do G7, o que já aconteceu entre 2004 e 2009, em dois primeiros mandatos. O Brasil volta a ser um ator importante no cenário mundial. Como esquecer o vácuo que se abriu em torno de Bolsonaro quando foi à reunião do G20, na Itália, em 2021. Transcrevo trecho da reportagem de Jamil Chade, neste UOL:
“Cada um deles [chefes de estado], ao entrar no local e antes da cúpula oficial começar, encontrava rapidamente um velho amigo, um aliado ou um parceiro comercial. Quando o brasileiro chegou, não teve opção: cruzou o salão e foi diretamente para uma mesa onde garçons serviam um café. Nesse trajeto, não foi cumprimentado por ninguém, não parou para apertos de mão. Com um dos garçons, puxou conversa: “Todo mundo italiano aí?”. Sem graça, o senhor que servia apenas fez um gesto positivo com a cabeça. Bolsonaro não desistia e falou de suas origens italianas. Mas não conseguia atrair a atenção dos garçons. Começou então a fazer uma piada com a final entre Brasil e Itália, na Copa de 1970. Ninguém entendeu.”

Lula continua a ser uma sensação no mundo, gostem ou não do que diz. De certo modo, Bolsonaro colaborou porque a vitória sobre a arruaça qualificou ainda mais o currículo do petista.

Há mais: a questão ambiental volta a ser prioridade. Nos cem dias, é um acerto e tanto. Tudo indica que isso servirá, vamos ver, para atrair investimentos que vão gerar emprego e renda. O país sai da condição de pária e volta a ser um dos principais interlocutores na questão da emergência climática. Não se trata apenas de coibir o desmatamento — e esse “apenas” quer dizer que não se resume a isso: o meio ambiente também é uma oportunidade de negócio e um compromisso com um novo desenvolvimento. “Ah, ainda não aconteceu…” Mas são cem dias apenas, certo?

ERROS
“Ah, então não há erros nesses cem dias, Reinaldo?” Aqui e ali, percebi mais erros de condução do que de fundamento. Eu definitivamente, não considero que Roberto Campos Neto é dotado da infalibilidade papal, por exemplo. Ou que a paridade de preços dos combustíveis aplicada pela Petrobras seja cláusula pétrea. Ou que se trata de um pecado mortal discutir taxa de juros mais baixas do BNDES — depende da atividade, não é? É ou não um banco de fomento? Trecho da Lei das Estatais tem de ser mesmo mudado porque inconstitucional. As críticas aos decretos sobre o marco do saneamento são mera escandalização do nada. Voltarei a esses pontos, marcados por crispação exagerada no noticiário, em outro texto. Este já vai longe.

Com todas as vênias aos que pensam de modo diferente, insisto: fossem os cem dias um prenúncio dos quatro anos, Lula se reelegeria ou elegeria alguém com os pés nas costas, seja por aquilo que já fez — e que terá desdobramentos — seja por aquilo que já encetou e que terá consequências. A imprensa, na média, errou e erra bastante:
– erra quando ignora, em seu balanço, a vitória sobre o golpe e suas consequências;
– erra quando ignora que o arcabouço fiscal já é marca dos cem dias;
– erra quando ignora a retomada da política de direitos humanos e de proteção aos vulneráveis;
– erra quando ignora que a reestruturação de programas sociais dá a necessária dimensão social à democracia;
– erra quando ignora a reinserção do Brasil no mundo.

Errou quando atacou a PEC da Transição e erra absurdamente quando busca estabelecer falsas simetrias entre petismo e bolsonarismo. Mas também isso é matéria para outro texto.

Afinal, essa imprensa, com todas as suas diferenças, quer o quê?, gosta de quê?, dá importância a quê?

Já disse o quero, do que gosto e a que dou importância.

*Uol

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Para atacar Lula, Estadão se despe de qualquer escrúpulo

Ninguém espera nada do jornalão de Fernão Mesquita, o que se pode ver é que não existe desinfetante possível para lidar com essa bactéria que espuma ódio e escorre sangue pelas mãos.

Ninguém espera nada de um sujeito que apoia a eleição de um presidente que foi responsável por grande parte das 700 mil mortes de brasileiros por covid, além de estar envolvido em escândalos dos mais graves crimes da história da República, tendo como coadjuvante o maior clã familiar que, certamente, forma a maior facção criminosa da história desse país no comando da nação.

Ou seja, o jornal Estado de S. Paulo, contem, em suas linhas, o próprio DNA do bolsonarismo. É só observar as falas decrépitas de Mesquita na Jovem Pan, quando se referia a Lula e a Bolsonaro.

Mas o caso agora virou ódio em estado puro. Se é Lula, para Mesquita, é ódio e mais ódio, não importa mais nada, o Estadão dará sempre um tom de quem vive uma perturbação possessa que só encontra prazer em destilar veneno contra o presidente que teve a maior aprovação da história do Brasil, 87% de bom e ótimo quando deixou o governo.

Então, quando o Estadão não tem condição de fazer um debate sobre Lula, parte para os rótulos, para ser mais preciso, parte para a baixaria de classificar ou julgar os 100 primeiros dias do governo Lula da forma mais vil como um arroto que não esconde a bílis de um perdedor, utilizando uma imagem de Lula que o caracterize de forma caricatural com os seguintes dizeres em editorial:

“Um governo envelhecido em 100 dias. Os sinais de decrepitude precoce estão em toda parte, mas sobretudo na aparente incapacidade do presidente de dar um rumo à incipiente administração”

O que diz o editorial com o timbre bolsonarista parecendo ser escrito por Carluxo? Nada. Não existe uma palavra que não vomite a mais pura baba de ódio medieval que já está associada à imagem do jornalão.

Aliás, de instrumentos familiares, o Estadão entende tanto quanto o clã Bolsonaro.

Portanto, ao contrário do que o jornal propõe em sua inenarrável tristeza, é que, no geral, o governo Lula e sua sincronização com as demandas do povo, estão par e passo com a sociedade e, logicamente, quem escuta as demandas do povo, essencialmente, transforma-se em inimigo de um jornal eminentemente escravocrata de instrumentalização do que existe de pior na oligarquia brasileira, e a brutalidade de suas linhas, na tentativa de forçar Lula a botar uma venda nos olhos para não ver o sofrimento do povo, que sentiu pesadamente as mãos de Bolsonaro, dá a exata noção do selo de jornal mais repulsivo do país.

Só há uma coisa pior que o jornalão de Fernão Lara Mesquita, que é seu twitter pessoal.

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Vídeo: Em nome da exploração do povo brasileiro, Folha e Estadão atacam Lula e são ridicularizados

Quando se pensa que já leu todos os absurdos vindos das tintas dos jornalões, Folha e Estadão mostram que, no quesito, passando vergonha alheia, o buraco não tem fundo.

Eles atacam Lula e afirmam que o povo brasileiro quer pagar os juros mais altos do mundo, os combustíveis dolarizados e a privatização de tudo.

Assista:

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Joaquim de Carvalho: “O massacre de Blumenau foi um crime político e Bolsonaro é o garoto-propaganda do ódio”

Ele também afirmou que a ideologia de extrema direita nasce do ressentimento.

O jornalista Joaquim de Carvalho afirmou, no Bom Dia 247 deste sábado, que o massacre de Blumenau, em que Luiz Henrique de Lima matou quatro crianças, foi um crime político e está relacionado com o extremismo do discurso bolsonarista. Segundo ele, Jair Bolsonaro é o “garoto-propaganda do ódio” e a ideologia de extrema direita nasce do ressentimento.

Para Joaquim de Carvalho, o massacre de Blumenau é um exemplo do que pode acontecer quando discursos de ódio e intolerância são propagados. Ele destaca que o autor do crime era aparentemente um simpatizante do presidente Jair Bolsonaro e que utilizava as redes sociais para disseminar ideias extremistas.

Segundo o jornalista, o discurso de Bolsonaro é um estímulo para o surgimento de grupos radicais que se sentem legitimados para agir com violência contra aqueles que consideram seus inimigos. Segundo ele, o massacre de Blumenau é uma tragédia que deve ser lembrada como um alerta para os perigos da disseminação do discurso de ódio e da intolerância.

*247

*Foto arte: Brasil de Fato

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Impunes

A impunidade é o maior incentivo às praticas criminosas.

Moro e Bolsonaro, cada qual com seu clã, apostaram na impunidade para cometer crimes.

Infelizmente, eles tinham razão. Nada aconteceu com eles e os seus. A justiça, até aqui, só ladrou para o clã Bolsonaro.

Para o clã de Moro, nem isso.

Para o sistema de justiça brasileiro, a corrupção e a impunidade são irmãs siamesas quando o assunto é Bolsonaro, mas também Moro.

No caso de Moro, é ainda pior. Pois seus malfeitos são ignorados quando não justificados pela mídia, sócia dos crimes da Lava Jato.

O mais grave é que esse tipo de impunidade gera mais monstros fascistas cada vez piores.

Foi confiando nessa impunidade que o governo Bolsonaro foi responsável pela grande maior parte dos 700 mil brasileiros mortos por covid, somado ao genocídio do povo Yanomami.

Moro, por sua vez, conduziu Bolsonaro ao poder e dele participou como ministro.

Num país com um sistema de justiça sério, os dois estariam presos, cada qual com seu clã.

Esse combo fascista segue com muito menos força política, mas impune, o que gera a normalização da barbárie.

A mídia não quer que Lula comente a raiva plenamente justificável que sentia quando estava encarcerado sem qualquer prova de crime.

Ou seja, até os sentimentos de revolta com as práticas criminosas em “nome da lei” e do “combate à corrupção” praticadas por agentes do Estado absolutamente corruptos, a mídia parceira da Lava Jato quer censurar.

A consequência de tamanha impunidade é a inconsciência coletiva que passa a não ter mais referência do que é certo e do que é errado, o que gera mais violência e formação de quadrilha como a desses dois clãs. O de Bolsonaro e o de Moro.

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Todo o ódio a que assistimos é reflexo do circo que Globo e judiciário armaram na farsa do mensalão

Hoje é dia do jornalista, a quem devemos saldar, não o jornalismo industrial
que construiu um clima de ódio que deu a Moro e Bolsonaro a prerrogativa de responsáveis pelas sucessivas tragédias provocadas por crimes de ódio que o país assiste apavorado.

Assista:

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Bolsonaro, primeiro-cavalheiro de Michelle

Perto da inelegibilidade, emplacar candidatura da ex-primeira-dama é o que resta ao capitão.

Ao voltar ao país após a temporada turística de três meses nos EUA, Bolsonaro vetou a candidatura da mulher, Michelle, ao Palácio do Planalto em 2026. Das duas, uma: ou o ex-presidente está mentindo como sempre ou não manda mais nada.

Presidenta do PL Mulher, Michelle já se considera candidata, reforçando a imagem de uma mulher ligada a valores conservadores, ao lar e à família, mas com direito a ocupar o espaço público. No Brasil de hoje, é capaz de colar. A ex-primeira-dama age sob efeito da mosca azul do poder —e o responsável pela mordida foi o próprio Bolsonaro, que a fez entrar na campanha de 2022 numa tentativa de reverter a rejeição do voto feminino e de reforçar o apoio entre os evangélicos. Ao contrário de Bolsonaro, Michelle saiu vitoriosa.

Em entrevista à Folha, a socióloga Esther Solano concedeu ao bolsonarismo status de movimento estruturado dentro da sociedade brasileira e apontou Michelle e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, como herdeiros do ex-presidente. O caminho dela, no entanto, será cheio de obstáculos: eleitores de Bolsonaro não parecem concordar em ver a mulher ocupando uma posição mais alta; os mais tóxicos chegam a odiar mulheres.

A força de Michelle —que precisa tomar aulas de geografia, para não perder eleitores ao chamar Pernambuco de cidade— está na desgraça do marido. Sem foro privilegiado e perigando ser preso a qualquer hora, Bolsonaro está perto da inelegibilidade. Punição que, justiça seja feita, ele buscou incessantemente ao longo da carreira de deputado do baixo clero e presidente golpista.

Como legado dos quatro anos em que atuou para destruir o país, não terá nem as joias árabes guardadas no mocó de Nelson Piquet. Sob as ordens de Valdemar Costa Neto, o capitão será cabo eleitoral. No futuro, se a jogada der certo e ele se comportar direito em casa, poderá manter a pose de primeiro-cavalheiro.

*Alvaro Costa e Silva/Folha

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Há muito mais mistérios entre Moro, Lava Jato e Petrobras do que julga a vã filosofia

Não existe figura pública com uma história tão absurda quanto a de Sergio Moro. No entanto, quanto mais o tempo passa, mais se observa que a conta dos seus contos não fecham e, mais do que fios soltos, sobram fios para todo lado.

Nesse momento, apareceu mais um personagem carregado de obscuridades em torno de Moro e a personagem, que é ninguém menos do que o pai da juíza Gabriela Hardt.

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Bolsonaro alegar vexame diplomático no caso das joias é um vexame policial

Ao tentar explicar à Polícia Federal a razão da pressão que ele fez sobre auditores da Receita Federal para liberarem um conjunto de joias no valor de R$ 16,5 milhões que seus auxiliares trouxeram muquiado ao Brasil, Jair Bolsonaro diz que tentava evitar um vexame diplomático que viria com um eventual leilão da fortuna dada pela Arábia.

Seria muito bom ter acesso à gravação do interrogatório, desta quarta (5), para checar se Jair conseguiu se segurar ou riu junto dos agentes. Pois um presidente que causou quatro anos de vexames diplomáticos só usa essa justificativa cínica porque vê a si mesmo como inimputável. Para o azar dele, após mais de três décadas com mandato e foro privilegiado, ele não é mais, tendo voltado à planície onde estão os outros mortais sem cargos públicos.

Ao tentar explicar à Polícia Federal a razão da pressão que ele fez sobre auditores da Receita Federal para liberarem um conjunto de joias no valor de R$ 16,5 milhões que seus auxiliares trouxeram muquiado ao Brasil, Jair Bolsonaro diz que tentava evitar um vexame diplomático que viria com um eventual leilão da fortuna dada pela Arábia.

Seria muito bom ter acesso à gravação do interrogatório, desta quarta (5), para checar se Jair conseguiu se segurar ou riu junto dos agentes. Pois um presidente que causou quatro anos de vexames diplomáticos só usa essa justificativa cínica porque vê a si mesmo como inimputável. Para o azar dele, após mais de três décadas com mandato e foro privilegiado, ele não é mais, tendo voltado à planície onde estão os outros mortais sem cargos públicos.

Antes, o Brasil era visto como um país boa praça, sonho de consumo do turismo, ator ambiental global – o que nos ajudou a fazer negócios com o mundo e, às vezes, até a ajudar a resolver conflitos. Ou seja, éramos tratados como gente grande.

Daí vieram quatro anos de vexames diplomáticos – do salto no desmatamento e nas queimadas na Amazônia após Bolsonaro atacar as estruturas de fiscalização, passando pela transformação do país em calamidade durante a pandemia (com direito à defesa na Assembleia Geral da ONU de remédios inúteis contra a covid) até o processo de genocídio de indígenas tratados como estorvo por seu governo.

Tamanhos vexames isolaram o Brasil e, por conseguinte, Jair é que passou a ser visto como inimputável no cenário diplomático internacional.

Sua passagem pela reunião do G20, o grupo das nações mais ricas

do mundo, em Roma, em outubro de 2021, produziu imagens vexaminosas. Ele não teve reuniões com outros mandatários para além de um encontro protocolar com o anfitrião, o presidente italiano. Ficava num cantinho com seus assessores, escanteado, vendo os adultos fazerem política internacional.

A justificativa não deve melhorar a vida de Bolsonaro no inquérito, até porque, além da pressão usando militares e a chefia da Receita para liberar as joias, ele surrupiou outros R$ 1,5 milhão em produtos de luxo. E o argumento já era de certa forma esperado.

Mas será amplamente usado pelos seus seguidores para passar pano no comportamento do “mito”. Dessa forma, eles que gostam de dizer que petistas têm bandido de estimação, vão poder lustrar a imagem do seu.

*Leonardo Sakamoto/Uol

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