Opinião

Moro, ambição demais e inteligência de menos

Com a mão na consciência e sem medo de errar, afirmo fortemente que Moro é mais tosco e mais burro que Bolsonaro.

Não foi sem motivos que virou herói da elite brasileira de conteúdo intelectual  igual ao do ex-xerife de Curitiba.

Sergio Moro é de um primarismo capaz de produzir um número inimaginável de patacoadas, como aquela icônica em que disse a Pedro Bial que gostava de ler biografias e, quando perguntado quais ele havia lido, não sabia, então, Bial perguntou qual a última que ele leu, Moro entupiu de vez a válvula mental e teve que assumir que é um mentiroso ao dizer que não lembrava.

Ou seja, o conteúdo do sujeito é zero. É possível que a única pessoa a aprender jogar xadrez com ele seja Vera Magalhães, porque esse aí sequer sabe jogar dominó ou dama.

Mas é exatamente essa burrice invejável de Moro, que libera suas mais fantasiosas ambições, sendo a pior delas aquela infâmia de prender Lula sem cisco de prova de crime para tornar Bolsonaro presidente, ele superministro e, evidentemente, começar sua carreira política de cima para baixo.

Sim, na campanha em que Moro começou candidato à presidência, alguém concluiu por ele que faltava-lhe ao menos uma direção para apontar o seu nariz e sair chutando suas palermices.

Possivelmente, o raciocínio de Moro, se é que ele raciocina alguma coisa, é tentar bancar o peixe piloto para viver das sobras de Lula e utilizar sua oposição ao presidente como cartão de apresentação de sua candidatura em 2026.

Assim, o passaporte para a política que Moro ganhou de mão beijada por conta da revelada farsa da Lava Jato já flopou antes mesmo de nascer.

Mas ele acredita piamente que, quanto mais se pronunciar contra Lula, mais se promoverá e mais chances de se colocar no páreo para a cadeira da presidência, conseguirá.

O único problema que Moro carrega para tanta ambição, são suas resenhas de ataque a Lula sobre assuntos que não interessam a ninguém, tamanho infantilismo dos seus protestos contra Lula na guerra em que seu oponente sequer lembra que ele existe, tal a insignificância do jeca curitibano.

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Fã de carteirinha dos juros altos do BC, Vera Magalhães convida Campos Neto para o Roda Viva

Vera Magalhães, aquela que, em 2021, disse que Lula não era player para ser entrevistado no Roda Viva por se tratar de um espantalho político.

Pois bem, a moça, que defende com unhas e dentes, a manutenção da maior taxa de juros no planeta, via BC, quer saber mais sobre essa especiaria de Roberto Campos Neto, neto do inventor da jabuticaba “correção monetária”, que, na era da ditadura, mergulhou o país na hiperinflação que, por sua vez, demorou quase uma década para ser extirpada da vida dos brasileiros.

Ou seja, solução inteligente está no sangue dos Campos.

Roberto Campos Neto tem apenas uma grande deficiência, a falta de originalidade e, como todo e qualquer tecnocrata, cria circunstâncias que arrebenta com a vida dos mais pobres, o que significa a maioria do povo brasileiro, justificando que o remédio é amargo, mas é para o bem dos pobres.

Está aí a questão central da queda de braço de Campos com Lula. Se o nome de Lula ganhou o mundo por ter tirado aproximadamente 40 milhões de brasileiros da miséria, a política econômica do governo Bolsonaro, tocada pela dupla de ataque, Guedes e Campos, devolveu 33 milhões de brasileiros ao mesmo mapa da fome, deixando mais da metade da população em estado de insegurança alimentar.

Mas Vera Magalhães, a mesma apaixonada pelo “enxadrista Sergio Moro”, parece que também reserva o mesmo carinho com o netinho de Roberto Campos e, por isso, usará o Roda Viva como advogado do presidente do BC, que insiste em manter as taxas de juros mais pornográficas do planeta, naturalmente sabotando a política econômica do governo Lula.

Detalhe, a entusiasmadíssima com os juros lá na casa do Guedes, Dora Kramer já avisou no twitter que não perderá o Roda Viva de segunda-feira de forma nenhuma. Ou seja, tiete de banqueiro é tiete de banqueiro.

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Lula leva a debate público as taxas de juros; e mídia de banco reage mal

A mídia, não tendo solução sobre o enigma do Brasil ter as maiores taxas de juros do planeta, o que faz a felicidade e a prosperidade de banqueiros e rentistas, enquanto 33 milhões de brasileiros estão na miséria. O subemprego não tem graça comentar, além de uma economia aos cacos.

Ora, todos sabem que o controlador do Banco Central independente é o sistema financeiro, ou seja, uma democracia de mercado, os bonecos dos banqueiros e rentistas na mídia passam o dia inteiro atacando Lula pelo simples fato de ele colocar milhões de brasileiros para debater a questão dos juros nesse país.

Lógico que, para o bem comum e não de grupos financeiros, Lula busca a forma mais democrática para lidar com a questão, adicionando combustível, não economizando críticas aos juros altos do Banco Central, para que a sociedade debata, e ela está debatendo, para que o custo da produção do país seja lubrificado por um financiamento de custos bem mais baixos.

Lula tem coragem suficiente para peitar a ditadura financeirista e colocar em xeque as verdades absolutas ditas na mídia por velhos tecnocratas neoliberais que, antes, ninguém se animava a desmentir.

A solução do problema é essa mesmo que Lula está promovendo para que a economia enxergue outros horizontes, com a utilização do financiamento da produção com custos exatos que realmente some, ponderando a própria fragilidade econômica e social em que o país se encontra.

O que Lula quer é que Campos Neto, presidente do Banco Central, ajeite de alguma forma essa equação e não se comporte como uma múmia bolsonarista como um dos fósseis que a cegueira ultra liberal de Paulo Guedes meteu na goela do povo brasileiro.

O dinheiro para financiamento da produção é para dar musculatura às empresas e não sugar-lhes toda a energia e eficiência com juros pornográficos que, diante do resto do mundo, soa como cadafalso a produção e desenvolvimento do Brasil.

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Ao contrário do que diz a Folha, Lula não está isolado, o povo está com ele

Se Bolsonaro, frouxo como é, não teve coragem de, em nome do bem público, defender as necessidades do povo contra banqueiros e rentistas, os interesses desses grupos financeiros, aqui por diante, com Lula, enfrentarão uma guerra de um governo forte que tem com ele, literalmente, a força do povo.

Ao contrário do que diz a Folha de São Paulo, Lula não está isolado, porque, segundo ela, o Congresso não prevê alterar a autonomia do Banco Central. Se o Congresso pretende agir assim, azar o dele.

As críticas feitas pelo presidente Lula à maior taxa de juros do planeta, são acompanhadas até por quem não votou nele.

Pouco importa se Pacheco e Lira descartem a mudança de regras que prevê o Banco Central independente, o mesmo banco tocado por um sujeito que simplesmente fraudou o fluxo de caixa em R$ 12 bilhões para ajudar Bolsonaro na eleição.

Pouco importa o que a Folha diz para atacar Lula em defesa dos muito ricos, dos barões do sistema financeiro. No Brasil, o tamanho da fila do osso está umbilicalmente associado ao tamanho das taxas de juros do Banco Central e, consequentemente, à farra dos banqueiros que cobram juros reais de crédito que chegam a 1000% ao ano.

Essa é uma das piores formas de ditadura, pois, como sabemos, produz uma prosperidade às avessas em que 33 milhões de brasileiros vivem na mais absoluta miséria, enquanto mais da metade da população vive insegurança alimentar.

Do outro lado, o dos ricos, é só felicidade com recordes e mais recordes de lucros extraídos dos pobres diabos que se sujeitam ao precipício financeiro quando enfrentam as taxas de juros mais imorais do mundo.

Mas os bonecos do mercado na mídia atacam quem? Lula, porque não podem atacar o alvo real, o povo.

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Um Banco Central que não comanda: é comandado

Luis Nassif*

Vai levar algum tempo para cair a ficha de que a única maneira de compatibilizar inflação e crescimento é o controle de capitais, o fim da dança de capitais gafanhoto.

A consolidação de teorias econômicas depende de alguns fatores. O primeiro deles é a quem serve a teoria, já que a economia é um exercício de escolha de vencedores e perdedores. O segundo é o contingente de economistas e jornalistas econômicos que fazem nome em torno dos princípios da teoria em vigor.

É mais fácil um camelo passar no buraco de uma agulha que um economista rever a teoria que o consagrou, ainda que a realidade desminta diariamente suas conclusões.

No caso das metas inflacionárias e das teorias monetárias, criou-se um caso concreto de realidade paralela, uma teoria complexa, cheia de fórmulas, conclusões taxativas e nenhum vínculo com a realidade. Não há capacidade de observação empírica. Ou até existe, mas ignora-se tudo que pode desmontar as teorias defendidas. Afinal, foi graças a elas que economistas de mercado fizeram sua reputação, acertaram os resultados da planilha do Banco Central – embora raramente ambas as planilhas, a do BC e do mercado, acerte o resultado da inflação.

Todo esse aparato teórico, todas as equações, baseiam-se em uma ferramenta de controle da inflação tão antiga quanto as sanguessugas contra a febre: a âncora cambial. É uma mecanismo rústico, primário, mas revestido do creme de leite de fetiches, chamados de “taxa neutra de juros”, “PIB potencial” e outras planilhices.

Inflação é um fenômeno com vários ingredientes: choques de demanda, choques de oferta, choques externos, quebra de safras, crises setoriais. Há um conjunto grande de instrumentos para combatê-la, como estoques reguladores, importações especiais, políticas setoriais. Para cada causa, um remédio, de tal maneira que as taxas de juros servem exclusivamente para combater a inflação de demanda, quando a economia está aquecida e a alta de preços espraia-se por todos os produtos.

A política monetária em vigor joga tudo nas costas dos juros. Infecção? Juros. Lumbago? Juros. E a razão é óbvia.

Na inflação, há perdas e ganhos. Mas, em circunstâncias normais, o capital financeiro perde, assim como os credores, devido à perda de valor da moeda. Qual o grande arranjo da política monetária, especialmente das metas inflacionárias.

Primeiro, permitindo ao mercado definir as expectativas de inflação e da taxa de juros longa. Em países civilizados, o Banco Central atua nos mercados de juros, impedindo sua manipulação pelos grandes players. Aqui, eles chegam à vontade. O mercado define o que espera da inflação, define a taxa de juros longa, e o BC vai atrás, sancionando todos os movimentos especulativos.

O segundo passo é trabalhar com o conceito da tal taxa de juros neutra – aquela que impediria a alta da inflação. Hoje em dia, o BC considera a taxa de juros neutra em 4% – isto é, seja qual for a inflação, a taxa Selic tem que ser, no mínimo, quatro pontos acima da inflação. Ou seja, as expectativas de inflação, de taxa de juros longa e de taxa de juros neutra fica nas mãos do mercado. Quanto maior a taxa, maior o ganho, maior a dívida pública, menor o crescimento econômico, menor o emprego, menor a receita fiscal.

No Valor de ontem, André Lara Rezende expõe de maneira crua o terrorismo fiscal, utilizado pelo mercado e pelo BC para garantir o seu poder.

Não tem a menor lógica a manutenção desse modelo que deixa totalmente em mãos do mercado o controle de variáveis que impactam diretamente o orçamento público.

Vai levar algum tempo para cair a ficha de que a única maneira de compatibilizar inflação e crescimento é o controle de capitais, o fim da dança de capitais gafanhoto.

*GGN

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Crítica de Lula ao BC é cálculo, não chilique. E isso não é chutar a santa

Reinaldo Azevedo*

Será mesmo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está batendo no Banco Central na base de rompantes, vale dizer: tem lá seus chiliques e resolve atacar a tal independência do BC? Acho que não. “Chilique” por três dias seguidos é cálculo. Eu fico muito à vontade nesse debate porque acho impossível levar a sério esse negócio se você tem um mínimo de seriedade intelectual.

Sempre se é dependente ou independente em relação a alguma coisa, não é mesmo? O Banco Central é independente de quem ou do quê? Alguém poderia responder: “Dos políticos e da política”. É mesmo? Se fosse verdade, não seria assim tão bom porque acho um erro demonizar a política.

Eu, cá do meu lado, também não quero satanizar ninguém, mas noto que a arbitragem da taxa de juros, por exemplo, se dá depois de o BC ouvir os mercados, não é? O tal Boletim Focus existe para colher as opiniões da turma, nem sempre tão iluminadas. E esse erra muito também.

Estou entre aqueles que pensam que já havia espaço para baixar a taxa de juros na reunião passada do Copom. Não aconteceu. Até aí, vá lá, os que dizem que isso seria um erro podem até estar certos. Mas e aquele recadinho enviado ao governo, como se oriundo do mundo empíreo, advertindo para a questão fiscal? Convenham: o sempre educado Roberto Campos Neto é presidente do Banco Central, não é presidente do Brasil.

Estão tentando jogar água na fervura e ameaçando Lula com o Armagedom caso ele não cesse suas críticas ao BC. A resposta que ele deu? Esta: se o presidente da República não pode se manifestar, quem vai protestar? O catador de reciclável? Aí os independentistas respondem: “Ora, ninguém fala nada!” Mas, então, já não estamos mais lidando com o BC, o Copom e com a política monetária. Voltamos à infalibilidade papal.

A ata, disse Fernando Haddad, ministro da Fazenda — e é bom que tente baixar a temperatura — é um pouco mais, digamos, suave, do que aquele recado institucionalmente meio malcriado. É verdade. Há ali algum aceno. Mas a questão está longe do fim.

ERRO DE PRINCÍPIO

Lula não desistiu, não. Depois das críticas que disparou ao BC na posse da nova diretoria do BNDES, voltou à carga nesta terça em café da manhã com jornalistas da chamada “mídia independente e alternativa”. Numa referência ao Conselho Monetário Nacional, afirmou: “Eu espero que o [Fernando] Haddad esteja acompanhando, a Simone [Tebet] esteja acompanhando e que ele próprio [Roberto Campos Neto] esteja acompanhando a situação do Brasil”. É dali que partem, em princípio, as diretrizes a serem seguidas pelo BC.

Onde está o erro de princípio? A tal independência do Banco Central, tese pela qual jamais me bati — não encontrarão texto meu exaltando-a — é, em tese, uma prática que tornaria a política monetária imune à politização. Pergunta óbvia de resposta não menos: quando foi aprovada, deu-se ou não num determinado ambiente político? Os que a defendem, por acaso, não fazem também suas escolhas?

O pedido de demissão do presidente do BC pode ser encaminhado ao Senado por ineficiência. Vistos os números, sem contexto, pode-se dizer que o órgão não cumpriu seu desiderato. Em um ano e cinco meses, a taxa de juros saltou de 2% para 13,75%, e a inflação está bem acima do teto da meta. Há boas pessoas e gente graúda — que ganhou bastante dinheiro nesse tempo — que dizem que os 2% eram tão irrealistas como destrambelhados são os 13,75%.

Quando o BC mantém a taxa de juros nas alturas sem que fique claro — ou me digam onde está essa clareza — como essa taxa poderá devolver a inflação à meta; quando tal manutenção cria óbvios entraves ao crescimento e quando se aponta que a única saída é resolver a questão fiscal, com a a evidente sugestão de que ou se corta gastos ou nada feito… Bem, quando tudo isso acontece, é forçoso lembrar que essa é uma opção, sim, que goza de grande prestígio entre certos formadores de opinião, mas que não é a única.

E pronto! Sabe o que surge no horizonte? O fantasma da “politização” do Banco Central, sendo que o objetivo declarado da independência, pelo menos no papel, era justamente “.

QUER MUDAR?

“Está querendo o fim da independência, Reinaldo?” Até poderia porque, afinal, nunca a defendi. Acho a tese intelectualmente desonesta porque “independente” o banco jamais será. Mas não. Não creio que seria uma boa ideia fazer agora essa cruzada. Mas entendo também — e o senador Jaques Wagner está certo na entrevista que deu à Folha — que não se pode tentar impedir o presidente de emitir uma opinião.

Faltou habilidade ao Banco Central. Pareceu-me que houve uma tentativa de “dar uma sambadinha” no salão do novo poder, que já fora desafiado por golpistas, para evidenciar quem manda. E esse também não me parece ser o comportamento exemplar de um independente.

O Brasil chegou a “grau de investimento” com um BC “dependente”. “Ah, mas esse era o governo Lula 1; o governo Lula 3 está sendo muito diferente”. Está? São 39 dias de gestão hoje. A verdade é que o mau humor começou com a PEC da Transição. Alheios à peça orçamentária de ficção enviada por Bolsonaro, os tais “mercados” e seus porta-vozes na imprensa passaram a ver no texto um exemplo gritante de falta de compromisso com o rigor fiscal.

Concluída a primeira reunião do Copom do governo Lula, veio aquele recadinho. Pior: começou a circular a história de que, antes de novembro, não haverá redução dos juros. E ponto. Ora, Campos não era do tipo hostil à política no governo Bolsonaro, certo?

Ao pé deste artigo, republico o que escrevi aqui no dia 11 de fevereiro de 2021, há dois anos, quando a Câmara aprovou o texto-base da tal independência. Vejam ali. Minha crítica a essa tolice não é de agora. A tal independência é um fetiche. Talvez um BC “dependente” não tivesse baixado a taxa a 2% nem elevado a 13,75%, sei lá. Isso deveria ser um não assunto. Mas, se é e se o banco é independente, que não ouse se comportar como governo.

Não creio que Lula vá encaminhar a queda de Campos Neto. Mas também não acho que vá parar de pressionar. O BC é independente, certo?, e o petista é o presidente de todos os brasileiros. Representa-os, particularmente a seus eleitores. Pode, pois encaminhar suas demandas. Mas qual o “cálculo” de Lula? Se o BC resolve fazer um comunicado e uma ata de alcance político — e os documentos têm esse aspecto —, estão que seja exposto também ao embate… político. E técnico. O que há de errado nisso?

*Uol

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Para que o Banco Central independente? Para o povo é que não é

O que é e para o que serve o Banco Central independente? Certamente não é para melhorar a vida do povo.

Para todo lado que se olha, enxerga-se a ditadura dos banqueiros que operam em causa própria. É essa a única verdade.

Ninguém, na mídia, atreve-se a dizer que o Banco Central, sob o controle do governo Lula, em seus dois mandatos anteriores, tirou 40 milhões da miséria, pagou o FMI, reduziu significativamente a dívida pública e o Brasil ficou entre as economias mais fortes do mundo, além com a 6ª potência economia do mundo. E mais, Lula e Dilma,  deixaram uma reserva de U$ 380 bilhões, coisa que o Brasil jamais havia experimentado. Simples assim.

Do outro lado, com Temer e Bolsonaro, com o Banco Central independente, o Brasil assiste à tragédia econômica e social instalada, a dívida pública disparou, não se aumentou um níquel sequer das reservas internacionais, ao contrário, Bolsonaro queimou um valor ainda desconhecido, mas certamente não foi pouco, devolveu 33 milhões de brasileiros ao mapa da forme, fato inédito na história de países que conseguiram erradicar a miséria.

Soma-se a isso o desmonte pelo governo Bolsonaro das políticas sociais implementadas por Lula que, além de melhorar, e muito, a vida dos mais pobres, transformou as classes C, D, e E no 14º balcão de negócios do mundo.

A pergunta inevitável, serve a quem o Banco Central independente? Ao Brasil e aos brasileiros é que não é.

E quem defende essa verdade absoluta neoliberal, não sabe por que defende, simplesmente porque essa verdade não existe.

Já para os bancos e rentistas, estes bateram recorde de lucro enquanto o povo estava na fila do osso.

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Lula pode demitir Campos Neto se Conselho Monetário Nacional pedir

Luís Costa Pinto – O presidente Lula tem uma carta para pôr sobre a mesa do debate econômico e obrigar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a ter juízo e a parar de açular os amigos e parceiros que mantém no mercado financeiro a tentarem impor cabrestos ao Palácio do Planalto na tentativa de sabotar uma linha de administração macroeconômica mais voltada para o social e para a distribuição de riquezas e geração de empregos: o dispositivo da Lei Complementar 179/2019 que prevê as possibilidades de exoneração do presidente do BC.

A LC 179/19 foi justamente a lei que deu independência ao Banco Central. Em seu artigo 5º, item IV, ela prevê que o presidente da instituição monetária pode ser exonerado “quando apresentarem comprovado e recorrente desempenho insuficiente para o alcance dos objetivos do Banco Central do Brasil”. Parágrafo 1º do mesmo artigo 5º da Lei Complementar 179/19 diz que “compete ao Conselho Monetário Nacional submeter ao presidente da República a proposta de exoneração, cujo aperfeiçoamento fica condicionado a prévia aprovação, por maioria absoluta, do Senado Federal”.

Ou seja, se o Conselho Monetário Nacional assim desejar, denuncia a sabotagem de Campos Neto ao presidente da República. O presidente Lula, por sua vez, tem reclamado da postura hostil de Campos Neto. Nomeado para o BC por Jair Bolsonaro, o presidente da autoridade monetária nacional jamais escondeu o orgulho de dizer “de direita”. Durante a campanha eleitoral, fazia reuniões quinzenais de avaliação de pesquisas e de cenários eleitorais (no segundo turno, semanais) e torcia abertamente por Bolsonaro. Campos Neto chegou a participar de eventos de arrecadação de fundos eleitorais para o então chefe.

No próximo dia 16 de fevereiro o CMN se reúne pela primeira vez sob a vigência do terceiro mandato do presidente Lula e já com a configuração adquirida depois da recriação dos ministérios da Fazenda e do Planejamento. Integrado pelos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, além do próprio presidente do Banco Central, o Conselho tem três votos.

Por 2 a 1, se Haddad e Tebet assim decidirem, ao constatarem postura antirrepublicana e sabotagem e manipulações de dados e do Conselho de Política Monetária (Copom), órgão que define a taxa de juros e dá a linha teórica a partir da qual se pode calcular as metas de inflação que orientam os índices macroeconômicos, o CMN pode denunciar formalmente Roberto Campos Neto ao presidente da República. Lula, caso acate a denúncia, informa ao presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, o desejo de trocar o presidente do BC por prática de sabotagem (e também por incompetência). Pacheco, que deve a reeleição em larga medida ao Palácio do Planalto, não decide se acata ou rejeita a denúncia: tem de pô-la em votação. São necessários 41 votos (quórum qualificado) para que a demissão do presidente do BC seja aprovada.

Roberto Campos Neto tem se portado como inimigo do governo e personagem hostil às abordagens de Fernando Haddad, do presidente Lula e mesmo da ministra Simone Tebet que desejam debater mais a fundo com ele as razões que indicam uma necessária e gradual redução de juros a fim de reaquecer a economia brasileira. Também não encontraram disposição no BC de Campos Neto para estabelecer metas reais, críveis e atingíveis de inflação. Aos inimigos, a Lei, devem lembrar Haddad e Tebet ao presidente do Banco Central durante a reunião do dia 16 de fevereiro.

Em abril de 2003, antes do início do quinto mês de seu primeiro mandato, sob a liderança do então presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha, do PT, o governo Lula viu ser aprovada com seu patrocínio uma emenda constitucional que mudou o artigo 192 da Constituição e passou a permitir que o Sistema Financeiro Nacional pudesse ser regulado e regulamentado por leis complementares (quóruns menores) e não por uma Proposta de emenda Constitucional.

Por 442 votos contra apenas 13, a Câmara aprovou a PEC do artigo 192 em dois turnos e remeteu-a ao Senado, onde o então presidente da Casa, José Sarney, esforçou-se pessoalmente pela aprovação. Em razão daquele esforço legislativo, sob inspiração do Executivo liderado por Lula, pôde-se arquiva o esdrúxulo dispositivo constitucional que “tabelava” os juros em 12% ao ano e abriu-se caminho para a modernização e regulamentação do Sistema Financeiro Nacional – inclusive para a instituição dessa independência do Banco Central ser feita por Lei Complementar, e não por Emenda Constitucional (uma PEC com o tema dificilmente passaria dada a necessidade de quórum elevado para tal).

PORTA-VOZES DE CAMPOS NETO NA MÍDIA TRADICIONAL INCOMODAM PALÁCIO

No domingo 6 de fevereiro o presidente Lula registrou, para alguns interlocutores, a edição nada sutil do jornal Folha de S.Paulo, publicação que pertence ao banqueiro Luiz Frias (dono do PagBank e de uma empresa de administração de máquinas e métodos de pagamento). Frias está especialmente incomodado com o anúncio, pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de quem ainda no primeiro semestre deste ano será possível usar a ferramenta “pix” para pagamento a crédito – isso representará uma queda de faturamento ainda não calculada naquele que, hoje, é o principal negócio de Frias: o banco.

A Folha de S.Paulo do último domingo levou a seus leitores um editorial e dois artigos de opinião tomando o partido (e as dores) de Roberto Campos Neto nas divergências (e sabotagens) que ele vem promovendo contra o Palácio do Planalto. Além disso, uma reportagem técnica assinada por um jornalista considerado do núcleo de elite da casa, Fernando Canzian, expõe eventuais dificuldades que o Brasil terá para se alinhar com “o resto do mundo” caso siga a trajetória macroeconômica desejada por Lula. Um outro texto, dessa vez assinado pela jornalista Mônica Bergamo, que dispõe de independência interna em relação aos desígnios do dono da publicação, expôs a insatisfação presidencial com a forma como Campos Neto açula o mercado financeiro contra o governo federal.

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Em Lisboa, as feridas abertas de um Brasil abalado

Jamil Chade*

Intervalo entre debates em um hotel de luxo de Lisboa nesta semana. Na mesa do café, um empresário pergunta a outro: “qual é a distância entre Lisboa e o Brasil?”

O interlocutor fez algumas estimativas, detalhou as rotas aéreas entre os dois continentes e, depois de uma pausa, respondeu com um tom filosófico: a ex-metrópole e a ex-colônia nunca estiveram tão próximas.

Será?

Organizado pelo Lide nos dias 3 e 4 de fevereiro, o encontro entre empresários, ministros de diferentes tribunais, banqueiros e políticos em Lisboa debateu os rumos do país, sua democracia e até novas formas de governos.

Mas entre discursos com um otimismo ensaiado, a promessa de que uma nova era estava começando e convites para que estrangeiros desembarquem no Brasil, não houve como esconder a existência do mal-estar de uma nação traumatizada por anos de destruição.

Um país que ainda lida com suas feridas abertas e com as ruínas escancaradas dos ataques contra o estado de direito ou da explosão da fome. Um país que se depara com supostos planos de golpes – na forma de minutas encontradas na casa de um ex-ministro ou na denúncia surreal de um senador.

Ao tomar o microfone, Luiza Helena Trajano, presidente do Conselho do Magazine Luiza, insistia que não aguentava mais ouvir diagnóstico. “Todos sabemos o que fazer”, disse, em um tom de indignação.

E apresentou à audiência dados reveladores da situação social do Brasil:

  • 79% das casas não tem aspirador de pó;
  • 79% das casas não tem aspirador de pó; 83% das famílias não tem cafeteira; Só
  • 15% das residências têm máquina de lavar roupa automática.

Instantes depois, foi a vez do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, admitir que sua gestão descobriu que não havia sinal de internet para 120 mil alunos em bairros de um dos maiores polos de riqueza do continente.

Instantes depois, foi a vez do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, admitir que sua gestão descobriu que não havia sinal de internet para 120 mil alunos em bairros de um dos maiores polos de riqueza do continente.

Por videoconferência, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, alertou que 125 milhões brasileiros vivem algum tipo de insegurança alimentar, um escárnio para um país que se gaba em dizer que alimenta 1 bilhão de pessoas pelo mundo.

Claudio Castro, governador do Rio, ainda citou ações para tentar impedir que o crime organizado se transformasse em fonte de empréstimos para uma parcela das comunidades mais pobres da capital carioca. Uma nova versão de “shadow-bankin.

Bancos que cobraram dos administradores da Americanas uma nova postura e que permitam que a Justiça elucide o rombo bilionário em suas contas.

Não faltou sequer o ex-presidente Michel Temer dizendo que o impeachment era um “trauma”. Sim, ele mesmo.

O contraste entre a realidade apresentada e a cidade onde a conferência estava sendo realizada ecoava em silêncio pelos salões sofisticados. Bastava abrir as janelas para se deparar com uma uma sociedade que apostou na coesão e distribuição de renda como armas para a paz social.

Para se deslocar de um local da cidade a outro, o grupo contou com batedores abrindo caminho pelas ruas de Lisboa, enquanto atiradores também foram chamados para que fossem colocados em pontos estratégicos. No total, mais de cem agentes de segurança foram mobilizados.

Um excesso de zelo dos portugueses depois dos acontecimento em Nova York contra ministros do Supremo Tribunal Federal ou simplesmente mais um sintoma do que se transformou o Brasil onde o ódio se instalou como estratégia política legítima?.

Ao longo de dois dias, ficou evidenciado que a distância entre Lisboa e Rio não pode ser medida em quilômetros ou em quantidade de voos que ligam dois países. Mas em direitos.

E, por essa régua, há uma verdadeira fossa tectônica entre Brasil e Portugal.

*Uol

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Para quem não lembra, Marcos do Val é aquele gaiato que empregou a namorada no senado com salário de R$ 18 mil

Esse mais recente personagem da vida brasileira parece ter sido extraído de um romance policial.

E não pense que isso, para ele, é desvantagem, ao contrário, jorram jocosidades na vida do Odorico Paraguaçu capixaba, porque, para o sujeito, não existe fronteira para chegar ao ridículo, contanto que o negócio político traga resultados maravilhosos para ele e os seus.

É natural que, depois de produzir um barulho com o seu buraco n’água, que pode lhe custar a cassação e a cadeia, as pessoas acabam por redescobrir o que a história já registrou sobre essa peça.

Para Marcos do Val, o Senado é um poço de petróleo onde jorram oportunidades para qualquer mortal, a começar pelo histórico do senador capixaba que, além de empregar no Senado a namorada com um salário de R$ 18 mil, levou-a para dar um rolé nos EUA, gastando a bagatela de R$ 50 mil de dinheiro público.

O que é isso diante de alguém que abocanhou, via orçamento secreto, segundo o próprio, a bolada de R$ 50 milhões? Mesmo se tratando de um clássico, digamos, pouco nobre senador, para quem foi para o Senado apoiando Sergio Moro para “combater a corrupção”, os derivados de sua empreitada estão longe de serem republicanos.

O fato é que essa cavalgadura que, a serviço de Bolsonaro, pregou uma mentira nacional, é o mesmo que confessa o emprego da namorada, sua viagem com ela aos EUA e o negócio do orçamento secreto em que recebeu essa montanha de dinheiro.

Mas na raiz do seu calcanhar existem outras entidades do mesmo ser, que se diz instrutor da Swat, com direito a desenho rasgando a camisa para mostra logomarca da sigla norte-americana e self mostrando que, de gorducho, virou um senador marombado. Tudo isso em troca de benefícios do governo Bolsonaro. O sujeito ainda, no auge da pandemia, fez parte da criminosa comissão da cloroquina, liderada pelo apatetado e risonho, Carlos Wizard, atualmente dono da rede de lojas Mundo Verde.

Como, ao contrário de do Val que, num único dia, contou mais de seis versões de sua xaropada golpista, falamos, mas provamos.

Confira

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