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O sucesso de Lula visto pela lente dos que resistem a engoli-lo

Nenhum erro lhe será perdoado, e os acertos rebaixados.

Lula foi um sucesso na conferência ambiental promovida no Egito pelas Nações Unidas, mas não deve perder de vista que seus maiores problemas estão aqui, e em nenhuma outra parte.

Os principais jornais do planeta louvaram o desempenho de Lula e seu retorno eletrizante, como destacou o The New York Times, mas isso não lhe dará o direito de arrombar as contas públicas.

Lula não cometeu crime algum ao pegar carona em um jato de um empresário amigo, mas deve uma explicação de porque o fez. Por que há quatro dias guarda silêncio a respeito?

Por falar em silêncio: por que não anuncia logo o nome do futuro ministro da Economia e acalma os nervos do mercado financeiro? O que uma coisa tem a ver com a outra? Nada, mas e daí?

Ele se elegeu com o apoio de 11 partidos. Na sua equipe de transição, há representantes de 16. Mas de um total de 290 nomes anunciados, 66 são do PT. Não é demais? E logo do PT?

Dos 17 nomes que integram o grupo escalado para sugerir políticas públicas nas áreas da Justiça e Segurança Pública, 9 são críticos da Lava Jato. Por que essa fixação na Lava Jato? O que significa?

Verdade que Lula com apenas 20 dias de eleito já fez mais pela imagem do Brasil do que Bolsonaro em quatro anos, mas não foi por mérito dele, e sim demérito de Bolsonaro.

A política não admite espaço vazio. Bolsonaro parou de trabalhar desde que foi derrotado. Está deprimido, com erisipela e ainda não sabe o que fazer. Lula limitou-se a ocupar o espaço vago.

Não parece uma má ideia ele ter designado Geraldo Alckmin, um político moderado, para uma espécie de gerente do novo governo. Mas que Lula não pense em ficar só passeando pelo mundo.

Terá que governar, pegar no pesado, e justificar porque quis voltar à presidência pela terceira vez ao invés de desfrutar os anos de vida que lhe restam na companhia da sua nova mulher.

A propósito: ela não foi eleita para nada, ele é que foi. Não está autorizada, portanto, a dar palpites na condução do governo. Deve comportar-se com discrição. Nada de fazer gracinhas.

Marisa Letícia, a primeira-dama em 2003, fez a gracinha de plantar nos jardins do Alvorada um canteiro em formato de estrela com flores vermelhas em tributo ao PT. Pegou muito mal.

Nenhum erro de Lula será perdoado. A Tarcísio de Freitas, por exemplo, governador bolsonarista de São Paulo, se perdoará um eventual reajuste de 50% no próprio salário. A vida está cara.

*Noblat/Metrópoles

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Do bolsonarismo, não ficará pedra sobre pedra, como previu Dilma em 2016

A bola cantada pela presidenta golpeada pelo corruptaço Aécio, em parceria com Temer e Cunha, foi premonitória. Essa gente toda será varrida do poder e da história junto com Bolsonaro.

A mesma parcela da escória nacional, que golpeou Dilma e tirou Lula da disputa presidencial como uma condenação e prisão comandada pela quadrilha da Lava Jato, ajudou a eleger e agora derrotar Bolsonaro. O remédio dado em altas doses, virou veneno.

Desde 2013, nas chamadas jornadas de junho, a direita mais reacionária vem financiando as figuras mais nefastas da vida nacional. Em 10 anos acumulando dejetos políticos, esse lixo reacionário bateu no teto e ajudou a derrotar Bolsonaro.

Com a derrota de Bolsonaro, uma tonelada de lixo tóxico está sendo removida da vida pública e, aos poucos, todos saberão o conteúdo desse lixo.

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Merval Pereira, o eterno meme do provincianismo nacional

Merval está mordido com o sucesso internacional de Lula. Na sua cabeça, Lula abusa da condição de um irremediável líder global. Na cabeça da cavalgadura, isso significa megalomania, enquanto Lula recebe convites e telefonemas dos maiores chefes de Estados do planeta.

Querer ser um negociador internacional, para Merval Pereira, é um projeto que só cabe na cabeça de Lula, por isso está desapontadíssimo com o sucesso do presidente brasileiro no exterior antes mesmo de tomar posse.

Lógico que Merval quer assumir a cabeça de uma fileira da velha província que não admite sequer que a Noruega aumentará o repasse para a proteção da Amazônica, com Lula.

Essa gente não para de confessar ignorância. Tudo bem que não se espera nada de produtivo sair das cabeças de Mervais que acentuam sua burrice quando se colocam na direção de uma super produção de ácido para falar de Lula. Há várias maneiras de se fazer oposição, mas para tanto, Merval deveria adquirir a postura de uma inviolável mudez que lhe permitisse comprar a condição de opositor de Lula em troca de uma fundamentação, no mínimo, fértil para se poder puxar a brasa para a sardinha da eterna direita.

Mas são justamente esses elementos vitais que faltam a Merval, queimando a si mesmo, sem perceber que um comentário desastroso como esse, faz dessa criatura, que é um anônimo internacional, um verdadeiro promotor de uma guerra interna contra o país.

Sim, essa hipertrofia verborrágica é parte do jogo financeiro a quem Merval deve reverências. Mas, mesmo no capitalismo que por si só destrói o conceito de humanidade, há ao menos um suposto ideal que, em linhas gerais, promete, sem nunca cumprir, uma produção de soluções muito melhores e mais criativas do que as do Estado.

Merval nem com isso sabe lidar. O resultado são essas patacoadas que se transformam em verdadeiros buracos n’água quando marosca um conceito chucro típico de uma cabeça eternamente provinciana e serviçal.

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Com questão fiscal e jatinho, quem tem “mau começo” é a imprensa, não Lula

Reinaldo Azevedo – Apontem o tipo penal no qual incidiu Luiz Inácio Lula da Silva ao aceitar a carona no jatinho do empresário José Seripieri Filho, na viagem ao Egito, para participar da COP27, e talvez eu possa indicar algum caminho para que o presidente eleito responda por seu… Por seu o quê? Não havendo nada disponível no Código Penal, tentem a Lei da Improbidade Administrativa tão logo se descubra o cargo público ora exercido pelo petista e por que a viagem, por si, evidenciaria ser ele um homem improbo. Quem sabe se deva evocar a Lei 1.079, que pune crimes de responsabilidade… Coragem, valentes! Vistam uma camiseta amarela, caiam de joelhos, evoquem os demônios golpistas e proponham o impeachment de Lula antes da posse. Nem seria assim tão original — afinal, em 2018, ele foi, de modo muito particular, cassado antes mesmo de ser eleito.

Uma coisa é noticiar que o petista viajou de carona no avião de Júnior, como o empresário é conhecido. Outra, bem distinta, é fazer disso um escarcéu. O homem foi eleito há 16 dias. Na imprensa internacional, o Brasil deixou as seções dedicadas à delinquência política e voltou a ser tratado como um ator global, especialmente em razão da questão climática — razão da viagem, note-se. No front interno, indicou o centrista Geraldo Alckmin para comandar a transição e chegou até a despertar ciumeira no PT, dada a quantidade de não companheiros que participam do processo. Deu início a diálogo respeitoso no Congresso para encontrar uma resposta econômica e política para o teto de gastos.

Não obstante, no intervalo de cinco dias, setores da imprensa já anunciaram dois “maus começos” para o terceiro mandato de Lula. Eu sei que é preciso ser um empirista empedernido para acreditar, mas o presidente da República ainda é Jair Bolsonaro. Não que eu esteja a sentir falta de sua retórica…

O primeiro mau começo teria acontecido ao supostamente relativizar a responsabilidade fiscal — coisa que ele efetivamente não fez. Basta que nos atenhamos às suas palavras, e se verá que Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, e Persio Arida, que está na transição, afirmaram praticamente a mesma coisa. E o segundo teria se dado agora, com a viagem ao Egito. A seriedade com que Lula tratará a questão fiscal se vai verificar no curso do governo, sempre considerando que foi ele a vencer a eleição, não Bolsonaro-Guedes. A propósito: a dupla arrombou o teto o quanto quis, também na boca da urna, e muitos especuladores viram naquilo sinal de esperteza. Quanto ao avião, indago: qual é a questão?

“Ah, Reinaldo, pode não ser ilegal, mas não é moral”. Então falemos a respeito. Sempre notando que Lula ainda não exerce função pública, noto que a moralidade na administração tem disciplina constitucional. Diz o caput do Artigo 37 da Constituição:
“A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:”

E se seguem 22 Incisos mais 16 Parágrafos. Depois do Artigo 5º, deve ser o mais longo da Carta. E há, reitero, a Lei da Improbidade Administrativa. Saibam: ainda que Lula já fosse presidente — e ele não é —, não haveria nada de irregular na carona.

“Ah, vai agora passar pano?”

PANO EM QUÊ? Está a se falar de qual irregularidade? Se alguém conseguir responder, a gente pode seguir nessa conversa.

O FANTASMA DA LAVA JATO
Júnior foi uma das vítimas da Lava Jato, que é a mãe de boa parte dos desastres em curso no país, muito especialmente do golpismo. Ao tratar da carona, a imprensa fez questão de lembrar que ele chegou a ser preso. De fato, teve a prisão temporária decretada no âmbito de uma monstruosidade legal apelidada de “Lava Jato Eleitoral” no dia 21 de julho de 2020 e foi solto três dias depois. À época, escrevi a respeito e evidenciei o abuso. A minha crítica, pois, não é de ocasião.

Que sentido fazia decretar em julho de 2020 a prisão temporária no âmbito de uma investigação que remetia a doação eleitoral feita seis anos antes? Pareceu-me tratar de uma intimidação. Júnior acabou fazendo delação. Torço para que um dia saibamos os bastidores de todas as delações feitas no país. Assim poderemos avaliar o estrago que faz uma lei mal pensada quando manipulada por interesses políticos.

Lamento constatar, mas me parece que se tenta fazer a escandalização do nada. E, nesse caso, quem está diante de um mau começo é a imprensa, não Lula. Não me interessam nem ao país as prosopopeias e adjetivos torrenciais com que se tenta fazer a tempestade no copo d’água. Falem-me de leis, e assim se poderá, quem sabe?, manter uma conversa que diga respeito ao interesse público. Como se faz um debate às cegas, tateando o puro moralismo rombudo, fica-se no escuro dos achismos e das sentenças condenatórias biliosas.

Lula passou 580 dias na cadeia. Até hoje, não há juiz, jornalista ou golpista que consigam dizer em quais páginas da sentença de Moro estão as provas contra o agora presidente eleito. Sintomas daquele mal voltam a se manifestar nesse caso do jatinho: tem-se a condenação, mas não se sabe para qual crime. Lamento constatar que, nas expressões mais virulentas, essa doença produz os zumbis golpistas que estão às portas dos quartéis ou a atacar ministros do Supremo.

Bastou a Lula um dia no Egito para falar com os respectivos representantes dos governos americano e chinês. No que respeita à diplomacia, conserta em horas o que o ainda presidente destruiu em quatro anos. “Ah, mas e o jatinho?” Sabendo de algum crime, avisem. Farei o mesmo.

Agora vou combater golpistas.

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A Lava Jato, a mídia e a honra nacional

Não há fraqueza moral maior do que uma mídia que não pode passar a limpo uma operação policial como a Lava Jato, porque, junto com Sergio Moro, Dallagnol e cia. fica exposta na sua própria defesa. Afinal, nada é mais vil em termos de corrupção do que a grife jurídica criada pela república de Curitiba.

Aqui, nem vamos falar dos atentados cometidos contra a constituição, os interesses privados e a felicidade de banqueiros e rentistas que, de roldão, sagraram-se campeões com a prisão de Lula contra os interesses do próprio país.

A probidade e a decência da mídia quando o assunto é Moro, não chega a segunda página, melhor dizendo, não consegue dar um passo além das manchetes sensacionalistas.

A coisa pública e a honra nacional são totalmente desfocadas ou achatadas debaixo de um rolo compressor com que, até os dias atuais, a mídia trata uma operação da qual foi coadjuvante, para não dizer comparsa.

Por isso até hoje, diante de tudo o que já se sabe de Moro, a mídia segue passiva numa humilhante submissão ao herói de Curitiba, e só mantém assim dentro das quatro linhas das grandes redações.

O que essa denúncia sobre o jatinho em que Lula viajou para o Egito quis dizer? Que estávamos diante de uma questão moral, já que o empresário, dono do jatinho foi delator da Lava Jato?

Ora, todas as ações nefastas que o imperialismo lavajatista impôs ao país sem combater de verdade a corrupção, e a eleição de Bolsonaro deixa isso bem claro, escancaram que todas as ações diretas dessa espécie de truque jurídico, foram escandalosas e, mesmo que se passe dias falando sobre todos os absurdos cometidos por essa organização criminosa, instalada dentro do sistema de justiça, estaria longe de esgotar o papel negativo que esses bandoleiros, em conjunto com a mídia, produziram de maneira deliberada contra os interesses nacionais.

Essa advertência é importante, sobretudo para aqueles que, num simplismo primário, querem sustentar uma honra utilizando a velha malícia que personalizou a Lava Jato, para se manifestar a modo e gosto contra ou a favor de quem eles elegem como aliado ou inimigo.

Esse código ético da mídia parece ser o único capital que lhe sobrou,  porque não consegue fundamentar uma tese moral qualquer para assanhar a direita nativa sem utilizar a Lava Jato como código absoluto da moral nacional.

Esse é apenas o resultado de como a mídia e a Lava Jato se apossaram do Brasil que produziu o golpe contra Dilma, a prisão de Lula e a eleição de Bolsonaro, num processo escandaloso frequentemente esquecido pela mídia, que desembocou na entrada oficial de Moro na política com sua super pasta no governo Bolsonaro, depois da prisão de Lula.

A pergunta é simples, até onde a mídia brasileira vai usar o carvão moral da Lava Jato para queimar suas vítimas em praça pública?

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Desta vez, cerco da mídia a Lula começou antes da posse

De quem é este avião? Quanto custou? Quem está pagando?

Em todas as campanhas anteriores de Lula, esta era a primeira pergunta que os repórteres me faziam quando a gente chegava no aeroporto num avião executivo.

Na primeira, em 1989, ainda viajando em avião de carreira, um passageiro ficou indignado ao ver Lula a bordo:

“Olha aí, o Lula, o metalúrgico… Agora só quer saber de viajar de avião…”

Fui perguntar ao elemento se ele queria que Lula fizesse a campanha para presidente de ônibus ou montado num cavalo.

A esta altura, Fernando Collor, o candidato empresário, já cruzava os céus do país só viajando em aviões particulares e ninguém queria saber quem pagava o voo.

Nessa época, Lula não podia jantar num bom restaurante, mesmo que fosse a convite de alguém (ele nunca foi de botar a mão no bolso), que logo começavam os comentários nas mesas ao lado.

“Olha aí, o Lula, o metalúrgico, agora só quer saber de comer camarão…”

A pedido do próprio, parei de querer tirar satisfações quando ouvia essas coisas, mas aquilo me incomodava profundamente.

Uma vez presidente, eleito e reeleito, esse preconceito de classe nunca deixou de existir, mesmo depois dele ser recepcionado com tapete vermelho nos mais elegantes palácios do mundo.

Durante o governo de transição de FHC para Lula, em 2002, certa vez os assessores dele estavam jantando num restaurante na Academia de Tênis, às margens do Lago Paranoá. Os repórteres que nos seguiam vieram me perguntar o que a gente estava comendo, que vinho era aquele, quanto custava, quem estava pagando.

Ali eu vi que esse preconceito se estendia também à equipe do presidente eleito. Na verdade, era dirigido não às pessoas físicas, mas ao PT, o Partido dos Trabalhadores, que ousou chegar ao poder neste país de uma elite ainda fortemente escravocrata, dividido entre quem manda e quem obedece, como bem sabe o general Pazuello.

Na campanha deste ano, as coisas mudaram um pouco. Notei que, à medida em que a eleição se aproximava, Lula contou com uma cobertura mais simpática de setores importantes da imprensa, até porque, a terceira via não deu certo e o único adversário que sobrou era simplesmente indefensável.

Vimos nas redes sociais, certamente publicado por bolsonaristas, um vídeo mostrando como a redação da Globo vibrou com a vitória de Lula na noite de 30 de outubro. A imprensa em geral, principalmente no exterior, recebeu o resultado com um misto de alívio e satisfação por ter evitado o pior.

Mas essa lua de mel durou muito pouco, não chegou nem até a posse. Como se tivesse um comando unificado, a mídia brasileira inteira caiu matando num discurso que Lula fez na semana passada, ao priorizar a responsabilidade social sobre a responsabilidade fiscal, para atender às emergências da miséria e da fome, um drama que ele conhece bem de perto, e o fez chorar.

Não havia nada de novo no discurso. Desde a sua primeira campanha, o presidente eleito sempre disse que o mais importante era garantir três refeições por dia a todos os brasileiros, algo que foi alcançado nos seus dois mandatos. Vinte anos depois da primeira posse e às vésperas da terceira, o Brasil tinha voltado ao Mapa da Fome.

A questão nem é ideológica, política, econômica. Esta relação neurótica da mídia com Lula, entre o amor e o ódio, vem desde que ele deixou de ser mero líder do novo sindicalismo para criar um partido político de baixo para cima, e se tornar a maior liderança popular do país em todos os tempos.

O dólar subiu, a Bolsa caiu, foi um fuzuê danado no “mercado” nervoso, que simplesmente não se conforma com o relevo que Lula conquistou na cena política mundial, como estamos vendo agora mesmo na sua viagem ao Egito para participar da COP-27.

É uma questão de classe social. Será que esse tal de Lula não se enxerga? Quem ele pensa que é? Nunca será do nosso clube.

Como é que um pau-de-arara, sobrevivente dos sertões nordestinos, e ainda por cima operário, que perdeu um dedo trabalhando no torno de uma metalúrgica, sem ter diploma universitário e sem saber falar inglês, se atreveu a furar a fila dos nobres brasileiros do andar de cima, militares e civis, que ocuparam a Presidência desde a Proclamação da República, festejada neste 15 de novembro?

Dois dias depois de recepcionar a Janja, mulher de Lula, numa entrevista amistosa no Fantástico, o braço impresso do império global fez um editorial criticando a proeminência que ela assumiu na campanha do marido. A mídia invocou até com a blusa que Janja usou na entrevista, que custou mais de R$ 2 mil, vejam só, que absurdo!, logo a mulher de Lula, o ex-metalúrgico.

Para completar, Lula viajou ao Egito de carona no avião particular de um empresário amigo enrolado com a Justiça, um assunto que ganhou mais espaço no noticiário do que as propostas do presidente eleito para trazer o país de volta ao protagonismo na discussão do clima.

Queriam que ele viajasse num avião de carreira, para ser hostilizado pelos fanáticos bolsonaristas em transe patriótico após a derrota, que atacaram os ministros do Supremo Tribunal Federal em plena Nova York?

Assim voltamos ao início dessa história: de quem é o avião, quem pagou?

Pois é, se Lula tivesse um jatinho particular como João Doria e tantos outros políticos, não haveria esse problema. No Brasil, só tem avião executivo quem manda, quem tem pedigree e muita grana, não quem obedece. Por nunca obedecer, não nomear quem o mercado quer e não manter o teto de gastos que nem existe mais, Lula vai continuar apanhando sempre, estando certo ou errado.

Quem manda ninguém do PT ter um jatinho para oferecer a Lula?

Eles não roubaram tanto, a maior corrupção mundial, segundo o probo juiz Sergio Moro, e suas viúvas na grande imprensa?

Vida que segue.

*Kotscho/Uol

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Não tem uma boa alma para dizer a esses palermas fascistas que o povo brasileiro está cagando e andando para suas palhaçadas golpistas?

Ao desabrigo e com fome, bolsonaristas golpistas endinheirados esqueceram o mal que o Nordeste fez ao Mito. Sob chuva torrencial, parte deles se refugiou no shopping ID, no centro de Brasília. E, ali, lotaram o restaurante Mangai, de comida nordestina. Ainda estão por lá. (Noblat)

Esse é o panorama perfeito dessa infâmia verde e amarela, tão bem descrita por Noblat.

O que nos parece é que é um movimento de estrangeiros dentro do Brasil, um monstro de mil cabeças chamado bolsonarismo mugindo, como mugiram contra a ciência com todo tipo de calúnia contra a comunidade científica internacional em cada descoberta feita sobre a covid.

O que está grifado nessas manifestações, além da sordidez de quem apoia o facínora que criou um código da morte para atacar os brasileiros, é que essa gente consegue ser pior que o próprio mito dela.

Eles têm tribunal próprio, absolvem e condenam quem eles querem e, antes de mais nada, são detentores de renda que, perto da desgraça em que vivem 33 milhões de brasileiros, são considerados milionários.

Esse é o raciocínio que o verdadeiro povo brasileiro tem dessa palhaçada golpista em defesa de um monstro que está entocado no Palácio da Alvorada desde que perdeu a eleição.

O que eles precisam agora é de um “perdeu mané, não amola!” para ver se essa república dos bem nascidos se toca que suas manifestações são endereçadas ao burgo, já que foram sentenciados pelo grosso da população como um bando de vagabundos arruaceiros que têm o boi na sombra, dando uma exibição diária de imbecilidade coletiva, legalmente autorizada por eles próprios.

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Enquanto um jornal francês anuncia Lula como a estrela da COP27, aqui no Brasil bolsonaristas não aceitam sua eleição

Através de transmissão em redes e podcast de direita,  bolsonaristas tentam alucinadamente a anulação controlada das eleições. Ou seja, as urnas eletrônicas que elegeram Lula, mas que também elegeram governadores, deputados, senadores bolsonaristas, mas para o gado premiado as urnas foram fraudadas, mas de forma seletiva.

A fraude, segundo eles, foi só com os votos em Lula, o que, por si só, é uma piada pronta. Na verdade, é uma rua sem saída para esses idiotas.

Na realidade, Bolsonaro sabe que não há a menor chance de anular a eleição, o que ele tenta é fazer uma barreira de contenção no judiciário para se livrar da cadeia, utilizando manifestações em frente a quartéis do exército, como assombração de lençol, ao passo que joga com a mesma técnica da milícia contra o STF, ameaçando a integridade física dos ministros, inclusive fora do país.

O fato é que Bolsonaro já não existe mais como governante, nem para os brasileiros, nem para o mundo. Hoje, Bolsonaro está reduzido a uma vertigem do gado que não tem nada para fazer na vida.

Duas semanas após sua derrota, somente os abestados acreditam na volta do Messias. Eles ficam tomando chuva na cabeça enquanto Bolsonaro usa a manete para controlar essa xepa de zumbis que sobrou para ele.

O fato é que acabou o discurso com um desgaste gigantesco para as Forças Armadas, sobretudo por culpa de generais da reserva que, já com os pés na cova e com a calça de pijama e a gandola verde oliva empoeirada.

É exatamente isso que sobrou do tal bolsonarismo, tanto que essa gente agora fala sozinha, enquanto Lula fala ao planeta como a grande estrela da COP27 no Egito.

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Lula usará viagem ao Egito para anunciar guinada na política externa

Brasil volta a debater emergência climática após quatro anos de negacionismo com Bolsonaro.

Jair Bolsonaro boicotou o combate ao aquecimento global, abraçou o negacionismo na pandemia e isolou o Brasil nos fóruns internacionais. É fácil entender por que o mundo respirou aliviado com sua derrota nas urnas.

A torcida contra o capitão produziu um raro consenso entre Estados Unidos e China. Os líderes de Rússia e Ucrânia, em guerra desde o início do ano, também se uniram para saudar o presidente eleito. Na noite da vitória, Lula afirmou que “o Brasil está de volta”. O discurso será posto em prática a partir de amanhã, quando ele embarca para participar da COP27 no Egito.

A viagem deve marcar uma guinada na política externa brasileira antes mesmo da posse do novo governo. Bolsonaro se notabilizou como um inimigo da causa ambiental. Nunca foi às conferências da ONU sobre mudanças climáticas e ainda sabotou a edição de 2019, que deveria ter ocorrido em Salvador.

Para reforçar a mensagem de que os tempos mudaram, Lula deve propor que a COP30 aconteça no Brasil. Seu discurso em Sharm el-Sheikh incluirá promessas sobre a proteção da Amazônia, a defesa dos povos indígenas e a redução das emissões de carbono.

“A Amazônia tem que deixar de ser um passivo e voltar a ser um ativo do Brasil nas relações internacionais”, afirma o ex-chanceler Celso Amorim. Ele defende que Lula convoque uma cúpula de países da região para discutir ações coordenadas. “Precisamos assumir compromissos, como o desmatamento zero, e cobrar mais participação dos países desenvolvidos na preservação da floresta”, sustenta. O instrumento para isso será o Fundo Amazônia, criado em 2008 e abandonado por Bolsonaro.

O mecanismo recebia doações da Alemanha e da Noruega para financiar ações de combate ao desmatamento. Os repasses foram interrompidos quando o capitão extinguiu os comitês que supervisionavam o uso do dinheiro. Há dez dias, o Supremo Tribunal Federal ordenou a reativação do fundo e considerou o atual governo “negligente” e “omisso” por deixar mais de R$ 3 bilhões parados em conta. O ministro Kassio Nunes Marques, sempre ele, foi o único a votar a favor do Planalto.

A deputada eleita Marina Silva já pediu que os EUA passem a contribuir com o Fundo Amazônia. Ela é cotada para reassumir o Ministério do Meio Ambiente ou um novo órgão voltado às mudanças climáticas. “Marina é um símbolo internacional. Ela está para a questão do clima como Lula está para o combate à fome”, elogia Amorim, que também pode voltar ao Ministério das Relações Exteriores.

No discurso do dia 30, o presidente eleito disse que o Brasil é “grande demais para ser relegado a esse triste papel de pária do mundo”. Foi uma crítica direta a Ernesto Araújo, chanceler na primeira metade do governo Bolsonaro. O olavista subordinou a política externa às teses da extrema direita, inaugurando uma era de vexames internacionais.

“O Itamaraty está muito ferido. O que aconteceu neste governo foi um desastre”, resume Amorim, que não vai ao Egito porque se recupera de uma cirurgia. Aos 80 anos, o ex-chanceler faz mistério sobre a eventual volta à Esplanada, mas deixa claro que pretende colaborar com a nova gestão. “O diabo sabe das coisas não porque é esperto, mas porque é velho”, brinca.

*Bernardo Mello Franco/O Globo

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Em nome dos especuladores, grande mídia quer anunciar a morte do governo Lula antes de começar

Esse projeto, financiado pelos abutres nativos, é um velho produto tóxico que utiliza, de forma recorrente, um tipo de ataque a tudo o que não é espelho dos interesses dos especuladores mais vis.

O especulador Pedro Albuquerque quis se cacifar para a própria gleba, condenando um governo que ainda nem começou. Normal para quem é prisioneiro do bolsonarismo especulativo. Lógico que um sujeito desse não vai comentar sobre a situação caótica que Bolsonaro deixou o Brasil com um rombo de R$ 400 bilhões e sem recursos para comprar vacina para as crianças, porque gastou tudo comprando votos, como disse Gonzalo Vecina.

Claro que o janota, Pedro Albuquerque, sentindo que o repuxo contra a sua fala esperta foi forte, deu uma recuada dizendo que quer o bem do Brasil, sem dizer, lógico, que é um Brasil particular, um Brasil feito sob medida para que a pilhagem e a sangria, extraídas do suor do povo, que é quem paga a conta de toda essa bandalha especulativa, siga lhe rendendo frutos inimagináveis em um país em que 33 milhões foram devolvidos à miséria e a mortalidade infantil assombra, além 1 milhão de jovens que engrossam agora o mapa da fome.

Por isso sopram no ouvido de uma Cantanhêde futricas miúdas para enviar recado a Lula de que o mercado tem a grande mídia comendo em sua mão, cada vez de forma mais voraz, já que os barões da mídia fazem parte da ciranda financeira.

A maneira com que tratam Lula é como a de um principiante, um marinheiro de primeira viagem, um herdeiro da Faria Lima, que se transforma num troço como Pedro Albuquerque quando está diante de um presidente não só respaldado pelo histórico fiscal de seus governos que foi muito superior a presidentes que rezaram pela cartilha neoliberal e que conseguiu, sem teto de gastos, cumprir com sobra o dever de casa para manter o equilíbrio nas contas públicas, tirando 40 milhões da miséria, fazendo o mercado interno crescer, como nunca visto, colocar as classes C, D e E como o 16º balcão de negócios do planeta, pagar o FMI e ainda ficar entre as seis maiores economias do mundo.

Ou seja, essa turma, a mando de figuras nefastas como Pedro Albuquerque, quer, em plena copa do mundo, expulsar de campo o rei Pelé antes de começar o jogo,

Obs. foi o próprio Paulo Guedes, ministro que ainda está na cadeira da Economia, quem disse tempos atrás que o dólar só chegaria a R$ 5 se ele fizesse muita besteira. O dólar chegou a R$ 5,60, sob a batuta do Chicago Boy tropical.

Fim.

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