Categorias
Política

Vídeo: Moro, mais que um suspeito, um bandido protegido pela justiça

A frase de Luis Roberto Barroso, um dos mais midiáticos ministros da história do STF sobre a série Vaza Jato do Intercept, é lapidar, “fofocada produzida por criminosos”.

Barroso assume o protagonismo de um juiz de botequim, deixando de lado toda aquela afetação que lhe é peculiar na hora de vender uma falsa moral para incautos e hipócritas. Ele é uma espécie de queridinho do clã de Curitiba, sobretudo por Dallagnol que tem uma proximidade maior com o ministro.

Mas, certamente, Barroso é parte importante de um processo bem maior, do contrário, um juiz de primeira instância não chegaria aonde chegou cometendo tantos crimes, como se pode ver na vida concreta, tanto o golpe que tirou da presidência da República a primeira mulher eleita com mais de 54 milhões de votos, uma pessoa honrada para colocar em seu lugar um corrupto como Temer, a partir de um pedido feito por outro corrupto, Aécio Neves, depois da derrota eleitoral somado à condenação e prisão de lula para que Bolsonaro fosse eleito presidente e Moro, como gananciosamente arquitetou, virou ministro.

Essas ações tiveram como resultado a produção do maior genocídio da história do Brasil através da Covid-19, da qual Bolsonaro se transformou num fiel aliado.

O caminho macabro da Lava Jato que, na verdade, foi uma instituição privada de Sergio Moro, diz muito sobre a soma de interesses em detrimento da população, mas principalmente da classe trabalhadora.

Por isso, tirar o Partido dos Trabalhadores do poder, com o golpe em Dilma e a prisão de Lula, é um serviço sujo que teria que ser operado por alguém essencialmente sujo, mas que tivesse caminho livre no mundo sujo do judiciário.

A isso, soma-se a própria imundície golpista que está no DNA da Globo e congêneres, todos sempre dispostos a devolver os pobres à miséria e o país ao mapa da fome. Mas, para isso, foi preciso arrancar o poder de quem, durante 13 de governo, acabou com a miséria de quase 40 milhões de brasileiros, mostrando que a nossa classe dominante é suficientemente perversa, mesquinha e principalmente investe na compra dos operadores para conseguir sempre o que querem.

Assim fizeram na escravidão, assim fazem hoje, dando ao judiciário brasileiro o título de mais feroz e adestrado cão de guarda da oligarquia.

Como mostra o vídeo, Moro vem dessa linhagem, o que só comprova o DNA bandido do ex-juiz.

Assista:

*Carlos Henrique Machado Freitas

Siga-nos no Whastapp: https://chat.whatsapp.com/FDoG2xe9I48B3msJOYudM8

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Caixa Econômica: Agência 0197
Operação: 013
Poupança: 56322-0
Arlinda Celeste Alves da Silveira
CPF: 450.139.937-68
Agradecemos imensamente a sua contribuição

 

Categorias
Política

Moro perde mais uma para Lula no STF

Mesmo faltando o voto de Cármen Lúcia, que não altera o resultado já posto, a Segunda Turma do STF rejeita o recurso da PGR  que pediu para que o depoimento de Palocci fosse mantido no processo contra Lula, alegando que fosse tirado somente o termo “delação premiada”.

No entanto, três ministros dos cinco que compõem a Segunda Turma votaram contra o pedido, determinando que pedido e o termo “delação premiada” seja totalmente removida.

Com a delação totalmente armada por Moro com Palocci, o ex-juiz corrupto de Curitiba perde um pouco mais do seu chão que está a cada vez mais mole, enquanto Lula avança provando dia após dia a sua inocência e sublinhando que, no final das contas, o bandido é mesmo o juiz.

Soma-se a essa derrota de Moro, mais uma vitória de Lula: a decisão proferida no último dia 07/12 pela 6ª. Vara Federal de São Paulo, do juiz Diego Paes Moreira, arquivou investigação aberta contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu filho, Luis Claudio Lula da Silva (Processo nº 0008633-66.2017.4.03.6181). A investigação tinha como base delações premiadas de Emílio Odebrecht e Alexandrino Alencar, que, baseadas em narrativas mentirosas, tentaram incriminar Lula e Luis Cláudio.

*Da redação

Siga-nos no Whastapp: https://chat.whatsapp.com/FDoG2xe9I48B3msJOYudM8

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Caixa Econômica: Agência 0197
Operação: 013
Poupança: 56322-0
Arlinda Celeste Alves da Silveira
CPF: 450.139.937-68
Agradecemos imensamente a sua contribuição

Categorias
Política

Bolsonaro usa ABIN para fazer relatórios e orientar defesa de Flávio no caso Queiroz

Bolsonaro, que mostra cada vez mais que governa para livrar seus filhos da cadeia, usa a ABIN, Agência Brasileira de Inteligência, para produzir pelo menos dois relatórios de orientação para Flávio Bolsonaro e seus advogados sobre o que deveria ser feito para obter os documentos que permitem embasar um pedido de anulação do caso Queiroz.

Nos dois documentos, cuja autenticidade e procedência foram confirmadas pela defesa de Flávio, a ABIN detalha o funcionamento da suposta organização criminosa em atuação na Receita Federal (RFB), que, segundo suspeita dos advogados de Flávio, teria feito um escrutínio ilegal em seus dados fiscais para fornecer o relatório que gerou o inquérito da sua organização criminosa chamada de rachadinhas.

Os documentos trombam de frente com uma versão de Augusto Heleno, que afirmou publicamente que não teria ocorrido atuação da Inteligência do governo após a defesa do senador levar a denúncia a Bolsonaro, a ele e a Alexandre Ramagem, diretor da Abin, em 25 de agosto.

*Da redação

Siga-nos no Whastapp: https://chat.whatsapp.com/FDoG2xe9I48B3msJOYudM8

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Caixa Econômica: Agência 0197
Operação: 013
Poupança: 56322-0
Arlinda Celeste Alves da Silveira
CPF: 450.139.937-68
Agradecemos imensamente a sua contribuição

Categorias
Política

Governador do Rio, capacho de Bolsonaro, diz que não vai restringir atividades e anuncia vacina só para março

Se faltava para o Rio um negacionista lambe-botas de Bolsonaro, agora, não falta mais nada.

Sem o menor compromisso com a sociedade carioca e fluminense, governador do Rio, Claudio Castro, anuncia a vacinação somente para março e diz que não fará qualquer restrição das atividades em geral e, menos ainda, a circulação das pessoas, rezando rigorosamente pela cartilha de Bolsonaro.

Isso significa que, em comparação aos outros estados, o destino do Rio está nas mãos do próprio Bolsonaro que, por sua vez, dá de costas para a população, mas que, no país, enfrenta uma oposição à sua postura diante do caos que ele provocará e que, tenham certeza, não ficará impune. O povo, na hora certa, saberá cobrar

Tudo indica que Bolsonaro tem o governador do Rio nas mãos e o fará de cobaia justamente no estado em que a expansão da Covid é proporcionalmente a maior do Brasil e que também é o QG central do clã Bolsonaro.

Assim, à população só resta, no já carcomido estado, numa ação emergencial, uma intervenção judicial ou do Congresso, já que o clã Bolsonaro tem total domínio da Alerj.

*Da redação

Siga-nos no Whastapp: https://chat.whatsapp.com/FDoG2xe9I48B3msJOYudM8

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Caixa Econômica: Agência 0197
Operação: 013
Poupança: 56322-0
Arlinda Celeste Alves da Silveira
CPF: 450.139.937-68
Agradecemos imensamente a sua contribuição

Categorias
Política

Caminhoneiros reclamam de traição de Bolsonaro e articulam paralisação

Caminhoneiros reclamam que o governo federal descumpriu uma promessa e retirou proteção à categoria ao permitir que empresas estrangeiras operem transporte terrestre no Brasil na votação do projeto da chamada BR do Mar. Além disso, segundo eles, o texto não avançou na questão dos incentivos tributários para a categoria. “Não somos contra o projeto até determinado ponto, mas fomos traídos pelo governo. Ele está deixando de lado quem o apoiou”, afirma Wallace Landim, o Chorão. A ideia de uma paralisação já começa a ser discutida.

O medo dos caminhoneiros é uma eventual concentração de mercado com a entrada de empresas estrangeiras. “Não somos contra o projeto até determinado ponto, mas fomos traídos pelo governo. Ele está deixando de lado quem o apoiou”, afirma Wallace Landim, o Chorão, presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava).

Uma greve dos caminhoneiros significa o fracasso do bolsonarismo perante a classe média. É mais um sinal de que a agenda entreguista do governo Bolsonaro não encontra respaldo popular. A dificuldade em elaborar políticas de estímulo ao mercado interno deixa o Brasil como um País pouco atraente para o trabalho e, em consequência, trava a retomada do crescimento econômico.

 

*247/Estadão

Siga-nos no Whastapp: https://chat.whatsapp.com/FDoG2xe9I48B3msJOYudM8

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Caixa Econômica: Agência 0197
Operação: 013
Poupança: 56322-0
Arlinda Celeste Alves da Silveira
CPF: 450.139.937-68
Agradecemos imensamente a sua contribuição

Categorias
Política

Bombardeado por todos os lados, Bolsonaro recua e diz que vacinação pode começar em dezembro

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse hoje que a vacinação emergencial contra a covid-19 pode começar ainda em dezembro no país, com doses da vacina da Pfizer/Biontech. No entanto, o general elencou uma série de condições para que isso aconteça —todas elas, neste momento, bastante improváveis, o que torna remota a possibilidade de imunização ainda em 2020.

Em entrevista à CNN Brasil, Pazuello também afirmou que o plano nacional de imunização pode começar entre o fim de janeiro e o início de fevereiro, o que seria uma terceira data diferente sugerida em duas semanas. Ontem, o ministro falou que o início de uma campanha nacional de vacinação estava previsto para o final de fevereiro, com doses do imunizante desenvolvido pela Universidade de Oxford e pelo laboratório AstraZeneca. Na semana passada, a expectativa era que o plano começasse em março, embora o governo não tivesse oficializado uma data.

Uso emergencial

Para dar a previsão de vacinação emergencial ainda em dezembro, Pazuello considerou a possibilidade de a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) conceder uma autorização de urgência para o uso do imunizante. Ele falou especificamente sobre a vacina desenvolvida pela Pfizer, a mesma que começou a ser aplicada ontem no Reino Unido.

“O uso emergencial pode acontecer agora em dezembro, por exemplo, em hipótese, se nós tivermos as doses recebidas, se nós fecharmos o contrato com a Pfizer”, disse Pazuello, em entrevista à CNN Brasil

Se a Pfizer conseguir autorização emergencial, e se a Pfizer nos adiantar alguma entrega, isso pode acontecer em janeiro, final de dezembro. Isso em quantidades pequenas, que são de uso emergencial.

As condições citadas por Pazuello, porém, são improváveis neste momento. Isso porque:

  • até agora, nenhuma vacina fez pedido de uso emergencial para a Anvisa;
  • o Brasil está em tratativas, mas ainda não concluiu as negociações com a Pfizer (leia mais abaixo);
  • apesar da negociação, a Pfizer vê como improvável a chance de disponibilizar doses ao Brasil antes de janeiro (leia mais abaixo).

O ministro lembrou a intenção do governo brasileiro de fechar um contrato com o laboratório Pfizer para receber inicialmente 500 mil doses da vacina. O imunizante recebeu uma autorização emergencial no Reino Unido no início de dezembro e a vacinação no país foi iniciada ontem para grupos prioritários. A vacina também fez pedidos de uso emergencial nos Estados Unidos e na Argentina.

O UOL questionou a Anvisa, por email, se seria viável, ainda neste ano, a aprovação emergencial em dezembro de uma vacina cuja autorização não foi pedida. A reportagem ainda não obteve retorno.
Vacinas de Oxford e Sinovac

Apesar de Pazuello falar sobre a vacina da Pfizer, até agora, a grande aposta do governo brasileiro é a vacina de Oxford, com a qual o país já fechou um acordo de quase R$ 2 bilhões, que prevê a disponibilização de mais de 100 milhões de doses do imunizante desenvolvido pelo laboratório AstraZeneca. No país, a produção da vacina ficará a cargo da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), uma instituição federal.

Pazuello ainda considerou a possibilidade de contar para o PNI (Programa Nacional de Imunização) com a CoronaVac, vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan, que é ligado ao governo paulista. O imunizante tem sido motivo de discussões entre o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que anunciou um plano estadual de vacinação para janeiro, e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Vacinação geral entre janeiro e fevereiro

Sobre o plano efetivo de imunização, esse feito a partir de um registro definitivo de vacinas na Anvisa, Pazuello disse que a expectativa agora é iniciar a vacinação entre o final de janeiro e o início de fevereiro.

“Os quantitativos dependem da entrega. O que tem de previsão? 15 milhões da AstraZeneca e 500 mil doses de previsão inicial da Pfizer em janeiro. Em relação ao Butantan, ainda não tenho o número de disponibilidade em janeiro”, disse o ministro.

É bem provável que entre janeiro e fevereiro nós estejamos vacinando a população brasileira.
ministro Pazuello

Pazuello assumiu a Saúde de forma interina ainda em maio, após as saídas de Luiz Henrique Mandetta e depois Nelson Teich. O general não tem formação médica e é considerado um especialista em logística. Em setembro, ele assumiu de forma definitiva o ministério. O ministro chegou a ficar internado com covid-19, mas se recuperou.

Vacina da Pfizer só em janeiro

Apesar da previsão mais otimista de Pazuello, ontem o presidente da Pfizer Brasil, Carlos Murillo, afirmou não enxergar mais a possibilidade de o laboratório fornecer vacinas contra a covid-19 ao Brasil antes de janeiro. Ele falou em vacinar 2 milhões de brasileiros com o imunizante até março de 2021.

Segundo Murillo, a Pfizer e o governo brasileiro negociam um acordo para a disponibilização de 70 milhões de doses.

 

*Com informações do Uol

Siga-nos no Whastapp: https://chat.whatsapp.com/FDoG2xe9I48B3msJOYudM8

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Caixa Econômica: Agência 0197
Operação: 013
Poupança: 56322-0
Arlinda Celeste Alves da Silveira
CPF: 450.139.937-68
Agradecemos imensamente a sua contribuição

Categorias
Política

“É hora de dizer um basta a este governo de cínicos e autoritários”, diz Dilma

A ex-presidenta, que sofreu um duro golpe em 2016, alerta para a falta de gerenciamento, pelo governo Bolsonaro, de medidas contra a pandemia do coronavírus que já causou quase 180 mil mortes de brasileiros, sem falar de uma quantidade enorme de pessoas que tiveram a doença e ficaram com sequelas que não as permitem levar uma vida normal, pior, não se sabe por quanto tempo.

Segundo Dilma, “não há dúvida de que o aumento da pandemia, o atraso na vacinação e a emergência social levarão o nosso povo ao desespero”.

E segue, “O Brasil não aguenta mais tanta incompetência, tanta irresponsabilidade, tanto desleixo e descaso com a vida humana e com o sofrimento do povo”, disse ela em nota. “Hora de dizer um basta a este governo de cínicos e autoritários. Hora de gritar abaixo Mourão e abaixo Bolsonaro, única maneira de salvar”,

Leia a íntegra da nota de Dilma: 

O governo de Bolsonaro e Mourão se mostra alienado da realidade.

A pandemia entrou numa fase de intenso agravamento, fruto da correlação direta entre o discurso negacionista e o desprezo das autoridades federais pela gravidade da doença e o consequente descuido de parte da população, que passou a ignorar medidas de prevenção e a participar de aglomerações, fazendo subir os índices de contaminação aos piores momentos do ano.

Muitos estados e grandes cidades já estão sem leitos de UTI nos hospitais da rede pública, mesmo hospitais privados estão chegando ao limite de sua capacidade, e há registros diários chocantes de pacientes morrendo sentados em emergências de hospitais e em UPAs à espera de leitos adequados. O governo federal não tomou a tempo as medidas básicas indispensáveis para preparar o Brasil para uma vacinação em massa, o que devia ter feito antes mesmo de os primeiros imunizantes começarem a ser fabricados e distribuídos em vários países do mundo, como já está acontecendo.

A vacinação em massa no mundo começa a acontecer, mas tudo indica que os brasileiros ficarão para trás, por incompetência e descaso do governo.

Não há ainda um esquema claramente definido de compra e fabricação de vacinas, de compra e fabricação de seringas e agulhas, um plano logístico de transporte, distribuição e armazenamento de imunizantes, e sequer uma articulação e entendimento que envolva a União com estados e municípios para o trabalho de levar a vacina à população.

Não temos um plano nacional de vacinação que trate todos os estados com igualdade, traindo uma tradição brasileira de décadas de eficiência em vacinação em massa, modelo que sempre foi exemplo para o mundo.

Enquanto muitos países começam a vacinar suas populações, o governo brasileiro apenas acena, vagamente e sem objetivos claros, com prazos absurdos de no mínimo 60 a 70 dias para o início da imunização em território nacional, uma demora excessiva e inaceitável diante da gravidade e do recrudescimento da pandemia, apesar de existir uma lei, sancionada por este mesmo governo, que permite a liberação emergencial de qualquer vacina em 72 horas, desde que tenha sido testada e aprovada por agências estrangeiras equivalentes à Anvisa. Não há outra razão para esta demora que não seja o interesse político e ideológico e o desprezo pelos doentes e vítimas fatais da Covid19 neste momento agudo da pandemia.

A completa desarticulação do governo federal com os estados e os municípios, vale dizer com o povo brasileiro, produz conflito institucional e abre espaço para gestos e discursos perversos e oportunistas de caráter eleitoreiro.

Em paralelo, o Brasil é assolado pelo agravamento da crise social: a inflação dos alimentos dispara e bate recordes, o desemprego sobe a índices inéditos, ao mesmo tempo em que o auxílio emergencial está sendo extinto e a maior preocupação da área econômica, do Congresso e do mercado é manter o iníquo e injusto teto de gastos imposto pelo golpe de 2016.

O cenário em que esta grave crise acontece é o pior possível: destruição ambiental, volta da fome e da miséria e crescimento da violência contra os pobres, contra as mulheres e contra a população negra. Neste ambiente, proliferam crimes hediondos, assassinatos covardes cometidos por bandidos fardados e por milicianos – como os que mataram Marielle Franco e Anderson já há mil dias, sem que seus mandantes tenham sido apontados, e os que têm tirado a vida de crianças, como, há poucos dias, as meninas negras Emilly e Rebecca. Crimes cujos autores e responsáveis são protegidos por um manto vergonhoso de impunidade, garantida por instituições do Estado.

Não há dúvida de que o aumento da pandemia, o atraso na vacinação e a emergência social levarão o nosso povo ao desespero.

Os brasileiros não merecem isto.

As consequências serão muito dolorosas, o sofrimento será imenso e, por óbvio, serão ainda piores para os mais vulneráveis.

Se 2020 foi um ano terrível para todos, sobretudo para os pobres, 2021 ameaça ser muito pior.

O Brasil não aguenta mais tanta incompetência, tanta irresponsabilidade, tanto desleixo e descaso com a vida humana e com o sofrimento do povo.

Está mais que passada a hora de tomar uma atitude.

Hora de dizer um basta a este governo de cínicos e autoritários.

Hora de gritar abaixo Mourão e abaixo Bolsonaro, única maneira de salvar vidas, evitar o colapso absoluto e pensar na reconstrução do Brasil.

 

*Com informações do 247

Siga-nos no Whastapp: https://chat.whatsapp.com/FDoG2xe9I48B3msJOYudM8

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Caixa Econômica: Agência 0197
Operação: 013
Poupança: 56322-0
Arlinda Celeste Alves da Silveira
CPF: 450.139.937-68
Agradecemos imensamente a sua contribuição

 

Categorias
Política

Há mil dias o vizinho de Bolsonaro saiu do Vivendas da Barra para assassinar Marielle

Há mil dias o vizinho de Bolsonaro saiu do Vivendas da Barra para assassinar Marielle e a polícia até hoje não sabe quem foi mandante.

Uma matéria da Veja revela que o miliciano do escritório do crime que tinha ligação direta com outro miliciano, o mesmo que foi condecorado por Bolsonaro. Pois bem, ambos filiaram-se ao Psol poucos dias após a eleição de Marielle em 2016. Os dois também são integrantes da milícia de Rio das Pedras.

Não por acaso a data da filiação dos dois milicianos ao Psol coincide com o dia em que o policial reformado Ronnie Lessa, vizinho de Bolsonaro no Vivendas da Barra, começou a fazer busca pelo nome do, então deputado estadual, Marcelo Freixo (Psol). Lessa, que é considerado pela Polícia Civil, o maior traficante de armas pesadas do Rio de Janeiro, tendo em sua posse 117 fuzis quando foi preso, era também fornecedor das milícias da zona oeste.

Outro fato curioso é o sumiço do porteiro do condomínio de Bolsonaro que, no seu primeiro depoimento, disse à polícia que a ordem para liberação da entrada do comparsa de Ronnie Lessa, Elcio de Queiroz, no dia do assassinato de Marielle, foi dada pelo Seu Jair da casa 58. No entanto, o porteiro mudou sua versão após Moro, como ministro da Justiça e Segurança Pública, comandar uma operação da PF para inquirir novamente o porteiro de quem nunca mais se ouviu falar.

Aqui são somente alguns fatos resgatados para sequenciar os mil dias do assassinato de Marielle e o que foi estruturado antes de sua morte em torno do Psol pela polícia de Rio das Pedras.

Até aqui, sabe-se pouco do que está por baixo do tapete. Lembrando também que a ligação principal da família Bolsonaro com Adriano da Nóbrega, deu-se através de Queiroz, hoje em prisão domiciliar, o mesmo Queiroz que depositou R$ 89 mil na conta de Michelle Bolsonaro que, até hoje não se tem resposta dela e nem de Bolsonaro para explicar o depósito.

O mistério sobre a morte de Marielle e Anderson, por mais inacreditável que pareça, continua sem resposta.

*Da redação

Siga-nos no Whastapp: https://chat.whatsapp.com/FDoG2xe9I48B3msJOYudM8

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Caixa Econômica: Agência 0197
Operação: 013
Poupança: 56322-0
Arlinda Celeste Alves da Silveira
CPF: 450.139.937-68
Agradecemos imensamente a sua contribuição

Categorias
Política

Governo suspende exame que define tratamento de pessoas com HIV e hepatite C

O governo de Bolsonaro suspendeu todos os exames de genotipagem de HIV e de hepatite C, procedimentos considerados fundamentais para ​pessoas que vivem com os vírus.

O exame é de extrema importância para determinar a combinação de medicamentos que será administrada aos pacientes.

A determinação de suspender o serviço consta de uma nota informativa, divulgada em 2 de dezembro. O documento é do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde. A nota é assinada por Angélica Espinosa Barbosa Miranda, diretora substituta do órgão.

Na data anterior à divulgação, o Ministério da Saúde celebrou o Dia Mundial da Luta Contra a Aids. A pasta comemorou a primeira redução em uma década no número de casos notificados, além da queda no índice de mortalidade da doença.

“Essa redução se deu muito claramente pela testagem precoce e pela disponibilidade e oferta contínua [de medicamentos] para todos os pacientes diagnosticados”, disse na ocasião Arnaldo Medeiros, secretário de Vigilância em Saúde do ministério.

Agora, o documento da pasta justifica a interrupção nos exames devido ao término do contrato para a prestação dos serviços. Ele não foi renovado a tempo.

A pasta explica que os exames de genotipagem eram realizados na rede pública por uma empresa, a Centro de Genomas, desde 2015. O contrato, no entanto, venceu em novembro deste ano.

O pregão eletrônico para contratar novamente o serviço terminou em outubro, um mês antes do término do contrato. No entanto, o processo foi dado como fracassado, pois a empresa ganhadora não enviou toda a documentação exigida.

“Considerando que não há cobertura contratual para manutenção de coletas e processamento das amostras, este departamento informa que as coletas estão temporariamente suspensas, mas com expectativa de retomada do serviço a partir de janeiro de 2021. Caso seja possível retomar antes dessa data, um novo comunicado será publicado”, afirma a nota.

A nota informativa diz que, no caso de pacientes vivendo com HIV/Aids, os exames de genotipagem serão coletados e processados apenas para crianças com menos de 12 anos e gestantes.

Os casos de pacientes fora desse grupo e que necessitem de troca urgente de terapias deverão ser discutidos individualmente com as câmaras técnicas de cada região.

A nota informativa não trouxe alternativas para as pessoas diagnosticadas com hepatite C.

Um novo documento, emitido dias depois, afirma que deixou de ser necessária a realização do exame de genotipagem para a solicitação de tratamento para pacientes de hepatite C que não fizeram uso prévio de remédios antivirais.

O documento traz então a orientação do uso de opções terapêuticas para esses pacientes que não fizeram uso dos antivirais.

Não é possível mensurar quantas pessoas serão afetadas pela falta dos exames. No entanto, números do próprio ministério apontam que cerca de 900 mil pessoas que vivem com o HIV estão em tratamento no Brasil.

Especialistas apontam que o exame de genotipagem é fundamental para os pacientes que vivem com essas doenças, em especial os infectados pelo HIV.

“Em relação aos infectados pelo HIV, quando se suspeita que o vírus está resistente a um antirretroviral, é preciso o exame para que se possa criar um novo esquema de tratamento, uma nova combinação”, afirmou Rico Vasconcelos, infectologista e pesquisador da Faculdade de Medicina da USP.

“É mais preocupante, porque pode ser uma pessoa com HIV que está em um momento mais crítico. São pessoas que não conseguem zerar a carga viral sem a realização do exame”, disse.

Por outro lado, os exames para as pessoas que vivem com hepatite C são realizados antes do início do tratamento, para definir qual será a combinação inicial.

“O vírus da hepatite C apresenta seis genótipos diferentes, então um medicamento pode funcionar para um e não funcionar para o outro. Por isso o exame é necessário antes do início do tratamento”, afirmou Luciano Goldani, infectologista e professor da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).

A suspensão dos exames de genotipagem provocou reações negativas.

A Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e Aids divulgou uma nota neste domingo (6), na qual critica o governo federal por ter retardado a compra, principalmente em um ano tumultuado por causa da pandemia do novo coronavírus.

“Esse exame é fundamental na estratégia para o tratamento tanto para o HIV como para o HCV, pois quando a pessoa está resistente e necessita da genotipagem para iniciar nova combinação encontra-se em um estado de extrema vulnerabilidade às infecções oportunistas e não pode ser prejudicada pela demora ocasionada por entraves meramente burocráticos”, afirma o texto.

A Rede ressaltou que não é a primeira vez que os exames são interrompidos e acusa o governo de destruir conquistas na área.

A nota da rede afirmou que as pessoas que convivem com a doença antes eram vistas como parceiras e agora são despesas.

“A RNP+Brasil acha um absurdo que o Ministério da Saúde tenha demorado para lançar o edital de compras dos kits e não podemos aceitar que isso prejudique o tratamento das pessoas, pois sabemos que o ano de 2021 será o ano que veremos os impactos da Covid-19, tanto nos pacientes de HIV como nos de HCV, e a falta desses exames pode agravar ainda mais esses impactos”, afirma o texto.

O secretário nacional executivo da Rede, Alisson Barreto, afirmou que o atual governo promove uma política de desmonte em relação às conquistas para a população que vive com HIV.

Ele citou que as mudanças começaram com a troca no nome do departamento que trata de HIV, cujo nome Aids foi retirado.

“Isso não é apenas um detalhe. Isso enfraquece a nossa luta em termos político, para avançar a condição de vidas das pessoas que vivem com HIV”, disse.

Barreto também citou a mudança nas regras para realização de exames de carga viral para esses pacientes. Anteriormente, a decisão cabia unicamente aos médicos, que solicitavam nos casos que consideravam adequados. Agora, no entanto, há uma limitação de um exame por ano.

O Ministério da Saúde foi procurado na noite de domingo, mas não respondeu aos questionamentos até a conclusão desta reportagem.

A pasta é comandada pelo general Eduardo Pazuello, que assumiu interinamente em maio, sendo efetivado quatro meses depois.

Um dos principais argumentos do governo ao designar o militar para a pasta é sua expertise em logística, que seria fundamental no combate à pandemia do novo coronavírus, para adquirir e distribuir insumos para estados e municípios.

 

*Com informações da Folha

Siga-nos no Whastapp: https://chat.whatsapp.com/FDoG2xe9I48B3msJOYudM8

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Caixa Econômica: Agência 0197
Operação: 013
Poupança: 56322-0
Arlinda Celeste Alves da Silveira
CPF: 450.139.937-68
Agradecemos imensamente a sua contribuição

Categorias
Política

Milicianos se filiaram ao PSOL em 2016; polícia apura se foi para monitorar Marielle

Dois milicianos que atuavam como braço financeiro do Escritório do Crime se filiaram ao PSOL, partido de Marielle Franco – assassinada com o motorista Anderson Gomes em uma emboscada a tiros no Estácio, bairro da região central do Rio de Janeiro, em 14 de março de 2018 – logo após as eleições municipais de 2016, ano em que a vereadora foi eleita como a 5ª mais votada do ranking geral da Câmara dos Vereadores, com mais de 46 mil votos. Nesta terça-feira, 8, o crime completa mil dias sem apontar quem mandou matar Marielle e Anderson, tampouco o porquê. A principal tese que vigora hoje dentro das investigações é que a motivação tenha sido uma vingança contra o partido, mas, principalmente, contra o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL), cacique da legenda, amigo pessoal e correligionário da parlamentar.

A informação sobre as filiações, obtida com exclusividade por VEJA, reposiciona o setorizado grupo de milicianos e sicários formado por Adriano Magalhães da Nóbrega, ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope), novamente no caso Marielle. Um dos milicianos que se filiou ao PSOL era homem de extrema confiança do capitão.

A adesão dos dois milicianos ao PSOL ocorreu na mesma data: 19 de novembro de 2016, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os investigadores verificam se a entrada do consórcio criminoso nos quadros do partido ocorreu com fins de infiltração para avaliar a dinâmica da sigla e monitoramento de agendas, congressos e eventos da legenda de Marielle.

“Nada, absolutamente nada está descartado no caso Marielle”, declarou a VEJA o novo titular da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), Moysés Santana. As filiações dos milicianos são investigadas desde meados do ano passado, quando a especializada estava sob comando do delegado Daniel Rosa, que deixou o cargo em setembro deste ano, como VEJA mostrou. O delegado Moysés Santana afirmou ainda que está avaliando a quebra de sigilo telemático dos dois milicianos que se filiaram ao PSOL – ela já foi feita pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio no âmbito das Operações Intocáveis 1 e 2.

As filiações ocorreram exatos 20 dias depois do 2º turno das eleições municipais daquele ano, quando o então candidato Marcelo Freixo (PSOL) foi derrotado pelo ex-prefeito e bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, Marcelo Crivella (Republicanos). Marielle, por sua vez, tinha sido eleita no 1º turno em 2 de outubro, quase um mês e meio antes das filiações dos milicianos do Escritório do Crime.

O PM reformado Ronnie Lessa, que está preso juntamente ao ex-PM Élcio de Queiroz na Penitenciária Federal de Porto Velho, são os réus pelo crime. Eles teriam sido o atirador e o motorista do Chevrolet Cobalt prata clonado que emboscou o carro da vereadora e de seu motorista. De acordo com os investigadores fluminenses, Lessa não seria um integrante direto do Escritório do Crime. “Mas todos nós sabemos que eles mantinham relações”, analisou o delegado-titular da DH.

Lessa manteve com a mulher, Elaine Lessa, uma academia de ginástica bastante rentável no miolo de Rio das Pedras, comunidade carioca da Zona Oeste que sediava uma miríade de atividades ilegais do Escritório do Crime, até meados de 2016, quando vendeu o empreendimento e saiu às pressas do local. Mais de 20 fontes ouvidas por VEJA ao longo dos últimos mil dias não souberam precisar o que houve e por que o PM reformado teve que se desfazer do negócio, mas a suspeita é que tenha havido algum tipo de desentendimento entre Lessa e capitão Adriano.

A visão das autoridades fluminenses sobre Lessa ser ou não do Escritório do Crime diverge do depoimento prestado por outro miliciano, Orlando de Araújo de Oliveira, o Orlando da Curicica, ao Ministério Público Federal. As revelações geraram o que se chamou de “investigação da investigação”, um inquérito sigiloso e paralelo que tramitou sob comando da ex-procuradora geral da República, Raquel Dodge, a partir de agosto de 2018. Curicica aponta Lessa como um dos membros da célula criminosa.

Trecho do inquérito de federalização do caso Marielle; miliciano Orlando da Curicica revelou existência do Escritório do Crime

lle Franco (PSOL-RJ); crime completa mil dias sem apontar os mandantes Facebook/Reprodução

Dois milicianos que atuavam como braço financeiro do Escritório do Crime se filiaram ao PSOL, partido de Marielle Franco – assassinada com o motorista Anderson Gomes em uma emboscada a tiros no Estácio, bairro da região central do Rio de Janeiro, em 14 de março de 2018 – logo após as eleições municipais de 2016, ano em que a vereadora foi eleita como a 5ª mais votada do ranking geral da Câmara dos Vereadores, com mais de 46 mil votos. Nesta terça-feira, 8, o crime completa mil dias sem apontar quem mandou matar Marielle e Anderson, tampouco o porquê. A principal tese que vigora hoje dentro das investigações é que a motivação tenha sido uma vingança contra o partido, mas, principalmente, contra o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL), cacique da legenda, amigo pessoal e correligionário da parlamentar.

A informação sobre as filiações, obtida com exclusividade por VEJA, reposiciona o setorizado grupo de milicianos e sicários formado por Adriano Magalhães da Nóbrega, ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope), novamente no caso Marielle. Um dos milicianos que se filiou ao PSOL era homem de extrema confiança do capitão.

A adesão dos dois milicianos ao PSOL ocorreu na mesma data: 19 de novembro de 2016, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os investigadores verificam se a entrada do consórcio criminoso nos quadros do partido ocorreu com fins de infiltração para avaliar a dinâmica da sigla e monitoramento de agendas, congressos e eventos da legenda de Marielle.

“Nada, absolutamente nada está descartado no caso Marielle”, declarou a VEJA o novo titular da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), Moysés Santana. As filiações dos milicianos são investigadas desde meados do ano passado, quando a especializada estava sob comando do delegado Daniel Rosa, que deixou o cargo em setembro deste ano, como VEJA mostrou. O delegado Moysés Santana afirmou ainda que está avaliando a quebra de sigilo telemático dos dois milicianos que se filiaram ao PSOL – ela já foi feita pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio no âmbito das Operações Intocáveis 1 e 2.

As filiações ocorreram exatos 20 dias depois do 2º turno das eleições municipais daquele ano, quando o então candidato Marcelo Freixo (PSOL) foi derrotado pelo ex-prefeito e bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, Marcelo Crivella (Republicanos). Marielle, por sua vez, tinha sido eleita no 1º turno em 2 de outubro, quase um mês e meio antes das filiações dos milicianos do Escritório do Crime.

O PM reformado Ronnie Lessa, que está preso juntamente ao ex-PM Élcio de Queiroz na Penitenciária Federal de Porto Velho, são os réus pelo crime. Eles teriam sido o atirador e o motorista do Chevrolet Cobalt prata clonado que emboscou o carro da vereadora e de seu motorista. De acordo com os investigadores fluminenses, Lessa não seria um integrante direto do Escritório do Crime. “Mas todos nós sabemos que eles mantinham relações”, analisou o delegado-titular da DH.

Lessa manteve com a mulher, Elaine Lessa, uma academia de ginástica bastante rentável no miolo de Rio das Pedras, comunidade carioca da Zona Oeste que sediava uma miríade de atividades ilegais do Escritório do Crime, até meados de 2016, quando vendeu o empreendimento e saiu às pressas do local. Mais de 20 fontes ouvidas por VEJA ao longo dos últimos mil dias não souberam precisar o que houve e por que o PM reformado teve que se desfazer do negócio, mas a suspeita é que tenha havido algum tipo de desentendimento entre Lessa e capitão Adriano.

A visão das autoridades fluminenses sobre Lessa ser ou não do Escritório do Crime diverge do depoimento prestado por outro miliciano, Orlando de Araújo de Oliveira, o Orlando da Curicica, ao Ministério Público Federal. As revelações geraram o que se chamou de “investigação da investigação”, um inquérito sigiloso e paralelo que tramitou sob comando da ex-procuradora geral da República, Raquel Dodge, a partir de agosto de 2018. Curicica aponta Lessa como um dos membros da célula criminosa.
Continua após a publicidade
Trecho do inquérito de federalização do caso Marielle; miliciano Orlando da Curicica revelou existência do Escritório do Crime
Trecho do inquérito de federalização do caso Marielle; miliciano Orlando da Curicica revelou existência do Escritório do Crime Procuradoria-Geral da República/Reprodução

As filiações vinham sendo mantidas em segredo na tentativa de não prejudicar as investigações, que correm sob sigilo de Justiça. VEJA apurou que a prioridade nº 1 da gestão do atual secretário da Polícia Civil, Allan Turnowski, é o desfecho completo do caso com a entrega dos mandantes do duplo homicídio. As investigações vêm sendo acompanhadas de perto pelos integrantes do governo fluminense.

Não significa, contudo, que o PSOL tenha algum tipo de descontrole de filiados – isso porque qualquer cidadão pode se filiar a qualquer partido – ou algum tipo de envolvimento com o crime. A filiação partidária, inclusive, foi um tema recorrente ao longo das investigações do caso Marielle. Réu no âmbito da Operação Guilhotina deflagrada em 2011 pela Polícia Federal para combater milícias, Élcio de Queiroz era filiado ao DEM na época em que foi preso – a legenda anunciou sua expulsão imediata no dia da sua captura, em 12 de março de 2019. Já Ronnie Lessa foi filiado ao MDB por vários anos, mas saiu das fileiras da legenda em 2010.

Quem são os milicianos que se filiaram ao PSOL

Réu em decorrência da Operação Intocáveis 1, Laerte Silva de Lima foi preso na ação que tornou capitão Adriano foragido, em 22 de janeiro de 2019 – líder da quadrilha, o ex-PM seria morto um ano depois na Bahia em circunstâncias ainda não esclarecidas. A Intocáveis 1, como o próprio nome diz, mexeu na superestrutura dos líderes do Escritório do Crime e prendeu outros comparsas famosos do núcleo duro de comando do consórcio criminoso, além de coletar centenas de documentos, celulares, dinheiro e cheques. Um dos endereços que foi alvo de busca e apreensão foi o edifício Moradas do Itanhangá, que desabaria cerca de três meses depois, matando 24 pessoas.

Reprodução da Certidão de Filiação Partidária de Laércio

Já sua mulher, Erileide Barbosa da Rocha, a Lila, foi presa no desdobramento da mesma operação: a Intocáveis 2, que indiciou 45 milicianos em 30 de janeiro deste ano. Por ter uma filha de sete anos e pelo fato de sua posição na estrutura hierárquica do Escritório do Crime não envolver ameaças, porte ilegal de arma ou assassinatos, a juíza Juliana Benevides de Barros Araújo concedeu prisão domiciliar à ré em fevereiro.

Fac-simile da Certidão de Filiação Partidária de Erileide, presa em decorrência da Operação Intocáveis 2

O casal de milicianos que se filiou ao PSOL em novembro de 2016 operava o braço financeiro dos paramilitares que dominam Rio das Pedras, Muzema e adjacências. Não há indícios de que eles sejam pistoleiros de aluguel que matam sob encomenda – o que revela o complexo modus operandi do Escritório do Crime, onde as tarefas são milimetricamente subdivididas, hierarquizadas e organizadas.

Laerte, no entanto, é tido como membro da cúpula do Escritório do Crime: era homem de absoluta e estrita confiança de capitão Adriano. De acordo com a denúncia da Operação Intocáveis 1 do Gaeco, eles “não só atuam no ramo da agiotagem, mas detêm o monopólio da venda de gás, bem como extorquem moradores e comerciantes, coagindo-os ao pagamento de taxas por ‘serviços’”.

Já Erileide fazia a gestão de cheques, notas promissórias e recibos do grupo criminoso – uma espécie de contabilidade informal do Escritório do Crime. Em chats obtidos por VEJA, Laerte chega a reclamar com a companheira sobre o suposto fato de que ela estaria escondendo coisas sobre taxas que não foram pagas por moradores.

Chats da investigação do Gaeco mostram Laércio cobrando Erileide sobre taxas; ela lhe envia foto com notas promissórias

 

*Com informações da Veja

Siga-nos no Whastapp: https://chat.whatsapp.com/FDoG2xe9I48B3msJOYudM8

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Caixa Econômica: Agência 0197
Operação: 013
Poupança: 56322-0
Arlinda Celeste Alves da Silveira
CPF: 450.139.937-68
Agradecemos imensamente a sua contribuição