O sincericídio de Tarcísio de Freitas, atual queridinho da grande mídia, foi uma espécie de exposição de uma verdade dura para os redatores sabujos da Faria Lima.
Quando o governador de São Paulo, que comanda a Polícia mais violenta e letal polícia do planeta, diz que “não existe, no Brasil, direita sem Bolsonaro”, ele explica de bate-pronto por que sua polícia é o que é, comandada pelo bolsonarista Derrite indicado pelo próprio genocida golpista e desfaz a fábula de que Tarcísio seria uma espécie de “direita boa praça”
Isso foi um banho de água fria na fábula midiática em que o colunismo corporativo vinha talhando.
O impacto disso é uma reviravolta para quem queria vender Tarcísio como uma alternativa “palatável” ao bolsonarismo puro.
Ele próprio parece rejeitar essa fantasia, assumindo que sua identidade política não se descola do lider dos golpistas do dia 8 de janeiro de 2023.
A escolha de Guilherme Derrite como secretário de Segurança Pública, um nome alinhado ao bolsonarismo, reforça essa percepção.
A Polícia Militar de São Paulo, sob a gestão de Tarcísio, segue sendo criticada por sua letalidade e abordagem violenta, com números que a colocam como a mais letal do mundo (em 2022, por exemplo, a PM de SP foi responsável por cerca de 600 mortes, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública).
Tarcísio, ao se posicionar tão explicitamente, desmonta a tentativa da mídia de dissociação do legado de Bolsonaro, que inclui a defesa de políticas de confronto e a exaltação de uma postura linha-dura fascista.
A declaração de Tarcísio de Freitas, ao afirmar que “não existe direita sem Bolsonaro”, na verdade, joga uma luz crua sobre a narrativa que parte da mídia tentava construir em torno dele como uma figura de uma “direita moderada” ou “civilizada”.
Ele, de boca própria, explicita uma vinculação visceral e direta com o bolsonarismo, que carrega um histórico de polarização, retórica agressiva e políticas controversas, incluindo a gestão da segurança pública.
Acho bom a mídia começar a criar outra fábula com outro personagem ou chegará em 2026 sem candidato nenhum para chamar de seu.
Ex-presidente Jair Bolsonaro
03/02/2023
REUTERS/Marco Bello
Três projetos de lei apresentados por deputados da base bolsonarista na Câmara, nos últimos dias, propõem a revogação dos artigos 359-L e 359-M do Código Penal, que tipificam os crimes de tentativa de golpe de Estado e de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
A ofensiva legislativa ocorre em meio à intensificação das investigações do Supremo Tribunal Federal (STF), que tornou réus, pelos mesmos crimes, o ex-presidente Jair Bolsonaro, ex-ministros e militares envolvidos na articulação de uma trama golpista.
As propostas foram apresentadas pelos deputados Gustavo Gayer (PL-GO), Sargento Gonçalves (PL-RN) e Alberto Fraga (PL-DF), e ainda aguardam despacho da Mesa Diretora da Câmara para começarem a tramitar nas comissões.
Os dois dispositivos questionados pelos bolsonaristas foram introduzidos em 2021 com a revogação da antiga Lei de Segurança Nacional um resquício do regime militar, historicamente usado para reprimir opositores políticos. Com a Lei nº 14.197/2021, os novos artigos passaram a proteger o regime democrático com base em princípios constitucionais:
Art. 359-L: criminaliza tentativas, com violência ou grave ameaça, de abolir o Estado Democrático de Direito. Pena: 4 a 8 anos de reclusão. Art. 359-M: pune tentativas de depor, com violência ou grave ameaça, o governo legitimamente constituído. Pena: 4 a 12 anos de reclusão. Ambos os dispositivos são os fundamentos jurídicos usados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) para denunciar Bolsonaro e outros 20 aliados por arquitetarem um golpe de Estado. Os três projetos de lei seguem a mesma linha geral: a revogação imediata dos artigos 359-L e 359-M.
PL 2231/25
O deputado Sargento Gonçalves argumenta que a existência desses crimes ameaça garantias como a liberdade de expressão e o direito de reunião. Em sua justificativa, sustenta que os artigos são vagos, abrem brechas para interpretações abusivas e colocam em risco manifestações políticas legítimas. Gonçalves cita ainda tratados internacionais, como o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, e a jurisprudência da Corte Interamericana para defender que a legislação penal não deve ser usada para restringir a dissidência. (Veja a íntegra do projeto)
PL 2235/25
Já Alberto Fraga classifica os tipos penais como ferramentas de “perseguição política” e defende sua revogação como uma solução provisória até que se elabore uma legislação mais clara. O deputado alega que os dispositivos vêm sendo usados de forma cumulativa para prender manifestantes e opositores, especialmente após os atos antidemocráticos de janeiro de 2023. (Veja a íntegra do projeto)
PL 2265/25
A proposta mais robusta é a de Gustavo Gayer (PL-GO), que conta com o apoio de outros 46 parlamentares entre eles, o deputado Delegado Alexandre Ramagem (PL-RJ), um dos réus no processo sobre a trama golpista. O texto acusa o STF de “hipertrofia institucional” e afirma que os artigos em vigor permitem interpretações subjetivas, desrespeitando o princípio da taxatividade penal.
Para Gayer, os crimes vêm sendo aplicados sem provas materiais de que houve atos concretos que configurassem uma tentativa real de golpe, baseando-se apenas em discursos ou ilações políticas, segundo o Congresso em Foco.
STF, PGR e os réus do golpismo
A iniciativa parlamentar ocorre dias após o STF aceitar a denúncia da PGR contra Bolsonaro e seus aliados. O ex-presidente é acusado de tentar desacreditar o sistema eleitoral e promover uma intervenção militar para impedir a posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. O plano envolvia ministros, comandantes militares e parlamentares.
Segundo o Supremo, as ações ultrapassaram os limites da liberdade de expressão e configuraram uma articulação concreta contra o Estado Democrático de Direito.
Embate entre poderes
A tentativa de revogação dos artigos marca um novo capítulo na disputa entre Legislativo e Judiciário. Deputados bolsonaristas têm acusado o STF de atuar como censor ideológico e de perseguir adversários políticos sob o pretexto de proteger a democracia. A tensão se agravou com o avanço dos inquéritos sobre os atos de 8 de janeiro, as denúncias contra Bolsonaro e a atuação firme da Corte na responsabilização dos envolvidos.
Além de enfrentar forte resistência política especialmente das bancadas de centro e esquerda , os projetos também esbarram em barreiras jurídicas: a revogação dos artigos pode ser contestada no próprio STF por representar uma ameaça ao princípio da separação dos poderes e à ordem constitucional estabelecida pela Constituição de 1988.
O presidente Lula (PT) lamentou novamente, nesta terça-feira (13), a morte do ex-presidente do Uruguai José Mujica, aos 89 anos, durante entrevista coletiva ao final da visita à China, em Pequim. Ele disse que conhece muitos políticos, mas nenhum tem a grandeza de alma de Mujica.
Lula expressou seu pesar pela morte do aliado político e afirmou que o mínimo que pode fazer é se “despedir das pessoas que serviram de exemplo para a gente”. Ele ainda comentou que, ao retornar de viagem à China para Brasília, fará uma visita a Montevidéu para o enterro de Mujica.
O petista descreveu Mujica como um exemplo de dignidade e coragem. “Era um ser humano muito importante para a democracia, para os setores progressistas, para a esquerda”, afirmou Lula. “Ele era efetivamente uma figura excepcional.”
Lula também falou sobre o último encontro entre eles, em março, durante a posse do presidente Yamandú Orsi, e disse ter a certeza de que era a última vez que se encontravam em vida. “Ele mesmo dizia que estava no fim. Ele não escondeu nenhuma vez a gravidade da evolução da doença”, contou.
“Ele me disse ‘Lula, estou indo embora’. Com a maior tranquilidade que ele me disse isso, era o jeito que ele governava o Uruguai. A carne se vai, mas as ideias ficam. Espero que as pessoas tirem proveito das ideias e do ensinamento do Pepe Mujica.”
Lula também publicou em suas redes sociais uma homenagem, dizendo que a trajetória de Mujica “foi um exemplo de que a luta política e a doçura podem andar juntas”. “E de que a coragem e a força podem vir acompanhadas da humildade e do desapego.”
“Em seus quase 90 anos de vida, Mujica combateu fervorosamente a ditadura que um dia existiu em seu país. Defendeu, como poucos, a democracia. E nunca deixou de militar pela justiça social e o fim de todas as desigualdades”, escreveu o presidente.
O “dilema da mídia” está em como cobrir a aliança entre governadores da “direita civilizada” e Bolsonaro sem normalizar discursos que desafiam a democracia.
A participação desses líderes de direita em atos pela anistia reflete um projeto eleitoral para 2026, mas expõe contradições entre suas posturas passadas e atuais, alimentando críticas de oportunismo.
A mídia, ao destacar essas figuras, corre o risco de amplificar narrativas golpistas, enquanto tenta se equilibrar na cobertura entre imparcialidade e responsabilidade democrática.
É uma senhora casca de banana que a própria mídia jogou no chão Em 2023, quando esses governadores da direita bom-mocista condenaram os atos de 8 de janeiro.
Caiado, aos berros, chamou-os de “golpistas”, enquanto Ratinho Júnior falou grosso e reto em “terrorismo”.
Em 2025, a mudança de tom para pio é de um oportunismo político para lá de canalha, especialmente por estarem de olho nos votos bolsonaristas que apoiaram a tentativa de golpe. A defesa da anistia é criticada até pela Anistia Internacional, que exige proteção específica para evitar novos ataques à democracia.
A presença de governadores em atos que questionam o Judiciário e as urnas eletrônicas, inapelavelmente, reforça as narrativas golpistas.
Apesar de buscarem uma imagem independente, a participação no palanque pelo perdão a Bolsonaro e seus generais golpistas, sugere que esses governadores ainda dependem da máquina bolsonarista para mobilizar apoio, o que limita sua autonomia como líderes de uma “direita civilizada”.
Os governadores citados têm motivações políticas claras para subir no palanque do comandante do golpe, Jair Bolsonaro:
Com Bolsonaro inelegível, os líderes da “direita civilizada” disputam o eleitorado bolsonarista para as eleições de 2026. A defesa da anistia, uma pauta cara aos apoiadores do ex-presidente, é uma forma de manter essa base leal, mesmo que contradiga posições anteriores.
Exemplo: Tarcísio de Freitas, que em 2023 criticou os atos golpistas como “cerceamento de direitos”, defendeu a anistia em 2025 como uma “pauta humanitária e urgente”.
Governadores como Zema e Tarcísio justificam a anistia como uma forma de “pacificar o Brasil”, argumentando que as penas (até 17 anos) são desproporcionais.
Tal narrativa, porém, é absurda. Anistia para golpista, que tinha planos de matar Lula, Alckmin, Moraes e Dirceu, é um escancarado incentivo à impunidade de atos antidemocráticos.
A mídia apoiando Tercisio, por exemplo, como vimos no Estadão essa semana, normaliza discursos antidemocráticos.
Editoriais, que sugerem o surgimento de uma “direita civilizada” após a inelegibilidade de Bolsonarom, podem ser lidos como uma tentativa de separação do bolsonarismo “radical” de uma direita “aceitável”, mas ignoram a aliança prática entre esses governadores e Bolsonaro em pautas como a anistia para golpista.
Ou seja, está difícil para a mídia apoiar a direita em 2026 sem apoiar golpista.
Numa democracia de mercado e uma prática política cada dia mais midiatizada, a idiotização das classes media baixa, media e alta, é condição sine qua non.
O bolsonarismo que o diga
Aquela histeria coletiva da nação de zumbis totalmente alienada é fruto dessa manipulação grosseira da mídia.
Já em 2013 nas tais jornadas de junho, isso estava posto de forma bastante marcada com camisa da seleção e tudo.
O foco eram os tais 20 centavos, mas o alvo era a cabeça de Dilma.
Os grandes timoneiros daquela insurreição fascista, carregada até os dentes de ódio fecundo contra o PT e, principalmente., contra Dilma, eram os Marinho, Mesquita e Frias.
Agora, contra Lula, a tática não é diferente.
A “independência” política do Estadão nesse último final de semana mostra que o jornalao está amarrado ao pé da mesa dos banqueiros da Faria Lima, revelando com isso que toda a mídia parceira, seguirá o mesmo diapasão.
Novidade zero. O que espanta é a campanha escancarada de Tarcísio que o tijolo trouxe dois anos antes da eleição de 2026, mostrando que a tática de se travestir de imprensa independente segue o mesmo padrão da “escolha difícil” do mesmo editorial pro-Bolsonaro em 2018, borrado por Vera Magalhaes, nas páginas do mesmo Estadão.
O que nós brasileiros esperamos da justiça eleitoral, é que ela fique atenta a esse tipo de abuso totalmente fora da lei.
Moradores acusam CDHU de descumprir acordo firmado pelo governo que previa demolições apenas após saída das famílias.
A Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU) voltou à favela do Moinho, na manhã desta terça-feira (13), com a Polícia Militar, que atacou os moradores com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. A reportagem do Brasil de Fato viu um bebê passando mal após inalar a fumaça.
Os ataques começaram após os moradores resistirem à demolição de algumas casas dentro da favela, a última da região central da capital paulista. O governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) havia se comprometido com as famílias que as casas só seriam derrubadas quando a comunidade fosse removida.
No entanto, na última segunda-feira (12) a CDHU, apoiada pela PM, começou as demolições das moradias que já estão sem ocupantes. A comunidade se preocupa com a ação, pois as casas vizinhas dos imóveis demolidos ficam com a estrutura fragilizada após a intervenção de tratores.
De acordo com a CDHU, 168 famílias já deixaram seus imóveis e aderiram ao acordo com o governo de São Paulo. A comunidade confirmou ao Brasil de Fato que 150 famílias já saíram da favela. Cerca de 840 famílias vivem no local.
“É muita truculência aqui dentro. É policial batendo em pai de família. A gente tinha um acordo com a CDHU e esse acordo foi quebrado ontem”, denuncia Maria Alves Rodrigues, cozinheira e moradora do Moinho há 17 anos.
“Ontem foi um show de horror, com os moradores perdendo suas coisas porque não tinham sido avisados com antecedência. A sanha de Tarcísio em fazer limpeza social para favorecer a especulação imobiliária passou de todos os limites. A PM, mais uma vez, está usando de violência para intimidar os moradores”, afirmou a deputada estadual Ediane Maria (Psol), que acompanha a ação no local.
Um morador, que não foi identificado pela reportagem, foi preso durante a ação da Polícia Militar e da CDHU. A informação é que ele havia sido conduzido para a 2º Delegacia de Polícia, que fica no Bom Retiro, bairro vizinho à favela do Moinho. Mais cedo, ele já havia sido vítima de agressões dos policiais.
Em protesto, os moradores acenderam uma fogueira na entrada da favela e fecharam a linha de trem que passa dentro da comunidade.
Em visita de Estado à China, o presidente Lula (PT) e sua comitiva firmaram, nesta terça-feira (13), um conjunto de 20 atos bilaterais com o governo chinês. Os acordos abrangem áreas estratégicas como infraestrutura, ciência e tecnologia, agricultura, energia, meio ambiente, finanças, inteligência artificial, saúde, cultura e comércio internacional.
A assinatura dos documentos ocorreu paralelamente à 4ª Reunião Ministerial do Fórum China-CELAC, da qual Lula participou como convidado especial, ao lado de outros chefes de Estado e ministros da América Latina e do Caribe. Em declaração conjunta emitida pelas duas partes, Brasil e China se comprometeram a fortalecer a chamada “Comunidade de Futuro Compartilhado” e defender um mundo mais justo, sustentável e multilateral.
VEJA A LISTA COMPLETA DOS ATOS ASSINADOS ABAIXO:
1) Memorando de Entendimento entre a Casa Civil da Presidência da República Federativa do Brasil e a Comissão de Desenvolvimento e Reforma da República Popular da China sobre a Cooperação para a Primeira Etapa do Plano de Cooperação para o Estabelecimento de Sinergias entre o Programa de Aceleração do Crescimento, o Plano Nova Indústria Brasil, o Plano de Transformação Ecológica, o Programa Rotas da Integração Sul-Americana; e a Iniciativa Cinturão e Rota
2) Declaração Conjunta de Intenções entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil e a Administração Espacial Nacional da China sobre o Compartilhamento de Dados Espaciais om os Países da América Latina e do Caribe
3) Memorando de Entendimento entre Banco Central do Brasil e Banco Popular da China sobre Cooperação Estratégica no Campo Financeiro
4) Memorando de Entendimento entre o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima da República Federativa do Brasil e a Administração Nacional de Florestas e Pastagens da República Popular da China sobre Cooperação em Restauração de Vegetações e Sumidouros de Carbono
5) Memorando de Entendimento para o Estabelecimento Conjunto de um Centro de Transferência de Tecnologia entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação da República Federativa do Brasil e o Ministério da Ciência e Tecnologia da República Popular da China
6) Memorando de Entendimento sobre o Reforço da Cooperação em Inteligência Artificial entre o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços da República Federativa do Brasil e a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da República Popular da China
7) Memorando de Entendimento (2025–2030) sobre Cooperação em Agricultura Familiar Moderna e Mecanização Agrícola entre o Ministério da Agricultura e dos Assuntos Rurais da República Popular da China e o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar da República Federativa do Brasil
8) Carta de Intenções sobre a Promoção do Desenvolvimento de Alta Qualidade da Cooperação em Investimentos na Economia Digital entre o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços da República Federativa do Brasil e o Ministério do Comércio da República Popular da China
9) Plano de Ação de Cooperação para o Desenvolvimento Sustentável da Mineração (2025–2026) entre o Ministério de Minas e Energia da República Federativa do Brasil e a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da República Popular da China
10) Acordo de Swap de Moedas Locais entre o Banco Central do Brasil e o Banco Popular da China
11) Memorando de Entendimento entre o Ministério da Agricultura e Pecuária da República Federativa do Brasil e a Administração-Geral de Aduanas da República Popular da China na Área de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias
12) Protocolo de Requisitos Sanitários e Fitossanitários para a Exportação de Proteínas e Grãos Derivados da Indústria do Etanol de Milho e Farelo de Amendoim, da República Federativa do Brasil para a República Popular da China, entre a Administração-Geral de Aduanas da República Popular da China e o Ministério da Agricultura e Pecuária da República Federativa do Brasil
13) Protocolo entre o Ministério da Agricultura e Pecuária da República Federativa do Brasil e a Administração Geral de Aduanas da República Popular da China sobre Inspeção, Quarentena e Requisitos de Segurança de Alimentos para a Exportação de Carne de Aves do Brasil para a China
14) Memorando de Entendimento entre a Comissão Nacional de Energia Nuclear e a Autoridade de Energia Atômica da China para Cooperação no Desenvolvimento Sustentável da Energia Nuclear
15) Memorando de Entendimento no Campo da Comunicação em Saúde entre o Ministério da Saúde da República Federativa do Brasil e a Agência de Notícias Xinhua da República Popular da China
16) Memorando de Entendimento entre a ApexBrasil e o China Media Group
17) Protocolo de Intenções de Cooperação entre o Ministério de Minas e Energia da República Federativa do Brasil e a Administração Nacional de Energia da República Popular da China
18) Memorando de Entendimento entre o Ministério de Minas e Energia da República Federativa do Brasil e a Administração Nacional de Energia da República Popular da China sobre Cooperação em Etanol e Mobilidade Sustentável
19) Memorando de Entendimento para a Cooperação no Setor Postal entre o Ministério das Comunicações da República Federativa do Brasil e o State Post Bureau da República Popular da China
20) Memorando de Entendimento entre a ApexBrasil e o Conselho Chinês para a Promoção do Comércio Internacional.
Segundo a PF, Mauricio Camisotti e Danilo Trento atuaram em esquema bilionário descontos indevidos de aposentadorias. Ambos já haviam sido investigados por tentativa de venda de vacina superfaturada durante a pandemia.
Dois nomes que aparecem nas investigações da fraude bilionária do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) chamaram atenção de senadores que integraram a CPI da Covid, encerrada em 2021: Maurício Camisotti e Danilo Trento.
A defesa de Camisotti nega que o empresário tenha cometido irregularidades e diz que as acusações contra ele são infundadas (leia mais abaixo). O blog não conseguiu contato com a defesa de Danilo Trento.
Camisotti é considerado pelos investigadores da Polícia Federal (PF) como peça-chave no escândalo do roubo das aposentadorias que, segundo as investigações, pode ter gerado um prejuízo de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. Curiosamente, o nome dele foi citado na CPI da Covid como personagem central da negociata de vacinas superfaturadas da Índia, a Covaxin.
“A negociata com as vacinas da Índia não deu certo e eles partiram para lesar aposentados e pensionistas. Essa é nossa principal hipótese. Precisamos aprofundar as investigações”, afirma o senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), autor do pedido que originou a CPI da Covid.
No caso do INSS, Camisotti aparece, segundo a investigação da PF, como sócio oculto da Associação dos Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos (Ambec), uma das entidades suspeitas de fraudes. O faturamento da associação soma R$ 178 milhões entre 2019 e 2024. Há mais de 2 mil reclamações registradas contra a entidade.
Já no escândalo das vacinas superfaturas, durante a CPI da Covid, o nome de Camisotti surge como financiador oculto da Precisa Medicamentos.
“A Precisa Medicamentos intermediou a compra de vacinas Covaxin”, lembra o presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM).
A vacina estava sendo negociada com a Índia com valor superfaturado e iria render propina para os envolvidos.
De acordo com dados do Tribunal de Contas da União (TCU) à época, a Covaxin foi a vacina mais cara negociada pelo governo Bolsonaro: R$ 80,70 a unidade, valor quatro vezes maior que a vacina da Fiocruz, a AstraZeneca. Contudo, os valores não chegaram a ser desembolsados.
A CPI da Covid funcionou de abril a outubro de 2021. Em agosto do mesmo ano, com a comissão em pleno funcionamento, portanto, a Ambec assinou um acordo de cooperação técnica com o INSS. O credenciamento permitiu que a entidade descontasse mensalidades diretamente na folha de pagamento de aposentados e pensionistas.
Em nota, a defesa de Camisotti diz que tem histórico de atuação comprovada na área da saúde, “tendo realizado diversos projetos que beneficiaram milhões de pessoas”, e que “não participou ou financiou compra de vacinas da citada empresa”
Camisotti foi apontado como responsável por uma transferência de R$ 18 milhões à Precisa Medicamentos. A empresa era representante no Brasil do laboratório indiano Bharat Biotech para compra de 20 milhões de doses da Covaxin. Em junho de 2021, após pressão da CPI, o governo Bolsonaro suspendeu contrato com a Precisa por indícios de irregularidades e suposta corrupção.
A Precisa Medicamentos nunca apresentou o contrato com o laboratório indiano, um documento fundamental para o governo brasileiro ter segurança jurídica de que, ao negociar a compra com a Precisa, a Bharat cumpriria o acordo.
O mais estarrecedor para os investigadores da PF é que os movimentos de Camisotti em direção ao INSS e ao Ministério da Saúde foram simultâneos.
Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou em Pequim a aceleração de parcerias em medicamentos
“Certamente teremos o maior programa de vacinação pública contra a dengue, com a nova vacina desenvolvida pelo Instituto Butantã”, disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em entrevista coletiva nesta segunda-feira (12) em Pequim, onde acompanha a visita ao país do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Padilha se refere à primeira vacina contra a dengue, totalmente brasileira, desenvolvida numa parceria entre o Instituto Butantan e a chinesa WuXi Biologics, como parte do Programa de Desenvolvimento Local e Inovação (PDIL) do Ministério da Saúde.
“O Butantã resolveu a tecnologia, mas não tinha a capacidade de produção de escala para atingir rapidamente o público brasileiro”, explicou.
Essa foi uma das três parcerias que já estavam em andamento, mas que, segundo o ministro, foram aceleradas. Outra foi a produção no Brasil de insulina glargina, que deve garantir ainda este ano 20 milhões de unidades do medicamento, numa parceria entre a Fiocruz, a brasileira Biomm e a chinesa Gan & Lee.
Uma terceira tem a ver com “a instalação de ‘hospitais inteligentes’em diversas regiões do Brasil, que usam inteligência artificial, praticam cirurgias robóticas e promovem o apoio ao desenvolvimento dessas tecnologias”.
Novos memorandums Um acordo novo será a criação do iBRID — Instituto Brasil-China para Inovação em Biotecnologia e Doenças Infecciosas e Degenerativas, uma parceria entre as empresas Eurofarma, uma multinacional biofarmacêutica brasileira e a chinesa Sinovac Biotech.
O ministro afirmou que a parceria cria uma “possibilidade muito ampla de desenvolvimento, não só tecnológico, mas de escala de produção para essa empresa nacional brasileira, podendo contribuir muito para o Ministério da Saúde”.
“Inclusive é uma plataforma de exportação a partir do Brasil para a região das Américas, continente africano, mercados muito importantes para os produtos brasileiros”, argumentou Padilha.
Um segundo acordo na área de saúde assinado nesta segunda-feira visa reduzir a dependência de importação e garantir autonomia do SUS em relação à produção de Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs), substâncias químicas utilizadas na fabricação de medicamentos.
A parceria será entre a Nortec Química S.A., envolve transferência de tecnologia das chinesas Aurisco, Acebright e Goto Biopharm. O projeto aumentar a capacidade de produção de IFAs sintéticos para até 500 toneladas por ano,
Um último acordo foi para atualização dos equipamentos de raios-X no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, a parceria que envolve Careray, Shantou Institute of Ultrasonic Instruments, entre outras empresas chinesas, visa fabricar equipamentos de ultrassom que permtirão exames mais baratos e de melhor qualidade.
O plano Punhal Verde Amarelo, elaborado pelo general Mario Fernandes para o assassinato de autoridades na trama golpista de 2022, usou o codinome Juca para ser referir ao ex-ministro José Dirceu (PT) entre os alvos da ação.
O nome do petista como foco da operação militar clandestina foi confirmado por duas pessoas com acesso às investigações.
Um oficial da reserva do Exército próximo a Mario também afirmou à Folha que o ex-ministro era visto pelo grupo de militares do Palácio do Planalto, no fim do governo Jair Bolsonaro (PL), como um possível líder da futura gestão Lula (PT).
O plano do general previa uma operação militar clandestina contra quatro alvos. O primeiro era o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). Os demais eram identificados como Jeca, Joca e Juca.
O codinome Jeca era atribuído ao então presidente eleito Lula, enquanto Joca seria o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB). O nome Juca não chegou a ser formalmente identificado pelos investigadores.
Ao longo das apurações, a Polícia Federal cogitava que Dirceu poderia ser o alvo secreto do plano Punhal Verde Amarelo, pela influência exercida pelo petista nas gestões anteriores de Lula no Palácio do Planalto.
Os investigadores ainda levantaram outros nomes como possíveis referências ao codinome Juca, como Flávio Dino e Rui Costa, hoje ministros respectivamente do STF e da Casa Civil, e o chefe de gabinete de Lula, Marco Aurélio Ribeiro.
No relatório da investigação, porém, a PF diz que “não obteve elementos para precisar quem seria o alvo da ação violenta planejada pelo grupo criminoso”.
Procurado, Dirceu afirmou que prefere não se manifestar.
Relação de Dirceu com o governo Mesmo com a antiga relação com Lula e sua influência nos bastidores do Partido dos Trabalhadores, ele não frequenta o Palácio do Planalto para discutir temas de governo e está apartado de articulações políticas diretas da gestão petista.
Apesar do afastamento, grupos militares acreditavam que ele teria um papel de destaque no governo, como teve nas primeiras passagens de Lula pela Presidência.
Dirceu, sob o codinome Juca, foi descrito no plano de assassinato como a “iminência parda [sic] do 01 e das lideranças do futuro gov [governo]”. “A sua neutralização desarticularia os planos da esquerda mais radical”, prossegue.
Mario Fernandes afirma, no documento, que não esperava “grande comoção nacional” com o eventual assassinato dele.
O general previa o envenenamento de Lula, o Jeca, para causar um “colapso orgânico”. A ação era descrita no plano como suficiente para matar o presidente eleito, considerando o “estado de saúde [de Lula] e a ida frequente a hospitais”.
“A sua neutralização abalaria toda a chapa vencedora, colocando-a, dependendo da interpretação da Lei Eleitoral, ou da manobra conduzida pelos 3 Poderes, sob a tutela principal do PSDB”, diz o documento encontrado pela Polícia Federal.
No caso de Alckmin, o Joca, o Punhal Verde Amarelo previa que sua “neutralização extinguiria a chapa vencedora”. O general avaliava que o assassinato do vice-presidente também não deveria causar grande comoção no país.
Mesmo sem ser citado no plano e sem um codinome próprio, Moraes é considerado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) como o principal alvo do plano Punhal Verde Amarelo.
A denúncia considera alguns elementos para confirmar a tese. O primeiro era o fato de Jeca, Joca e Juca serem descritos no documento como “outros alvos possíveis” da ação militar.
A PGR ainda avalia que as ações descritas no plano do general são semelhantes ao monitoramento feito por militares de forma clandestina e que tinha Moraes como alvo.
O principal elemento apontado pela Procuradoria é a compra de celulares descartáveis utilizados no plano “Copa 2022”, que tinha como objetivo matar o ministro do Supremo.
O advogado Marcus Vinicius Figueiredo, que defende Mario Fernandes, disse à Folha que não iria comentar o caso. “Eu não posso me manifestar sobre o mérito da investigação porque ainda não me foi concedido acesso à íntegra das provas”, afirmou.
No julgamento do recebimento da denúncia, Figueiredo disse garantir aos ministros do STF que o general não tinha mostrado o plano Punhal Verde Amarelo para ninguém. Segundo o advogado, o réu fez o documento e o guardou para si.
A PGR contesta essa versão na denúncia oferecida contra Mario. Na acusação, o procurador-geral Paulo Gonet diz que o então presidente Bolsonaro tomou conhecimento do plano e deu aval a ele.
“O plano foi arquitetado e levado ao conhecimento do presidente da República, que a ele anuiu, ao tempo em que era divulgado relatório em que o Ministério da Defesa se via na contingência de reconhecer a inexistência de detecção de fraude nas eleições.”
Como a Folha de S.Paulo mostrou, a conclusão da PGR de que Bolsonaro concordou com o plano vai além da interpretação dada pela Polícia Federal em seu relatório final da investigação. Os investigadores dizem que o ex-presidente soube do Punhal Verde Amarelo, mas não registram eventual opinião ou ação de Bolsonaro sobre ele.
A investigação da PF apresenta como indício de que o plano foi apresentado a Bolsonaro o fato de Mario Fernandes ter imprimido o documento 40 minutos antes de ir ao Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, no dia 9 de novembro de 2022.
Não há, porém, registros de que o documento tenha sido entregue ou apresentado a Bolsonaro nem de que o ex-presidente tenha concordado com as intenções do general.
A Primeira Turma do STF recebeu a denúncia da PGR contra Mario Fernandes e outros cinco acusados de participar da trama golpista. Agora réus no Supremo, eles respondem a ação penal pela tentativa de golpe de Estado.