Lula manda avião presidencial para retirar brasileiros de Gaza

Avião presidencial espera aval do Egito para tirar brasileiros de Gaza.

Aeronave da FAB decolou na tarde desta quinta (12/10) e vai posar em Roma, na Itália, enquanto aguarda negociações com governo egípcio.

O avião da Força Aérea Brasileira (FAB) que decolou na tarde desta quinta-feira (12/10) fará uma parada em Roma, na Itália, onde vai aguardar a autorização para ir ao Egito resgatar grupo de brasileiros presos na Faixa de Gaza. Esta é a primeira aeronave brasileira — cedida pela Presidência da República — que partiu rumo a Cairo, e não a Tel Aviv, em Israel, desde o início do conflito com o Hamas, segundo o Metrópoles.

A informação sinaliza um avanço nas negociações entre o governo brasileiro e egípcio, que estão em diálogo na tentativa de retirar os brasileiros presos no epicentro da zona de conflito, a região controlada pelo Hamas. A sexta aeronave foi acionada em caráter de emergência e decolou às 16h30 da Base Aérea de Brasília.

O avião é um modelo VC-2 (Embraer 190) usado pela Presidência da República, e tem capacidade para 40 pessoas. A aeronave tem chegada prevista em Roma às 6h desta sexta-feira (13/10), após parada técnica para abastecimento em Cabo Verde, na África.

Em meio à escassez de suprimento vitais na Faixa de Gaza, a crise humanitária tem escalado no enclave palestino à medida que se intensificam os bombardeios israelenses à região, em retaliação ao ataque do Hamas no fim de semana.

Segundo o Itamaraty, 22 cidadãos de origem brasileira, em sua maioria, mulheres e crianças, esperam para serem retirados de Gaza. A passagem será feita pela cidade de Rafah, no Egito, após autorização formal do governo do país africano, que ainda não foi confirmada.

 

Militar da ativa, youtuber, faz propaganda ilegal para Bolsonaro

Não bastasse o ciclo de investigações que aproximam Bolsonaro das cenas dos crimes da rede de fake news, do assassinato de Marielle e dos 39kg de cocaína encontrados no avião presidencial, o Estadão publicou nesta segunda-feira  matéria sobre dois youtubers que se dizem propagadores do pensamento de direita e apoiam cem por cento Bolsonaro.

Pouco importa se um deles é da reserva, ilegal é o outro, que é da ativa, um Major da Aeronáutica. Neste caso do major, ainda na ativa, essa função de youtuber é vetada pelo regulamento militar. Procurado, o comando da Aeronáutica não respondeu até a conclusão da edição da matéria.

Não bastasse a notícia dada hoje pela Folha de que o governo Bolsonaro está aparelhado por mais de 2.500 militares em cargos de chefia ou assessoramento, em uma curva ascendente. Agora, sabe-se pelo Estadão que a publicidade de Bolsonaro é adubada por militares da ativa, youtubers, ou seja, essas mil maravilhas entre Bolsonaro e as Forças Armadas parece atender em quantidade recíproca interesses de ambos os lados da mesma moeda, legal ou ilegalmente.

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas

 

 

 

Segundo a PF, Oficial de alta patente é o dono dos 39 kg de cocaína no avião que se locomove aos locais onde a comitiva vai por condições de segurança

A informação é da coluna Radar de Lauro Jardim no Globo:

“A Polícia Federal identificou fortes indícios de que o sargento Manoel Rodrigues, preso com 39 quilos de cocaína ao desembarcar de um avião presidencial na Espanha, tem ligações com um conhecido traficante que atua nas cidades-satélites de Brasília.”

A PF está convicta de que o militar não agiu sozinho. Mais do que isso: a principal linha de investigação indica que ele fazia o serviço de mula para outro militar, um oficial de alta patente.”

Impressiona a quantidade de gente criminosa na órbita de Bolsonaro. Essa informação é nitroglicerina pura, pois estamos falando de um governo que ostenta mais militares de alta patente do que nos governos dos próprios militares na ditadura. Aliás, é um governo cercado por casos de crimes que não vão adiante, inclusive o automático bloqueio de Eduardo Bolsonaro ao depoimento do sargento na Comissão da Câmara que preside.

Estamos falando de ao menos 2.500 membros das Forças Armadas ocupam cargos de chefia em 30 órgãos federais ou no assessoramento em ministérios e repartições na gestão de Jair Bolsonaro. Presença de militares no governo é a mais expressiva desde a redemocratização. Isso, sem falar dos milicianos que, como mostram as investigações, assassinaram Marielle e Anderson, sumiram com as armas e todos, rigorosamente todos têm ligação direta com o clã Bolsonaro.

 

*Da redação

 

 

 

Foi para isso mesmo que eles votaram em Bolsonaro

É uma piada alguém dizer que se fuzila criança negra nas favelas do Brasil em combate ao tráfico de drogas, enquanto no avião da comitiva de Bolsonaro, um oficial das Forças Armadas transportava 39 kg de cocaína e só foi pego pela polícia espanhola. Detalhe: sem dar um tiro no avião oficial do governo brasileiro que fazia o transporte do tráfico internacional.

Alguém imagina o que essa gente que diz que votou em Bolsonaro para que crianças como a Ágatha morressem fuziladas se esse avião que transportou a cocaína fosse da comitiva de Lula? Pois bem, como é o avião da comitiva de Bolsonaro, essa gente se nega a comentar sobre o assunto.

Na verdade, as classes média e alta se sentiram afrontadas quando Lula e Dilma começaram a dar cidadania e, consequentemente direitos aos pobres, aos favelados e aos negros.

Para uma classe média, que passa a vida em busca de privilégios, não interessa que negros e pobres sejam cidadãos, porque a cidadania indica que os direitos estarão garantidos, e esta cidadania não pode ser mutilada e sim abarcativa. Essa é a situação estrutural que mostra a diferença entre a forma de agir da PM nos bairros nobres ou de classe média e nas favelas e periferias, tradicionalmente vivendo o inferno da guerra do Estado contra o tráfico, no entanto, todos sabem que a maior quantidade de drogas do país não está nos morros, mas sim no asfalto.

Mas aí a situação é outra, correspondente à condição financeira das classes economicamente dominantes. Isso justifica até uma imagem como esta, de manifestantes pró Bolsonaro carregando a semente do fascismo, posando ao lado de caveirão e de PMs, porque estão respaldados na ideia de que eles organizaram o país de uma forma que jamais será considerado normal a PM invadir um condomínio, enfiar o pé na porta dos moradores ou atirar em um automóvel com uma criança dentro, como ocorreu com a Ágatha na favela.

Por isso eles votaram em Bolsonaro e estão aí nas redes, como se vê, aplaudindo Witzel, que se elegeu quebrando, junto com milicianos, a placa com o nome de Marielle, assassinada por milicianos ligados ao clã Bolsonaro. Witzel ainda disse que, se alguém na favela carregar algo parecido com um fuzil, vai levar um tiro na cabecinha. Mas só na favela. Nas zonas ricas da cidade está liberado carregar qualquer objeto que se pareça com uma arma. Aliás, Bolsonaro quer liberar e estimular que as pessoas economicamente privilegiadas possam ter fuzis, pistolas e carregá-las para cima e para baixo que ainda serão aplaudidas por essa mesma polícia que entra na favela esculachando os favelados justamente porque é uma favela, barbarizando, assassinando crianças, jovens e adultos, não importa. O objetivo final é dizimar negros e pobres no lugar em que moram para satisfazer os que votaram em Bolsonaro e Witzel para isso mesmo.

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas

 

AEROÍNA, por Leandro Fortes

Bolsonaro tem, claro, o benefício da dúvida. Afinal, contra tudo e contra todos, ele vetou a gratuidade de bagagens nos voos nacionais. No limite, portanto, ele não permitiria, ao menos de graça, o embarque de 39 quilos de cocaína pura no avião presidencial reserva (!?) que o acompanhava ao Japão.

Mas a tolerância com Bozo e sua trupe, rumo ao Oriente, para por aí.

Isso porque imaginar que apenas um militar da FAB, cujo nome ainda está providencialmente mantido em sigilo, montou sozinho um esquema com potencial de faturamento de quase 50 milhões de reais é ridículo, até para a lógica bolsonarista.

39 quilos de cocaína equivalem a, aproximadamente, 8 sacos de 5 quilos de arroz. Um sujeito qualquer, mesmo sendo da comitiva presidencial, não enfia uma carga dessas na esteira da Base Aérea de Brasília sem um amplo apoio logístico de outros criminosos, provavelmente, também fardados.

Há, certamente, mais gente envolvida dentro do Palácio do Planalto, talvez no Cerimonial, onde ficam os responsáveis pelas missões precursoras e de apoio às viagens presidenciais.

Para um governo que arrota, diariamente, o desejo de prender e matar bandidos, notadamente, traficantes de drogas dos morros cariocas, esse acontecimento é extremamente emblemático sobre a hipocrisia bolsonarista – sem falar no óbvio baixíssimo nível de toda gente que cerca Bozo e seus asseclas, dentro e fora dos quartéis.

Imagino que, ao ser abordado pelas autoridades aduaneiras de Sevilha, onde foi preso, o tal militar da FAB tenha sacado as arminhas de dedos e gritado “Brasil acima de tudo!”, certo de que essas palavras mágicas tinham validade universal.

Descobriu, talvez, estupefato, que fora da bolha de idiotas montada pelo governo, pessoas envolvidas em máfias, milícias e quadrilhas de tráfico de armas e drogas acabam no xilindró

O Aerococa de Bolsonaro

39 Kg de cocaína sendo traficados por um militar no avião presidencial de Bolsonaro.

O militar, que faz parte da comitiva de Bolsonaro, não foi descoberto pela PF brasileira e sim da Espanha.

E agora Brasil?

O capitão se elegeu carregando a bandeira miliciana de combater os traficantes de drogas à bala.

Bolsonaro está cercado por uma falange de corruptos, laranjas, milicianos e criminosos. Agora sabemos que de traficantes também.

Em seis meses de governo descobre-se que seu filho namorou a filha do miliciano que matou Marielle, vizinho de Bolsonaro em seu condomínio na Barra da Tijuca.

Seu filho, Flávio, que fez fortuna de maneira fulminante, é unha e carne com o lendário Queiroz. Um tipo que, de tanta acusação de picaretagens e crimes nas costas, acabou virando um símbolo desse governo.

O paradoxo para quem se elegeu prometendo governar com o fuzil nas mãos contra a bandidagem, é gritante.

Como o país viu, Bolsonaro atiçava a violência usando como pano de fundo o combate aos traficantes.

Agora ele oferece esse lacre de garantia da lei e da ordem?

A obscena descoberta de que um dos militares que compõem sua comitiva foi preso por tráfico de drogas na Espanha, foi um tiro de canhão no bordão de combate ao tráfico.

Só o conjunto de crimes da falange que orbita o governo Bolsonaro ajuda a entender a representatividade que isso tem, dentro e fora do país.

A brutalidade entronizada no poder a partir de Bolsonaro, escarra que o seu vale-tudo tem alvo e método.

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas