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INDICIADO POR GOLPE

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi indiciado pela PF (Polícia Federal) por integrar uma organização criminosa que liderou uma tentativa de Golpe de Estado no Brasil após a sua derrota nas eleições de 2022. Com isso, Bolsonaro se torna o primeiro presidente da História do Brasil a ser alvo de um processo para ser responsabilizado por tentativa de golpe contra a democracia brasileira.

Após o relatório final da PF com os indiciamentos, a Procuradoria-Geral da República irá formular denúncia ao STF (Supremo Tribunal Federal) que deve abrir um processo criminal contra os acusados.

Além de Bolsonaro, 36 personagens entre ex-ministros, militares e alguns de seus principais auxiliares estão na lista dos indiciados. Só entre militares há mais de uma dezena. Como a coluna adiantou, além de Bolsonaro, o general Walter Braga Netto também foi indiciado. Junto a ele o general Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), o ex-ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, e o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier. A coluna também apurou que o nome do ex-ministro Anderson Torres está na lista de indiciados.

A PF arrecadou ao longo de quase dois anos de investigações milhares de dados obtidos em celulares e computadores e diversos depoimentos mostrando como foi forjado um plano para impedir que o presidente Lula tomasse posse em janeiro de 2023.

Histórico
O historiador e professor Carlos Fico, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, observa o momento inédito de todo esse processo. A produção de um inquérito desse tipo e a acusação criminal feita pela PF tanto do ex-presidente como dos generais nunca ocorreu em processos golpistas anteriores a partir do momento em que o país criou instituições para assegurar a construção de um estado democrático.

“De todas as tentativas de golpe, sempre houve anistia para os golpistas. Militares golpistas sempre foram anistiados. Pode até ter iniciado um processo de punição, mas sempre teve anistia. Bolsonaro indiciado e, se depois for condenado, vai ser o primeiro presidente da República”, aponta Fico.

“Desde a Proclamação da República, em 1889, e até 1930, não dá para falar em democracia no Brasil. Aí vem a Revolução de 1930 e um governo provisório, um processo irregular até à Constituição de 1934 que estabelecia eleições para 1938. Mas Getúlio dá um golpe em 1937 e inaugura a ditadura do Estado Novo. Só dá para a gente fazer comparação em termos de institucionalidade depois de 1945. Só a partir disso temos alguns períodos democráticos”, explica Fico.

Quatro ex-ministros indiciados
Na relação dos indiciados há quatro ex-ministros do governo Bolsonaro. A lista é encabeçada pelo general Walter Braga Netto, que foi ministro da Defesa e da Casa Civil. Também foi arrolado o general Augusto Heleno, que comandou o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência durante toda a gestão de Jair Bolsonaro.

Outro general com papel central no governo passado que consta na relação é Paulo Sergio Nogueira. Além de ter sido ministro da Defesa, ele foi comandante do Exército. Completa a relação de ministros o delegado Anderson Torres, que comandou a pasta da Justiça e Segurança Pública.

Além dos ministros, também foi indiciado o ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier. Segundo as investigações, ele foi o único dos chefes militares a concordar com o golpe proposto por Bolsonaro.

Os crimes
Bolsonaro e seus principais auxiliares vão responder pelos seguintes crimes:

Golpe de Estado, com penas de 4 a 12 anos de prisão.
Abolição violenta do Estado Democrático de Direito, com penas de 4 a 8 anos.
Organização criminosa, com penas de 3 a 8 anos.
Depoimentos de comandantes militares
Desde janeiro do ano passado, os investigadores encontraram pelo menos dois documentos que configuram minutas com uma série de medidas contra o Poder Judiciário, incluindo a prisão de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). Um deles na casa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, e um outro documento semelhante nos arquivos de Mauro Cid.

Além disso, como se viu nesta semana na Operação Contragolpe, os investigadores encontraram documentos mostrando que um grupo de militares conhecido como “Kids Pretos” chegou a planejar na casa do general Walter Braga Netto, um plano para matar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin, e ainda o ministro Alexandre de Moraes.

A PF ainda coletou depoimentos dos comandantes militares durante o governo de Bolsonaro e tanto o general Gomes Freire como o brigadeiro Carlos Baptista Júnior confessaram que foram abordados por Bolsonaro com planos golpistas.

“Em uma das reuniões dos comandantes das Forças com o então presidente após o segundo turno das eleições, depois de o presidente da República, Jair Bolsonaro, aventar a hipótese de atentar contra o regime democrático, por meio de institutos previstos na Constituição (GLO [Garantia da Lei e da Ordem], ou estado de defesa, ou estado de sítio), o então comandante do Exército, general Freire Gomes, afirmou que caso tentasse tal ato teria que prender o presidente da República”, disse Baptista Júnior para a PF.

Os núcleos do golpe
De acordo com o relatório final da PF, os 37 indiciados se dividiram em seis núcleos diferentes para atacar a credibilidade do sistema eleitoral, conduzir ações clandestinas de inteligência (a chamada Abin Paralela) e articular o golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder.

Os núcleos listados pelos investigadores são os seguintes:

Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral.
Núcleo Responsável por Incitar Militares à Aderirem ao Golpe de Estado.
Núcleo Jurídico.
Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas.
Núcleo de Inteligência Paralela.
Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas.
Operação Contragolpe
A conclusão do inquérito do golpe ocorre dois dias depois da PF deflagrar a Operação Contragolpe, que revelou um plano de assassinato elaborado por militares para matar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do STF. Todo o planejamento foi feito por militares com formação em operações especiais, conhecidos como Kids Pretos.

Como o ICL Notícias mostrou ontem (20), o planejamento para as execuções durou ao menos 36 dias. Em 15 de dezembro, um grupo de ao menos seis militares foi a diferentes pontos de Brasília para interceptar o ministro Alexandre de Moraes. O plano golpista só foi abortado por volta das 21h.

Com a derrota para Lula no segundo turno de 2022, o núcleo duro de Bolsonaro passou a discutir formas de dar um golpe de Estado para mantê-lo no poder.

36 dias de planejamento para o golpe
Dados do inquérito da Polícia Federal analisados pela coluna mostram que os preparativos para o plano de execução do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin duraram ao menos 36 dias.

As informações indicam que o ex-presidente Jair Bolsonaro participou das articulações, tentando obter o apoio dos chefes militares. Os preparativos do plano “Punhal Verde e Amarelo” tiveram a participação direta do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e vice na chapa derrotada de Jair Bolsonaro em 2022.

Veja abaixo a cronologia do plano de golpe:

9/11: o general Mario Fernandes cria documento com o detalhamento das ações golpistas, envolvendo o monitoramento e a execução de Alexandre de Moraes.
12/11: Braga Netto abriga em sua casa reunião com os Kids pretos envolvidos na trama de assassinato de Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes
14/11: Mauro Cid oferece R$ 100 mil para bancar gastos dos Kids Pretos com plano.
18/11: Braga Netto fala com manifestantes golpistas e pede paciência: “Tem que aguardar alguns dias”.

6/12: Bolsonaro, Cid e um dos Kids Pretos estiveram no Palácio do Planalto ao mesmo tempo, durante meia hora. A PF obteve essa informação ao cruzar dados das torres de telefonia com informações da agenda do então presidente. O general Mário Fernandes imprimiu o plano “Punhal Verde e Amarelo” no mesmo dia no Palácio do Planalto.
7/12: Bolsonaro se reúne com chefes do Exército, Marinha e

Aeronáutica para apresentar a minuta do golpe.
9/12: Bolsonaro se reúne com o general Estevam Theofilo, comandante do Coter (Comando de Operações Terrestres), que concorda em dar sequência ao golpe caso Bolsonaro assinasse a minuta que era discutida no Planalto.

10/12: o coronel Marcelo Câmara, assessor pessoal de Jair Bolsonaro, passa a Mauro Cid informações detalhadas sobre o acesso de Moraes, Lula e Alckmin ao TSE, no dia da diplomação.

15/12: Kids Pretos botam em ação plano para matar Alexandre de Moraes. Ao menos seis pessoas são distribuídas em diferentes locais de Brasília para interceptar Moraes. Plano só é abortado ao fim da noite.

*Juliana Dal Piva e Ivvar Mello/ICL

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Política

Vai vendo; “O candidato sou eu”, diz Jair Bolsonaro

Em entrevista, o inelegível diz que ele é o nome da direita na próxima eleição presidencial

Mesmo inelegível, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, em entrevista à revista Veja publicada nesta sexta-feira (1º), que é o candida

“Eu pretendo disputar 2026. Não tem cabimento a minha inelegibilidade. O processo de abuso de poder político foi por ter me reunido com embaixadores antes do período eleitoral. Não ganhei um voto com isso. São injustiças, uma perseguição”, disse.

O ex-presidente apontou ainda como planeja reverter a decisão do TSE.
“O pessoal já sabe [que é uma perseguição], mas preciso massificar isso entre a população. Depois, as alternativas são o parlamento, uma ação no STF, esperar o último momento para registrar a candidatura e o TSE que decida”, explicou Bolsonaro.

“Não sou otimista, sou realista, mas estou preparado para qualquer coisa”, concluiu.

to da direita à Presidência da República em 2026.

 

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Opinião

A direita nativa que já não existia, acabou de inexistir com a sapatada que Bolsonaro e Marçal levaram das urnas

O que é a direita no Brasil?
Bolsonaro não é, muito menos Pablo Marçal.
Bolsonaro é Bolsonaro e Marçal é Marçal.

Sem citar essas escancaradas realidades, a gente começa a ser pilhado por alienígenas.

Uma pesquisa séria, mostraria que a direita bateu biela faz tempo e esses vírus oportunistas, saídos das profundezas do crime organizado, vendo a porta aberta e a casa abandonada, se arvoraram em se dizer de direita.

A mídia, que é a porta-voz da Faria Lima, lugar sagrado da idiotice nacional, tenta, coitada, criar, através de publicações sofríveis ao menos um fantasma de direita. Nada. Seja 3ª via ou via que for, nada cola nesse túmulo político chamado direita brasileira.

O grosso da sociedade tem alergia de direita desde que FHC entregou o país aos cacos para Lula. Por isso nada acontece na direita brasileira, porque simplesmente ela não existe mais e há mais de duas décadas.

O que temos é a milícia. Gente da índole de Malafaia, Marçal e do clã Bolsonaro. Três pangarés de quinta. E para por aí.

O Estadão, como sempre, vive de masturbação política fantasiando uma realidade paralela para seu público de imbecis incuráveis. Por isso solta uma pérola de análise que nem criança de primário escreveria tal comédia.

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Política

“Quando a gente precisou dele, ele não foi. Agora não precisamos mais”, diz aliado de Nunes sobre apoio de Bolsonaro

Estrategista da campanha diz que Nunes não vai mais mencionar ex-presidente, apenas Tarcísio de Freitas.

Se no primeiro turno em São Paulo a participação de Jair Bolsonaro na campanha de Ricardo Nunes (MDB) fez falta, no segundo turno quem não quer o ex-presidente em seu palanque é o prefeito paulistano, informa a colunista Malu Gaspar, do jornal O GLOBO.

Nunes nunca vai declarar publicamente, mas em privado integrantes de sua equipe tem dito que, nesta etapa da disputa, a presença de Bolsonaro não só não ajuda como pode até prejudicar a tarefa de conquistar o voto do centro.

“O que pode atrapalhar o Nunes é o Bolsonaro querer fazer campanha agora. Se Bolsonaro entrar agora na campanha do Nunes, só vai atrapalhar. Quando a gente precisou dele, ele não foi. Agora não precisamos mais”, disse à reportagem o deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP). “Bolsonaro agora quer vir na janelinha? Janelinha não.”

Isso porque a tendência do eleitorado de direita já é votar em Nunes contra Guilherme Boulos (PSOL) automaticamente, como já declararam lideranças que apoiaram Pablo Marçal (PRTB) no primeiro turno. A última pesquisa da Quaest antes do primeiro turno indicava que 67% dos eleitores de Marçal votariam em Nunes em um eventual segundo turno contra Boulos.

Quem já declarou apoio no prefeito de São Paulo foi o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), que no primeiro turno comparou Nunes a um “copo de veneno”.

O diálogo com Bolsonaro tem se limitado a auxiliares e estrategistas.

“O Nunes não vai mais falar de Bolsonaro. Só de Tarcísio (de Freitas)”, diz um desses estrategistas, que avalia que o empenho do governador a favor do prefeito foi fundamental para a chegada ao segundo turno.

De acordo com ele, nesta etapa a campanha será de “comparação entre os históricos” dos concorrentes.

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Opinião

O bicho pegou no fascismo paratatá. Malafaia chamou Bolsonaro de covarde e não dá pra cicatrizar isso em poucos dias

O bicho pegou no fascismo paratatá. Malafaia chamou Bolsonaro de covarde e não dá pra cicatrizar isso em poucos dias.

Com Marçal fora e PL entregando metade do que prometeu, direita só tem gordura na barriga pra queimar no 2º turno.

Pablo Marçal não tem proposta? Qual candidato de direita tem ou teve?

O PSDB que liderou o golpe contra Dilma teve 2% em SP. Já Dilma recebeu a maior honraria na china dias atrás.

Paz na cama?
Difícil rearrumar a zorra na direita depois que Malafaia lavou roupa suja publicamente. Alem disso, outras frentes de futricas foram abertas. A direita usou seus produtos mais tóxicos contra a própria direita.

Parte pesada da direita virou encalhe. O prazo máximo para retoques é pra ontem. Quem está no jogo no 2º turno não quer ser infectado com a baquetaria bolsonarista. Essa é a mensagem de Malafaia quando chamou Bolsonaro de desastre e covarde.

E não se esqueçam do mais importante.
O Centrão, usando carvão publico com orçamento secreto fez barba cabelo e bigode no 1º turno, . Alguém vai querer falar em conservadorismo e estado mínimo na toca dos fascistas? Duvido!

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Política

Malafaia detona Bolsonaro: “que porcaria de líder é esse?”

Empresário da fé elogiou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmando que pretende apoiá-lo na corrida presidencial.

Silas Malafaia, até então braço direito de Jair Bolsonaro, expressou profunda decepção com o ex-presidente em recente entrevista à coluna de Mônica Bergamo, no jornal Folha de S.Paulo. Ele critica Bolsonaro por sua omissão durante as eleições municipais em São Paulo, apontando que ele se preocupou mais com a possibilidade de ser derrotado por Pablo Marçal do que em defender seus aliados. “Que porcaria de líder é esse?”, indagou Malafaia, ressaltando que a liderança não deve ser guiada apenas pelas redes sociais.

O empresário da fé declarou ter enviado mais de 30 mensagens “duríssimas” a Bolsonaro, expressando sua insatisfação. Ele se lembrou de um momento em que o ex-presidente, em uma ligação angustiante, chorou por cinco minutos, temendo ser preso. Malafaia, por sua vez, elogiou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmando que pretende apoiá-lo na corrida presidencial caso Bolsonaro permaneça inelegível até 2026.

Decepções e alegrias nas eleições- Ao refletir sobre as eleições, Malafaia destacou suas alegrias e decepções. Para ele, a postura de Tarcísio foi uma “alegria”, ao demonstrar que um líder deve guiar seu povo e não se deixar levar pela opinião popular. “Você não é um verdadeiro líder até que não ande sozinho”, enfatizou. Ele também mencionou a atitude do deputado federal Gustavo Gayer, que se distanciou de Marçal após a divulgação de um documento médico forjado.

No entanto, Malafaia expressou várias decepções, começando por Magno Malta, que não se posicionou em relação a Marçal. Ele criticou a falta de ação de Malta, afirmando: “Quem vai fazer aliança com um cara que não é confiável?” Para Malafaia, esse medo de se posicionar representa uma fraqueza que compromete a integridade da direita.

Bolsonaro: a maior decepção- Ao discutir sua maior decepção, Malafaia não hesitou em apontar Jair Bolsonaro. Para ele, o ex-presidente falhou em demonstrar um compromisso claro durante as eleições. “Um político é reconhecido por seus posicionamentos”, afirmou Malafaia, que classificou a conduta de Bolsonaro como covarde e omissa. Ele criticou a falta de apoio a aliados e a indecisão em momentos cruciais: “Bolsonaro foi covarde, omisso. Para ficar bem sabe com quem? Com seguidores.”

Malafaia se lembrou de um recente “zap” que enviou a Bolsonaro, questionando como ele poderia apoiar alguém que falsificou documentos e tentava dividir a direita. “A palavra ‘líder’ vem da língua viking e significa o capitão de um navio”, explicou, destacando a responsabilidade de um líder em dar um rumo claro.

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Política

O ‘suposto’ aprendizado do jornalismo pós-barbárie de Bolsonaro é nulo

As fragilidades que apontam para uma falsificação é que deveriam dar o tom das chamadas.

Depois da campanha de 2018 e dos quatro anos de Bolsonaro, a imprensa não aprendeu nada. O jornalismo declaratório – que reproduz sem contexto acusações infundadas, com o pretexto de que está apenas noticiando uma declaração, mesmo que criminosa – continua dando a tônica de boa parte da cobertura política. Foi assim com “Bolsonaro diz que vacinas não funcionam” ou “Bolsonaro afirma que fraude está no TSE”. E continua.

O caso mais recente é do documento falsificado divulgado por Pablo Marçal (PRTB), um candidato que, repetidamente, vem adotando um comportamento criminoso, sob o olhar complacente da Justiça Eleitoral, já normalizado no noticiário. Marçal e seus comparsas falsificaram um laudo que aponta, de forma mentirosa, uso de cocaína por Guilherme Boulos (PSOL) em 2021.

Em nome de uma isenção hipócrita, o jornalismo é usado como cúmplice de um ato criminoso (e, aqui, dou o benefício da dúvida, atribuindo mais culpa do que dolo). Títulos davam um tom (“Marçal divulga suposto laudo que aponta uso de cocaína por Boulos”), enquanto as próprias matérias demonstram as fragilidades da falsificação. A suposta notícia, dessa maneira, presta um desserviço.

As fragilidades que apontam para uma falsificação é que deveriam dar o tom das chamadas, já que a maior parte dos leitores não passa do título ou da manchete. E a imprensa já tinha tais fragilidades em mãos, tanto que apareciam no meio do texto!

No jornalismo, a notícia tem sempre um lead. Na cobertura escrita, é o primeiro parágrafo de um texto noticioso, onde o principal fato já é informado (basicamente: o que aconteceu, com quem, quando, como, onde e por quê).. Os demais parágrafos têm complementos, desdobramentos, repercussão, informações complementares. Evidências de uma falsificação em um documento tão grave divulgado por um candidato a dois dias da eleição é que são o lead, não a divulgação em si, como a imprensa inicialmente noticiou.

No dia seguinte, o tom da cobertura mudou. Veículos de imprensa passaram a trazer já no título que o documento era uma falsificação grosseira. O problema é que o dia seguinte quase sempre é tarde demais.

*André Graziano/ICL

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Para tentar livrar Bolsonaro da cadeia, deputados bolsonaristas atacam brasileiros com fibromialgia e autismo

Há quem diga que a chapa vai esquentar para o lado de Bolsonaro logo após a eleição para prefeito.

Muitos apostam que o período eleitoral poderia inflamar os ânimos da militância mais fanática da extrema direita conduzida pela milícia, que operou contra o Brasil e os brasileiros durante os quatro anos de governo Bolsonaro e fazem o que podem para prejudicar os brasileiros.

Tudo isso tem apenas um motivo, tentar a qualquer custo livrar o bandido Bolsonaro da cadeira, o que, certamente, arrastará muitos desses parlamentares, que querem, num ato de desespero, arrancar Moraes da cadeia do Supremo a fórceps.

Na verdade, o que essa gente queria mesmo foi amplamente divulgado na mídia, a invasão das sedes dos três poderes, no dia 8 de janeiro de 2023, quando o prédio do STF foi o mais danificado pelos bolsonaristas que, sob o comando da escumalha e do próprio Bolsonaro, cometeram o crime de tentativa de golpe, terrorismo contra as instituições e, em consequência, muitos foram condenados e presos para cumprir uma longa pena.

Isso deixa o ar de Bolsonaro cada dia mais irrespirável, já que se os comandados pegaram 17 anos de cadeia, imagina o que acontecerá com os mandantes e o principal líder do ato terrorista e tentativa de golpe de Estado, que fracassou.

Nesta terça, antes dos deputados bolsonaristas serem enxovalhados e espinafrados pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, essa mesma escumalha obstruiu, no Congresso, a pauta que se tratava de um projeto que beneficia brasileiros com autismo e fibromialgia.

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Opinião

Por que Bolsonaro, depois de cometer tantos crimes, ainda não foi preso?

Falando em bom Bolsonês, Bolsonaro, até aqui, recebeu zero punição por uma interminável fileira de crimes de toda ordem.

Pode-se afirmar, sem medo de errar, que, pela quantidade, variedade e letalidade de seus crimes, Bolsonaro é o maior delinquente da história do Brasil.

Um sujeito que exalta um criminoso como Brilhante Ustra, dentro do parlamento, em solenidade oficial, é tão ou mais monstro do que ele.

A primeira coisa que deve ser lembrada, é que a vítima primeira da delinquência psicopata de Bolsonaro, foram as Forças Armadas, mais precisamente, o Exército, do qual foi sumariamente expulso por terrorismo com bombas nos quartéis e um plano de explodir a barragem do Guandu e carregando em sua ficha crime a maior desonra que um soldado pode receber do comando das Forças Armadas.

Ou seja, jamais Bolsonaro poderia ter se candidatado a qualquer cargo eletivo, mas foi eleito inúmeras vezes e se manteve nos parlamentos durante 28 anos defendendo ditadores, torturadores, pedófilos e outros excrementos da ditadura militar.

O fato é que, na maior fraude eleitoral da história em que o então juiz Sergio Moro combina com Bolsonaro a condenação e prisão de Lula para ser presidente e Moro ministro ou jamais seria presidente, pois perderia para Lula já no primeiro turno em 2018, como apontavam as pesquisas.

Como presidente, comandou, de dentro do Palácio do Planalto, o dia do fogo, o que assombrou o mundo. Distribuiu e fomentou toda a forma de racismo contra negros e índios sem ser incomodado pela justiça, esta nunca incomodou Bolsonaro.

A quantidade de imóveis que ele adquiriu num meteoro enriquecimento, totalmente incompatível com sua renda, dá a medida de sua atuação como parlamentar do baixo clero.

Bolsonaro fez discurso violento ao dizer “bandido bom é bandido morto”

Salta aos olhos a quantidade de mansões cinematográficas que Bolsonaro adquiriu, sem falar do que não veio a público, que conseguiu esconder.

Soma a isso um governo corrupto de cabo a rabo, nenhum ministério se salvou, mas o ato todos sabem, foi o do Meio Ambiente com Ricardo Salles; o da Educação, Milton Ribeiro; o Ministério da Saúde com general Pazuello.

Para piorar, não comprou a vacina contra a covid-19a tempo de evitar a pandemia que, segundo a CPI do genocídio, o clã receberia por fora US$ 1,00 dos milhões de vacinas que deveriam ser compradas e ainda estimulou a contaminação, propagando a mentira da imunidade de rebanho, junto com a Ivermectina e a Cloroquina.

Sua campanha para a reeleição foi toda criminosa, com caixa 2, orçamento secreto e outras práticas criminosas, como a de usar, no Nordeste, a PRF para impedir eleitores de Lula de votar, sem falar nos crimes de convocar embaixadores para uma reunião para afirmar que, no Brasil, as eleições eram fraudadas.

Logo em seguida, veio à tona o roubo das joias, que dispensa comentários.

Ainda inclui-se aí o 8 de janeiro e o atentado a bomba em um caminhão, em Brasília, com a intenção de explodir o aeroporto.

Agora, os incêndios Brasil afora que, todos sabem, tem a mão de Bolsonaro.

Depois desses incêndios, fica a pergunta, o que vem agora,  Bolsonaro segue livre, leve e solto? Isso acontece, apesar da queda de sua força política.

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Política

Bolsonaro é irrelevante nos maiores colégios eleitorais do país

O levantamento foi feito pelo jornal GGN

Se em anos anteriores, o apadrinhamento de Jair Bolsonaro foi decisivo, neste é irrelevante, mostra balanço do GGN com pesquisas eleitorais

O apoio de Jair Bolsonaro nas eleições municipais deste ano não terá o mesmo impacto de pleitos passados e, para alguns casos, será irrelevante. É o que revelam as últimas pesquisas dos comandos das capitais dos 4 maiores colégios eleitorais do país: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Recife.

O fenômeno ocorreu logo após Nunes se distanciar do apoio direto de Jair Bolsonaro e se aproximar do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), ao mesmo tempo que Marçal fez um amplo esforço de aproximação com o ex-presidente e o eleitorado bolsonarista.

Também em Minas Gerais, a capital Belo Horizonte – que além de ser a terceira maior potência econômica do país, é do segundo estado no ranking de quantidade de eleitores -, o candidato de Jair Bolsonaro, Bruno Engler (PL), está em terceiro lugar nas pesquisas.

Levantamento da Quaest divulgado nesta quarta (11) mostrou Mauro Tramonte (Republicanos), liderando com 27% das intenções, seguido do atual prefeito Fuad Noman (PSD), com 20% e, depois, Engler com 16%. Ou seja, se as eleições fossem esta semana, o apadrinhado de Bolsonaro não disputaria o segundo turno da capital mineira.

As poucas chances motivaram, inclusive, um comício do PL no início do mês, com a presença da própria família Bolsonaro em peso: o ex-mandatário, a esposa Michele Bolsonaro e o filho, senador Flávio Bolsonaro (PL), além de outros nomes de peso da ultra-direita, como o popular e polêmico deputado Nikolas Ferreira (PL).

*GGN