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Política

Melhor Bolsonaro acostumar-se com a ideia de ser preso

Para que a normalidade política volte ao Brasil.

Colegas do ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal e no Tribunal Superior Eleitoral compartilham a impressão de que ele está dando um tempo para as pessoas se acostumarem à ideia de que Bolsonaro será preso. E então, para surpresa de ninguém, muito menos de Bolsonaro, o prenderá.

Em Goiânia no último fim de semana, Bolsonaro admitiu que em território brasileiro poderá acabar atrás das grades. Não foi conversa jogada fora só para vitimar-se e despertar a ira dos seus seguidores. Ele sabe o que fez. E sabe que Moraes também sabe. É o que Bolsonaro tem ouvido dos seus próprios advogados.

Os bolsonaristas, por ora, recolheram-se ao silêncio nas redes sociais, e nas ruas limitam-se a tocar a vida, sem indicações de que se revoltarão de novo. Carlos Bolsonaro, o Zero Dois, que havia saído de cena desde o final do ano passado, voltou e está irritado com sua antiga tropa. Tenta orientá-la. Escreveu no Twitter:

“Parem com esse negócio de prisão. Parecem aqueles caras que amam viver a síndrome de Estocolmo. Se quer ajudar, desconstrua a narrativa e não fique correndo atrás de cliques ou lacrações para se sentir importante validando a dor que o adversário sente prazer em fazer você sofrer.”

Não disse como desconstruir “a narrativa”. Carlos é muito bom em construir e desconstruir narrativas, mas parece cansado, sem ânimo. Afastou-se do pai porque ele não lhe deu a merecida atenção na campanha eleitoral de 2022. Carlos discordou dos conselhos dados a Bolsonaro por marqueteiros profissionais.

A tampa do alçapão fechou sobre Bolsonaro. Ele não tem para onde ir. É investigado nos Estados Unidos, onde as joias que subtraiu ao tesouro nacional foram vendidas e compradas para esconder o crime afinal descoberto. Fugir para lá seria arriscar-se a ser preso pelo FBI, muito mais severo do que a Polícia Federal.

Não tem cidadania italiana, como muitos imaginam, que lhe permita evadir-se para a terra dos seus ancestrais. Venezuela? Naturalmente, nem pensar. Acionado por Trump, presidente americano à época, Bolsonaro pensou em invadir a Venezuela. Mas a munição aqui estocada não daria para 24 horas de guerra.

Bolívia? Pode ser uma alternativa. Mas é um país pobre, e Bolsonaro gosta de conforto, riqueza e boa vida. O Paraguai, talvez. Moraes lambe os beiços enquanto espera o sinal de que Bolsonaro pretende fugir. A Polícia Federal monitora os seus passos. Vá, Bolsonaro, dê motivo para ser preso, além dos que já deu.

O Brasil precisa mudar de assunto e voltar à normalidade política. Fora os que rezam em torno de pneus, os que brincam de marcha soldado e a República da Muamba e dos Camelôs que negociam joias roubadas, quem mais lamentará a sua sorte? Nem os militares – salvo os que estão e ainda serão presos.

*Blog do Noblat

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Política

Reuters: o cerco sobre Bolsonaro está se fechando

Uma das principais agências de notícias do mundo destaca os crimes cometidos por Jair Bolsonaro e a possibilidade de que ele seja preso

Reuters– O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro enfrenta crescente pressão lega, à medida que a polícia investiga suas finanças pessoais e comunicações, enquanto um ex-assessor preso considerava testemunhar sobre seu papel em um esquema de venda de Rolex supostamente idealizado pelo ex-presidente.

Bolsonaro, um ex-capitão do exército de extrema-direita, escapou por pouco da reeleição no ano passado, quando perdeu para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na votação mais conturbada do Brasil em uma geração. As alegações infundadas de Bolsonaro sobre fraude eleitoral culminaram na invasão de prédios do governo por seus apoiadores em 8 de janeiro, e seus problemas legais se multiplicaram desde então.

O ex-presidente enfrentou uma investigação congressual em torno da insurreição de 8 de janeiro e várias investigações policiais supervisionadas pelo Supremo Tribunal Federal. Pelo menos dois de seus aliados próximos que falaram à Reuters nesta semana se perguntaram se ele poderia em breve acabar atrás das grades.

“Claramente, o cerco está se fechando”, disse uma fonte do Supremo Tribunal à Reuters, falando sob condição de anonimato.

No mais recente desenvolvimento, o Ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes autorizou os investigadores a acessarem registros telefônicos e bancários confidenciais de Bolsonaro e de sua esposa Michelle, disse uma pessoa familiarizada com o assunto à Reuters na sexta-feira. A decisão, noticiada primeiro pela mídia local na noite de quinta-feira, dará à polícia maior capacidade de investigar as múltiplas alegações de irregularidades que Bolsonaro enfrenta.

“Claramente, o cerco está se fechando”, disse uma fonte do Supremo Tribunal à Reuters, falando sob condição de anonimato.

No mais recente desenvolvimento, o Ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes autorizou os investigadores a acessarem registros telefônicos e bancários confidenciais de Bolsonaro e de sua esposa Michelle, disse uma pessoa familiarizada com o assunto à Reuters na sexta-feira. A decisão, noticiada primeiro pela mídia local na noite de quinta-feira, dará à polícia maior capacidade de investigar as múltiplas alegações de irregularidades que Bolsonaro enfrenta.

Supremo Tribunal Federal se recusou a comentar.

“Por que quebrar meu sigilo bancário e fiscal? É só me perguntar!” Michelle Bolsonaro postou no Instagram na sexta-feira. “Está ficando cada vez mais claro que essa perseguição política… tem como objetivo manchar o nome da minha família e me fazer desistir. Eles não vão conseguir! Estou em paz.”

Na quinta-feira de manhã, em uma investigação congressual televisionada sobre a insurreição de 8 de janeiro, um programador de computador disse aos parlamentares que Bolsonaro pediu a ele no ano passado para adulterar uma máquina de votação eletrônica para minar a confiança no sistema eleitoral.

O hacker, Walter Delgatti, afirmou que Bolsonaro disse a ele em agosto para discutir a ideia com funcionários do Ministério da Defesa e ofereceu perdoá-lo se ele sofresse consequências legais. Bolsonaro confirmou o encontro, mas negou as acusações de Delgatti.

Mais tarde, na quinta-feira, a revista de notícias Veja relatou que o ex-homem de confiança de Bolsonaro, Mauro Cid, planejava confessar seu envolvimento em crimes relacionados à suposta venda de joias presenteadas por governos estrangeiros. O relato da Veja, que citava o advogado de Cid, Cezar Bitencourt, dizia que ele acusaria Bolsonaro de ser o mentor do esquema.

Bitencourt ecoou essas alegações para outros veículos de notícias locais na quinta-feira, mas depois tentou recuar em parte delas na sexta-feira.

Em vez de confessar um papel no esquema de joias inteiro, Bitencourt disse em uma entrevista na TV que seu cliente esclareceria seu papel na venda de um único relógio Rolex. Bitencourt disse que Cid diria que havia vendido o relógio por ordem de Bolsonaro e entregue o dinheiro – em espécie – a ele ou à sua esposa.

“Confessar é uma palavra muito forte”, disse Bitencourt à GloboNews. “Digamos que ele esclarecerá os fatos dos quais participou, mas isso não é uma confissão.”

 

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Justiça

Moraes autoriza quebra de sigilo bancário de Bolsonaro e Michelle

Polícia Federal investiga venda de joias sauditas por assessores do ex-presidente Bolsonaro nos Estados Unidos.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou, nesta quinta-feira (17/8), a quebra de sigilo fiscal e bancário do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e da ex-primeira-dama Michelle. A Polícia Federal (PF) investiga a participação de Jair e Michelle na venda de presentes e objetivos de luxo por pessoas ligadas ao ex-chefe do Executivo, segundo o Metrópoles.

A Operação Lucas 12:2 investiga o destino de presentes dados ao então presidente Bolsonaro durante visitas oficiais. Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), os itens devem ficar no erário da União e não no acervo pessoal do ex-mandatário.
Mais sobre o assunto

  • Mauro Cid vai dizer que vendeu joias a mando de Bolsonaro, afirma defesa
  • Caso das joias: Michelle Bolsonaro contrata advogado especialista em direito penal
  • Escândalo das joias: PF pede quebra de sigilo de Michelle Bolsonaro
  • O rigor do assessor de Bolsonaro que desviou joias com um ursinho de pelúcia

O tenente-coronel Mauro Cid, o seu pai, o general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid, e os ex-ajudantes de ordens de Bolsonaro teriam negociado a venda das joias com lojas de luxo nos Estados Unidos.

 

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Bolsonaro disse a Delgatti que “agentes de outro país” grampearam Alexandre de Moraes

Em depoimento à CPMI dos Atos Golpistas, o hacker walter Delgatti Neto afirmou que Jair Bolsonaro (PL) disse a ele que “agentes de outros país” haviam grampeado o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e obtido “conversas comprometedoras” do magistrado, diz o 247.

Bolsonaro queria que Delgatti assumisse a autoria do grampo, em uma tentativa de dar mais credibilidade ao material. O então chefe do Executivo ainda teria prometido proteção ao hacker. “Eu falei com o presidente da República e, segundo ele, eles haviam conseguido o grampo, que era tão esperado na época, do ministro Alexandre de Moraes. Segundo ele, esse grampo foi realizado já e teria conversas comprometedoras do ministro, e ele precisava que eu assumisse a autoria desse grampo, lembrando que à época eu era o hacker da Lava Jato. Então seria difícil a esquerda questionar essa autoria, porque lá atrás eu havia assumido a Lava Jato – que realmente fui eu – e eles apoiaram. Então a ideia seria o que? O garoto da esquerda assumir esse grampo”.

“Ele disse nesse telefonema que esse grampo foi realizado por agentes de outro país. Não sei se é verdade, se realmente existiu o grampo, porque eu não tive acesso a ele. E disse que em troca eu teria o prometido indulto. E ainda disse assim ó: ‘se caso alguém te prender, eu mando prender o juiz’. Ele disse assim: ‘fique tranquilo, se caso alguém te prender, eu mando prender o juiz’, e deu risada. Porque esse grampo seria suficiente para alguma ação contra o ministro. Eu concordei [assumir a autoria] porque era uma proposta do presidente da República, ficaria até difícil falar não”.

 

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Justiça

PF deve pedir ao FBI diligência à joalheria onde Rolex de Bolsonaro foi recomprado por Wassef

Objetivo é buscar provas e respostas sobre a aquisição do relógio pelo advogado do ex-presidente. A PF fez uma lista de pedidos ao órgão norte-americano; veja quais são.

A Polícia Federal (PF) aguarda a validação de cooperação internacional para encaminhar ao FBI o pedido oficial fazer diligência na joalheira da Pensilvânia, nos EUA, com o objetivo de buscar provas e respostas sobre a recompra do relógio da marca Rolex, avaliado em R$ 300 mil, do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo advogado Frederick Wassef.

Na terça (15), Wassef confirmou que viajou aos EUA e que comprou o relógio que Bolsonaro ganhou de presente e, depois vendeu no país. O advogado pagou US$ 49 mil em espécie. Wassef, no entanto, negou ter participado de uma “operação de resgate” da joia a mando do ex-assessor de Bolsonaro.

A Polícia Federal (PF) aguarda a validação de cooperação internacional para encaminhar ao FBI o pedido oficial fazer diligência na joalheira da Pensilvânia, nos EUA, com o objetivo de buscar provas e respostas sobre a recompra do relógio da marca Rolex, avaliado em R$ 300 mil, do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo advogado Frederick Wassef, segundo o G1.

Na terça (15), Wassef confirmou que viajou aos EUA e que comprou o relógio que Bolsonaro ganhou de presente e, depois vendeu no país. O advogado pagou US$ 49 mil em espécie. Wassef, no entanto, negou ter participado de uma “operação de resgate” da joia a mando do ex-assessor de Bolsonaro.

A PF fez uma lista de pedidos ao FBI para obter mais informações:

  • Existe imagem do Wassef na joalheria?
  • Ele estava sozinho ou acompanhado?
  • Há registro do pagamento em dinheiro pela recompra do Rolex?
  • Foi usado algum cartão de crédito internacional? Caso sim, em nome de quem?
  • É possível rastrear a origem dos dólares usados na negociação?
  • O dinheiro saiu de alguma conta nos EUA em nome do próprio Wassef, de conta em nome do ex-presidente Bolsonaro, do Mauro Cid e/ou do general Cid?

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Política

Rolará mais uma cabeça nas vizinhanças de Bolsonaro, e ele nada fará

A bola da vez

O que Frederick Wasseff diz não se escreve. Quando se escreve, não se acredita. O melhor seria ignorá-lo. Não dá, porque ele é o advogado da família Bolsonaro. Mais do que advogado, cúmplice: escondeu em sua casa Fabrício Queiroz, o gerente da rachadinha.

Como ignorar, por exemplo, o advogado de Marcola, chefe do Primeiro Comando da Capital (PCC), a maior organização criminosa do país? Marcola é mantido isolado na Penitenciária da Papuda, em Brasília. Ele e seu advogado só conversam em código.

Todas as falas são gravadas, mas a polícia não consegue decifrá-las. Não se sabe se Bolsonaro e Wassef só falam em código ou se tocam de ouvido. Não seria estranho. Nas organizações criminosas, é um cuidado corriqueiro, que Wasseff não teve e se complicou.

Complicou também a vida do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordem de Bolsonaro, preso desde maio último numa das dependências do Exército, e, por extensão, a vida do pai dele, o general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid.

O que Wasseff contou, em entrevista coletiva na terça-feira (15/8), está aquém do que a Polícia Federal já sabe sobre o roubo de joias do Estado brasileiro para enriquecer Bolsonaro, a venda de parte delas nos Estados Unidos e a recompra quando o crime foi descoberto.

*Noblat/Metrópoles

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Justiça

Novo advogado de Mauro Cid empurra responsabilidade para Bolsonaro: “assessor cumpre ordens”

Sobre os atos criminosos supostamente cometidos pelo militar, Cezar Bitencourt declarou: “alguém mandou, alguém determinou”. Cid era ajudante de ordens de Bolsonaro.

Novo advogado do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), Cezar Bitencourt afirmou na manhã desta quarta-feira (16) que o militar era “só o assessor” que cumpria ordens, jogando a responsabilidade dos atos supostamente praticados por ele para Bolsonaro: “militar cumpre ordens”

“Ele é um militar, mas é um assessor. Assessor cumpre ordens do chefe. Assessor militar muito mais. O militar tem por formação essa obediência hierárquica. Então alguém mandou, alguém determinou. Ele [Cid] é só o assessor. Assessor faz o quê? Assessora, cumpre ordens, cumpre determinação”, afirmou. Mais à frente, o responsável pela defesa de Cid disse que “a gente vai examinar quem é quem, até onde vai a responsabilidade de um e até onde vai a responsabilidade do outro”.

“Ele não fez nada por conta. Ele não teve iniciativa. Ele tem uma função, que cumpre da melhor forma possível, com a formação militar que ele tem. Aliás, uma grande formação. O Mauro Cid é um gênio, mas ele tem uma função. Essa obediência hierárquica para um militar é muito séria. Exatamente essa obediência [inaudível] afastar a culpabilidade dele”, complementou.

Bitencourt ainda classificou Cid como “grande injustiçado”. “É um absurdo que o Mauro esteja trancafiado dentro de uma cela dentro do Exército. Essas questões nós vamos começar a discutir”.

O advogado fez questão de registrar que assumiu a defesa de Cid na noite de terça-feira (16) e que ainda não pôde conversar com o militar.

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PF encontrou com Mauro Cid documentos sobre colar de nióbio e diamantes com registro do nome de Jair Bolsonaro

 

Mais dois documentos que estavam de posse do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, coronel Mauro Cid, indicam jóias presenteadas ao ex-presidente.

A Polícia Federal encontrou mais documentos comprometedores durante uma operação de busca e apreensão na casa do tenente-coronel Mauro Cid, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL).

Em um dos documentos localizados está descrita a existência de um colar de nióbio (niobium necklace), além de “diversos certificados de diamantes” com o nome do empresário saudita Saddik Omar Attar.

Os documentos estavam escritos em japonês e ainda serão traduzidos e investigados pelos policiais da PF. Além disso, em um desses certificados – provavelmente relacionado ao colar de nióbio – tem escrito o nome de Jair Bolsonaro.

“Todo material apreendido será analisado e, conforme o conteúdo, daremos sequência na investigação”, disse um investigador da corporação em entrevista à Veja, que publicou a mensagem.

Mauro Cid é o pivô de diversos esquemas envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. O ex-ajudante de ordens seria o principal responsável pela apropriação de presentes recebidos pelo ex-chefe de estado e pela sua revenda no exterior, em um sistema investigado pela Polícia Federal.

Cid e seu pai, o general Lorenna Cid, são investigados pelo crime, além de outros membros da ajudância de ordens e do escalão mais próximo de Bolsonaro dentro e fora do governo, como Frederick Wassef.

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Política

Vídeo: Ministro de Lula insinua que militar passou joia valiosa a Bolsonaro em aperto de mão secreto

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, insinuou que Jair Bolsonaro recebeu um objeto de valor ao apertar a mão de uma militar, durante cerimônia das Forças Armadas. Segundo o colunista Paulo Cappelli, do Metrópoles, Teixeira escreveu em sua rede social, ao postar o vídeo do cumprimento:

“Imagem repugnante! Vejam esse vídeo que mostra o momento em que uma pessoa passa um objeto dourado escondido nas mãos do ex-presidente, que guarda no bolso. Alguém suspeita o que poderia ser esse objeto?”, questionou Paulo Teixeira em uma rede social (veja vídeo ao final da matéria).

A postagem do ministro de Lula ocorre três dias após operação da Polícia Federal que mira suposto esquema de venda de joias que Bolsonaro teria recebido quando presidente.

Militares que participaram da cerimônia, que ocorreu no governo Bolsonaro, confirmam a autenticidade do vídeo. Contudo ponderam não haver qualquer irregularidade no cumprimento.

Afirmam que a cena retrata a entrega de uma medalha simbólica, sem valor financeiro, por meio do aperto de mão. E que essa é uma tradição antiga entre militares, um sinal de respeito.

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Política

Cúpulas fardadas são responsáveis pela bandalheira sistêmica de Bolsonaro

Jeferson Miola*

Julgar, condenar e prender Bolsonaro e seus comparsas operacionais não é só um ato de justiça, mas também uma demanda da democracia.

A condenação do bando criminoso flagrado no roubo, interceptação ilegal e venda de jóias, relógios e objetos de ouro pertencentes ao Estado brasileiro é uma providência essencial.

Mas esta será apenas uma medida parcial e incompleta enquanto o foco não for posicionado nos reais responsáveis por esta bandalheira sistêmica, que são as cúpulas partidarizadas das Forças Armadas.

Afinal, como justificou o Comando do Exército ao mandar o tenente-coronel apresentar-se fardado na CPMI dos atos golpistas, os delinquentes fardados “cumpriam missão militar”.

Numa notável síntese, o jornalista Otávio Guedes disse: “hoje a gente vai ver uma notícia interessante: uma joia trazida por um almirante, transportada por um avião da FAB e negociada por um general. Ou seja, almirante, general e FAB. Provavelmente a maior operação militar desde a guerra cisplatina”.

A essas alturas, com tudo o que vem sendo revelado sobre o envolvimento central de altos oficiais em crimes de distintas naturezas – de corrupção, genocídio a tentativas de golpe de Estado –, é inaceitável se restringir a responsabilidade criminal a Bolsonaro e seu entorno.

O omisso ministro da Defesa José Múcio Monteiro, representante das cúpulas partidarizadas perante o poder civil, mais uma vez confirma a máxima do Barão do Itararé – de onde menos se espera, é daí que não sai nada mesmo.

Até hoje Múcio não cobrou dos comandantes sequer a abertura de investigação dos oficiais flagrados nos ataques às instituições no 8 de janeiro. Pior: por lobby dele, o governo contemplou as Forças Armadas com 52,8 bilhões no PAC.

Contando com a camaradagem de Múcio, o comando do Exército mais uma vez prevarica para proteger os seus. Em nota, diz que “vem acompanhando as diligências”. Acompanhando …

E cinicamente afirma que “A Força não se manifesta sobre processos apuratórios conduzidos por outros órgãos”. Considerando-se como um Poder de Estado autônomo, justifica que “esse é o procedimento que tem pautado a relação de respeito do Exército Brasileiro com as demais instituições da República”.

O comando afirma ainda que “não compactua com eventuais desvios de conduta de quaisquer de seus integrantes”, mas na vida real nada faz em relação ao tenente-coronel, ao coronel, ao almirante e ao general implicados no esquema de roubo e venda de joias da União.

A solidariedade no crime não se restringe aos comandos militares da ativa. É também consignada aos bandidos fardados tanto pela família militar como por dirigentes do partido dos generais já na reserva. O general conspirador Sérgio Etchegoyen, por exemplo, saiu em defesa de Lorena Cid, pai do multi-delinquente Mauro Cid.

A despeito da imagem do colega de farda refletida na fotografia de uma escultura roubada, Etchegoyen declarou: “acredito e confio no general Cid. Conheço-o há muitos anos”.

Nunca antes como atualmente estas Forças Armadas que mais uma vez jogaram o país no precipício estiveram tão desmoralizadas e desacreditadas. E nunca antes a sociedade civil, as instituições da República e o poder político [Executivo e Legislativo] tiveram uma oportunidade tão favorável para enfrentar decididamente a questão militar no Brasil.

O desaproveitamento desta oportunidade histórica poderá cobrar um preço altíssimo, e não só do governo do presidente Lula, mas da democracia, pois as cúpulas partidarizadas das Forças Armadas continuam acalentando seu projeto próprio de poder militar.

* O Cafezinho

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