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Política

Florestan Fernandes Jr.: Mais uma vez, #EleNão!

“Para mim, todo o dia é dia de dizer não à violência verbal, psicológica ou física, contra as mulheres”, escreve o jornalista Florestan Fernandes Jr, ao comentar sobre o Dia Internacional da não violência contra a mulher.

Cresci numa casa com seis mulheres, minha mãe e cinco irmãs. Posso dizer que esse convívio me fez muito bem, tenho uma perspectiva melhor da alma feminina. Acho mesmo que elas são superiores aos homens em muitas coisas, inclusive na forma de expressar seu amor ao próximo.

Lembro que uma vez, em um dos bailinhos de adolescentes lá em casa, minha mãe atravessou a sala e exigiu que um rapaz que havia falado mal de uma de suas filhas se retirasse da festa. Foi uma bela lição para nós, os filhos, e para os nossos amigos do bairro. Hoje, 25 de novembro, é o Dia Internacional da não violência contra a mulher. Para mim, todo o dia é dia de dizer não à violência verbal, psicológica ou física, contra as mulheres.

Isso adquire maior importância no Brasil, onde o Presidente da República faz questão de expressar sua misoginia diuturnamente. Foi assim quando disse que a deputada federal Maria do Rosário não merecia ser estuprada, porque a considerava “muito feia”; ou quando usou a palavra “furo”, de forma pejorativa, imprimindo um duplo sentido, para fazer galhofa machista contra a repórter Patrícia Campos Mello, afirmando que: “Ela queria dar um furo a qualquer preço contra mim”. Mais uma vez, quando se vangloriou, ao dizer que teve quatro “filhos homens”, e que foi só no quinto filho, que “deu uma fraquejada e veio uma mulher”.

Nem o belo Movimento “Ele Não”, com manifestações populares motivadas pelas declarações misóginas do então candidato e suas ameaças à democracia, conseguiu evitar a eleição de Bolsonaro, em 2018.

O que veio depois? No primeiro semestre de 2020, em plena pandemia do Coronavírus, a crescente escalada da violência contra a mulher: 1.890 mulheres foram mortas no país, de forma violenta. O aumento de apenas 1% no índice de feminicídio nesse período, longe de representar a redução da violência, se deve à diminuição das denúncias durante a quarentena.

No próximo domingo, a maior cidade do País corre o risco de eleger como vice-prefeito, o conservador Ricardo Nunes, acusado pela esposa de violência doméstica, ameaça e injúria. Os atos de violência constam do boletim de ocorrência, registrado na 6ª Delegacia da Mulher, em Santo Amaro (zona sul de São Paulo).

Numa entrevista à Rádio CBN, Bruno Covas minimizou a denúncia contra seu Vice, alegando que: “Foi uma discussão, e os dois procuraram a polícia. Não houve agressão. Agora tratam ele como agressor de mulher.”

A resposta da jornalista Fabiola Cidral colocou as coisas no seu devido lugar: “A agressão verbal é uma agressão. Se tem uma coisa que mulheres enfrentam desde sempre são as agressões, que podem não ser físicas, mas que são fortes. São históricas. Não tem como a gente definir violência só pela violência física.”

Voltamos ao início deste texto, quando dona Myrian, minha mãe, colocou um homem para fora da nossa casa por proferir violência verbal contra uma de suas filhas. Ela, se viva fosse, certamente rejeitaria a desculpa do candidato Covas. Este, tentando justificar o injustificável, valida e legitima o comportamento do agressor, relativiza um dos mais graves problemas sociais do País, que além de representar a maior fonte de violação dos direitos humanos das mulheres, tem forte impacto no desenvolvimento social e econômico do Brasil.

*Florestan Fernandes Jr./247

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Globo tenta comprar decisão de Celso de Mello, dando-lhe premiação para que livre a cara de Moro

Em garrafais, O Globo anuncia: Celso de Mello é eleito a Personalidade de 2019 do Prêmio Faz Diferença.

Ainda na chamada, O Globo sapeca sua intenção de tentar fazer Celso de Mello contemporizar as ilegalidades cometidas por Moro, muitas delas para atender aos próprios interesses políticos da Globo, parceira da trama criminosa da Lava Jato que tinha o único objetivo de dar um golpe em Dilma e condenar e prender Lula para tirá-lo da disputa eleitoral de 2018: “Decano do STF tem atuação firme na defesa da liberdade de expressão e é conhecido como o apaziguador na Corte. É autor de votos marcantes durante diferentes governos”, diz O Globo.

O prêmio faz diferença não faz diferença nenhuma, porque é daquelas premiações importantes que não têm a menor importância para o país, apenas para os Marinho que trocam troféu e holofotes por obediência aos barões da mídia.

Só a lista de ganhadores do judiciário, que se mostraram cães dóceis aos adestradores, levaram esse “prêmio”, criado para ser símbolo de barganha entre o judiciário e a Globo.

Joaquim Barbosa, Ayres Britto, Cármen Lúcia e o próprio Moro ganharam o tal “prêmio” por se mostrarem totalmente servis aos interesses da Globo.

Na verdade, esse “prêmio” é das coisas mais indecorosas que existem nesse país. É uma espécie de osso que os lacaios do judiciário levam da Globo em troca dos serviços prestados à oligarquia contra o povo, sobretudo contra as camadas mais pobres da população.

O nome do “prêmio faz diferença” só tem sentido” para aqueles que ajudaram o judiciário a aumentar a diferença entre pobres e ricos.

E foi exatamente isso que ocorreu quando a Globo, com o auxílio dos premiados, conseguiu, depois do golpe em Dilma e a prisão de Lula, fazer com que os 1% mais ricos do país, com a maior concentração de renda do planeta, ficassem ainda mais ricos e a imensa maior parte da população, mais pobre e mais miserável.

Está nas mãos de Celso de Mello o destino político de Moro, candidato da Globo que já está numa campanha antecipada para 2022 sem que sejam incomodados pelo TSE.

Se Celso de Mello decidir por anular as decisões de Moro, tosará o cabelo do Sanção da Globo.

Se decidir trocar sua dignidade por um osso dado pela Globo para livrar a cara de Moro, se mostrará um sabujo dos amos do grande capital que patrocinam a Globo.

Chico Buarque falou sobre o prêmio quando Moro foi agraciado:

“Chico Buarque disse que Moro de fato “fez diferença”, mas na armação que resultou na eleição de Jair Bolsonaro em 2018.”

A conferir.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Joice é abre-alas do desfile macabro de mau-caratismo e podridão política

“Em meio a xingamentos e acusações mútuas de traição, a deputada Joice Hasselmann é, ao mesmo tempo, abre-alas, destaque, porta-bandeira e bateria desse desfile macabro de mau-caratismo e podridão política”, constata o jornalista Leandro Fortes, que acrescenta: “Resta saber se vai ter coragem de contar ou vai fazer como o delegado Waldir, que prometeu implodir um vagabundo, mas só conseguiu implodir a si mesmo, até agora”.

– Como era de se esperar, a violenta dissolução da gangue do PSL começou a produzir detritos, os mais diversos. Em meio a xingamentos e acusações mútuas de traição, a deputada Joice Hasselmann é, ao mesmo tempo, abre-alas, destaque, porta-bandeira e bateria desse desfile macabro de mau-caratismo e podridão política.

A deputada Joice é uma criatura gestada nos intestinos da mídia brasileira, em seu pior momento, junto com o agora santificado Reinaldo Azevedo – que, ao contrário dela, fez um cálculo preciso de reabilitação de imagem, antes de ser tragado pela História. Mas, quando ambos eram da Veja, dividiam alegremente o esgoto antipetista que viria a desembocar na eleição de Jair Bolsonaro.

Enquanto Tio Rei, demitido da Veja, mudou o discurso e o figurino, colocando-se como radical da legalidade constitucional e do Estado de Direito, Joice mergulhou, enlouquecidamente, na insanidade do bolsonarismo. Na campanha de 2018, era uma puxa-saco tão ostensiva que, se a facada de Adélio Bispo tivesse sido mais embaixo, tinha furado Joice, primeiro.

Por isso, é possível imaginar que os níveis de ódio na circulação sanguínea de Joice devem estar mais altos do que os de açúcar. Defenestrada da liderança do governo no Congresso Nacional por apoiar a permanência do inacreditável delegado Waldir à frente da liderança do partido na Câmara, Joice é, agora, uma legião de demônios.

Em meia dúzia de tuítes, a furiosa parlamentar já conseguiu chamar o ex-ídolo de estúpido (“inteligência emocional de menos 20”), golfou homofobia sobre um assessor da Presidência e um deputado do PSL, e confirmou o que todo mundo já sabia: existe uma milícia virtual bolsonarista montada, desde a campanha, para destruir a reputação de opositores e, eventualmente, aliados.

Joice diz saber o que a família Bolsonaro fez no verão passado.

Resta saber se vai ter coragem de contar ou vai fazer como o delegado Waldir, que prometeu implodir um vagabundo, mas só conseguiu implodir a si mesmo, até agora.

 

 

*Leandro Fortes/247

 

 

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Vídeo – Contra o ódio, a arte: Artistas brasileiros e a emocionante canção pela libertação de Lula

Se podemos traçar a lista das cidadanias mutiladas nesse país, depois do golpe e eleição de Bolsonaro, a arte tem sido, como sempre, atacada justamente porque ela propõe o sentido humano contra o totalitarismo, porque é a arte que tem a capacidade de entender e registrar o mundo, a sua situação para a totalidade da população.

Há aqueles que querem calar a arte, mas ela surge sempre mais cidadã, mais completa e, sobretudo mais florida, como nessa linda canção nesse emocionante vídeo.

 

 

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Dilma: após 500 dias da prisão ilegal de Lula, o neofascismo devasta o Brasil

“Agora, o mal está feito. O Brasil está sendo devastado por um governo neofascista na política e neoliberal na economia, encabeçado por um presidente escatológico e intolerante. Flagradas suas parcialidades, o juiz e os procuradores que se uniram em conluio para condenar Lula, destruir a economia e atropelar a Justiça negam o inegável. Desmentem o indesmentível”, diz a ex-presidente Dilma Rousseff, deposta pelo golpe de 2016, sobre a prisão política de Lula.

Um poema do pastor Martin Niemöller, que inspirou Bertold Brecht e Eduardo Alves da Costa, tornou-se símbolo da crítica à indiferença diante do nazismo. Nos momentos históricos em que valores estão em jogo, a indiferença torna-se dramática e leva ao caos. Valeu para a Alemanha dos anos 1930, vale hoje.

“Quando os nazistas levaram os comunistas, eu calei-me,
porque, afinal, eu não era comunista.
Quando eles prenderam os sociais-democratas, eu calei-me,
porque, afinal, eu não era social-democrata.
Quando eles levaram os sindicalistas, eu não protestei,
porque, afinal, eu não era sindicalista.
Quando levaram os judeus, eu não protestei,
porque, afinal, eu não era judeu.
Quando eles me levaram, não havia mais quem protestasse.”

A prisão de Lula completa nesta terça-feira (20) 500 dias de ilegalidade e de ofensa ao Estado democrático de Direito. Representa o desrespeito às garantias constitucionais, ao devido processo legal, à presunção de inocência e aos direitos humanos. É uma ameaça. Se Lula está preso ilegalmente, qualquer um pode ser. Tudo começou quando fui derrubada pelo golpe de 2016, sem que houvesse cometido crime.

Ali está o ato inaugural de um processo de destruição da democracia. E ficou por isso mesmo.
Exceto pelos progressistas e democratas, diante do golpe e da prisão de Lula, quando era urdida uma injustiça contra um inocente, muita gente deixou de reagir. Sua única transgressão é ser o maior líder popular da história do Brasil. Agora, depois das revelações do site The Intercept, todos sabem que Lula foi vítima de uma trama para destruir sua reputação e roubar sua liberdade.

O juiz que o condenou foi o mesmo que grampeou um telefonema entre mim e o ex-presidente e vazou o áudio para a TV Globo. Crime grave, alvo apenas de suave reprimenda. E ficou por isso mesmo.

O mesmo juiz que condenou Lula validou delação arrancada sob coação de um empresário que, antes, havia dito que o ex-presidente era inocente. Arrancada por intimidação, tal delação foi a base da condenação. E o abuso prevaleceu.

Para emprestar sentido à sentença, o juiz alegou que condenava Lula por “atos indeterminados”. Até mesmo a Lava Jato confessara não ter provas. Mas também esta extravagância judicial prevaleceu.
Com Lula já preso, esse juiz suspendeu as próprias férias para coagir a Polícia Federal a descumprir decisão de desembargador que mandara libertá-lo. E, como nas situações anteriores, o abuso não foi corrigido.

Em 2018, na semana do 2º turno, o juiz vazou delação rejeitada pelos procuradores, assegurando a vitória da extrema-direita. E a Justiça não tomou qualquer providência.

Após a eleição, o juiz foi convidado a se tornar ministro do presidente eleito graças às suas interferências ilegais. E ficou por isso mesmo.

Agora, o mal está feito. O Brasil está sendo devastado por um governo neofascista na política e neoliberal na economia, encabeçado por um presidente escatológico e intolerante. Flagradas suas parcialidades, o juiz e os procuradores que se uniram em conluio para condenar Lula, destruir a economia e atropelar a Justiça negam o inegável. Desmentem o indesmentível.

O resultado é vergonhoso: um inocente está preso e um neofascista despreparado está no poder.
Só haverá justiça com a anulação do julgamento e a absolvição de Lula.

#LulaLivre é um imperativo moral, uma exigência civilizatória, um ato de justiça que o Judiciário não pode negar a um inocente. Mais ainda quando o inocente é o único capaz de pacificar o país. Livre para promover entendimento, Lula levará o Brasil a unir as forças sociais, sem exclusões, numa frente pela democracia, pela soberania e pelos direitos do povo. Tal frente vai buscar a saída para a crise institucional, política e econômica em que Brasil foi jogado pelo golpe de 2016, pela prisão de Lula e pela eleição de Bolsonaro.

#LulaLivre é um grito de esperança para que deixemos de ser um país conflagrado, contaminado pelo ódio e governado pela insensibilidade, para voltar a ser uma nação viável, socialmente justa e generosa com o seu povo.

#LulaLivre significa paz e democracia para o Brasil.

 

*Por Dilma Roussef – 247

 

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CARAVANA POR LULA LIVRE EUROPA SERÁ RECEBIDA NA FRANÇA, SUÍÇA E BÉLGICA

Entre os próximos dias 25 e 28, França, Suíça e Bélgica serão visitados pela Caravana Lula Livre Europa. A iniciativa é dos comitês Lula Livre espalhado por diversos países e tem como objetivo ampliar as denúncias sobre a prisão política de Lula.

“A Caravana Lula Livre Europa tem o objetivo de fazer um movimento na França e países próximos sobre o que está acontecendo no Brasil. Ao mesmo tempo que falaremos de Lula e de sua perseguição política, abordaremos a fragilidade das instituições brasileiras”, afirma a jornalista Maria Luísa Souto Maior, uma das organizadoras do evento. “Desde 2013, o Brasil vem sendo sacudido por uma série de eventos que nos levou até a eleição de Bolsonaro. Achamos que os jornais franceses ficaram, muitas vezes, a reboque da imprensa nacional (Estadão, Globo e Folha principalmente) e não fizeram um trabalho mais elaborado para explicar ao seu leitor como funcionam as instituições brasileiras”, afirma Maria Luisa.

“Então começamos a pensar em divulgar ao cidadão francês e europeu a questão do lawfare (guerra jurídica) no caso Lula e de como o Judiciário brasileiro não é uma instituição que respeita a Constituição Federal, não está funcionando de acordo com o Estado democrático de direito”, disse a jornalista.

“Lula é corrupto ou não? Essa é a pergunta que mais nos fazem, quando sabem que somos brasileiros”, conta a jornalista que vive há 18 anos em Paris. “Por isso estamos organizando a Caravana Lula Livre Europa: para que se discuta o que e como foi criada a operação Lava Jato, seus reais interesses, com quem eles têm relação e ao mesmo tempo falar da perseguição política-jurídica que sofre o ex-presidente Lula.”

“Vamos contar o ano da história do Brasil que se seguiu à prisão do ex-presidente Lula, a partir de algumas das milhares de cartas que ele recebeu”, relata a historiadora francesa Maud Chirio Zahar. “As cartas são relatos desse ano trágico, mas também histórias de vida, testemunhos de solidariedade, afeto, coragem.”

As cartas serão lidas por cerca de 40 pessoas, a maioria atores profissionais, brasileiros e franceses, mas também músicos ou figuras públicas exiladas do Brasil de Bolsonaro, como Jean Wyllys e Marcia Tiburi. “Além dessas pessoas, que lerão as cartas, o show conta com a participação de dezenas de voluntários: historiadores que contribuíram para selecionar as cartas – no âmbito do projeto Linhas de Luta – cineastas e técnicos que vão filmar, tradutores.”

Muitos artistas participarão do espetáculo, como o cantor Chico Buarque, os atores Antonio Pitanga, Camila Pitanga, Marieta Severo, Renata Sorrah, Inez Viana, os coreógrafos Volmir Cordeiro, Wagner Schwartz, a atriz, cineasta e cantora portuguesa Maria de Medeiros.