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Rússia acusa EUA de tentarem provocar conflito na Ucrânia

Chanceleres russo e americano conversam antes de provável telefonema entre Biden e Putin sobre a crise.

O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, acusou os EUA de quererem provocar um conflito na Ucrânia com suas acusações de uma iminente invasão russa, informa a Folha.

Em conversa por telefone neste sábado (12) com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, Lavrov ressaltou que a “campanha de propaganda lançada pelos Estados Unidos e por seus aliados sobre uma ‘agressão russa’ tem como fim provocar e encorajar as autoridades de Kiev” a um eventual conflito no Donbass, região no leste do país onde as forças ucranianas enfrentam há oito anos os separatistas pró-Rússia apoiados por Moscou.

A embaixada dos EUA na Ucrânia anunciou que decidiu retirar seu pessoal não essencial da sede em Kiev, e Moscou também informou que reduziu seu corpo diplomático no país vizinho. Alemanha, Reino Unido, Bélgica, Holanda, Canadá, Noruega, Austrália, Japão e Israel recomendaram a seus concidadãos que deixem a Ucrânia.

Na sexta-feira (11), o conselheiro de Segurança Nacional de Joe Biden, Jake Sullivan, voltou a falar, sem citar evidências específicas, que a Rússia já reuniu forças suficientes para lançar uma ofensiva militar contra a Ucrânia “a qualquer momento”. Segundo ele, o ataque poderia ocorrer antes mesmo do fim das Olimpíadas de Inverno, em Pequim, que terminam no próximo dia 20.

Blinken disse a Lavrov, por sua vez, que os canais diplomáticos permaneceram “abertos” para evitar um conflito na Ucrânia, mas que é necessário que Moscou inicie uma “desescalada”, informou o Departamento de Estado.

Moscou nega intenções de invadir o país vizinho, embora tenha posicionado mais de 100 mil soldados e equipamentos militares em diferentes pontos próximos à fronteira. Por outro lado, o Kremlin diz que pode tomar “ações militares”, sem especificar quais, se o Ocidente não aceitar garantias de segurança, dentre as quais a promessa de que a Ucrânia jamais vai ingressar na Otan, aliança militar ocidental liderada pelos Estados Unidos —proposta que os EUA consideram inaceitável.

Neste sábado (12), o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski , disse que as advertências de um ataque russo a seu país “provocam pânico e não são úteis” e pediu provas concretas de uma invasão.

“Todas essas informações estão causando pânico e não estão nos ajudando”, disse o líder ucraniano à imprensa, acrescentando que, se alguém tiver dados adicionais sobre uma invasão, deve mostrá-los.

Uma invasão russa da Ucrânia “resultaria em uma resposta transatlântica determinada, massiva e unida”, garantiu o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, em um comunicado.

O presidente russo, Vladimir Putin, também deve falar por telefone com Joe Biden e com o presidente francês, Emmanuel Macron, ainda neste sábado.

Os países ocidentais querem obter da Rússia algum sinal de que favorecerá uma desescalada, mas Moscou quer que a Otan abandone qualquer eventual expansão para o leste europeu. Nenhum dos lados está disposto a ceder, acusando-se mutuamente de agravar as tensões.

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Política

Bolsonaro irrita EUA por visitar Putin em plena crise na Ucrânia

“Ele é conservador por isso eu vou estar lá sim”, garante o presidente do Brasil, apesar de o encontro ser visto com maus olhos por Washington.

Na semana passada, representantes do secretário de estado americano Antony Blinken fizeram chegar ao conhecimento do ministério das Relações Exteriores brasileiro, liderado por Carlos França, que consideram o momento impróprio para uma aproximação entre Bolsonaro e Putin – as maiores potências do Ocidente trabalham, de forma coordenada, para isolar o presidente russo com pressões diplomáticas, sanções econômicas e ameaças militares no contexto da tensão na fronteira com a Ucrânia.

“O senhor expressou as melhores qualidades masculinas e de determinação. O senhor foi buscar a solução de todas as questões, antes de tudo, na base dos interesses do seu povo, deixando para depois as soluções ligadas aos problemas da sua saúde pessoal”.

Com estas frases, ditas em novembro de 2020, Vladimir Putin conquistou de vez Jair Bolsonaro.

*Publicado no Diário de Notícias, Portugal; El Diário, Argentina, via Carta Maior

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Política

Vídeo: Lula diz que Moro tem “ligação duvidosa com a CIA e com o Departamento de Justiça dos EUA”

Em entrevista ao Show do Antônio Carlos, na Rádio Tupi, do Rio de Janeiro, na manhã desta terça-feira (1º), Lula (PT), que lidera as pesquisas de intenção de voto, afirmou que “não acredito em terceira via e não acredito que o Sergio Moro tenha muito futuro na política”, quando indagado sobre o ex-juiz e ex-ministro do governo Bolsonaro.

“Eu sinceramente de vez em quando fico pensando se devo falar do Moro ou não, porque ele é uma figura insignificante. É um deus de barro que foi construído para me prejudicar”, afirmou Lula sobre o ex-juiz que determinou sua prisão injusta por 580 dias e agora é pré-candidato à Presidência pelo Podemos.

Lula ainda alfinetou o Jornal Nacional, que na edição desta segunda-feira (31) defendeu Moro sobre os salários recebidos na consultoria Alvarez e Marsal e não admitiu que os processos contra ele chegaram ao fim.

“Uma parte da imprensa digeria as mentiras dele com muita facilidade e transformava as mentiras dele e da pequena quadrilha de procuradores da força-tarefa lá de Curitiba como se fossem verdades. E hoje eu sinto que aqueles que me acusaram de forma leviana, acreditando nas mentiras do Moro e nas mentiras dos procuradores, não têm como desfazer as mentiras. Eu já não tenho mais processos, mas aqueles que me acusaram continuaram teimando: ‘Ah, mas não foi julgado o mérito’. A única pessoa que queria que julgassem o mérito era eu. Mas, aí o processo foi anulado e não tem mais processo. O juiz foi considerado parcial, portanto um juiz que não merecia ser juiz, que nunca deveria ter colocado uma toga. E acho que ele vai ser medíocre como candidato à Presidência”, disse Lula.

Lula voltou a lançar dúvidas sobre a relação de Moro com o governo dos EUA durante o processo que resultou no golpe contra Dilma Rousseff (PT), na sua prisão e na eleição de Bolsonaro em 2018.

“Vamos esperar o que vai acontecer com esse cidadão, que na minha opinião tem uma ligação no mínimo duvidosa com a CIA e o Departamento de Justiça dos EUA”.

Assista:

*Com informações da Forum

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Política

New York Times: EUA terão dificuldades para dominar América Latina após vitória de Lula

O New York Times, porta-voz de interesses imperialistas, escreveu nesta terça-feira (4) que a guinada da América Latina à esquerda deve “minar” a influência regional dos Estados Unidos, favorecendo o seu maior rival geopolítico, a China.

As vitórias de Gabriel Boric (Chile) e Xiomara Castro (Honduras), e o favoritismo de Gustavo Petro (Colômbia) e de Lula (Brasil), que recebeu amplo destaque na matéria, devem ainda prejudicar o isolamento promovido pelos EUA sobre regimes considerados “autoritários”, como Venezuela, Nicarágua e Cuba.

A publicação cita exclusivamente analistas de universidades estrangeiras: “Os ganhos da esquerda podem impulsionar a China e minar os Estados Unidos enquanto competem por influência regional, dizem os analistas, com uma nova safra de líderes latino-americanos que estão desesperados por desenvolvimento econômico e mais abertos à estratégia global de Pequim de oferecer empréstimos e investimentos em infraestrutura. A mudança também pode tornar mais difícil para os Estados Unidos continuar a isolar regimes autoritários de esquerda na Venezuela, Nicarágua e Cuba”.

*Com informações do 247

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Política

Facebook: Brasil é um dos três países que mais precisam de moderação e exige “salas de guerra”

O Brasil é um dos três países que mais precisam de moderação de conteúdo do Facebook, ao lado de Índia e Estados Unidos, segundo demonstram documentos vazados por funcionários da empresa e pela ex-gerente e delatora Frances Haugen. O caso está sendo chamado de “Facebook Papers” (Documentos do Facebook, em tradução direta).

De acordo com os arquivos internos da empresa, desde o final de 2019, a plataforma mantém um ranking de nações que demandam atenção especial, principalmente em períodos delicados, como eleições, manifestações e instabilidade social. Brasil, EUA e Índia estão no topo, o “nível 0” (tier 0), de prioridade máxima.

Eles são os que recebem mais recursos e um trabalho proativo de moderação, incluindo equipes especializadas dedicadas 24 horas por dia, com auxílio de inteligência artificial. O Facebook estabeleceu verdadeiras “salas de guerra”, oficialmente chamadas de “centros de operações aprimoradas”, para monitorar a plataforma nestes três países constantemente.

De acordo com as investigações:

  • No “nível 1” (tier 1), estão Indonésia, Israel, Irã, Itália e Alemanha. Eles recebem menos recursos, com atenção especial apenas na época de eleições.
  • No “nível 2” (tier 2), há outros 22 países, sem “salas de guerra”.
  •  No “nível 3” (tier 3), está o resto do mundo que o Facebook funciona. Na categoria, existe mínima intervenção e a avaliação de conteúdo é quase inexistente: uma postagem indevida só é retirada do ar caso seja localizada manualmente por um moderador.

Apenas no caso de crises e eventos extraordinários, como golpes de Estado e violações aos direitos humanos, um desses países ou regiões do grupo três pode receber esforços mais ativos, temporariamente.

Ou seja, apenas as 30 nações com mais usuários e acessos à rede social contam de fato com revisão das postagens. De acordo com os documentos internos, o ranking —criado meses antes das últimas eleições presidenciais norte-americanas, em 2020— foi uma maneira de distribuir melhor o uso dos recursos de moderação pelo mundo.

Consequências da desigualdade

Com cerca de 3 bilhões de usuários, a empresa preferiu fazer escolhas e priorizar os locais em que é mais popular do que dividir os recursos igualmente. Essa desigualdade de moderação tem sido alvo de críticas nos últimos anos.

Países como Mianmar, Paquistão e Etiópia, apesar de constantemente atravessarem conflitos sectários, políticos e sociais, não contam com classificadores de conteúdo, o que contribui para o aumento da disseminação de violência e ódio na rede social.

Em Mianmar a situação é ainda pior, pois o Facebook é a principal maneira de navegação na Internet, devido aos constantes blecautes e à censura imposta pelo governo.

Uma das grandes barreiras é o idioma: a empresa não tem especialistas, como tradutores e moderadores, suficientes que falem a língua de boa parte dos países de nível 2 e 3. Só assim seria possível detectar discursos de ódio e fake news, além de treinar a inteligência artificial para fazer o mesmo.

“Temos equipes dedicadas que trabalham para impedir o abuso em nossa plataforma em países onde há alto risco de conflito e violência. Também temos equipes globais com falantes nativos que revisam o conteúdo em mais de 70 idiomas, juntamente com especialistas em questões humanitárias e de direitos humanos”, garantiu um porta-voz do Facebook ao site Insider.

“Fizemos progresso no enfrentamento de grandes desafios, como a evolução de termos de discurso de ódio, e construímos novas maneiras de responder rapidamente aos problemas quando eles surgirem. Sabemos que esses desafios são reais e estamos orgulhosos do trabalho que fizemos até agora.”

*Com informações do Uol

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Economia

Bolsa despenca e dólar sobe com mercados afundando nos EUA

Expectativa de elevação de juros ganha força com pressão inflacionária.

A Bolsa de Valores brasileira caiu 3,05%, a 110.123 pontos, e o dólar subiu 0,87%, a R$ 5,4260 nesta terça-feira (28), em um dia marcado por fortes baixas nos mercados de ações do exterior devido à expectativa de inflação e consequente elevação de juros nos Estados Unidos.

Em Wall Street, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq fecharam com quedas de 1,63%, 2,04% e 2,83%, respectivamente.

A tempestade nas bolsas está relacionada à busca dos investidores por ganhos com títulos do Tesouro dos Estados Unidos devido à expectativa de confirmação de que o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) elevará os juros básicos e reduzirá suas compras de ativos realizadas para estimular a economia no período mais grave da pandemia.

Os títulos do Tesouro dos Estados Unidos atingiram o maior valor em meses e estão atraindo investidores que passaram a abandonar o mercado de ações, principalmente quanto aos papéis de empresas de tecnologia que compõem o Nasdaq, segundo o Wall Street Journal.

A inflação é uma preocupação mundial devido a um cenário de elevação do preço das commodities.

O petróleo está no centro do problema. O barril do Brent, referência para o setor petrolífero, atingiu US$ 80,75 (R$ 437,71) na abertura do mercado, o maior valor desde 16 de outubro de 2018, segundo dados da Bloomberg. Ao final do dia, a commodity recuou 1,19%, a US$ 78,58 (R$ 425,95), após cinco altas consecutivas.

A elevação da commodity é um dos fatores de inflação global e, no caso específico dos Estados Unidos, a alta no custo de vida pode confirmar a elevação dos juros básicos a partir de 2022. Um dos reflexos disso para o Brasil é a valorização do dólar frente ao real, com reflexos na inflação e nos juros brasileiros.

“Estamos vendo esse aumento da expectativa de juros por lá muito por conta de um
dólar se fortalecendo frente a moedas emergentes e pela alta das commodities”, diz Pietra Guerra, especialista em ações da Clear Corretora.

“Esses dois fatores combinados refletem na subida da inflação e, com isso, pode ser que o Fed tenha que subir os juros da taxa básica para contê-la”, analisa.

No Brasil, que tem na Petrobras uma das mais importantes empresas do seu mercado de ações, a alta tem efeito ambíguo.

À primeira vista, a elevação da commodity beneficia o mercado acionário brasileiro porque impulsiona as ações da Petrobras. Mas a alta também pressiona os preços dos combustíveis, com reflexos na inflação e na pressão política para que o governo interfira nos preços praticados pela estatal.

Nesta terça (28), a Petrobras anunciou aumento de 8,9% no preço do diesel em suas refinarias, após 85 dias sem reajuste. O anúncio ocorre um dia depois de mais uma sequência de ruídos entre o governo e a estatal em relação aos preços dos combustíveis.

Nesta segunda-feira (27), a as ações da Petrobras, que tinham iniciado o dia subindo quase 2% impulsionadas pela alta do petróleo, passaram a devolver os ganhos após o presidente Jair Bolsonaro afirmar ter se reunido com o ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia) para discutir formas de “diminuir o preço” de combustíveis “na ponta da linha”.

*Com informações da Folha

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Política

Se Allan dos Santos tiver prisão decretada, poderá ser extraditado dos EUA para o Brasil

O blogueiro de extrema-direita Allan dos Santos pode ser alvo de um pedido de extradição aos Estados Unidos, onde está foragido, se for pedida a sua prisão por ameaça e incitação ao crime contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luis Roberto Barroso.

O bolsonarista foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por causa de um VÍDEO em que xingou e ameaçou o magistrado.

“Tira o digital, se você tem culhão”, disse.

“Tira a porra do digital, e cresce! Dá nome aos bois! De uma vez por todas Barroso, vira homem! Tira a porra do digital! E bota só terrorista! Pra você ver o que a gente faz com você. Tá na hora de falar grosso nessa porra!”.

A prisão não foi pedida, mas a se levar em consideração o que aconteceu com Roberto Jefferson, preso na semana passada por suspeita de participação em organização criminosa digital para atacar a Corte e outras instituições, é melhor o blogueiro ir fazendo as malas para retornar ao Brasil.

*Com informações do DCM

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No encontro com o enviado de Biden, o genocida repete que teve fraude eleitoral nos EUA com voto impresso

Enquanto ameaça os brasileiros com golpe para fazer o ódio tóxico fluir livremente no país, com seu consentimento, Bolsonaro segue matando mais de mil brasileiros por dia.

Somente ontem, mais de 1200 brasileiros morreram de covid com seu ministério da Saúde corrupto, como escancara a CPI.

O Rio de Janeiro teve a maior taxa de transmissão do coronavírus desde o começo da pandemia, porque simplesmente não há mais vacina, porque o ministério da Saúde do genocida Bolsonaro interrompeu o fornecimento da vacina para o estado.

Enquanto diz que o voto impresso nos EUA produziu fraude eleitoral e tirou Trump do poder, Bolsonaro muda o discurso para sua horda de dementes fascistas e diz que não aceita a urna eletrônica que elegeu essa família de bandidos durante anos e que o voto impresso é que deixaria as eleições no Brasil mais seguras.

A pandemia no Brasil segue descontrolada e Bolsonaro faz de conta que país não vive esse caos sanitário.

A inflação dos alimentos já pode ser considerada uma hiperinflação, o que, consequentemente, força o aumento da taxa de juros, enquanto o endividamento das famílias bate recorde.

No setor público, não é diferente, o colapso avança com um endividamento inédito. O chão de Bolsonaro está cada dia mais mole e, com a economia se esfarelando, a tendência é aumentar o número de desempregados, de miseráveis e de pessoas que têm as ruas como moradia.

E o que quer Bolsonaro? Derrubar a eleição com um golpe e se declarar vencedor de um pleito que não existirá. Esse é o plano real e está cada vez mais claro na cabeça de um psicopata que sabe que, tendo a eleição, seja ela através de urna eletrônica ou de papel, ele perde e, perdendo o poder, perde o controle das instituições e vai direto para a cadeia junto com seus filhos. Por isso ele quer incendiar o país.

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Política

Alto-Comando do Exército apoia reação de Fux e teme cópia de atos golpistas dos EUA

Mesmo críticos da atuação de ministros do STF, militares dizem acreditar que ofensiva do Judiciário pode frear Bolsonaro.

Mesmo sendo críticos da atuação de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), integrantes do Alto-Comando do Exército manifestaram, em conversas reservadas, concordância com o gesto do presidente da corte, Luiz Fux, de interromper o diálogo com o presidente Jair Bolsonaro.

Pela primeira vez, Fux fez um discurso objetivo, em sessão do STF, em que condena textualmente a ofensiva golpista de Bolsonaro e os ataques desferidos pelo presidente contra o tribunal e contra o sistema eleitoral brasileiro.

O ministro afirmou que o chefe do Executivo não cumpre a própria palavra. Fux, então, cancelou reunião marcada com chefes dos Poderes para apaziguar ânimos.

A reação, adotada nesta quinta-feira (5), se soma a outros gestos concretos do Judiciário brasileiro diante da ameaça de golpismo de Bolsonaro.

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral), presidido pelo ministro Luís Roberto Barroso, abriu um procedimento para investigar os ataques de Bolsonaro contra as urnas eletrônicas.

O ministro Alexandre de Moraes atendeu pedido do TSE e incluiu o presidente em inquérito no Supremo que investiga um suposto esquema criminoso de fake news, em razão dos ataques às urnas.

Os dois ministros são atacados pelo presidente da República. A estratégia de Bolsonaro se concentra em Barroso, que preside o TSE.

A relação entre os Poderes não passa pelas Forças Armadas. Mas o próprio presidente envolveu Exército, Aeronáutica e Marinha na crise, de forma direta, ao insinuar golpe e falar, recorrentemente, em “meu Exército”.

A empreitada de Bolsonaro tem respaldo do ministro da Defesa, general da reserva Walter Braga Netto.

As Forças estão vinculadas à pasta comandada pelo general, que defende voto impresso —mesmo sem existir qualquer relação do assunto com o ministério que comanda— e que ameaçou a CPI da Covid no Senado, por meio de uma nota subscrita pelos comandantes das três Forças.

Generais que integram o Alto-Comando do Exército têm uma visão crítica em relação à atuação de ministros do STF. Eles entendem que o tribunal avança nas esferas de atuação de Executivo e Legislativo.

Um caso sempre citado é a decisão de Moraes de barrar, em abril de 2020, a nomeação do delegado Alexandre Ramagem, amigo da família Bolsonaro, para o cargo de diretor-geral da Polícia Federal. Ramagem é diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência).

A escalada da crise, porém, e o temor do que pode ocorrer em 2022, ano de eleição presidencial, explicam uma aceitação entre integrantes do Alto-Comando dos gestos concretos do Judiciário contra o presidente da República.

Em conversas reservadas, generais afirmam que a reação de Fux faz sentido, diante do reiterado comportamento de Bolsonaro, que deixa claro que não quer conversa, na visão desses militares.

O procedimento aberto pelo TSE, a inclusão do presidente como investigado no inquérito das fake news e o cancelamento da reunião entre chefes de Poderes —precedido de um discurso do presidente do STF em que diz que o presidente da República não tem palavra— podem fazer Bolsonaro “baixar a bola”, conforme disseram integrantes do Alto-Comando do Exército.

Eles entendem, porém, que o efeito deve durar pouco. A crise deve se prolongar, com novos arroubos autoritários do presidente, que não segue a liturgia mínima do cargo que ocupa, na visão de generais da cúpula do Exército.

Esses mesmos generais afirmam inexistir a possibilidade de um golpe capitaneado por Bolsonaro e de uma consequente ruptura do processo democrático. Segundo eles, o simples exercício de imaginar o dia seguinte a um golpe mostraria a inviabilidade de uma iniciativa nesse sentido.

No Alto-Comando, existe um temor real de que se repitam no Brasil as cenas vistas nos Estados Unidos após a derrota do republicano Donald Trump, ídolo de Bolsonaro, para o democrata Joe Biden.

Em 6 de janeiro, dia da sessão que confirmou a vitória de Biden, Trump insuflou apoiadores a invadirem o Congresso americano. A invasão chegou a interromper a sessão. Cinco pessoas morreram no ataque ao Capitólio.

Trump estimulou apoiadores radicais com o discurso de fraude nas eleições. É a mesma cartilha seguida por Bolsonaro, um ano e dois meses antes das eleições de 2022.

Nos EUA, as Forças Armadas não embarcaram na aventura golpista. No Brasil, o ministro da Defesa tem se mostrado alinhado à postura do presidente.

Integrantes do Alto-Comando do Exército dizem não enxergar risco de ruptura com suporte das Forças Armadas. Para esses generais, o risco está na atuação de policiais nos estados, em um cenário de eventual derrota de Bolsonaro nas urnas.

O presidente faz reiterados acenos a forças de segurança locais, e uma parcela expressiva de policiais civis e militares é bolsonarista.

*Vinicius Sassine/Folha

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Brian Mier, jornalista norte-americano, avisa: ‘EUA vão armar um novo golpe contra Lula’

O jornalista norte-americano Brian Mier falou à TV 247 sobre a declaração do embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Todd Chapman, acerca da preocupação de seu país com a corrupção no Brasil, e não com a democracia. Segundo o jornalista, os EUA já preparam um novo golpe contra o Brasil.

“Ele foi honesto. Os Estados Unidos não se preocupam com democracia, se preocupam com petróleo. Esse foi exatamente o motivo principal para o golpe de 2016, para privatizar o pré-sal”, disse Brian Mier sobre a fala de Chapman.

Para ele, é preciso ficar atento para uma nova investida norte-americana contra o Brasil, principalmente com o objetivo de impedir a volta do ex-presidente Lula ao poder. O jornalista recomendou que se arme uma defesa contra o que está por vir. “Se prepara para mais um golpe no ano que vem, se prepara para um bombardeamento nas mídias sociais contra o PT e contra o Lula, porque essa é a nova ferramenta da guerra do espectro total, originado dos Estados Unidos”.

“A gente precisa pensar em como vamos nos defender de um ataque dessa natureza. Está sendo tudo montado. A gente não pode pensar que só porque Lula está liderando em todas as pesquisas ele vai ser eleito presidente. Tem outra tentativa de golpe eleitoral sendo montada com ajuda dos Estados Unidos, com a CIA, provavelmente, que estava lá visitando o Bolsonaro, e eu fico um pouco preocupado”, completou.

*Com informações do 247

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