Categorias
Mundo

Dados revelam operação de Israel para remover postagens pró-Palestina no Instagram e Facebook; Meta atendeu 94% das solicitações

Como “Israel” orquestrou a maior operação de censura em massa da história moderna.

Meta atendeu a 94% das solicitações de remoção emitidas por “israel” desde 7 de outubro de 2023 de postagens no Instagram e Facebook

Por Waqas Ahmed, Nicholas Rodelo, Ryan Grim e Murtaza Hussain*, no site da Fepal

Uma repressão abrangente a postagens no Instagram e no Facebook que criticam Israel — ou mesmo que apoiem vagamente os palestinos — foi orquestrada diretamente pelo governo israelense, de acordo com dados internos do Meta obtidos pelo Drop Site News.

Os dados mostram que a Meta atendeu a 94% das solicitações de remoção emitidas por Israel desde 7 de outubro de 2023.

Israel é, de longe, o maior originador de solicitações de remoção globalmente, e a Meta seguiu o exemplo — ampliando a rede de postagens que remove automaticamente e criando o que pode ser chamado de a maior operação de censura em massa da história moderna.

As solicitações governamentais de remoção geralmente se concentram em postagens feitas por cidadãos dentro das fronteiras do governo, disseram fontes internas da Meta. O que torna a campanha de Israel única é seu sucesso na censura de discursos em muitos países fora de Israel.

Além disso, o projeto de censura de Israel terá repercussões no futuro, disseram fontes internas, já que o programa de IA que a Meta está atualmente treinando para moderar conteúdo baseará as decisões futuras na remoção bem-sucedida de conteúdo crítico ao genocídio de Israel.

Os dados, compilados e fornecidos ao Drop Site News por denunciantes, revelam a mecânica interna da “Organização de Integridade” da Meta — uma organização dentro da Meta dedicada a garantir a segurança e a autenticidade de suas plataformas.

Solicitações de remoção (TDRs) permitem que indivíduos, organizações e funcionários do governo solicitem a remoção de conteúdo que supostamente viole as políticas da Meta.

Os documentos indicam que a grande maioria das solicitações de Israel — 95% — se enquadra nas categorias de “terrorismo” ou “violência e incitação” da Meta. E as solicitações de Israel têm como alvo predominantemente usuários de países árabes e de maioria muçulmana, em um esforço massivo para silenciar as críticas a Israel.

Múltiplas fontes independentes dentro da Meta confirmaram a autenticidade das informações fornecidas pelos denunciantes.

Os dados também mostram que a Meta removeu mais de 90.000 postagens para cumprir as TDRs enviadas pelo governo israelense em uma média de 30 segundos.

A Meta também expandiu significativamente as remoções automatizadas desde 7 de outubro, resultando em cerca de 38,8 milhões de postagens adicionais sendo “acionadas” no Facebook e Instagram desde o final de 2023. “Acionadas” em termos do Facebook significa que uma postagem foi removida, banida ou suprimida.

Solicitações de remoção
Todos os TDRs do governo israelense posteriores a 7 de outubro contêm exatamente o mesmo texto de denúncia, de acordo com as informações vazadas, independentemente da substância do conteúdo subjacente contestado.

Fontes afirmaram que nenhum TDR israelense descreve a natureza exata do conteúdo denunciado, embora as solicitações vinculem a uma média de 15 peças de conteúdo diferentes.

Em vez disso, os relatórios simplesmente afirmam, além de uma descrição dos ataques de 7 de outubro, que:

Esta é uma solicitação urgente referente a vídeos postados no Facebook com conteúdo incitador. O arquivo anexado a esta solicitação contém links para conteúdo que viola os artigos 24(a) e 24(b) da Lei Antiterrorismo de Israel (2016), que proíbe a incitação ao terrorismo, o elogio a atos de terrorismo e a identificação ou apoio a organizações terroristas. Além disso, vários dos links violam o artigo 2(4) da Lei de Proteção à Privacidade (1982), que proíbe a publicação de imagens em circunstâncias que possam humilhar a pessoa retratada, pois contêm imagens de pessoas mortas, feridas e sequestradas. Além disso, segundo nosso entendimento, o conteúdo do relatório em anexo viola os padrões da comunidade do Facebook.

O sistema de fiscalização de conteúdo da Meta processa os relatórios enviados pelos usuários por diferentes caminhos, dependendo de quem os está denunciando.

Usuários comuns podem denunciar postagens por meio da função de denúncia integrada da plataforma, acionando uma revisão.

As postagens denunciadas são normalmente rotuladas como violadoras ou não violadoras por modelos de aprendizado de máquina, embora, às vezes, moderadores humanos também as revisem.

Se a IA atribuir uma pontuação de confiança alta, indicando uma violação, a postagem será removida automaticamente. Se a pontuação de confiança for baixa, moderadores humanos revisam a postagem antes de decidir se devem ou não tomar medidas.

Governos e organizações, por outro lado, têm canais privilegiados para acionar a revisão de conteúdo. Os relatórios enviados por esses canais recebem maior prioridade e quase sempre são revisados ​​por moderadores humanos, e não por IA.

Após a revisão humana, as avaliações são realimentadas no sistema de IA do Meta para ajudá-lo a avaliar melhor conteúdo semelhante no futuro.

Embora usuários comuns também possam registrar TDRs, eles raramente são atendidos. TDRs enviados por governos têm muito mais probabilidade de resultar na remoção de conteúdo.

A Meta atendeu amplamente às solicitações de Israel, abrindo uma exceção para a conta do governo, removendo postagens sem revisão humana, de acordo com os denunciantes, enquanto ainda alimentava esses dados de volta à IA da Meta.

Um relatório da Human Rights Watch (HRW) que investiga a moderação de conteúdo pró-Palestina pela Meta após 7 de outubro descobriu que, das 1.050 postagens que a HRW documentou como removidas ou suprimidas no Facebook ou Instagram, 1.049 envolviam conteúdo pacífico em apoio à Palestina, enquanto apenas uma postagem era de conteúdo em apoio a Israel.

Uma fonte da Organização de Integridade da Meta confirmou que revisões internas de sua moderação automatizada descobriram que conteúdo pró-Palestina que não violava as políticas da Meta era frequentemente removido.

Em outros casos, conteúdo pró-Palestina que deveria ter sido simplesmente removido recebeu um “strike”, o que indica uma ofensa mais grave. Caso uma única conta receba muitos strikes pelo conteúdo que publica, toda a conta pode ser removida das plataformas Meta.

Quando preocupações sobre o excesso de fiscalização contra conteúdo pró-Palestina foram levantadas dentro da Organização para a Integridade, disse a fonte, a liderança respondeu dizendo que preferia impor uma fiscalização excessiva contra conteúdo potencialmente violador, em vez de uma fiscalização insuficiente e correr o risco de deixar conteúdo violador ativo nas plataformas Meta.

Remover, impedir, suspender
Dentro da Meta, vários cargos de liderança importantes são ocupados por figuras com conexões pessoais com o governo israelense.

A Organização para a Integridade é comandada por Guy Rosen, um ex-oficial militar israelense que serviu na unidade de inteligência de sinais do exército israelense, a Unidade 8200.

Rosen foi o fundador da Onavo, uma empresa de análise de dados web e VPN que o então Facebook adquiriu em outubro de 2013.

(Reportagens anteriores revelaram que, antes de adquirir a empresa, o Facebook usava dados coletados pela Onavo de seus usuários de VPN para monitorar o desempenho de concorrentes — parte do comportamento anticompetitivo alegado pela Comissão Federal de Comércio (FTC) durante o governo Biden em seu processo contra a Meta.)

A Organização para a Integridade de Rosen trabalha em sinergia com a Organização de Políticas da Meta, de acordo com funcionários. A Organização de Políticas define as regras e a Organização de Integridade as aplica — mas as duas se retroalimentam, disseram eles.

“Mudanças nas políticas geralmente são impulsionadas por dados da organização de integridade”, explicou um funcionário da Meta.

A partir deste ano, Joel Kaplan substituiu Nick Clegg como chefe da Organização de Políticas. Kaplan é um ex-funcionário do governo Bush que trabalhou com autoridades israelenses no passado no combate à “incitação online”.

A Diretora de Políticas Públicas da Meta para Israel e a Diáspora Judaica, Jordana Cutler, também interveio para investigar conteúdo pró-Palestina.

Cutler é uma ex-autoridade sênior do governo israelense e conselheira do Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu. Cutler teria usado sua função para sinalizar conteúdo pró-Palestina.

De acordo com comunicações internas analisadas pelo Drop Site, em março, Cutler instruiu ativamente os funcionários da empresa a pesquisar e analisar conteúdo que mencionasse Ghassan Kanafani, um romancista árabe considerado um pioneiro da literatura palestina.

Imediatamente antes de ingressar na Meta como formuladora sênior de políticas, ela passou quase três anos como Chefe de Gabinete na Embaixada de Israel em Washington, D.C. — e quase cinco anos como adjunta de um dos conselheiros seniores de Netanyahu, antes de se tornar sua conselheira para Assuntos da Diáspora.

De acordo com informações internas analisadas pelo Drop Site, Cutler continuou a exigir a revisão de conteúdo relacionado a Kanafani, de acordo com a política do Meta de “Glorificação, Apoio ou Representação” de indivíduos ou organizações “que proclamam uma missão violenta ou estão envolvidos em violência para ter presença em nossas plataformas”.

Kanafani, morto em um atentado com carro-bomba em 1972 orquestrado pelo Mossad, atuou como porta-voz do grupo nacionalista palestino de esquerda, a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP).

A FPLP foi classificada como grupo terrorista mais de um quarto de século após sua morte, o que, de acordo com as diretrizes do Meta e os esforços de Cutler, serve de base para sinalizar seu conteúdo para remoção, greves e possível suspensão.

Escopo global
Os documentos vazados revelam que as solicitações de remoção de Israel têm como alvo majoritariamente usuários de países de maioria árabe e muçulmana, sendo os 12 países mais afetados:

  • Egito (21,1%),
  • Jordânia (16,6%),
  • Palestina (15,6%),
  • Argélia (8,2%),
  • Iêmen (7,5%),
  • Tunísia (3,3%),
  • Marrocos (2,9%),
  • Arábia Saudita (2,7%),
  • Líbano (2,6%),
  • Iraque (2,6%),
  • Síria (2%),
  • Turquia (1,5%).

No total, usuários de mais de 60 países relataram censura de conteúdo relacionado à Palestina, de acordo com a Human Rights Watch — com postagens removidas, contas suspensas e visibilidade reduzida por meio de banimentos indiretos.

Notavelmente, apenas 1,3% das solicitações de remoção de Israel têm como alvo usuários israelenses, tornando Israel uma exceção entre os governos que normalmente concentram seus esforços de censura em seus próprios cidadãos.

Por exemplo, 63% das solicitações de remoção da Malásia têm como alvo conteúdo malaio e 95% das solicitações do Brasil têm como alvo conteúdo brasileiro.

Israel, no entanto, direcionou seus esforços de censura para o exterior, concentrando-se em silenciar críticos e narrativas que questionam suas políticas, particularmente no contexto do conflito em curso em Gaza e na Cisjordânia.

Apesar de a Meta estar ciente das táticas agressivas de censura de Israel há pelo menos sete anos, de acordo com denunciantes da Meta, a empresa não conseguiu coibir o abuso.

Em vez disso, disse um deles, a empresa “forneceu ativamente ao governo israelense um ponto de entrada legal para a execução de sua campanha de censura em massa”.

Categorias
Cotidiano

Tráfico na rede: criminosos vendem espécies ameaçadas de extinção em grupos on-line

Grupos dedicados à venda de animais exóticos no Facebook e WhatsApp se tornaram uma plataforma para o tráfico de animais silvestres ameaçados de extinção. Nas redes, são vendidos, entre outros bichos, macacos-pregos, araras-azuis e saguis, além de documentos que prometem forjar a legalização de animais, que são capturados da natureza e vendidos até sob demanda.

O Metrópoles acompanhou grupos usados por traficantes para o comércio de animais selvagens. A maior parte dos anúncios é de venda de cobras, lagartos e aranhas. No entanto, não é difícil achar pessoas anunciando animais selvagens de origem ilegal. No grupo “Exóticos Brasil 🇧🇷”, basta uma simples busca pela palavra “macaco” e dezenas de posts anunciando a venda de saguis, macacos-mão-de-ouro e macacos-prego são facilmente encontrados.

O mesmo vale para araras-azuis e canindés, ambas ameaçadas de extinção, que têm seu comércio livremente anunciado em grupos on-line.

Os preços de macacos-pregos por exemplo, variam entre R$ 4 mil e R$ 6 mil, a depender do anúncio, que normalmente vem acompanhado da cidade em que o animal será retirado.

Negociação com traficante
Nos últimos dois meses, o Metrópoles esteve em contato com um homem que anunciava a venda de macacos em grupo do Facebook. Em conversa com o traficante, o homem chamado Carlos explicou que um macaco-mão-de-ouro (com cerca de 1 mês de idade) custaria R$ 4 mil, enquanto um macaco-prego (com máximo de 70 dias de idade) sairia pelo preço de R$ 6 mil, e um sagui por R$ 700.

Questionado se os animais eram legalizados, Carlos respondeu prontamente: “Não. Legalizado você vai pagar R$ 80 mil, né?”.

Carlos esclarece que “não trabalha com animais velhos, para não ter dor-de-cabeça”. O homem também dá dicas e diz que prefere criar macacos-mão-de-ouro a macacos-pregos.

“Na minha opinião, curto mais o mão-de-ouro. Ele é mais fácil de lidar, bem pegajoso, carinhoso”, pontuou o traficante.

No WhatsApp, Carlos usava a ferramenta de “status” do aplicativo de mensagens para vender todos os tipos de animais, como lagartos, araras-azuis, araras-canindés, periquitos, papagaios, macacos e até documentos que permitiriam a legalização do animal vendido.

“Arara-azul mansa de tudo, chama no precinho”, dizia um dos anúncios, acompanhado do vídeo do animal, que está ameaçado de extinção.

Para a reportagem, o homem explicou como funcionaria o comércio de um macaco-prego, que custaria R$ 6 mil. Esta venda, especificamente, ocorreria sob demanda. Segundo ele, o fornecedor disse que deveria ter um macaco-prego para vender em cerca de 15 dias.

Primeiro, seria necessário pagar um “sinal”, um adiantamento de 50% do valor para o fornecedor que iria capturar o animal na natureza. O resto do montante iria diretamente para Carlos, que intermediaria a transação. O animal poderia ser retirado em São Paulo, capital, onde o traficante vive. Por um preço maior, o bicho também poderia ser enviado por frete para qualquer estado do país.

Além do macaco-prego, Carlos ofereceu documento, que, segundo ele, falsificaria a origem a regularizaria o animal capturado na natureza. A falsificação sairia por mais R$ 1,7 mil.

“A documentação para legalizar é bem básica: precisa do seu nome completo, o proprietário do animal, RG, CPF e o endereço onde vai chegar a documentação com o microchip. O chip você mesmo aplica. Não tem muito segredo, não.”

Facebook
Em julho do ano passado, o Facebook foi multado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em R$ 10,1 milhões devido à venda ilegal de animais silvestres na plataforma.

De acordo com um auto de infração, traficantes usaram a rede social para vender ao menos 2.227 espécimes da fauna silvestre nativa sem a devida licença.

Estudo feito pela Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas), em parceria com a Nortrhumbria Universaty, do Reino Unido, indica que dezenas de milhões de animais selvagens são comercializados todo ano no Brasil. A venda ilegal explodiu com o avanço da tecnologia, que criou redes internacionais de contatos.

Contatada pelo Metrópoles, a Meta, dona do Facebook, afirmou que o grupo “Exóticos Brasil 🇧🇷” foi removido por violar as políticas da rede social.

“Não permitimos conteúdo sobre compra, venda, comércio, doação ou oferta de espécies em vida selvagem, e removemos tais conteúdos quando tomamos conhecimento deles em nossa plataforma. Usamos uma combinação de tecnologia e revisão humana para aplicar essas regras, e cooperamos com autoridades locais nessa área”, disse a empresa por meio de nota enviada à reportagem.

Apoie o Antropofagista com qualquer valor

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197
Operação: 1288
Poupança: 772850953-6
PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição

Categorias
Uncategorized

É para rir? Wajngarten diz que Bolsonaro estava medicado quando publicou informações falsas sobre eleições

Desde quando medicamentos mudam o caráter da pessoa?

Defesa de Bolsonaro diz que ex-presidente ia mandar vídeo por WhatsApp, mas se enganou e publicou no Facebook.

De acordo com o Metrópoles, a defesa de Jair Bolsonaro (PL) alegou à Polícia Federal, nesta quarta-feira (26/4), que o ex-presidente estava sob efeitos de remédios quando compartilhou vídeo com informações falsas que questionam o resultado da última eleição. Após a publicação nas redes sociais, o ex-mandatário virou alvo de inquérito que apura os responsáveis pelos atos golpistas de 8 de janeiro.

A informação foi divulgada pelo ex-ministro e advogado de Bolsonaro, Fabio Wajngarten. O ex-chefe da Secom reforçou que o próprio Bolsonaro repudiou os protestos violentos ocorrido em Brasília.

Investigado como um dos autores intelectuais e instigador dos atos, Bolsonaro também afirmou, em depoimento à PF, que a intenção era enviar o vídeo pelo WhatsApp —e não publicar no Facebook. O post foi apagado cerca de duas horas depois de ser publicado.

No vídeo compartilhado pelo ex-presidente, um procurador do estado de Mato Grosso do Sul divulga teses já desmentidas sobre as eleições de outubro. Diz, por exemplo, que o povo brasileiro não tem “poder” sobre o processo de apuração dos votos.

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197
Operação: 1288
Poupança: 772850953-6
PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição

Categorias
Opinião

O inacreditável absurdo do Facebook

Não é de hoje que a Meta do Facebook tem a meta de manter o controle estrume sobre seus usuários.

Não foi sem motivos que muita gente abandonou a plataforma que se transformou num genérico daquilo que já foi um dia, sobretudo com uma política canalha de direcionar publicações através de algoritmos.

Pior, a censura do Facebook que, por si só, já é absurda, é exercida com uma estupidez gigantesca de promover a vergonha alheia, tal a proteção e segurança que apregoa para o uso geral de quem utiliza dessa rede que, não demora, vira pó.

Está aí o maior tombo da história na bolsa de valores da empresa Meta.

Basta uma palavra que eles não compreendam ou simplesmente entendam fora de contexto para censurar tanto a publicação quanto o usuário, que é o mais comum.

Pessoas que utilizam essa ferramenta há mais 10 anos, que prometia liberdade social, mas se tornou uma rede empresarial, mergulhou no cinismo e na mesquinhez, mas sobretudo na ignorância, na falta de tato, na incultura e no pastiche da verdade única.

Hoje, em três matérias em que denunciamos a tragédia dos índios Yanomamis, utilizamos imagens chocantes de crianças e adultos indígenas com alto grau de desnutrição que fazem lembrar campos de concentração.

Mas como eram fotos de índios Yanomamis, a maioria nua, o Facebook ignorou a cultura dos povos originários do Brasil, ofendendo o país, com uma atitude inacreditavelmente medieval e ainda teve a pachorra de enviar para a página do blog, a comunicação de que as três matérias sobre os indígenas violaram as regras do Facebook, nudez, e que, portanto, elas foram excluídas com a ameaça da página ser banida, junto com seus administradores.

Isso é uma das maiores afrontas à cultura brasileira.

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197
Operação: 1288
Poupança: 772850953-6
PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição

Categorias
Uncategorized

Contas de Luciano Hang no Instagram e no Facebook são suspensas após operação

“Onde está a democracia e a liberdade de expressão?”, questionou o empresário; PF fez buscas em 3 imóveis dele.

O empresário Luciano Hang, dono da Havan, relatou no Twitter que a sua conta no Instagram foi “derrubada” depois da operação da Polícia Federal. O órgão cumpriu mandados de buscas e apreensão em 3 imóveis do empresário, em Santa Catarina. A ordem judicial também estipulava o bloqueio de perfis dos empresário em redes sociais.

“Acabaram de derrubar meu Instagram. Onde está a democracia e a liberdade de pensamento e de expressão? Tenho certeza que este era o objetivo de toda essa narrativa: tentar me calar. Vivemos momentos sombrios, mas vamos vencer”, publicou Hang, que disse ter sido “tratado como um bandido” durante a operação.

Além de Hang, 7 empresários foram alvos de buscas. Eles são investigados por trocarem mensagens nas quais falam que um “golpe” seria melhor do que um novo mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os empresários indicaram que preferem o presidente Jair Bolsonaro (PL).

Os mandados foram expedidos por determinação do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) e presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes.

Além dos mandados de busca e apreensão, Moraes também determinou: bloqueio de contas bancárias dos empresários;

bloqueio de perfis dos empresários nas redes sociais; e quebra de sigilo bancário.

Ao acessar o perfil de Hang no Instagram há a seguinte mensagem: “Perfil restrito. Este perfil não está disponível na sua região”. A página do empresário também foi suspensa no Facebook.

Na descrição da restrição no Instagram, a rede social informa que recebeu “uma solicitação legal” para restringir o conteúdo. “Nós o analisamos em relação às nossas políticas e realizamos uma avaliação

legal e de direitos humanos. Após a análise, restringimos o acesso ao conteúdo na localização em que ele vai contra a lei local. Você pode saber mais sobre restrições de conteúdo na nossa Transparency Center”, afirma.

Luciano Hang publicou um vídeo afirmando que tentaram calar sua voz. Segundo o empresário, sua conta tinha 5,2 milhões de seguidores. “Somos muitos, somos milhões. Juntos nossa voz vai mais longe. Não existe democracia sem liberdade”.

Assista:

*Com Poder360

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197

Operação: 1288

Poupança: 772850953-6

PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição

Categorias
Política

Militares controlavam perfis falsos que espalhavam mentiras sobre a Amazônia

Páginas derrubadas pelo Facebook eram de oficiais do Exército que criticavam ONGs ambientais e elogiavam governo federal, informa o Brasil de Fato.

Uma rede de páginas e perfis com informações falsas sobre a Amazônia foi derrubada pelo Facebook. A descoberta foi publicada na última semana em um relatório da empresa Meta, que controla a plataforma, e confirmada pela Graphika, companhia que faz análises das redes sociais.

Segundo o relatório, a estratégia de desinformação era coordenada por dois oficiais ativos do Exército, que não tiveram os nomes divulgados. O vínculo com as Forças Armadas foi confirmado após o cruzamento de informações dos perfis com dados públicos. Os servidores se passavam por ONGs fictícias e ativistas ambientais.

O grupo divulgava estatísticas e notícias incorretas sobre o desmatamento, retratando o governo brasileiro e os militares de forma positiva. Entre as entidades ambientais do mundo real, é consenso que Jair Bolsonaro (PL) conduz o maior retrocesso ambiental da história do país.

Foram deletados 14 perfis falsos, nove páginas, além de 39 contas no Instagram e outras no Twitter. Ao todo, as contas tinham 25 mil seguidores.

Militares institucionalizaram produção de fake news, diz pesquisador

“Nós não deveríamos ficar surpresos porque a tática de contrainformação faz parte dos manuais militares. Isso existe desde sempre”, afirma Jonas Valente, mestre em Comunicação e doutor em Sociologia pela Universidade de Brasília, onde estudou a regulação da internet.

Para o acadêmico, a revelação indica que os militares transformaram a produção de fake news em uma estratégia institucional.

“O que a gente está vendo agora é a construção de uma síntese entre uma tradição da contrainformação e desinformação militar por um lado, e os métodos que já vinham sendo empregados de construir perfis falsos do bolsonarismo por outro lado”, avalia.

As mensagens propagadas estavam em sintonia com o discurso de Bolsonaro. O presidente é um ferrenho crítico das ONGs que denunciam o governo por estimular crimes ambientais.

O avatar utilizado para difamar as entidades ambientais se chamava “O fiscal das ONGs”. O nome é parecido com uma página verdadeira, “Fiscal do Ibama”, perfil colaborativo com mais de 140 mil seguidores que denuncia, com informações verídicas, o desmonte da política ambiental.

Desinformação expõe indígenas a risco, diz Observatório do Clima

O Observatório do Clima, que reúne 70 entidades socioambientais com atuação no Brasil, aponta que a desinformação coloca em risco quem está na floresta lutando contra a devastação.

“Quem faz hoje o trabalho da preservação do meio ambiente e denuncia os crimes ambientais está extremamente exposto. E ficam ainda mais quando pessoas como esses militares ficam veiculando mentiras e difamando ONGs que fazem o seu trabalho”, critica o secretário executivo do Observatório do Clima, Marcio Astrini.

“Os prejudicados não são apenas ONGs, são principalmente populações indígenas, pessoas que vivem na floresta e que fazem da sua vida a proteção ambiental e do patrimônio natural do nosso país”, complementa.

Desmatamento alto compromete imagem dos militares

No governo Bolsonaro (PL), o Exército ganhou protagonismo inédito na política de combate ao desmatamento na Floresta Amazônica. A coordenação está centralizada no Conselho Nacional da Amazônia Legal (CNAL), criado e abandonado na década de 90, mas reativado por Bolsonaro.

Dirigido pelo vice-presidente, general Hamilton Mourão, o Conselho é composto exclusivamente por militares, sem representantes de órgãos de monitoramento ou da sociedade civil.

Enquanto isso, órgãos ambientais federais especializados passaram por um processo de sabotagem, com cada vez menos orçamento e normas internas que dificultam ações de fiscalização e monitoramento.

O Observatório do Clima classifica o episódio como um “crime grave” e pede punição aos envolvidos. O secretário executivo da entidade lembra que os militares já tiveram papel decisivo no combate a crimes ambientais, quando suas ações estavam em sintonia com o planejamento de órgãos ambientais especializados.

“As Forças Armadas, que foram extremamente importantes, deixaram de ser porque a ordem do governo não é para acabar com o desmatamento. Mas o Brasil, quando, de 2004 a 2012, diminuiu o desmatamento da Amazônia em mais de 80%, só fez isso com a ajuda do Exército”, ressalta Astrini.

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação de qualidade e independência.

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Caixa Econômica Agência: 0197

Operação: 1288

Poupança: 772850953-6

PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição

Categorias
Uncategorized

Facebook autoriza incitação à violência contra russos, só mostra que ele manipula, pior, tem lado como sempre denunciamos aqui

A disseminação da russofobia pelo mundo ocidental ganhou um novo capítulo nesta quinta-feira (10). Segundo reportagem da agência Reuters, a big tech estadunidense Meta liberou o compartilhamento de conteúdos que estimulem a violência contra a população da Rússia no Facebook e no Instagram diante da guerra na Ucrânia.

“Como resultado da invasão russa da Ucrânia, temporariamente permitimos formas de expressão política que normalmente violariam nossas regras, como discurso violento como ‘morte aos invasores russos'”, diz comunicado enviado à Reuters por um porta-voz da Meta. Segundo ele não serão permitidas mensagens de violência contra civis russos, mas um e-mail enviado aos moderadores da plataforma deixa explícita a brecha de incitação à violência e à russofobia.

Nessa mensagem, em que a Meta comunica as mudança nas políticas aos seus moderadores, é explicitamente liberado o discurso de ódio contra soldados russos e a russos, no contexto da invasão. “Estamos emitindo uma permissão para discurso violento que de outra forma seria removido sob a política de Discurso de Ódio quando: (a) atingir soldados russos, EXCETO prisioneiros de guerra, ou (b) atingir russos onde é claro que o contexto é a invasão russa da Ucrânia (por exemplo, o conteúdo menciona a invasão, autodefesa etc.)”, diz o e-mail obtido pela Reuters.

“Estamos fazendo isso porque observamos que, neste contexto específico, ‘soldados russos’ estão sendo usados ??como substitutos para os militares russos. A política de discurso de ódio continua a proibir ataques a russos”, diz a plataforma.

A liberação do discurso de ódio na plataforma acontece na Rússia, na Ucrânia e em países do Leste Europeu – Armênia, Azerbaijão, Estônia, Geórgia, Hungria, Letônia, Lituânia, Polônia, Romênia e Eslováquia.

A Rússia baniu o Facebook após a rede social impor restrições a veículos de comunicação russos, como RT e Sputnik.

Diante da guerra na Ucrânia, artistas russos, pratos típicos e até a vodka tem sofrido boicote no exterior, em uma explícita campanha de russofobia.

*Com Forum

Siga-nos no Telegram

Caros Leitores, precisamos de um pouco mais de sua atenção

Nossos apoiadores estão sendo fundamentais para seguirmos nosso trabalho. Leitores, na medida de suas possibilidades, têm contribuído de forma decisiva para isso.

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação de qualidade e independência.

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Caixa Econômica

Agência: 0197

Operação: 1288

Poupança: 772850953-6

PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição

Categorias
Mundo

Recorde: Facebook, perde mais de US$ 200 bilhões em valor de mercado e leva maior tombo da história dos EUA

Empresa superou quedas históricas de Apple, Microsoft e Tesla, segundo a imprensa americana. Ações da Meta caíram 26% após resultados negativos.

A Meta, dona do Facebook, perdeu US$ 239,4 bilhões em valor de mercado nesta quinta-feira (3), depois de as ações da empresa despencarem 26% com a divulgação dos resultados do último trimestre de 2021, informa o G1.

Esse é o maior tombo em um dia para empresas dos Estados Unidos, de acordo com a imprensa americana.

Entre outras desvalorizações bruscas aparecem os US$ 180 bilhões perdidos pela Apple em setembro de 2020; US$ 178 bilhões pela Microsoft em março de 2020 e US$ 140 bilhões pela Tesla, em novembro de 2021.

Os investidores reagiram mal após o Facebook informar que perdeu cerca de 500 mil usuários ativos diários ao redor do mundo nos últimos três meses. Foi a primeira queda nesse número na história da empresa, lançada em 2004.

Além disso, a companhia disse esperar um crescimento lento da receita no próximo trimestre.

A companhia já experimentou algo parecido, em julho de 2018, quando perdeu US$ 120 bilhões em valor de mercado.

Siga-nos no Telegram

Caros Leitores, precisamos de um pouco mais de sua atenção

Nossos apoiadores estão sendo fundamentais para seguirmos nosso trabalho. Leitores, na medida de suas possibilidades, têm contribuído de forma decisiva para isso. Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação de qualidade e independência.

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Caixa Econômica

Agência: 0197
Operação: 1288
Poupança: 772850953-6

PIX: 45013993768

Agradecemos imensamente a sua contribuição

Categorias
Mundo

‘Facebook papers’: quais são as acusações contra a gigante da tecnologia

Documentos internos revelados por ex-funcionária, e divulgado pela mídia americana, colocam empresa em meio a novo escândalo. Grupo acaba de mudar de nome, e agora se chama Meta.

O Facebook mudou o nome da empresa controladora do grupo, que reúne Instagram e WhatsApp, para Meta. A mudança aconteceu em meio ao escândalo de documentos internos vazados, um caso que ficou conhecido como “Facebook Papers”.

A estratégia de trocar o Facebook Inc. para Meta Plataforms Inc. é vista como uma tentativa de se afastar das recentes polêmicas, mas também está diretamente ligada com o projeto de metaverso da gigante de tecnologia, um ambiente virtual que promete criar todo um mundo tecnológico para convivência.

Durante a série de vazamentos, a empresa negou algumas das acusações, além de dizer que muitas das informações veiculadas foram tiradas do contexto.

Ao g1, a empresa disse que “a premissa central nestas histórias é falsa” e afirmou que tem mais de 40 mil pessoas “trabalhando para deixar as pessoas seguras”(veja mais explicações da empresa na reportagem).

  • Celebridades tratadas de forma diferente: em um sistema conhecido como XCheck (verificação cruzada), certos perfis, como o de esportistas e políticos, eram submetidos a regras diferentes sobre o conteúdo que poderiam postar.
  • Negligência diante de atos criminosos: funcionários relatam que a resposta da empresa era “fraca” diante de alertas relacionados a cartéis de droga e tráfico de pessoas operados na plataforma.
  • Instagram “tóxico”: uma pesquisa conduzida pela empresa apurou como o Instagram estava afetando adolescentes, mas não compartilhou resultados que sugeriam que a plataforma é um lugar “tóxico” para muitos jovens.
  • Algoritmos que incitam ódio: o Facebook tentou tornar plataforma mais saudável, mas ela ficou mais violenta. A empresa mudou o algoritmo em 2018 para aproximar usuários de seus amigos e familiares, mas identificou que a alteração teve o efeito contrário. Mark Zuckerberg teria resistido a fazer mudanças por entender que elas fariam usuários interagirem menos.
  • Demora para mudar falha conhecida: atraso para reverter o engajamento de postagens com o botão “raiva”, sabidamente relacionado a conteúdos “tóxicos” e com desinformação.
  • Dúvidas sobre usuários ativos: uma apresentação interna sugeriu que a empresa não sabia a quantidade de usuários ativos. No documento, executivos afirmaram que o fenômeno de usuários com várias contas era “muito prevalente” entre os novos cadastros. A empresa teria analisado 5.000 cadastros e concluído que, no máximo, 56% eram de usuários reais.
  • Moderação com relação a atividades extremistas: diminuição dos esforços para policiar conteúdo que promovesse violência, desinformação e discurso de ódio após as eleições americanas, o que teria aberto espaço para a organização da invasão do Capitólio.

Delatora foi ao congresso dos EUA

No início de outubro, Frances Haugen, ex-gerente de produtos da rede social, testemunhou no Capitólio depois de vazar para as autoridades e o “Wall Street Journal” documentos internos que detalham como o Facebook sabia que seus sites eram potencialmente prejudiciais para a saúde mental dos jovens.

Haugen disse que quer fazer as pessoas entenderem que a rede social pode ser tão perigosa quanto útil e que, portanto, deve ser controlada.

Acusações de negligência

Depois do depoimento de Haugen, um conjunto de jornais dos Estados Unidos investigou relatórios internos da companhia. Em alguns dos relatos há demonstrações de esforços da empresa para controlar a escalada da desinformação, já em outros, preocupações da rede com sua perda de engajamento e reputação.

O que diz Facebook

O Facebook nega os argumentos de Haugen e afirma que a funcionária “tirou de contexto” os documentos para apresentar um “retrato infiel” da companhia.

O Facebook disse que “a premissa central nestas histórias é falsa”.

“Sim, somos um negócio e temos lucro. Mas a ideia de que lucramos às custas do bem-estar e da segurança das pessoas não compreende onde residem nossos próprios interesses comerciais. Temos mais de 40 mil pessoas trabalhando por um objetivo: manter as pessoas seguras no Facebook. Apenas em 2021, devemos investir mais de US$ 5 bilhões em segurança e integridade, mais do que qualquer outra empresa do setor de tecnologia mesmo quando considerada a nossa escala”, diz a companhia.

A empresa admitiu que as críticas à maneira como implementou seu sistema de verificação cruzada são “justas” — mas disse que o sistema foi projetado para criar “uma etapa adicional” quando o conteúdo postado exige maior compreensão.

O Facebook afirma ainda que muitos documentos citados pelo Wall Street Journal continham “informações desatualizadas e costuradas juntas para criar uma narrativa que encobre o ponto mais importante: o próprio Facebook identificou os problemas com verificação cruzada e vem trabalhando para resolvê-los”.

*Com informações do G1

Caros Leitores, precisamos de um pouco mais de sua atenção

Nossos apoiadores estão sendo fundamentais para seguirmos nosso trabalho. Leitores, na medida de suas possibilidades, têm contribuído de forma decisiva para isso. Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação de qualidade e independência.

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Caixa Econômica
Agência 0197
Operação 1288
Poupança: 772850953-6
Arlinda Celeste Alves da Silveira
CPF: 450. 139.937-68
PIX: 45013993768

Agradecemos imensamente a sua contribuição

Categorias
Brasil

Por que algoritmos das redes e dos próprios provedores ficam cada vez mais perigosos para a sociedade brasileira

Desde que o neoliberalismo inventou o produto para, depois, inventar o consumidor, muitos absurdos foram e são praticados por esta seita fundamentalista do consumo. Mas certamente o pior deles são os algoritimos. Isso é a praga capitalista do século 21.

E é aí nesse quesito que o neoliberalismo que é, em última análise, um pensamento de extrema direita, se apropria do fascismo para estabelecer verdades absolutas com uma outra forma de ditadura, a dos algoritmos.

A sociedade ainda não percebeu que tudo isso, junto e misturado, faz parte das estratégias dos negócios do mercado. Quando tudo isso ganha força governamental, como é o caso de Bolsonaro, faz-se a fusão entre os interesses políticos e comerciais no mesmo balaio e, longe de ter um pensamento minimamente refinado, as práticas de Bolsonaro chamam a atenção do planeta e, por isso, o Brasil está cada vez mais fechando portas para o mundo, porque, com Bolsonaro, o país se transformou no pior núcleo do neoliberalismo fascista.

Nós aqui do Antropofagista, temos insistido, e muito, em campanhas de doações para sustentar o blog, porque, assim como tantos outros blogs e canais do Youtube, estamos sofrendo um boicote nada silencioso de tudo o que envolve a suposta inteligência artificial que hoje opera na internet a favor da extrema direita, como confessaram os donos do Facebook e do Twitter.

Então, a senha é, qualquer pensamento progressista, sobretudo dos críticos a essa praga fascista, operar com os algoritmos no sentido oposto para que o debate e as informações se tornem cada vez mais invisíveis nas redes.

E quando isso não é possível, determinados posts ou mesmo vídeos no Youtube são desmonetizados, como ocorre frequentemente com o jornalista Bob Fernandes.

No nosso caso, o do Antropofagista, é muito simples de aferir o que está acontecendo, porque simplesmente, na medida em que aumenta o número de inscritos no blog e no sentido inversamente proporcional, caem os acessos e o trâmite, numa clara tentativa de sufocar financeiramente o nosso trabalho.

Mas para explicar melhor o que está ocorrendo, sugerimos que leiam esta matéria feita da BBC Brasil com Stuart Russell, professor da Universidade da Califórnia em Berkeley que dedica-se há décadas ao estudo da Inteligência Artificial (IA).

BBC – Russell usa a metáfora de um gênio de lâmpada atendendo aos desejos de seu mestre: “você pede ao gênio que te torne a pessoa mais rica do mundo, e assim acontece – mas só porque o gênio fez o resto das pessoas desaparecerem”, diz.

“(Na IA) construímos máquinas com o que chamo de modelos padrão: elas recebem objetivos que têm de conquistar ou otimizar, (ou seja), para os quais têm de encontrar a melhor solução possível. E aí levam a cabo essa ação.”

Mesmo que essa ação seja, na prática, prejudicial aos humanos, ele argumenta.

“Se construirmos a Inteligência Artificial de modo a otimizar um objetivo fixo dado por nós, elas (máquinas) serão quase como psicopatas – perseguindo esse objetivo e sendo completamente alheias a todo o restante, até mesmo se pedirmos a elas que parem.”

Um exemplo cotidiano disso, opina Russell, são os algoritmos que regem as redes sociais – que ficaram tão em evidência com a pane global que afetou Facebook, Instagram e WhatsApp durante cerca de seis horas em uma segunda-feira no início de outubro.

A tarefa principal desses algoritmos é favorecer a experiência do usuário nas redes sociais – por exemplo, coletando o máximo de informações possível sobre esse usuário e fornecendo a ele conteúdo que se adeque a suas preferências, fazendo com que ele permaneça mais tempo conectado.

Mesmo que isso ocorra às custas do bem-estar desse usuário ou da cidadania global, prossegue o pesquisador.

“As redes sociais criam vício, depressão, disfunção social, talvez extremismo, polarização da sociedade, talvez contribuam para espalhar desinformação. E está claro que seus algoritmos estão projetados para otimizar um objetivo: que as pessoas cliquem, que passem mais tempo engajadas com o conteúdo”, pontua Russell.

“E, ao otimizar essas quantidades, podem estar causando enormes problemas para a sociedade.”

No entanto, prossegue Russell, esses algoritmos não sofrem escrutínio o bastante para que possam ser verificados ou “consertados” – dessa forma, seguem trabalhando para otimizar seu objetivo, indiferentes ao dano colateral.

“(As redes sociais) não apenas estão otimizando a coisa errada, como também estão manipulando as pessoas, porque ao manipulá-las consegue-se aumentar seu engajamento. Se posso tornar você mais previsível, por exemplo transformando você em uma eco-terrorista extremista, posso te mandar conteúdo eco-terrorista e ter certeza de que você vai clicar, e assim maximizar meus cliques.”

Essas críticas foram reforçadas no início de outubro pela ex-funcionária do Facebook (e atual informante) Frances Haugen, que depôs em audiência no Congresso americano e afirmou que os sites e aplicativos da rede social “trazem danos às crianças, provocam divisões e enfraquecem a democracia”. O Facebook reagiu dizendo que Haugen não tem conhecimento suficiente para fazer tais afirmações.

IA com ‘valores humanos’

Russell, por sua vez, detalhará suas teorias a um público de pesquisadores brasileiros em 13 de outubro, durante a conferência magna do encontro da Academia Brasileira de Ciências, virtualmente.

O pesquisador, autor de Compatibilidade Humana: Inteligência Artificial e o Problema de Controle (sem versão no Brasil), é considerado pioneiro no campo que chama de “Inteligência Artificial compatível com a existência humana”.

“Precisamos de um tipo completamente diferente de sistemas de IA”

Esse tipo de IA, prossegue, teria de “saber” que possui limitações, que não pode cumprir seus objetivos a qualquer custo e que, mesmo sendo uma máquina, pode estar errado.

“Isso faria essa inteligência se comportar de um modo completamente diferente, mais cauteloso, (…) que vai pedir permissão antes de fazer algo quando não tiver certeza de se é o que queremos. E, no caso mais extremo, que queira ser desligada para não fazer algo que vá nos prejudicar. Essa é a minha principal mensagem.”

A teoria defendida por Russell não é consenso: há quem não considere ameaçador esse modelo vigente de Inteligência Artificial.

Um exemplo famoso dos dois lados desse debate ocorreu alguns anos atrás, em uma discordância pública entre os empresários de tecnologia Mark Zuckerberg e Elon Musk.

Uma reportagem do The New York Times contou que, em um jantar ocorrido em 2014, os dois empresários debateram entre si: Musk apontou que “genuinamente acreditava no perigo” de a Inteligência Artificial se tornar superior e subjugar os humanos.

Zuckerberg, porém, opinou que Musk estava sendo alarmista.

Em entrevista no mesmo ano, o criador do Facebook se considerou um “otimista” quanto à Inteligência Artificial e afirmou que críticos, como Musk, “estavam pintando cenários apocalípticos e irresponsáveis”.

“Sempre que ouço gente dizendo que a IA vai prejudicar as pessoas no futuro, penso que a tecnologia geralmente pode ser usada para o bem e para o mal, e você precisa ter cuidado a respeito de como a constrói e como ela vai ser usada. Mas acho questionável que se argumente por reduzir o ritmo do processo de IA. Não consigo entender isso.”

Já Musk argumentou que a IA é “potencialmente mais perigosa do que ogivas nucleares”.

Um lento e invisível ‘desastre nuclear’

Stuart Russell se soma à preocupação de Musk e também traça paralelos com os perigos da corrida nuclear.

“Acho que muitos (especialistas em tecnologia) consideram esse argumento (dos perigos da IA) ameaçador porque ele basicamente diz: ‘a disciplina a que nos dedicamos há diversas décadas é potencialmente um grande risco’. Algumas pessoas veem isso como ser contrário à Inteligência Artificial”, sustenta Russell.

“Mark Zuckerberg acha que os comentários de Elon Musk são anti-IA, mas isso me parece ridículo. É como dizer que a advertência de que uma bomba nuclear pode explodir é um argumento antifísica. Não é antifísica, é um complemento à física, por ter-se criado uma tecnologia tão poderosa que pode destruir o mundo. E de fato tivemos (os acidentes nucleares de) Chernobyl, Fukushima, e a indústria foi dizimada porque não prestou atenção suficiente aos riscos. Então, se você quer obter os benefícios da IA, tem de prestar atenção aos riscos.”

O atual descontrole sobre os algoritmos das redes sociais, argumenta Russell, pode causar “enormes problemas para a sociedade” também em escala global, mas, diferentemente de um desastre nuclear, “lentamente e de modo quase invisível”.

Como, então, reverter esse curso?

Para Russell, talvez seja necessário um redesenho completo dos algoritmos das redes sociais. Mas, antes, é preciso conhecê-los a fundo, opina.

‘Descobrir o que causa a polarização’

Elon Musk

Elon Musk já afirmou considerar a IA ‘potencialmente mais perigosa do que ogivas nucleares’

Russell aponta que no Facebook, por exemplo, nem mesmo o conselho independente encarregado de supervisionar a rede social tem acesso pleno ao algoritmo que faz a curadoria do conteúdo visto pelos usuários.

“Mas há um grupo grande de pesquisadores e um grande projeto em curso na Parceria Global em IA (GPAI, na sigla em inglês), trabalhando com uma grande rede social que não posso identificar, para obter acesso a dados e fazer experimentos”, diz Russell.

“O principal é fazer experimentos com grupos de controle, ver com as pessoas o que está causando a polarização social e a depressão, e (verificar) se mudar o algoritmo melhora isso.”

“Não estou dizendo para as pessoas pararem de usar as redes sociais, nem que elas são inerentemente más”, prossegue Russell. “(O problema) é a forma como os algoritmos funcionam, o uso de likes, de subir conteúdos (com base em preferências) ou de jogá-los para baixo. O modo como o algoritmo escolhe o que colocar no seu feed parece ser baseado em métricas prejudiciais às pessoas. Então precisamos colocar o benefício do usuário como objetivo principal e isso vai fazer as coisas funcionarem melhor e as pessoas ficarão felizes em usar seus sistemas.”

Não haverá uma resposta única sobre o que é “benéfico”. Portanto, argumenta o pesquisador, os algoritmos terão de adaptar esse conceito para cada usuário, individualmente – uma tarefa que, ele próprio admite, não é nada fácil. “Na verdade, essa (área das redes sociais) seria uma das mais difíceis onde se colocar em prática esse novo modelo de IA”, afirma.

“Acho que realmente teriam que começar do zero a coisa toda. É possível que acabemos entendendo a diferença entre manipulação aceitável e inaceitável. Por exemplo, no sistema educacional, manipulamos as crianças para torná-las cidadãos conhecedores, capazes, bem-sucedidos e bem integrados – e consideramos isso aceitável. Mas se o mesmo processo tornasse as crianças terroristas, seria uma manipulação inaceitável. Como, exatamente, diferenciar entre ambos? É uma questão bem difícil. As redes sociais realmente suscitam esses questionamentos bastante difíceis, que até filósofos têm dificuldade em responder.”

 

Caros Leitores, precisamos de um pouco mais de sua atenção

Nossos apoiadores estão sendo fundamentais para seguirmos nosso trabalho. Leitores, na medida de suas possibilidades, têm contribuído de forma decisiva para isso. Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação de qualidade e independência.

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Caixa Econômica
Agência 0197
Operação 1288
Poupança: 772850953-6
Arlinda Celeste Alves da Silveira
CPF: 450. 139.937-68
PIX: 45013993768

Agradecemos imensamente a sua contribuição