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Presidente da OAB reclama de falta de diálogo com Moro, que o chama de ‘militante político-partidário’

Em conversa com jornalistas nesta quarta-feira, 11, o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, criticou a relação com o Ministério da Justiça: “Não tem diálogo nenhum. Nem na ditadura isso acontecia”. Pelo Twitter, Moro respondeu: “Terei prazer em recebê-lo tão logo abandone a postura de militante político-partidário e as ofensas ao PR e a seus eleitores”.

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, fez duras críticas ao governo de Jair Bolsonaro nesta quarta-feira, 11, durante café da manhã com jornalistas.

Santa Cruz disse que aqueles que seguem apoiando o governo Bolsonaro, mesmo diante dos ataques aos direitos humanos e do desmonte do estado é porque têm algum “desvio de caráter”.

“Ele (Bolsonaro) preside para a minoria. Namora os 12% que apoiam a ditadura, de 12 a 20%, namora os 10% que são racistas, homofóbicos e machistas, ele namora os 10%… ele faz um conjunto de 30% dos piores sentimentos do povo brasileiro. Eu sinceramente acho que quem segue apoiando o governo… Estou convencido, e vou falar uma coisa dura. Quem segue apoiando o governo é porque tem algum desvio de caráter”, disse o presidente da OAB.

Santa Cruz disse ainda “não duvidar” da participação da família de Jair Bolsonaro no caso da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, e criticou a relação com o ministério da Justiça, comandado por Sérgio Moro. “Não tem diálogo nenhum. Nem na ditadura isso acontecia”.

Pelo Twitter, Moro respondeu o presidente da OAB. “Tenho grande respeito pela OAB, por sua história, e pela advocacia. Reclama o Presidente da OAB que não é recebido no MJSP. Terei prazer em recebê-lo tão logo abandone a postura de militante político-partidário e as ofensas ao PR e a seus eleitores”, disse o ministro.

E Moro recebe críticas:

 

 

*Com informações do 247

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Bolsonaristas tentam incendiar DCE da UFF durante ato em homenagem a Fernando Santa Cruz

A professora Dora Santa Cruz, irmã de Fernando e tia do atual Presidente da OAB Nacional, Felipe Santa Cruz, estava presente no ato organizado por ex-estudantes em homenagem ao militante morto pela ditadura

O vereador de Niterói (RJ), Paulo Eduardo Gomes (PSol), publicou em sua página no Facebook um relato afirmando que supostos “vândalos da extrema-direita” começaram a colocar fogo nas esculturas que ficam localizadas na frente do prédio do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal Fluminense (UFF), no Rio de Janeiro, durante ato de ex-estudantes em homenagem a Fernando Santa Cruz, pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz.

“A professora Dora Santa Cruz, irmã de Fernando e tia do atual Presidente da OAB Nacional, Felipe Santa Cruz, estava presente ao evento recebendo a homenagem quando supostamente vândalos de extrema direita começaram a colocar fogo nas esculturas que ficam localizadas na frente do prédio. A fumaça se espalhou por todo o prédio, que precisou ser parcialmente evacuado”, descreveu o vereador.

Fernando Santa Cruz foi alvo de fake news de Jair Bolsonaro, que teria dito que o ex-militante comunista teria sido morto por grupos de esquerda quando, na verdade, ele foi morto por agentes da ditadura militar no Brasil.

Leia o relato do vereador Paulo Gomes sobre o incêndio no DCE da UFF.

INCÊNDIO NO DCE DA UFF DURANTE HOMENAGEM DE EX-ESTUDANTES A FERNANDO SANTA CRUZ

Ex-estudantes da UFF da década de 70 que se autodenominam UffSauros marcaram uma festa de confraternização nesta noite de sexta-feira (06-09) no DCE da UFF onde fizeram uma homenagem ao militante Fernando Santa Cruz, que empresta seu nome ao prédio. A professora Dora Santa Cruz, irmã de Fernando e tia do atual Presidente da OAB Nacional, Felipe Santa Cruz, estava presente ao evento recebendo a homenagem quando supostamente vândalos de extrema direita começaram a colocar fogo nas esculturas que ficam localizadas na frente do prédio. A fumaça se espalhou por todo o prédio, que precisou ser parcialmente evacuado. O Corpo de Bombeiros chegou rapidamente e encontrou dificuldade para atenuar o fogo que parece ter sido criminosamente ateado com algum produto altamente inflamável. Os bombeiros ficaram por mais de meia hora para atenuar realmente o fogo nas estátuas. Logo após a festa continuou e o DCE foi normalmente reocupado pelas tradicionais atividades culturais de estudantes e ex-estudantes.
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O Vereador do PSOL em Niterói, Paulo Eduardo Gomes, estava presente ao evento e também teve que deixar o prédio por conta da fumaça.⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
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“Apesar deste fato ainda precisar ser investigado, tudo indica que se trata de mais uma manifestação de ódio de setores da extrema direita. Recentemente aprovamos um título de cidadão niteroiense post mortem para o Fernando Santa Cruz e de forma alguma iremos recuar de nossas manifestações em homenagem a pessoas que lutaram e enfrentaram os tempos sombrios da ditadura militar. Meu mandato irá cobrar uma investigação apurada do que aconteceu aqui hoje e não iremos tolerar nenhum crime de ódio em nossa cidade.”, afirmou o Vereador que irá encaminhar um pedido de investigação também para a Superintendência da Polícia Federal que é responsável por investigações de crimes no âmbito da Universidade Federal. ⠀⠀⠀⠀

 

*Com informações da Forum

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Bolsonaro crava: “Guedes é “chucro” e Moro é ingênuo”, ou seja, Guedes é burro e, Moro é tonto

“Se eu levantar a borduna, todo mundo vem atrás de mim”, disse ainda o presidente, sobre suas falas polêmicas dos últimos meses.

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse, durante café da manhã com jornalistas da Folha de S.Paulo no Palácio da Alvorada, nesta terça-feira (3), que o ministro da Justiça, Sergio Moro, era “ingênuo” até chegar no governo, assim como o ministro da Economia, Paulo Guedes, era “chucro” politicamente.

Segundo Bolsonaro, o ex-juiz não tinha a “malícia” que a política requer. Na sua avaliação, o nome de Moro não passaria hoje no Senado em uma indicação para ser ministro do STF (Supremo Tribunal Federal). Questionado sobre as especulações da possibilidade de Moro disputar a presidência em 2022, Bolsonaro respondeu em tom provocativo. “Já falamos, eu disse para ele que essa cadeira de super-homem é feita de kriptonita. Se quiser sentar, senta”, afirmou.

No mesmo café da manhã, o presidente disse que suas declarações polêmicas dos últimos meses, como a que tratou da morte do pai do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, na época da ditadura, são reações ao que chamou de “sacanagem” contra ele. Porém, ele afirmou que, apesar dos “ataques” que diz ter sofrido, não quis tomar nenhuma medida sobre o assunto. “Se eu levantar a borduna, todo mundo vai atrás de mim e eu não fiz isso ainda”, disse.

No encontro, o presidente ainda mencionou que o comando da Polícia Federal precisa dar uma “arejada” e chamou de “babaquice” a reação de integrantes da corporação às declarações dele sobre trocas em superintendências e na diretoria-geral.

 

 

*Com informações da Forum

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Presidente da OAB sofre ameaças de morte e pede abertura de inquérito policial

“Você não passa de um comunista igual ao seu pai, se acha um semideus por andar de carro blindado. Não se esqueça que existe explosivo C-4”, diz uma das mensagens.

Felipe Santa Cruz, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), notificou a Polícia Federal (PF), em função de inúmeras ameaças que vem sofrendo por meio das redes sociais, especialmente pelo Facebook e Twitter.

Por essa razão, Santa Cruz solicitou a abertura de um inquérito policial para investigar o caso, de acordo com a coluna de Lauro Jardim, de O Globo.

Em uma das tentativas de intimidação, um homem que se identifica como Breno Freire ameaça explodir o carro de Santa Cruz:

O automóvel utilizado pelo presidente da OAB realmente é blindado, o que não é suficiente para proteção de explosivos plásticos bélicos, como o C-4.

Santa Cruz, por medida segurança, decidiu cancelar sua ida a Nilópolis (RJ), onde participaria de um evento da OAB, nesta sexta-feira (2).

 

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Em vídeo, Claudio Guerra confessa que incinerou o corpo de Fernando Augusto Santa Cruz

Em vídeo postado no twitter por Ilma Tosta, Claudio Guerra, que foi delegado da Ordem Política e Social (DOPS) do Espírito Santo, em depoimento à Comissão da Verdade, em 2014, confessa que incinerou o corpo de Fernando Augusto Santa Cruz, pai do presidente da OAB Felipe Santa Cruz, na Usina Cambhyba, no Rio de Janeiro.

No depoimento, Guerra diz que pegava os corpos na Casa da Morte, em Petrópolis, espaço utilizado por militares e em um batalhão do Exército para queimá-los na usina.

Diferente do que disse Jair Bolsonaro o relatório da Comissão Nacional da Verdade, divulgado em 2014, indicou que Fernando Augusto Santa Cruz foi morto por órgãos de repressão da ditadura militar. No documento não há indícios de que Santa Cruz, integrante de um de revolucionários contrário os militares pudesse ter sido morto por seus correligionários como sugeriu Bolsonaro nesta segunda-feira (30).

Apesar de o corpo de Fernando Santa Cruz nunca ter sido encontrado, o relatório da Comissão apresenta duas hipóteses para o desaparecimento dele, ele teria sido incinerado no Rio de Janeiro ou enterrado como indigente em uma vala comum em São Paulo. Nos dois casos, a morte do pai do presidente da OAB é atribuída a agentes do Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna, DOI-CODI.

Essas hipóteses ganham força, porque um documento secreto da Aeronáutica, anexado ao relatório da CNV e divulgado pelo jornalista Bernardo Mello Franco confirma que Santa Cruz estava sob custódia do estado desde 22 de fevereiro de 1974.

Assista:

 

 

*Com informações do Uol

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Lula em carta a Felipe Santa Cruz: “Esse mau presidente revela seu caráter covarde”

Lula a Santa Cruz: “É como se violentassem o seu pai mais uma vez”
Em carta, ex-presidente se solidariza com presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, e seu pai, Fernando Santa Cruz, desrespeitado por Bolsonaro nesta segunda-feira (29).

Cúmplice da ditadura, Bolsonaro despreza assassinato de Santa Cruz
Nota do Instituto Lula em repúdio às declarações de Jair Bolsonaro
Personalidades internacionais aderem ao abaixo-assinado por Lula Livre

Após a preocupante falta de respeito de Bolsonaro à Fernando Santa Cruz, militante morto pelo regime militar, coube a um genuíno representante do povo agir com o devido apreço às vítimas desse sombrio período da história do país. O ex-presidente Lula enviou carta à Felipe Santa Cruz, filho de Fernando e atual presidente da OAB. No texto, Lula se solidariza com o advogado e ressalta a importância de lutar pelos que sofreram com a ditadura: “Sempre vamos reverenciar nossos verdadeiros heróis, e é isso que os tiranos não conseguem suportar”. Leia a carta na íntegra:

“Meu caro Felipe Santa Cruz,

Quero me solidarizar com você e sua família pela cruel desrespeito que os atingiu no dia de ontem. Só quem suportou o sofrimento de perder um ente querido, sem ter sequer o direito de velar seu corpo, poderá avaliar a dor que vocês sentem nesse momento. É como se violentassem o seu pai mais uma vez, e junto com ele todas as vítimas da ditadura.

O Brasil não merece ouvir as palavras de ódio de quem, pelo cargo que ocupa, deveria se referir com respeito aos que sacrificaram a vida pela liberdade em nosso país. Ao atacar os mais frágeis e os que nem podem mais se defender, esse mau presidente revela seu caráter covarde.

Nada poderá reparar o sacrifício de seu pai, meu caro Felipe, nem a ofensa brutal que o vitimou mais uma vez. Mas tenha certeza de que a imensa maioria do povo brasileiro ama a paz e a democracia. Sempre vamos reverenciar nossos verdadeiros heróis, e é isso que os tiranos não conseguem suportar.

Com o reconhecimento de sua corajosa defesa da democracia e da memória de Fernando Santa Cruz,

Luiz Inácio Lula da Silva”

Curitiba, 30 de junho de 2019.

 

*Do PT

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Só aparelho de mordaça pode conter Bolsonaro, diz Marco Aurélio Mello

O ministro Marco Aurélio Mello, do STF, reagiu aos últimos comentários agressivos de Jair Bolsonaro contra o presidente da OAB; o ministro defende que “só um aparelho de mordaça” pode conter Bolsonaro e ainda questiona: “Tempos estranhos. Aonde vamos parar?”

Ao ser perguntado sobre o que achou da fala do presidente Jair Bolsonaro (PSL-RJ) a respeito do desaparecimento de Fernando Santa Cruz, pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse, nesta terça-feira (30) ao blog de Tales Faria, no UOL: “No mais, apenas criando um aparelho de mordaça”.

Um outro ministro do STF ouvido pelo blog sob a condição de anonimato argumentou:

“O pior de tudo é o mau exemplo, a associação do sucesso político ou qualquer outro à incivilidade e à grosseria. Por outro lado, acho que pode ser um marco de como as pessoas não devem ser. A repugnância tem sido geral.”

O documento secreto RPB 655, elaborado pelo Comando Costeiro da Aeronáutica, mostra que Jair Bolsonaro mentiu, ao dizer, nesta segunda-feira, que Fernando Santa Cruz foi morto por militantes de esquerda. O relatório militar comprova que o pai do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, foi preso pelo regime em 22 de fevereiro de 1974, no Rio de Janeiro.

Há outros relatos que desmentem a versão de Bolsonaro para o fato. No livro “Memórias de uma Guerra Suja”, o escritor Marcelo Netto, ex-marido da jornalista Miriam Leitão, é descrito que Fernando foi morto, em 1974, pelos militares, em um local que ficou conhecido como “Casa da Morte”. O imóvel ficava na cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro.

O maior erro

Para o editor da Fórum, Renato Rovai, o ataque de Bolsonaro ao presidente da OAB foi o seu maior erro político até o momento. Rovai considera que ele ultrapassou alguns limites que podem começar a construir uma frente mais ampla pelo seu impeachment.

Um presidente começa a cair no Brasil quando perde, além da maioria no Congresso, também o apoio de algumas instituições. As principais: CNBB, OAB e ABI, que, mesmo bem menor, expressa um valor fundamental, a liberdade de imprensa.

 

*Com informações da Forum

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Grave: Anistia Internacional repudia declaração criminosa de Bolsonaro sobre a morte do pai do presidente da OAB

A diretora executiva da Anistia Internacional, Jurema Werneck, repudiou na tarde de hoje sobre a declaração do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), em relação à morte de Fernando Augusto Santa Cruz de Oliveira, um dos desaparecidos políticos durante a ditadura militar. Fernando era pai do atual presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Felipe Santa Cruz.

Jurema afirmou que o Estado brasileiro deveria assumir as suas responsabilidades em relação às mortes ocorridas durante o regime militar.

“O Brasil deve assumir sua responsabilidade, e adotar todas as medidas necessárias para que casos como esses sejam levados à justiça. O direito à memória, justiça, verdade e reparação das vitimas, sobreviventes e suas famílias deve ser defendido e promovido pelo Estado Brasileiro e seus representantes.”

Para ela, “é terrível que o filho de um desaparecido pela ditadura tenha que ouvir do presidente do Brasil, que deveria ser o defensor máximo do respeito e da justiça no país, declarações tão duras”, e completou dizendo que o Estado brasileiro deveria assumir a sua responsabilidade pelos crimes ocorridos neste período.

Mais cedo, ao reclamar sobre a atuação da OAB na investigação do caso de Adélio Bispo, autor do atentado à faca do qual foi alvo, Bolsonaro disse que poderia explicar a Santa Cruz como o pai dele desapareceu.

“Um dia se o presidente da OAB [Felipe Santa Cruz] quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, eu conto para ele. Ele não vai querer ouvir a verdade. Eu conto para ele”. (Jair Bolsonaro)

A diretora da Anistia reiterou o posicionamento da organização que luta pela elucidação de casos que envolvem violações aos direitos humanos.

“Defendemos a revogação da Lei de Anistia de 1979, eliminando os dispositivos que impedem a investigação e a sanção de graves violações de direitos humanos, a investigação e responsabilização dos crimes contra a humanidade cometidos por agentes do Estado durante o regime militar”, afirmou.

Integrou “grupo sanguinário”, diz Bolsonaro

Fernando Augusto Santa Cruz de Oliveira desapareceu em fevereiro de 1974, depois de ter sido preso por agentes do DOI-CODI, no Rio de Janeiro. Na época, Felipe tinha apenas 2 anos.

Fernando era integrante da Ação Popular Marxista-Leninista. Apesar dos relatórios da Comissão da Verdade não apresentarem provas da sua participação em lutas armadas, Bolsonaro deu a entender que o militante participou deste tipo de ato.

“Não é minha versão. É que a minha vivência me fez chegar às conclusões naquele momento. O pai dele integrou a Ação Popular, o grupo mais sanguinário e violento da guerrilha lá de Pernambuco, e veio a desaparecer no Rio de Janeiro”, complementou.

O presidente também atacou a OAB sobre o caso Adélio. “Por que a OAB impediu que a Polícia Federal entrasse no telefone de um dos caríssimos advogados [do Adélio]? Qual a intenção da OAB? Quem é essa OAB?”, questionou o presidente.

A reportagem entrou em contato com Felipe Santa Cruz mas não obteve resposta. A OAB informou que pretende divulgar nota sobre o tema ainda hoje.

 

*Do Uol

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Bolsonaro ataca presidente da OAB: “Um dia, se ele quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, conto pra ele”

Saiba como o pai do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz

Comissão Nacional da Verdade analisou o caso de Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira e não soube determinar exatamente os últimos dias do jovem, que foi capturado e morto pela Ditadura Militar.

O presidente Jair Bolsonaro, fã assumido do torturador e chefe do DOI-CODI/SP coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, gerou uma nova polêmica nesta segunda-feira (29) ao dizer que sabe o que aconteceu com o Fernando Santa Cruz, pai de Felipe Santa Cruz. “Um dia, se o presidente da OAB quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, conto pra ele. Ele não vai querer ouvir a verdade”, disse.

Fernando Augusto Santa Cruz de Oliveira, nascido em Recife, em 20 de fevereiro de 1948, estudava Direito na Universidade Federal Fluminense (UFF) e trabalhava como funcionário do Departamento de Águas e Energia Elétrica em São Paulo. Integrante da Ação Popular Marxista-Leninista, militava no movimento estudantil desde 67, quando era secundarista e participou de atos contra o acordo do MEC com a Usaid.

Em fevereiro 1974, Fernando, que havia se mudado para São Paulo, passava o carnaval no Rio de Janeiro. Segundo a Comissão da Verdade, no dia 23, foi encontrar um amigo, Eduardo Collier Filho, que sofria um processo na Justiça Militar. Avisou aos familiares que, caso não voltasse até ás 18h, estaria preso.

Não voltou. Então, os parentes de Fernando foram até a casa de Eduardo em busca de notícias e souberam que os dois haviam sido levados pelo Exército, possivelmente por agentes do DOI-CODI do I Exército, Rio de Janeiro. Depois desse dia eles nunca mais foram vistos.

Os familiares foram atrás do jovem de 26 anos no DOI-CODI do Rio de Janeiro e no DOI-CODI do II Exército, de São Paulo, mas receberam informações contraditórias e não conseguiram contatá-lo. Eles, então, passaram a buscar “superiores” e a enviar cartas ao comando do Exército, à primeira dama dos Estados Unidos, à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), a Dom Helder Câmara e a outras lideranças.

O caso foi levado pela Anistia Internacional ao Tribunal Bertrand Russel e pressionou o Estado Brasileiro, que reafirmou a condição de clandestino. No entanto um documento de 1978 do Ministério da Aeronáutica assume que Fernando foi preso em dia 22 de fevereiro de 1974, no Rio de Janeiro.

A partir daí há duas possibilidades: a primeira é a deles terem sido levados para o DOI-CODI/SP, segundo primeira informação obtida pela família, e sepultados no Cemitério Dom Bosco, em Perus; a segunda é a deles terem sido mandados para a Casa da Morte, em Petrópolis, e seus corpos levados para incineração em uma usina de açúcar.

Nas conclusões da Comissão Nacional da Verdade, o que aconteceu com Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira foi: “preso e morto por agentes do Estado brasileiro e permanece desaparecido, sem que os seus restos mortais tenham sido entregues à sua família. Essa ação foi cometida em um contexto de sistemáticas violações de direitos humanos perpetradas pela Ditadura Militar instaurada no Brasil em abril de 1964”.

O senador Franco Montoro (MDB-SP) foi um dos que cobrou do Estado uma resposta, assim como a CIDH, que, no dia 9 de dezembro de 1975, enviou às famílias a resposta fornecida pelo governo brasileiro. Segundo nota oficial, Fernando estaria na clandestinidade, enquanto Eduardo – contra quem havia sido expedido um mandado de prisão – estaria foragido.

O caso foi levado pela Anistia Internacional ao Tribunal Bertrand Russel e pressionou o Estado Brasileiro, que reafirmou a condição de clandestino. No entanto um documento de 1978 do Ministério da Aeronáutica assume que Fernando foi preso em dia 22 de fevereiro de 1974, no Rio de Janeiro.

A partir daí há duas possibilidades: a primeira é a deles terem sido levados para o DOI-CODI/SP, segundo primeira informação obtida pela família, e sepultados no Cemitério Dom Bosco, em Perus; a segunda é a deles terem sido mandados para a Casa da Morte, em Petrópolis, e seus corpos levados para incineração em uma usina de açúcar.

Nas conclusões da Comissão Nacional da Verdade, o que aconteceu com Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira foi: “preso e morto por agentes do Estado brasileiro e permanece desaparecido, sem que os seus restos mortais tenham sido entregues à sua família. Essa ação foi cometida em um contexto de sistemáticas violações de direitos humanos perpetradas pela Ditadura Militar instaurada no Brasil em abril de 1964”.

Fernando Santa Cruz hoje é homenageado no Diretório Central dos Estudantes da UFF, onde ele iniciou seus estudos de Direito. A universidade, inclusive, foi um dos primeiros alvos dos cortes na Educação promovidos por Jair Bolsonaro por “balbúrdia”.

 

*Com informações da Forum