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Lula presidente

Vídeo: Como um governo que tem General Heleno comandando a inteligência pode dar certo?

O General Heleno, também conhecido como gênio da inteligência logística, mandou seus espiões se infiltrarem na equipe de transição de Lula.

Com essa “inteligência” toda,o governo Bolsonaro não podia dar em outra coisa.

Imagine o resto da lambança.

O malandro agulha de pijama acha que todo mundo é otário como um bolsonarista de zap. O pijamão tardio tentou armar uma araponguice pra espionar a equipe de transição do Lula. A operação Tabajara não durou segundos e a picaretagem foi desmascarada e espinafrada.

Confira

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Misoginia: General Heleno defende “virilidade” de Bolsonaro em ataque à mulheres do PT

Ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional e um dos militares mais próximos de Jair Bolsonaro (PL), o general Augusto Heleno propagou ataque misógino a mulheres do PT em seu Whatsapp.

Na noite deste domingo (11), Heleno divulgou em seu status no WhatsApp um cartum que mostra caricaturas da ex-presidenta Dilma Rousseff e das deputadas Maria do Rosário (PT-RS), Benedita da Silva (PT-RJ) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ) onde está escrito: “PT manda sua tropa com canhões para provar que Bolsonaro não é imbroxável”, que é com “ch”.

Com o cartum, Augusto Heleno busca defender a virilidade e o discurso misógino de Bolsonaro, que puxou coro de “imbrochável” após beijar Michelle Bolsonaro no ato de 7 de Setembro.

Veja a imagem

*Com Forum

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A cara da derrota: O porquê do sumiço do general Heleno no lançamento da candidatura fúnebre de Bolsonaro

Todos nós sabemos que o general Heleno é um expressão de nada, ou seja, é uma expressão de si mesmo, é uma espécie de cloroquina fardada com data de validade vencida. Por isso mesmo é um tipo generão do governo falido de Bolsonaro, aonde Heleno cumpre o papel de general dos generais, daqueles que Bolsonaro rebocou de campeonato de peteca dos clubes militares.

No quesito inutilidade pública, general Heleno é o maior, fazendo inveja em Mourão, aquele que fala pouco, mas só fala besteira.

E se Heleno se destacou não pelo que falou, mas pelo que não falou com sua mudez no escândalo do esquema de peculato do clã Bolsonaro, conhecido como rachadinha, nada disse sobre a corrupção dentro dos ministérios da Saúde, Meio Ambiente e Educação, que foi fartamente publicizada, também se fez notar pelo perdido que deu no dia da convenção do Centrão (PL), que lançou a mórbida candidatura de Bolsonaro.

E aqui abre-se aspas para dizer que as três maiores estrelas que estiveram no evento, por serem os donos da festa, os mandatários desse governo, a quem de fato Bolsonaro obedece, que são, Ciro Nogueira, Valdemar da Costa Neto e Arthur Lira.

O que tinha de bolsonaristas no evento eram filhotes de caraminguás da patente de Daniel Silveira pra baixo.

Isso dá uma clara ideia de como se desintegrou o tal bolsonarismo. Vejam só, esse fato se deu mesmo antes de banqueiros, mídia e Fiesp se posicionarem frontalmente contra a campanha de Bolsonaro, o que só ocorreu depois que o idiota, sem perceber o tamanho do buraco em que está enfiado e, sem ter nada de positivo para mostrar na convenção, deu uma de beque de fazenda, dando um bico em nova expectativa que, novamente, será um grande fiasco para criar uma pauta política dos desesperados, requentando ataques ao STF, que o ignorou, para um novo 7 de setembro.

O fato é que aquele tenor de ópera às avessas, chamado general Heleno, que em 2018, cantou numa convenção em prol de Bolsonaro, “se gritar pega Centrão, não fica um, meu irmão”, sumiu, ninguém viu, mostrando que o governo Bolsonaro faliu.

Por isso o general fugiu da guerra.

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Carluxo e a caricatura do Brasil na Rússia

A cena registrada pela mídia, em que Carlos Bolsonaro (Carluxo) aparece no centro da mesa de negociação com autoridades russas, é de estarrecer.

A primeira coisa que vem à cabeça é que o Brasil acabou.

O pai de Carluxo, Jair Bolsonaro, resolveu honrá-lo com o assento central numa mesa de negociação com uma das maiores potências mundiais.

Para tanto, teve que mandar o general Augusto Heleno sentar seus divinos fundilhos fora da mesa, num sofazinho de espectador atrás de Carluxo.

Mais deprimente e constrangedora que a posição humilhante que Bolsonaro impôs ao medalhonado general Heleno, foi a imagem da mesma cena bizarra em que o secretário geral da Presidência da República, Luiz Eduardo Ramos, que está sutilmente em pé, num canto da sala sem repuxar um único músculo facial e com os olhos vagos, como se tivesse sido sugado por um Saci. Murcho e de cabeça pendida, com o pescoço laçado por um cachecol.

Já o general Braga Netto, conseguiu uma pontinha no final da mesa em que Carluxo era a peça central e se comportou como um ganso, esticando o pescoço de forma desonrosa para ver se pescava alguma coisa dita por Bolsonaro ou seu filho Carluxo.

Não foi sem motivos que o general Azevedo e Silva deixou nesta quarta-feira o TSE atirando em Bolsonaro, acusando-o de fazer uso político da imagem das Forças Armadas, vampirizando a marca da instituição.

Azevedo se desafivelou não só das picuinhas brejeiras que tinha que aturar dentro das próprias Forças Armadas, mas da malandragem velha de um velhaco que está sentado na cadeira da Presidência da República.

Um sujeito que ontem mostrou mais uma vez como colocou o Brasil na beira do barranco.

Putin, vendo a cena de Carluxo sentado no centro da mesa e sabendo de quem se tratava, deve ter mandado retribuir a coroa de flores, depositada por Bolsonaro no túmulo do soldado comunista, com um rosário de capim para ser pendurado no pescoço do imbecil que governa o Brasil.

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General Heleno, que tem comorbidade mental, acha que Bolsonaro deveria ter explodido com STF

General Heleno, aquele que tem comorbidade mental, também conhecido como velho gagá, quer transformar os crimes de Bolsonaro num Palmeiras x Corinthians. Assim, o velhote reaça cria uma espécie de reality show, tipo o BBB-22 em que coloca em pé de igualdade moral a justiça e o criminoso, STF x Bolsonaro.

Claro que isso, por si só, já produziria material para o meme do ano na categoria “farsa”.

Isso tem uma explicação, chama-se padrão cringe da ditadura para transformar uma clara violação de Bolsonaro em “debate caloroso” nas redes sociais e, logicamente, em contrapartida produzir uma série de memes.

A tática dessa velharia fardada é a mesma da geração 1964, sem levar em conta que, justamente em função da revolução informacional, as manipulações fáceis, características do bolsonarismo são as mais rapidamente expurgadas das redes pelo seu conteúdo farsesco, mentiroso, grotesco.

O jurássico Augusto Heleno, parceiro de Carlos Nuzman nas olimpíadas, está tentando criar uma espécie foguete chinês a toque de caixa na tentativa de Bolsonaro parar de cair nas pesquisas ou pelo menos diminuir sua crescente rejeição.

Até agora todas as táticas funestas que os pensadores da campanha de Bolsonaro, como Heleno, tentaram, mais que fracassaram, enterraram ainda mais o genocida que provocou um morticínio de 626 mil brasileiros.

Essa tentativa de Heleno para, na verdade, queimar Alexandre de Moraes, produzirá um refluxo ainda mais amargo para o patrão.

A conferir.

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Política

Com general, com Congresso, com tudo: Brasil esquece a COP26 e abre a porteira ao garimpo na Amazônia

El País – General Heleno autoriza projeto para explorar ouro na região mais protegida da floresta, enquanto o vice-presidente Mourão, do Conselho da Amazônia Legal, assiste aos piores índices em 15 anos. “O Governo levou um Brasil que não existe à COP26”, critica Greenpeace.

“Inaceitáveis”, definiu o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, ao comentar os dados sobre o aumento do desmatamento na Amazônia, o maior em 15 anos. Na esteira da COP26, a entrevista coletiva concedida por Leite ao lado do chanceler Carlos França na última semana de novembro, para responder sobre o aumento de 22% na área desmatada, marcou uma mudança no discurso ambiental do Governo Bolsonaro —de onde nunca tinha saído um único lamento sobre o assunto. Semanas depois de se dizerem “surpreendidos” pelos dados, no entanto, os condutores do Governo seguem agindo da mesma forma como nos últimos três anos. Neste momento, uma ação coordenada entre o Palácio do Planalto, a bancada ruralista no Congresso Nacional e mineradores faz quatro projetos de lei correrem a toda velocidade para alterar normas de proteção ambiental no país.

Uma das mudanças visa facilitar a exploração de garimpos e permitir a grilagem de terras públicas. Ao mesmo tempo, o braço militar da Gestão, desta vez refletido na figura do ministro do Gabinete de Segurança Institucional, o general Augusto Heleno, autoriza o início de projetos de exploração de ouro em sete áreas na região florestal mais protegida da Amazônia, conhecida como cabeça do cachorro, no noroeste do Amazonas. Atualmente, não há nenhuma mineradora nessa localidade, que é a área de maior densidade indígena do país —76% de sua população é de povos originários e o desmatamento em um ano cresceu menos de 1%.

Organizações não governamentais e representantes de comunidades indígenas emitiram diversas alertas sobre os ataques que vêm sendo desferido ao final do terceiro ano da Administração Bolsonaro. O mais recente veio à tona após publicação de uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo, que revelou que o general Heleno autorizou sete projetos de exploração de ouro no entorno da cidade de São Gabriel da Cachoeira. A permissão coube a Heleno porque ele é secretário-executivo do Conselho de Defesa Nacional, um órgão consultivo da presidência da República que precisa se manifestar sobre a ocupação do território em faixas de até 150 quilômetros de distância da fronteira. São Gabriel da Cachoeira fica nas proximidades de Colômbia e Venezuela. Concentra cerca de 45.000 indígenas de 23 povos.

Há ainda pelo menos outros dois passos para que os garimpeiros passem a agir nesse território, de 12.700 hectares. O primeiro é uma autorização da Agência Nacional de Mineração. O segundo seria a realização do licenciamento ambiental, que deve ser feito pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), um órgão estadual. O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) só faz o licenciamento quando se trata de empreendimentos em terras indígenas, unidades de conservação ambiental ou que se dividem em dois ou mais Estados, o que não é o caso.

O movimento feito por Heleno deixa em evidência como atuam os militares no Governo. Enquanto o vice-presidente Hamilton Mourão é escalado para comandar o Conselho Nacional da Amazônia Legal, onde reitera o papel da proteção ambiental, o chefe do GSI age em outro sentido. Parece um jogo combinado, na visão de quem conhece a atuação da instituição militar. Na prática, os dois acabam atuando de maneira similar. “A mentalidade, a visão do militar brasileiro sobre o uso das terras indígenas e da proteção ambiental é a mesma. Eles entendem que é preciso ocupar as áreas, a qualquer custo. E usam o falso argumento de soberania nacional”, avalia o coronel da reserva do Exército Marcelo Pimentel, um pesquisador do militarismo no Brasil.

Essa ocupação do território, na prática, não leva em conta o impacto socioambiental que mineradoras trazem para seu entorno. É consenso entre quem atua no ramo que a atividade minerária, por mais cuidadosa e regrada que seja, nunca vai deixar o lugar minerado como era antes. Ela sempre assume algum nível de dano, seja no solo, na vegetação, assim como na população do entorno. Há diversas denúncias de povos indígenas com excesso de mercúrio — utilizado pela mineração — no organismo em áreas de exploração. “Será que minerar ouro em São Gabriel da Cachoeira vale mais do que manter a floresta em pé? Com certeza não. A mineração beneficia gente que nem é da Amazônia e cria uma cultura que traz mais prejuízos do que benefícios”, diz a especialista sênior em políticas públicas do Observatório do Clima e ex-presidenta do Ibama Suely Araújo.

Comunidades indígenas que vivem na região prometem resistir e buscar na Justiça maneiras de impedir a mineração. “Na década de 1980 e de 1990 conseguimos expulsar balsas de garimpo do rio Negro. Agora, vamos lutar para que esses garimpos não se instalem aqui”, disse ao EL PAÍS o presidente da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), Marivelton Baré. Segundo ele, ao menos quatro das sete áreas autorizadas pelo GSI são vizinhas de terras indígenas. Na prática, todas acabariam afetando os territórios deles, já que, para minerar, é preciso desmatar e usar produtos que degradam a fauna, a flora e os rios. “Não parece que temos um general-ministro, mas um general-garimpeiro”, compara Baré.

A federação também emitiu uma nota se queixando da tentativa de mineração na área. “Repudiamos atitudes autoritárias amparadas em ideais superados de desenvolvimento econômico, que só trouxeram doenças, morte e degradação para a Amazônia e seus povos.” Procurado, o Ministério do Meio Ambiente não se manifestou sobre a tentativa do Governo de estabelecer garimpos na região mais protegida da Amazônia.

Nas últimas semanas, em território nacional ou em eventos fora do país, o Governo fez discursos para garantir que reforçaria o controle do desmatamento. O mesmo foi dito pelo vice-presidente de Mourão e pelo ministro Joaquim Pereira Leite. A falta de prática para o discurso levou a resultados contrários até aqui. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais registrou que a taxa de desmatamento na Amazônia Legal Brasileira teve um aumento de 21,97% em um ano. Foram derrubados 13.235 km² de floresta entre 1° de agosto de 2020 e 31 de julho de 2021. Esse foi o maior número dos últimos 15 anos. “A atuação do vice-presidente tem se demonstrada desastrosa. Basta ver os três aumentos consecutivos de desmatamento. O Governo levou um Brasil que não existe para a Cúpula do Clima de Glasgow. O que vimos, na realidade, é que a ciência não mente”, diz porta-voz para Amazônia do Greenpeace, Rômulo Batista.

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MPF suspeita que atos de Heleno buscam preparar terreno para mineração em terra indígena

Ministro do GSI permitiu avanço de garimpo de ouro na Amazônia; governo diz que continuará a ‘mapear riquezas pelo bem do Brasil’.

Integrantes do MPF (Ministério Público Federal) suspeitam que as autorizações do ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Augusto Heleno, para pesquisa de ouro em uma das áreas mais preservadas da Amazônia buscam preparar terreno para a mineração em terras indígenas, proposta defendida pelo presidente Jair Bolsonaro, informa a Folha de São Paulo

A suspeita de procuradores da República que atuam na região amazônica, ouvidos pela Folha sob condição de anonimato, se deve ao fato de Heleno ter permitido o avanço do garimpo num lugar onde há predominantemente terras indígenas e também pela característica dos empreendimentos, que envolvem pesquisa, prevista no projeto de lei enviado por Bolsonaro ao Congresso em 2020.

O ministro do GSI autorizou sete empreendimentos de garimpo de ouro na região de São Gabriel da Cachoeira, no extremo noroeste do Amazonas, na fronteira com Colômbia e Venezuela. A região, conhecida como Cabeça do Cachorro, é uma das mais preservadas da Amazônia e uma das últimas fronteiras de conservação plena do bioma.

É a primeira vez, pelo menos nos últimos dez anos, que essa liberação de pesquisa de garimpo ocorre para a Cabeça do Cachorro. Para toda a Amazônia, Heleno já autorizou 81 projetos de garimpo desde o início do governo Bolsonaro.

O ministro do GSI é secretário-executivo do Conselho de Defesa Nacional, um colegiado que orienta o presidente da República sobre assuntos de defesa e soberania. É o secretário que concede os chamados assentimentos prévios, com aval a projetos na faixa de fronteira, numa largura de até 150 quilômetros.

A publicação da reportagem provocou reação dos representantes dos indígenas na região, além de organizações ambientais e de parlamentares no Congresso, que ingressaram com representações na PGR (Procuradoria-Geral da República), no MPF, na Justiça, no STF (Supremo Tribunal Federal) e no próprio Congresso para tentar barrar os atos do general Heleno.

O MPF no Amazonas instaurou um procedimento de apuração para investigar e fiscalizar as autorizações dadas pelo ministro do GSI, diante do risco socioambiental das medidas.

Na visão de integrantes do MPF, a permissão de pesquisas pode indicar projetos maiores, que dependem de prospecção, diferentemente das chamadas permissões de lavra garimpeira, que já garantem a garimpagem em áreas menores. Este é um tipo de garimpo que passou a ser comum no sul do Amazonas e no Pará.

O projeto de lei do Executivo enviado ao Congresso é voltado à pesquisa e lavra de minerais em terras indígenas, e permite as permissões garimpeiras “exclusivamente nas zonas de garimpagem previamente definidas pela ANM (Agência Nacional de Mineração)”. A iniciativa está parada no Parlamento.

A proposta prevê que o Conselho de Defesa Nacional deve ser ouvido quando a terra indígena estiver em faixa de fronteira. Heleno é o secretário-executivo do conselho.

A Constituição Federal proíbe a mineração em terras indígenas, a não ser que exista autorização do Congresso Nacional e consulta aos índios, o que, até hoje, nunca ocorreu.

Bolsonaro é um defensor dessa exploração de recursos. O projeto de lei enviado ao Congresso busca regulamentar os artigos da Constituição que tratam da questão, com uma “indenização das comunidades indígenas afetadas pela restrição do usufruto sobre a terra indígena”.

O MPF pretende investigar se pode estar ocorrendo uma tentativa de burla à legislação, com a aprovação de projetos de pesquisa de ouro na região da Cabeça do Cachorro e de permissões de lavra garimpeira, que são procedimentos mais simples e diretos, em outras regiões da Amazônia.

Segundo a FOIRN (Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro), uma das entidades de representação indígena mais importantes do país, há dez terras indígenas demarcadas na região.

Dos sete projetos autorizados por Heleno, seis estão em “territórios da União”. Pelo menos dois estão em áreas localizadas entre terras indígenas.

“Nós, que habitamos essa região há mais de 3.000 anos, em dez terras indígenas demarcadas, manifestamos nossa indignação com a postura do general Heleno, que demonstra estar fazendo uma pressão política a favor dos interesses empresariais da mineração e do garimpo”, afirmou a FOIRN, em nota divulgada após a publicação da reportagem.

A federação analisa as liberações de pesquisa de ouro na região e diz que “tomará todas as atitudes cabíveis e legais para não permitir que a região mais preservada da Amazônia seja ameaçada pela política predatória do atual governo”.

Heleno defendeu seus atos, no dia seguinte à publicação da reportagem pela Folha.

Segundo o ministro, “é legal autorizar a pesquisa/lavra de minerais, na faixa de fronteira, inclusa a Amazônia”. “Respeitadas a legislação e o meio ambiente, continuaremos a mapear nossas riquezas pelo bem do Brasil e do nosso povo”, afirmou na segunda-feira (6), em publicação numa rede social.

Os atos do general beneficiaram empresas com áreas embargadas pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente dos Recursos Naturais Renováveis), inclusive uma empresa com autorização para pesquisar ouro na Cabeça do Cachorro. Também houve aval a garimpeiro que atua com dragas de sucção em leitos de rios da Amazônia.

Procurado, o GSI não comentou casos específicos.

Em nota, o ministério vinculado à Presidência afirmou que há atos de assentimento em toda a região amazônica, voltados a pesquisa ou exploração de “diversos minerais considerados estratégicos para o Brasil nas últimas décadas”. Os processos são instruídos pela ANM, segundo o GSI.

“A concessão de assentimento prévio para pesquisa ou lavra de ouro na região amazônica segue os mesmos ritos procedimentais que qualquer outro mineral, independente da região da faixa de fronteira em que se localiza, sob pena de causar prejuízos à União, estados e municípios caso houvesse qualquer tipo de favorecimento de uma região para outra”, diz a nota.

A passagem pelo Conselho de Defesa mantém o controle e monitoramento de atividades em áreas sensíveis e disponibiliza informações importantes para tomada de decisões pelo presidente, conforme o GSI. “Não se evidenciou impedimento legal à solicitação dos interessados para o secretário-executivo assinar os atos de assentimento.”

A ANM afirmou que requerimentos de mineração só podem incidir em áreas livres e desoneradas.

“A ANM não aprovará o requerimento de qualquer título minerário se este incidir em área onerada ou em área com qualquer outro bloqueio legal, a exemplo de terras indígenas ou unidades de conservação de proteção integral. O sistema de requerimento eletrônico não aceita”, disse, em nota.

Extração de minérios sem autorização da ANM ou em áreas com bloqueios legais é investigada pela Polícia Federal, segundo a agência.

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Brasil

Relatos sobre o melhor emprego do mundo: a doce vida do General Heleno nos 6 anos como diretor do COB

Agência Sport Ligth – R$ 58.581,00. Por extenso: cinquenta e oito mil, quinhentos e oitenta e um reais.

Era o salário do general Heleno no Comitê Olímpico Brasileiro (COB) em outubro de 2017, mês de seu último contracheque. Corrigidos, são nada modestos atuais R$ 86.791,03 (IGP-M). A maior parte vinda de dinheiro público.

O nome do cargo era pomposo: “diretor de comunicação e educação corporativa do COB”.

No entanto, os relatos colhidos pela reportagem sobre sua verdadeira atuação e função no comitê onde estava tão próximo a Carlos Arthur Nuzman, que depois viria a ser preso por escândalos na Rio 2016, não condizem em nada com a solenidade do título e estão em total desencontro com o protagonismo que o cargo traduz.

“Nos 6 anos que ficou lá, não fez absolutamente nada”, lembra funcionário que estava muito próximo e acompanhou de perto a atuação do general e que prefere não se identificar, assim como outros escutados pela reportagem. Que são unânimes e coincidentes no que contam sobre o general e sua missão no COB: uma verdadeira Batalha de Itararé.

A batalha que foi sem nunca ter sido.

O combate militar mais anunciado em território brasileiro mas que jamais aconteceu.

E que por fim virou sinônimo de algo que na verdade não se confirmou.

Décadas depois, as olimpíadas do Rio em 2016 ainda escondem, entre os tantos segredos de uma caixa-preta ainda por ser totalmente revelada, algumas “Batalhas de Itararé”. Como um alegado protagonismo de alguns generais na organização daquela competição.

O protagonismo olímpico do general Augusto Heleno é uma dessas “Batalhas de Itararé” dos novos tempos. Como mostra apuração da Agência Sportlight em diferentes frentes.

R$ 47.024,00 do salário do general no COB vinha de verba pública

Dos R$ 58.581,00 acima citados do salário do general Heleno como “diretor de comunicação e educação corporativa do COB”, R$ 47.024,00 vinham de fonte pública, como mostram os registros públicos contendo os salários dos funcionários do COB. A sigla “LAP” que acompanha a descrição dos vencimentos ao lado dessa quantia quer dizer que ela era vinda dos recursos oriundos da Lei Agnelo Piva, fruto de arrecadação pública.

Valor que ele recebeu em outubro de 2017. No mês seguinte, em novembro, atropelado pela prisão do seu par no comitê, Carlos Arthur Nuzman, por envolvimento em malfeitos durante sua jornada olímpica, o general Heleno discretamente pediu para sair, tentando se desvincular de qualquer relação no comitê e com Nuzman. Depois de seis anos no COB.

O general Augusto Heleno entrou no COB assim que foi para a reserva do exército, exatamente no mês seguinte, e lá ficou entre 1º de agosto de 2011 e 9 de novembro de 2017, quando a bomba se abateu sobre o mundo olímpico. E sobre o gordo contracheque, então interrompido.

R$ 6.248.955,79. Leia bem: seis milhões, duzentos e quarenta e oito mil, novecentos e cinquenta e cinco reais e setenta e nove centavos nos 6 anos no COB

Em um cálculo amplo, usando um fator de correção a soma final e bruta dos vencimentos e não a maior exatidão da correção mês a mês, recebeu, ao longo dos seis anos no COB, um total de R$ 4.217,833 (quatro milhões, duzentos e quarenta e oito mil, novecentos e cinquenta e cinco reais e setenta e nove centavos), que reajustados pelo IGP-M dariam hoje o equivalente a R$ 6.248.955,79. Por extenso: seis milhões, duzentos e quarenta e oito mil, novecentos e cinquenta e cinco reais e setenta e nove centavos. Para uma função na qual não era qualificado e, de acordo com os funcionários do COB, para “não fazer nada”.

Se nenhum profissional de jornalismo que cobriu a área ao longo daqueles anos sequer chegou a ter algum contato ou mesmo saber de ação do general nas demandas com o comitê ou menção sobre formulação de estratégias ou diretrizes da comunicação da entidade, ou ainda participação em simples resposta para eventual pedido, o mesmo é dito por quem estava dentro da trincheira do COB.

Nos anos do general Heleno no COB, período contido dentro da gestão Nuzman, o “diretor de comunicação” ficou na figuração. As decisões e execução se davam por uma estrutura profissional, que tinha um “gerente executivo”, abaixo dele um “gerente” e demais “assessores”. Assim como a comunicação do Comitê Rio 2016, feita por estrutura formada por profissionais da área.

Os depoimentos quanto a presença e participação do general Heleno na área tem todos o mesmo tom. E coincidem no tom incisivo e definitivo sem qualquer margem quanto ao mínimo traço de participação do atual ministro.
“São todos uns filhos da p…”.

Uma única frase dita de 15 em 15 dias é a lembrança da presença do general no COB

“O general Heleno ia de 15 em 15 dias em uma reunião da comunicação do Comitê. Era a única função dele. Entrava mudo e saia calado”.

O silêncio do general, de acordo com os relatos, só era rompido nos encontros de trabalho em uma situação que hoje, quando se vê a forma de atuação dele como ministro do GSI e a proximidade e afinidade com Jair Bolsonaro, parece bem familiar aos ouvidos. Um comentário monocórdio e repetitivo, sistemático que a cada aparição quinzenal do general no comitê soava na sala de reunião.

De tempos em tempos ouvia-se a frase mais dita pelo general em seus anos em que o trabalho se limitava a visita quinzenal, referindo-se a cobertura da imprensa e jornalistas:

“São todos uns filhos da p…”. E assim marcava sua participação quinzenal.

Além do generoso salário vindo de fonte pública em sua maior parte, o general Heleno ainda teve uma das mais invejadas recompensas em tempos olímpicos: duas credenciais universais com acesso para todas as competições realizadas no Rio de Janeiro. Assim, no que deveria ser o auge do trabalho de um diretor de comunicação do Comitê Olímpico Brasileiro em tempos de jogos, virou um lazer acompanhado da cônjuge.

A repulsa por jornalistas e o trabalho da imprensa é traço relevante e notório de alguém forjado em sua formação no seio de uma ditadura militar antidemocrática e que censurava a imprensa, com absoluto desprezo pelo contraponto e pelo papel fiscalizador dos órgãos e profissionais de jornalismo.

A carreira militar do general Heleno é desde suas origens construída ao lado da ala de linhagem antidemocrática das forças armadas. Ainda capitão esteve no governo Geisel, quando foi ajudante de ordens do então ministro do exército, o general Sylvio Frota, o mesmo que se opôs ao processo de abertura política e redemocratização. E ao ver que tal processo não podia ser detido em razão da mobilização popular, o mentor do hoje general Heleno procurou em 12 de outubro de 1977 dar um golpe dentro do golpe militar e o triunfo da linha mais radical do exército. O general foi exonerado naquele dia, assim como seu ajudante, o capitão Augusto Heleno.

Mas o desprezo pela função da imprensa hoje tão notório pode ter seu nascedouro identificado ali e curiosamente, numa ironia da história e contradição marcante das instituições, culminou com ele sendo “diretor de comunicação” de um órgão sustentado em sua maior parte com verba pública. Que financiava inclusive os vencimentos de quem estava nessa função. O “diretor de comunicação” do COB não fazia por menos em sua vaga e espaçada agenda de trabalho ao falar sobre a imprensa. Trazendo os mesmos traços da linha mais dura da ditadura e que hoje moram no governo Bolsonaro.

Um outro funcionário que viveu aqueles anos pré-olimpíadas e muito pouco viu o general Heleno nas dependências do COB se lembra de uma outra participação dele no comitê além da reunião quinzenal onde xingava toda a imprensa e os jornalistas. Somente essa e não mais.

“A cúpula do comitê tinha um almoço todas as sextas-feiras. Ele participava também desse almoço. Eram horas de almoço. Muito mais de amenidades, piadas e coisas do tipo. E só”, conta.

Em uma oportunidade foi possível conhecer as ideias e formulações do general Heleno sobre sua missão como diretor de comunicação do COB. Em entrevista para a edição 13 da revista Alterjor, da Escola de Comunicação da USP, publicada no primeiro semestre de 2016, o atual ministro do GSI não faz por menos e evoca para si a responsabilidade de ser quem decidiu como seria a política de comunicação do COB e sobre como foi formulado o que, segundo ele, foi o plano estratégico base de tudo no quadriênio das olimpíadas do Rio, com os três objetivos principais (ver arte reproduzindo a revista Alterjor abaixo).

Mesmo que isso jamais tenha sido implementado e sequer tenha sido visto pelos corredores no dia a dia, como tampouco sua atuação além dos xingamentos quinzenais dirigidos aos jornalistas na reunião interna e dos almoços de toda sexta-feira, o que chama atenção é o teor das ideias rudimentares e e um tanto quanto primárias sobre a tarefa e papel da comunicação da maior instituição de esportes do país em seu momento mais crucial e de destaque diante do mundo.

Conheça as ideias do general Heleno sobre como comunicação:

As formulações rasas dos objetivos lembram um pouco um catado de autoajuda desses tão em voga. Está lá praticamente uma ordem unida lida às 6h da manhã numa alvorada da caserna. Falando em elevação da autoestima e do orgulho dos integrantes do COB, quase um prenúncio do “Brasil acima de tudo” que viria nos anos seguintes. Há também a descoberta quase como quem comunica a revelação da pólvora sobre a importância e relevância das redes sociais na atualidade. Na descoberta do general, “um revolucionário instrumento na interação entre o público interno e externo”:

Houve um momento em que efetivamente o general Heleno participou da formulação da estratégia do comitê, segundo os relatos.

Talvez tivesse sido melhor que os seis anos do general Heleno como diretor de comunicação do COB e seu lauto vencimento mensal tivessem sido cem por cento e integralmente da mais absoluta inépcia e imobilismo como contam os diversos relatos ouvidos pela reportagem. Teria poupado a todos de um momentos trágico, um dos piores nos anos que antecederam os jogos. Uma mistura de tragédia e do grotesco. E que terminou em desastre. Literal e com danos irreversíveis de imagem.

Em junho de 2016, o evento de revezamento da tocha olímpica passou por Manaus. Na ocasião, o general Heleno, de acordo com diferentes fontes ouvidas pela reportagem, tomou à frente de organizar alguns aspectos do que era para ser uma celebração. Acabou sendo uma operação digna do padrão de competência de outro general do exército, assemelhada em seus êxitos a uma missão de logística comandada pelo general Pazuello.

Em sua missão, o general Heleno fez a ponte entre o COB e o exército para organização e ficou responsável pela parte militar da festa. E eis que na celebração, aparece a onça Juma, exibida durante horas como grande atração da passagem.

Os relatos dão conta que, após as horas de exibição ao público e centenas de pessoas tirando foto com a onça durante a cerimônia, na qual dois militares se mantiveram permanentemente segurando Juma em uma corrente, o animal, estressado pelas horas de exibição e multidão, conseguiu fugir. Veterinários tentaram conter a corrida com disparos de tranquilizante mas, sem êxito, militares deram um tiro de pistola na cabeça da onça.

O sacrifício do animal, que de acordo com o Ibama está ameaçado de extinção no Brasil desde 2003, eclodiu como uma bomba, com repercussão mundial. E, às vésperas dos jogos, numa crise de imagem e reputação do comitê dos jogos.

“Foi o único momento em que o general Heleno realmente operou. E foi uma trapalhada sem igual”.

O comitê tentou por diversas formas gerenciar a crise de imagem e, conforme relatos, por iniciativa de quem efetivamente operava a comunicação, fez alguns comunicados se desculpando pelo desastre indesculpável, além de um mea culpa nas redes sociais.

Um outro fato também tem as digitais do general Heleno no comitê organizador dos jogos. E também não muito abonador quanto a competência e capacidade gestora. Uma indicação para um cargo dentro do comitê organizador. Com a voracidade fardada vista entre os que hoje ocupam mais de seis mil cargos no governo Bolsonaro, o general Heleno operou para emplacar um par de quatro estrelas no efetivo do comitê. E emplacou.

Um ano depois de assumir seu posto no COB, o general Heleno, depois de trabalho silencioso nos bastidores, teve a assinatura por trás de uma nomeação no Comitê Rio 2016. É dele todo o trabalho para emplacar outro fardado, o general Marco Aurélio Costa Vieira. Em cargo altamente estratégico na operação do Corio. Ao contrário do cargo de Augusto Heleno, no qual era possível não desempenhar e limitar o ofício a uma reunião quinzenal, o general Marco Aurélio é nomeado como “diretor de operações do comitê organizador”.

A vitória na indicação do general Heleno se materializa em 20 de julho de 2012, quando o outro general é anunciado com pompa em comunicado de Carlos Arthur Nuzman.

“Ao nos aproximarmos dos quatro anos para o início dos Jogos Rio 2016, estamos satisfeitos de ver Marco Aurélio se juntar a nós como o novo diretor-executivo de Operações. Ele traz uma rica experiência multidisciplinar de gerenciamento de grandes eventos e estou certo que terá um forte impacto positivo agora que o Rio 2016 dá um novo passo na sua jornada para receber os Jogos”.

Uma fonte ouvida nessa área de operações pela reportagem conta como seu deu.

“Heleno botou o grupo deles. É o grupo que eles chamam de o ‘grupo do Haiti’. Os mesmos que estiveram juntos à frente da operação do Brasil no Haiti seguiram juntos. E o Marco Aurélio era da turma”, diz.

A nomeação se mostrou um fracasso.

“Foi péssimo, deu tudo errado. O general Marco Aurélio se mostrou totalmente inoperante para a função e sem preparo para tal. Foi caindo de função por não dar conta e acabou como 1º secretário”.

A atuação do indicado do general Heleno resultou numa necessária correção de rota.

Sem poder melindrar o ‘grupo do Haiti’ e o general Heleno porque eram necessárias boas relações com as forças armadas, o que explica a manutenção do entre aspas responsável pela comunicação do COB, a organização faz uma intervenção na área de operações para botar o general Marco Aurélio de lado.

Um efetivo novo diretor de operações é contratado. Rodrigo Tostes, então vice presidente de finanças do Flamengo, assume efetivamente o cargo e a função de diretor de operações do Corio.

No papel, a inusitada situação bate estranha ao olhar. Dois diretores de operação passam a assinar pelo comitê: Rodrigo Tostes e o general Marco Aurélio.

Diretor de Operações do Comitê Rio 2016:

General Marco Aurélio Costa Vieira assume em julho de 2012

Rodrigo Tostes assume em agosto de 2013

Os dois aparecem assinando documentos pelo comitê na mesma função.

Se no papel a solução encontrada pelo Comitê Rio 2016 para não melindrar os quarteis foi manter o general Marco Aurélio no cargo, deixando ele seguir assinando como diretor de operações, na vida real, no organograma do Rio 2016, o militar “caiu pra cima”. Enquanto Tostes fica como o único efetivamente diretor de operações, Marco Aurélio já aparece no organograma como o responsável pela operação do “revezamento de tocha”, algo bem menor na estrutura e praticamente simbólico. E Rodrigo Tostes efetivamente como “diretor de operações”.

No governo Bolsonaro, o general Marco Aurélio reaparece como titular da secretaria especial de esporte de Bolsonaro mas a coisa também não vai muito longe e fica apenas por 107 dias.

Prisão de Nuzman e saída à francesa do general Heleno

Eram exatas seis horas da manhã no dia 5 de outubro de 2017 quando uma ação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal do Rio de Janeiro entrou na casa de Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e do Comitê Organizador Rio 2016 (CORIO) e prendeu o todo poderoso do esporte brasileiro. Sob denúncia de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Sem alarde, nesse mesmo outubro o general Heleno se desliga do cargo de diretor de comunicação. Em novembro recebe o que tem direito pelos seis anos.

Seis milhões, duzentos e quarenta e oito mil, novecentos e cinquenta e cinco reais e setenta e nove centavos (R$ 6.248.955,79) a mais na conta ao longo desses anos. Tendo, de acordo com os relatos, ido a um almoço semanal nas sextas-feiras e duas vezes por mês a uma reunião do comitê, na qual sua participação se limitava, dito em vários relatos, a chamar os jornalistas de “filhos da p…”.

Doze meses depois da saída do COB estava de volta a um cargo muito bem remunerado com dinheiro público somado aos vencimentos de general da reserva. O desligamento oficial do COB foi 9 de novembro de 2017. Em 5 de novembro de 2018, foi nomeado no apagar das luzes do governo Michel Temer para o gabinete presidencial, num aparente acordo entre ex e futuro presidentes, já que, menos de um mês depois, Jair Bolsonaro tomaria posse.

Como ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o general Heleno recebeu R$ 30.934,70 em dezembro último, fora os vencimentos como militar. Ao contrário da atuação no COB nos seis anos, agora aqui revelados, ainda não se sabe muito sobre a efetiva atuação do ministro no GSI. E se a frase mais marcante do que foi sua atuação ao longo desses seis anos, na qual comenta sua ideia de liberdade de expressão, segue sendo mais marcante do que o próprio trabalho.

Outro lado:

General Heleno:

A reportagem tentou contato com o General Augusto Heleno através da assessoria de imprensa do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) mas não obteve resposta.

General Marco Aurélio Costa Vieira

A reportagem não obteve contato com o general Marco Aurélio Costa Vieira.
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Vídeo: Na lógica do general Heleno, o Brasil goleou a Alemanha por 1 x 7

Quando alguém quiser falar de otimismo para levantar o moral da tropa, é só colocar esse vídeo cômico do general Augusto Heleno.

Se não servir para dar um up no espírito de alguém, certamente, o humor da pessoa muda imediatamente.

A tentativa frustrada de golpe que fez Bolsonaro ajoelhar no milho e vestir chapéu de burro perante o STF e de frente para o país inteiro, foi vista pelo visionário Heleno como uma derrota da esquerda.

Isso mesmo, na tese do gênio do xadrez de guerra, se tivesse golpe, a esquerda estaria com a razão, mas como as manifestações foram mixurucas perto dos dois milhões que Bolsonaro pretendia somar em Brasília e São Paulo, dando, se muito, 50 mil em cada uma, porque a outra metade era enxerto pago por aliados do agroterrorismo ou agromilícia, como queira, em que forjaram até uma greve de caminhoneiros feita por empregados obrigados pelos patrões e mais meia dúzia de mercenários que atacaram vários caminhoneiros tentando obrigá-los a cerrar fileira com os vigaristas. Mas a coisa também flopou e todo o resto talhou.

Mas o general Heleno viu nisso uma grande vitória de Bolsonaro sobre a esquerda e, possivelmente, deve estar até hoje comemorando a goleada do Brasil de 1 x 7 na Alemanha.

Até o Zé Trovão virou piada, porque, além de não ter caminhão, sequer tem habilitação para tanto, ou seja, nunca foi caminhoneiro na vida. O máximo que se pode dizer é que ele é um holding de golpe de Sergio Reis, agora conhecido como a grávida de Taubaté.

O que o general, gênio que é, está dizendo é que Bolsonaro teve uma espécie de diarreia eleitoral antes mesmo do pleito, com uma evacuação inédita de bolsonaristas, pior para o mito, bolsonaristas raiz, os que mais cospem ódio, rancor e fel.

São eles que andam fazendo vídeos por aí espinafrando o farsante que tem como especialidade trair seus aliados quando se encontra em bola dividida, como ocorreu agora com Alexandre de Moraes, que tudo indica, tem a chave da cadeia que pode guardar Carluxo ou Eduardo Bolsonaro, ou os dois, envolvidos até o pescoço no esquema criminoso tanto das fake news quanto da armação de um golpe que babou.

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Política

Não fica um, meu irmão

Malu Gaspar, O Globo – Foi o general Augusto Heleno quem aplicou ao Centrão a trilha sonora celebrizada pelo Exporta Samba na convenção que escolheu Jair Bolsonaro candidato a presidente da República pelo PSL. “Se gritar pega Centrão, não fica um, meu irmão”, cantou o general, todo animadinho, ao microfone. A plateia veio abaixo. Eu estava lá para fazer uma reportagem e vi, mas não seria preciso ter testemunhado para citar a cena de memória. Está no YouTube para quem quiser conferir.

É uma lembrança do tempo em que os bolsonaristas se sentiam no direito de gritar “eu vim de graça” num centro de convenções lotado, promovendo a arauto da verdade e da ética um grupo de militares que louvava a ditadura e hostilizava a imprensa, as minorias e os adversários.

No meio do povo, muitos dos que entrevistei se diziam arrependidos de ter votado em Lula e Dilma, sentindo-se traídos pelos escândalos de corrupção dos governos petistas. Achavam, então, que votando em Bolsonaro acertariam a mão.

Esses arrependidos estavam entre os que mais aplaudiam Heleno quando ele disse: “O Centrão é a materialização da impunidade. O primeiro ato do presidente que for eleito carimbado de Centrão vai ser uma anistia ampla, geral e irrestrita”.

E eis que chegamos a 2021 no seguinte cenário: o maior líder do Centrão, Arthur Lira (PP-AL), é presidente da Câmara dos Deputados com o apoio empenhado de Bolsonaro, que liberou bilhões em emendas parlamentares para elegê-lo. Há poucos dias, Lira comandou na Câmara a votação de mudanças que restringem o alcance da Lei de Improbidade Administrativa ao ponto de ela ter sido apelidada de “lei da impunidade”.

Outro chefe desse conglomerado político-fisiológico, o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) — que já apoiou Fernando Henrique, Lula, Dilma Rousseff, foi ministro de Michel Temer e agora é líder de Jair Bolsonaro — está enredado até o último fio de cabelo nas denúncias de cobrança e oferta de propina nas negociações para compra de vacina pelo governo.

Jair Bolsonaro foi avisado há três meses da pressão mais do que suspeita que os apadrinhados de Barros e os coronéis do Ministério da Saúde faziam sobre o servidor público Luis Ricardo Miranda. Quem estourou tudo não foi nenhum oposicionista, e sim o bolsonarista inveterado, irmão do servidor e também deputado Luis Miranda (DEM-DF).

E o presidente que combateria a corrupção? Mandou apurar o caso? Chamou Ricardo Barros à fala? Demitiu seus apadrinhados? Nada disso. Mesmo deixando claro que sabia que aquilo tudo era “rolo” de seu líder na Câmara, Bolsonaro o presenteou com um mimo: a nomeação da mulher, Cida Borghetti, para um cargo no conselho de Itaipu.

Mas não acabou aí. Nesta semana, vieram à tona novas denúncias. Nelas, fica ainda mais claro que o grupo de Barros na Saúde não era composto apenas de seus apadrinhados, como o diretor de logística Roberto Dias, mas também de vários militares, fardados e ex-fardados, como Eduardo Pazuello e Jair Bolsonaro.

Segundo um intermediário que ofereceu ao governo 400 milhões de doses de AstraZeneca contou à repórter Constança Rezende, da Folha de S.Paulo, no mesmo encontro em que Dias cobrou propina de US$ 1 por vacina estava um tenente-coronel chamado Marcelo Blanco, anotando números e fazendo contas.

Os Mirandas já haviam comprometido em seus relatos outro tenente-coronel, Alex Lial Marinho, também nomeado por Pazuello para o ministério. Elcio Franco, ex-secretário executivo, se apressou a negar que houvesse qualquer irregularidade e a jogar a sujeira para debaixo do tapete.

Quanto mais a CPI avança, mais fica claro que o Centrão formou um consórcio com os militares na Saúde, agindo como se não houvesse amanhã enquanto milhares de pessoas sucumbiam à Covid-19 em hospitais Brasil afora.

O general Heleno é hoje ministro no Palácio do Planalto. O que será que pensa disso tudo? No fim de maio, ele desdisse na Câmara dos Deputados tudo o que falara lá atrás sobre o Centrão: “Naquela época era uma situação. A evolução de opinião faz parte da vida do ser humano. Isso aí faz parte do show, do show político”.

No show político de Jair Bolsonaro, é normal aceitar cheque de acusado de rachadinha, acobertar ministro investigado por autorizar exportação de madeira ilegal, fechar os olhos para denúncias de corrupção em compra de vacinas, preocupar-se mais em perseguir quem aponta o malfeito do que quem o pratica.

No show político do governo Bolsonaro, a morte de quase 520 mil brasileiros é mero efeito colateral. No show político de Jair Bolsonaro, nenhuma trilha sonora cai tão bem quanto a do general Heleno de 2018.

Não fica um, meu irmão.

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