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Comunicação do Governo Bolsonaro priorizou economia à saúde no combate à pandemia, revelam documentos da CPI

El País – Relatório do Ministério das Comunicações mostra que campanha publicitária sobre vacina só ganhou força após investigação iniciada pelo Senado. Postagens mostram amplo incentivo à cloroquina.

Um extenso relatório elaborado pelo Ministério das Comunicações a pedido da Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia mostra que o Governo Jair Bolsonaro preferiu divulgar ações que o Executivo realizou na área da economia do que na de saúde durante o combate à pandemia de coronavírus entre os meses de março de 2020 e abril de 2021. Das 2.596 postagens do Governo em seus canais oficiais, 64% (ou 1.648) se referiam à preocupação do Governo com empregos, renda e auxílio emergencial, e 36% (948) tratavam de entregas feitas na área de saúde, dos repasses de verbas obrigatórios aos Estados e Municípios, das medidas de prevenção e da compra de vacinas. Os dados constam em um documento de 1.889 páginas recebido pela CPI no último dia 27 de maio.

Além disso, até o dezembro passado, havia mais publicações sobre cloroquina e outros ineficazes medicamentos no tratamento da doença do que sobre os imunizantes. O quadro só começou a mudar a partir de janeiro deste ano, quando a Anvisa autorizou o uso emergencial dos imunizantes Oxford/AstraZeneca e Coronavac. Até dezembro havia apenas 37 postagens tratando de negociações de vacinas ou criando narrativas de que o Governo Bolsonaro não era a favor do movimento anti-vacinacinação, apesar de pouco ter se esforçado para adquirir os imunizantes. Enquanto isso, outras 85 peças defendendo o kit covid, principalmente a cloroquina, já haviam sido produzidas. Em abril, quando o Supremo Tribunal Federal mandou o Senado Federal abrir a CPI da Pandemia, intensificou-se a produção de postagens sobre a vacinação. Foram 49. Ao total, no período documentado pelo Ministério da Comunicações, foram 142 peças tratando de vacinas.

Em uma primeira análise uma conclusão possível sobre a demora em se divulgar o tema vacinas poderia ser que a campanha de imunização ainda não havia iniciado e, por essa razão, não faria sentido se falar de vacinas. Mas quem atua com saúde pública entende que o ideal é iniciar as divulgações sobre a importância de vacinação com uma longa antecedência. “Toda campanha de vacinação é precedida por ampla divulgação. Mesmo com todos atrasos nas compras, em dezembro, já sabíamos que teríamos vacinas pouco tempo depois. Então, já era hora de começar essa divulgação”, afirmou a enfermeira Ethel Maciel, doutora em epidemiologia e professora da Universidade Federal do Espírito Santo.

Na avaliação desta especialista, o Governo só começou a se movimentar quando a CPI da Pandemia deu sinais de que causaria problemas políticos ao presidente. “A comunicação sobre a vacinação tem de ser muito clara porque precisa atingir todos os públicos e isso não ocorreu até agora, quando há pessoas que querem escolher qual vacina tomar”, afirmou Maciel. Ela fez parte de um grupo de divulgadores científicos que produziam materiais de incentivo à vacinação, enquanto Bolsonaro falava de que as pessoas poderiam virar jacaré caso tomassem um dos imunizantes.

Outro ponto a destacar foi a mudança na mensagem nas postagens do Governo Federal. Nas primeiras ações, o ministério destacava o direito das pessoas se vacinarem, algo parecido com que o presidente Bolsonaro defende em seus discursos oficiais e aos seus militantes, de que a vacinação não deveria ser obrigatória. Uma das postagens, embasadas em uma fala do assessor especial da presidência Filipe Martins tratava exatamente desse tema. “Nenhum país optou pela obrigatoriedade da imunização contra o coronavírus, nem mesmo os ditatoriais; e até a OMS se posicionou contra a ideia. Mas, no Brasil, há quem queira te obrigar a tomar, às pressas, uma vacina cuja segurança e a eficácia sequer são conhecidas”.

https://www.instagram.com/p/CIiumm3JAzx/?utm_source=ig_embed&ig_rid=34c10366-8540-40e2-9496-4f0127c73543

Foi só com o passar do tempo que as informações mudaram e houve um empenho em mostrar que era importante todos se cuidarem. Nas mais recentes, veiculadas em abril, há a preocupação que, mesmo com o avanço da vacinação, é importante manter os cuidados de distanciamento social e uso de máscaras de proteção facial.

Ao mesmo tempo em que preferia dedicar sua comunicação a outros temas, que não a vacina, a gestão Bolsonaro também ignorou ofertas de vacinas, conforme revelaram à CPI o diretor da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, e o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas. Na última sexta-feira, o senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP) revelou que os parlamentares já têm em mãos documentos que provam que a Pfizer enviou 53 e-mails para representantes do Governo Federal no intuito de vender sua vacina ainda em 2020. O contrato, no entanto, só foi firmado neste ano. Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, o laboratório norte-americano ofereceu ao Brasil o imunizante pela metade do preço cobrado à União Europeia.

Na série de documentos entregues à CPI ainda constam os gastos com as peças publicitárias produzidas por todos os ministérios sobre a pandemia. De acordo com o Ministério das Comunicações, até o fim de maio estão planejados gastos de 124,4 milhões de reais com propagandas na TV, rádio, internet e em mídia exterior (outdoors e telas em shoppings ou elevadores de prédios comerciais, por exemplo). Ao menos 20 peças foram produzidas até o momento.

https://www.instagram.com/p/CNlk-IKl4n3/?utm_source=ig_embed&ig_rid=801c3530-e05f-424c-8fc1-206b45019e33

Algo que está patente no relatório do Ministério das Comunicações é o incentivo à cloroquina. A primeira vez que ela recebe a divulgação em um canal oficial foi em 31 de março do ano passado. De lá para cá apareceu em diversas postagens. Em uma delas, o ex-assessor presidencial Arthur Weintraub, apontado como um dos membros de um suposto ministério de aconselhamento paralelo, diz que Bolsonaro sempre defendeu o uso dessa droga. Em outra, o presidente Bolsonaro posa ao lado do primeiro ministro indiano, Narendra Modi, agradecendo o envio do ineficaz medicamento no tratamento da covid-19.

https://www.instagram.com/p/B-xlOB3J4Gj/?utm_source=ig_embed&ig_rid=5c4a9f4b-9d7a-4ab0-b827-7dee090ca812

Houve também os destaques às falas duras de Bolsonaro, quando, por exemplo, ele disse que era preciso ter coragem de enfrentar o vírus, algo que tem sido apontado pelos senadores da CPI como uma tentativa de expor a população ao contágio massivo para que se atingisse uma imunidade de rebanho sem a vacinação.

Esses contrastes deverão ser explorados pelos senadores da CPI no seu relatório final. Nesta terça-feira, a comissão retoma os trabalhos com uma nova oitiva do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Essa será sua segunda ida ao colegiado. Na quarta, será a vez do ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde, o coronel Élcio Franco e, na quinta, do governador do Amazonas, Wilson Lima.

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Bolsonaro tem inclinações nazistas e fascistas, dizem intelectuais judeus em carta

Na contra-mão de entidades que evitam o termo, 230 dos principais profissionais e estudiosos brasileiros dizem que “é preciso chamar as coisas pelo nome”.

Um grupo de 230 profissionais e intelectuais judeus assinaram uma carta em que dizem que o governo do presidente Jair Bolsonaro “tem fortes inclinações nazistas e fascistas”. “É preciso chamar as coisas pelo nome”, diz o documento.

Segundo Mônica Bergamo, Folha, O uso de termos relacionados ao nazismo e ao holocausto para se referir a atos do governo federal e à gestão da epidemia da Covid-19 tem sido criticado por entidades judaicas. A carta, no entanto, afirma que “é chegada a hora de nós, intelectuais, livres-pensadores, judeus e judias progressistas, descendentes das maiores vitimas do regime nazista, nos posicionarmos, como atores sociais diante do debate público, sobre o atual momento nacional”. E diz, com. todas as letra: “É perceptível que o governo encabeçado por Jair Bolsonaro tem fortes inclinações nazistas e fascistas”.

Assinam o documento, entre outros, a cientista Natalia Pasternak, os historiadores Lilia Schwarcz, Íris Kantor e Michel Ghermen, a psicóloga Lia Vainer Schucman, os cineastas Pedro Farkas, Esther Hamburguer e Silvio Tendler, os advogados Pedro Abramovay e Fabio Tofic Simantob, a artista e educadora Edith Derdyk, e o sociólogo André Vereta-Nahoum.

Leia, abaixo, a íntegra da carta e os nomes que endossam o texto:

“É preciso chamar as coisas pelo nome. É chegada a hora de nós, intelectuais, livres-pensadores, judeus e judias progressistas, descendentes das maiores vitimas do regime nazista, posicionarmos, como atores sociais diante do debate público sobre o atual momento nacional. É perceptível que o governo encabeçado por Jair Bolsonaro tem fortes inclinações nazistas e fascistas.

É preciso chamar as coisas pelo nome.

Perspectivas conspiratórias e antidemocráticas produzem, tal qual o fascismo e o nazismo, inimigos e aliados imaginários.

Se não judeus, como o caso do Terceiro Reich, esquerdistas; se não ciganos, cientistas; se não comunistas, como na Itália fascista, feministas. A ideia de uma luta constante contra ameaças fantasmagóricas continua.

Porém há mais. As reiteradas reportações racistas e nazistas do governo Bolsonaro, o uso de símbolos fascistas e referência à extrema-direita não podem deixar dúvidas.

O projeto de poder avança. Genocídio, destruição das estruturas democráticas do Estado e práticas eugênicas estão escancaradas. Cabe a nós brasileiros e brasileiras impedir que cheguemos a uma tragédia maior.

O Fora Bolsonaro deve ser o chamado uníssono da hora. É o chamado contra o genocídio.”

Assinam:
Adriana Sulam Saul Zebulun
Alan Besborodco
Alberto Kleinas
Alexandre Wahrhaftig
Alexandre Zebulun Ades
Aline Engelender
Alinnie Silvestre Moreira
Alon Shamash
Ana A Ribeiro Divan
Ana Maria de Souza Carvalho
Ana Roditi Ventura
André Gielkop
André Liberman
André Vereta-Nahoum
Andréa Basílio da Silva Chagas
Andrea Paula Picherzky
Angela Tarnapolsky
Ângela Valério Horta de Siqueira
Anna Cecilia Negreiros
Annita Ades
Artur Benchimol
Assucena Halevi Assayag Araujo
Bárbara Ferreira Arena
Beatriz Radunsky
Beni Iachan
Bernardo Furrer
Betty Boguchwal
Bianca Rozenberg
Boris Serson
Breno Isaac Benedykt
Bruna Barlach
Carla Araujo
Carlos Alberto Wendt
Carlos Eduardo Lober
Cecília Schucman
Celso Zilbovicius
Clara Politi
Clarisse Goldberg
Claudia Heller
Claudia Mifano
Claudio Estevam Reis
Cleber Candia
Cristina Catalina Charnis
Daniel Raichelis Degenszajn
Daniel Reiss Mendes
Daniela Wainer
David Albagli Gorodicht
David Levy de Andrade
David Tygel
Débora Abramant
Deborah Kotek Selistre
Deborah Rosenfeld
Deborah Sereno
Denise Bergier
Denise Gaspar da Silva
Desiree Garção Puosso
Diana Victoria Aljadeff
Dina Czeresnia
Dina Lerner
Dirson Fontes da Silva Sobrinho
Edith Derdyk
Edna Graber Gielkop
Eduardo Sincofsky
Eduardo Weisz
Eliane Pszczol
Elias Carlos Zebulun
Elias Salgado
Elizabeth Scliar
Estela Taragano
Esther Hamburger
Fabio Gielkop
Fabio Silva
Fabio Tofic Simantob
Fernando Perelmutter
Flávio Geraldo Ferreira de Almeida Motprista
Flavio Monteiro de Souza
Francisco Carlos Teixeira da Silva
Gabriel Besnos
Gabriel Douek
Gabriel Frydman
Gabriel Inler Rosenbaum
Gabriel Melo Mizrahi
Gabriela Korman
George William Vieira de Melo
Gerald Sachs
Geraldo Majela Pessoa Tardelli
Gisele Lucena
Giulia Cananea Pereira
Helen Da Rosa
Helena Cittadino Tenenbaum
Helena Waizbort Henrique Waizbort
Helio Schechtman
Horacio Frydman
Iara Rolnik
Ilana Sancovschi
Ilana Strozenberg
Iris Kantor
Irne Bauberger
Isabelle Benard
Iso Sendacz
Israel Falex
Itay Malo
Ivan Pamponet Suzart Neto
Ivan Stiefelmann
Ivanisa Teitelroit Martins
Ives Rosenfeld
Ivo Minkovicius
Jacqueline Moreno
Janaina Gonçalves da Rocha
Jean Goldenbaum
João Koatz Miragaya
Joao Luiz Ribeiro
Jonas Aisengart Santos
Jorge Naslauski
José Eudes Pinho
José Marcos Thalenberg
Juarez Wolf Verba
Juciara dos Santos Rodriguez
Judy Galper
June Menezes
Karina Iguelka
Karina Stange Calandrin
Karl Schurster
Lara Vainer Schucman
Laura Trachtenberg Hauser
Léa Suzana Scheinkman
Leana Naiman Bergel
Lia Vainer Schucman
Lília Katri Moritz Schwarcz
Lilian Thomer
Liliane Bejgel
Lilin Kogan
Lorena Quiroga
Luana Gorenstein Cesana
Lucia Chermont
Lucia Rosenberg
Luciano Uriel Lodis
Magali Amaral
Marcel Holcman
Marcelo de Oliveira Gonzaga
Marcelo Jugend
Marcelo Schmiliver
Marcelo Semiatzh
Marcio Albino
Marcio Magalhães de Andrade
Marcos Albuquerque
Maria Aparecida Dammaceno
Maria Aparecida Trazzi Vernucci da Silva
Maria Cecilia Moreira
Maria Fiszon
Maria Paula Araujo
Marina Costin Fuser
Marta Sandra Grzywacz
Marta Svartman
Marylink Kupferberg
Matilde G. Alexandre
Maurice Jacoel
Mauricio Lutz
Mauro Band
Mauro Motoryn
Maya Hantower
Michel Gherman
Michel Zisman Zalis
Michele Mifano Galender
Miguel Froimtchuk
Miriam S Rosenfeld
Miriam Weitzman
Monica Herz
Nadja Myriam de Morais
Natahaniel Braia
Natalia Pasternak
Nathan Rosenthal
Nelson Nilsenbaum
Newton Blanck
Ney Roitman
Nicholas Steinmetz Peres
Nina Jurša
Nina Queiroz Kertzman
Nirda Portella Barbabela
Nurit Bar Nissim
Ofélia Pereira Ferraz
Omar Ribeiro Thomaz
Patricia Barlach
Patricia Tolmasquim
Paulina Bela Milszajn
Paulina Wacht de Roitman
Paulo Baía
Paulo Vainer
Pedro Abramovay
Pedro Farkas
Pedro Litwin
Pedro Vainer
Rachel Aisengart Menezes
Rachel Lima Penariol Zebulun Ades
Radji Schucman
Rafael Arkader
Rafaela Vianna Waisman
Regina Celi Bastos Lima
Renata Paparelli
Renata Udler Cromberg
Ricardo Armando Schmitman
Ricardo Lima
Ricardo Teperman
Rita Fucs
Roseana Murray
Ruth Goldmacher
Sabina Radunsky
Samuel Neuman
Sandra Perla Felzenszwalbe
Sebastião Miguel da Silva Junior
Sergio Lifschitz
Sidnei Paciornik
Silvia Berditchevsky
Silvia Bregman
Silvia Fucs
Silvio Hotimsky
Sílvio Lewgoy Em nome
Silvio Naslauski
Silvio Tendler
Sonia Nussenzweig Hotimsky
Soraya Ravenle
Suely Druck
Suzana Moraes
Tamara Bar-Nissim
Tamara Katzenstein
Tania Maria Baibich
Telma Aisengart
Thais Kuperman Lancman
Tomás Treger Piltcher
Valéria Meirelles Monteiro
Virgínia Kenupp Henriques
Welbert Belfort
Zaida Gusmao Knight
Zina Voltis​

*Mônica Bergamo/Folha

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Política

Justiça barra ofensiva do governo Bolsonaro contra críticos

Tribunais e Ministério Público derrubaram ao menos dez inquéritos que tinham opositores do presidente como alvo; quatro deles foram abertos com base na Lei de Segurança Nacional.

Estadão – A ofensiva jurídica do governo Jair Bolsonaro contra críticos tem sofrido seguidos reveses no Ministério Público e em tribunais do País. Usada como estratégia de intimidação a opositores, a iniciativa congestiona o sistema judicial, mas não tem surtido efeito prático. Levantamento feito pelo Estadão mostra que pelo menos dez investigações abertas após pedidos do Ministério da Justiça e até do filho do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), foram barradas nos últimos meses.

Os alvos foram diversos – youtubers, advogados e professores estão na lista. As ações miram desde quem chamou Bolsonaro de “genocida” nas redes sociais a jornalistas que criticaram o presidente em publicações, numa prática que especialistas comparam à perseguição política da ditadura militar. Das dez investigações arquivadas, quatro são baseadas na Lei de Segurança Nacional (LSN), que prevê prisão de até quatro anos para quem “caluniar ou difamar” o presidente da República. A legislação, cuja redação é de 1983 – um resquício do regime ditatorial do País –, foi revogada pela Câmara dos Deputados no início do mês, mas o Senado ainda precisa avaliar se concorda em anulá-la.

Em março, o Estadão mostrou que, sob Bolsonaro, o número de inquéritos abertos pela Polícia Federal com base na Lei de Segurança Nacional aumentou 285% em relação a governos anteriores – foram 77 investigações entre 2019 e 2020.

Um dos principais argumentos usados por juízes e procuradores na hora de mandar as investigações pedidas pelo governo para a gaveta é o de que, embora algumas declarações possam ser reprováveis em termos morais (como desejar a morte do presidente, por exemplo), elas não representam crime.

Foi assim no caso em que o ex-ministro da Justiça André Mendonça pediu para investigar uma médica que afirmou, em suas redes sociais, que a facada em Bolsonaro na campanha eleitoral de 2018 foi “mal dada”. Na semana passada, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) mandou parar o inquérito. Na decisão, o desembargador Olindo Menezes afirmou que o comentário era “infeliz”, mas não havia ali qualquer indício de crime contra a democracia.

Na quarta-feira passada, a Justiça Federal em Brasília também derrubou a apuração aberta contra o cartunista Renato Aroeira e o jornalista Ricardo Noblat por causa de uma charge que retrata Bolsonaro ao lado de uma suástica, símbolo do nazismo. Segundo a decisão, a ilustração não é criminosa, e ocupantes de cargos públicos estão sujeitos a críticas.

O advogado Cláudio Pereira, professor de Processo Penal na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), vê uma “manipulação dos meios de persecução penal” nas iniciativas do governo contra críticos. Para ele, as divergências políticas estão sendo levadas para o sistema de Justiça com dois objetivos: o de “atemorizar aqueles que realizam quaisquer atos de oposição” e o de fazer as instituições aderirem à politização. “Essas derrotas revelam que são iniciativas políticas juridicamente sem cabimento.”

‘Pressões’. Segundo Pereira, as dezenas de pedidos de investigação acabam por atrapalhar. “Congestionam o sistema judiciário com questões que não são importantes, como também causam nas pessoas que são demandadas (MP, polícia e Justiça) pressões políticas de toda a natureza que não são democráticas, não são republicanas.”

No parecer em que pediu o arquivamento do caso envolvendo o advogado Marcelo Feller, o procurador João Gabriel Morais de Queiroz foi na mesma linha. “Apesar dos arroubos antidemocráticos e da proliferação de defensores da ditadura observada nesses últimos anos, vivemos em um sistema democrático de direito”, disse Queiroz.

Feller foi alvo de investigação após usar os termos “genocida”, “criminoso” e “omisso” para se referir ao presidente, em um debate na CNN Brasil. A Justiça do Distrito Federal arquivou o inquérito em janeiro por considerar que as declarações se inserem no “exercício do direito à livre manifestação do pensamento”. “O governo pega críticas que ganham visibilidade e tenta passar o recado para a coletividade de que elas serão criminalizadas, como se dissesse: ‘Cuidado ao me criticar, porque vou te trazer problemas’”, afirmou Feller ao Estadão.

O professor Tiago Costa Rodrigues também foi alvo de pedido de investigação de Mendonça, por crime de calúnia contra a honra do presidente. Rodrigues foi o responsável por outdoors que comparavam Bolsonaro a um “pequi roído”. Em março, o Ministério Público Federal arquivou o caso sob alegação de que se tratou de “crítica política”.

Para o criminalista Augusto de Arruda Botelho, as pessoas que buscam investigações ou processos com base na LSN “no fundo sabem que não vai dar em nada”. O advogado integra o movimento Cala-Boca Já Morreu, lançado após o youtuber Felipe Neto ser alvo de investigação por ter chamado Bolsonaro de “genocida” nas redes. O inquérito foi aberto pela Polícia Civil a pedido de Carlos Bolsonaro e, depois, arquivado.

“As iniciativas do Ministério da Justiça, de parlamentares e familiares do presidente de investigar pessoas por terem se manifestado contra Bolsonaro são tentativas de constranger, porque o resultado prático, jurídico, dessas iniciativas, quase sempre é inexistente”, afirmou Botelho. O projeto encabeçado pelo advogado dá assistência gratuita a cidadãos processados por criticarem o governo ou qualquer autoridade pública. Hoje, o grupo cuida de sete casos.

O advogado João Paulo Martinelli, professor do Ibmec-SP, levantou ainda a possibilidade de os autores de pedidos de investigação baseados na LSN serem punidos. “É um abuso de autoridade, pois extrapola aquilo que a lei descreve como crime.”

Procurados, o Ministério da Justiça e André Mendonça não se manifestaram.

3 PERGUNTAS PARA…

Cláudio Couto, professor de Ciência Política da FGV

1.Na avaliação do senhor, qual é o efeito prático desses pedidos de investigação contra críticos e opositores do governo Jair Bolsonaro?

Eu acho que, na realidade, isso tem um custo particularmente para aquelas pessoas que são alvo desse tipo de representação. Afinal de contas, tem um custo judicial, tem que contratar advogado, dá trabalho, chateia. Há um monte de custos importantes que precisam ser considerados para que possamos entender por que o governo faz isso. Claro, ele faz para intimidar, faz para mostrar que ele não aceita qualquer tipo de crítica e nisso Bolsonaro tem uma clara demonstração do seu autoritarismo.

2.Mesmo com os arquivamentos, o senhor acredita que pode haver uma espécie de autocensura?

Acho que sim, algumas pessoas podem ficar mais, digamos, intimidadas e preferir não se expor. Mas acho que também tem o efeito reverso. Quando o governo age dessa forma, ele produz ondas de solidariedade às pessoas que são vitimadas por essa perseguição.

3.Existe algum paralelo possível entre essas tentativas de investigação com a perseguição política na ditadura?

O presidente Jair Bolsonaro é um fã da ditadura, ele nunca escondeu isso. Até mesmo dos torturadores, o que não dizer de outros aspectos da ditadura. Lançar mão de práticas autoritárias é esperado de alguém como ele.

*Pepita Ortega e Rayssa Mott/Estadão

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Saúde

Governo Bolsonaro recebe alertas de nova onda da pandemia, e área técnica da Saúde teme piora

Estados e municípios já sentem pressão sobre sistema de saúde, disse ministro.

Segundo a Folha, o governo federal vem recebendo alertas sobre a chegada de uma nova onda da pandemia de Covid-19 de secretários de estados e municípios.

Segundo gestores do SUS (Sistema Único de Saúde) que participam das discussões, o ministro Marcelo Queiroga (Saúde) afirma ter preocupação sobre o cenário da crise sanitária, mas publicamente minimiza o risco de alta no curto prazo.

Em documentos internos, a Saúde reconhece que é incerta a evolução da doença.

“Não estamos vislumbrando isso nesse momento. A maneira adequada de se evitar terceira onda é avançar na campanha de vacinação”, disse o ministro nesta sexta-feira (21).

Ele afirmou que alguns estados e municípios já notaram “pressão sobre o sistema de saúde”. “Isso se relete pela abertura que foi concedida nesses estados.”

Presidente do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e secretário no Maranhão, Carlos Lula afirma que alertou Queiroga, nesta semana, sobre possível alta da doença.

Para Lula, o recrudescimento da pandemia pode ser superior aos anteriores. “A gente já parte de um patamar muito alto”, disse o secretário.

Segundo ele, o SUS não tem estoque suficiente de insumos essenciais, como kits de intubação, e está perto do limite da expansão de leitos.

Nesta sexta, o Brasil registrou 2.136 mortes pela doença e 77.598 novos casos, totalizando 446.527 óbitos e 15.976.156 pessoas infectadas durante a crise sanitária.

A média móvel de mortes ficou em 1.963 óbitos por dia nesta sexta, abaixo de 2.000 pelo 11º dia consecutivo. Há 120 dias a média está acima de mil óbitos diários.

A área técnica da pasta afirmou ao Ministério da Economia, no dia 13 de maio, que o “cenário da pandemia no Brasil é caracterizado pelo recrudescimento da doença”, ao defender que fossem mantidas as reduções de custos para importação de insumos e medicamentos para evitar desabastecimento.

Em abril, a Saúde disse à equipe do ministro Paulo Guedes (Economia) que a crise era grave e havia incertezas sobre a demanda futura por leitos e medicamentos.

O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), esteve com Queiroga, no fim de abril, para tratar de uma possível nova onda no estado, tido como bússola da evolução da doença no resto do país.

No dia seguinte, porém, ambos acompanharam o presidente Jair Bolsonaro em aglomeração em Manaus.

Em depoimento à CPI da Covid, em 6 de maio, Queiroga disse que o exemplo do Amazonas deve servir de alerta para evitar uma nova onda, “que pode ser muito perigosa para a nossa população”.

“Além de mostrar preocupação, é preciso tentar demonstrar proatividade para comprar mais vacinas. Solucionar a falta de kit intubação e evitar terceira onda no país”, disse Lula sobre a postura do ministério.

Para ele, a pasta perdeu o foco e está com as atenções voltadas à CPI.

Gestores do SUS temem, além da falta de insumos, que a rede de atendimento pública não dê conta da nova alta da pandemia.

Para o presidente do Conass, é pequena a margem para ampliar o número de leitos e já faltam profissionais de saúde disponíveis para o trabalho.

Além disso, há preocupação sobre a falta de insumos como seringas para as campanhas de imunização contra a Covid-19 e gripe.

Para Lula, a maior dúvida é quando a nova onda virá. Segundo ele, algumas regiões já sentem o recrudescimento da doença e pede maior discussão sobre o financiamento de leitos de UTI.

Uma das promessas do governo federal de nova arma contra a pandemia é a recém-lançada política de testagem com o uso do exame de antígeno, um modelo que entrega resultado em poucos minutos.

Queiroga promete testar mais de 25 milhões por mês, mas a Saúde só garantiu 3 milhões desses exames.

A pasta irá atrás, no curto prazo, de outros 14 milhões, que não têm data para serem distribuídos.

Segundo técnicos da Saúde, o ministério tem limitações orçamentárias para enfrentar a pandemia. A equipe de Queiroga precisa pedir recursos adicionais à Economia a cada nova grande iniciativa, compra de vacinas, custeio de leitos ou medicamentos de UTI.

Em abril, a Saúde pediu mais verba para formar um estoque de medicamentos usados na intubação de pacientes para 180 dias, mas a Economia questionou se a pandemia não iria arrefecer e entregou metade do valor.

A promessa da equipe econômica é liberar de forma célere os novos pedidos da Saúde, mas gestores do SUS apontam que o repasse a conta-gotas dificulta um planejamento mais duradouro.

Em resposta oficial, a Saúde disse em abril que conseguiu recursos para o “pior cenário” da pandemia nos três meses seguintes.

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Sorteios de relatores do STF refletem maré de azar do governo Bolsonaro

Não é fraude. Pelo contrário: o sistema de sorteio de relatores do STF já foi submetido a auditoria e é verificado periodicamente pelos técnicos da Corte. Mas que ele é surpreendente, isso é. Os resultados dos últimos sorteios têm significado derrota para o governo Bolsonaro antes mesmo do julgamento das ações. Basta examinar o perfil decisório do relator para conseguir antever o revés para o Palácio do Planalto.

O governo deu azar nos sorteios para relatorias de processos recentes. A investigação contra o ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, foi parar no gabinete do ministro Alexandre de Moraes, um dos mais criticados pelo presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores por suas decisões judiciais. Na quarta-feira (19), Moraes autorizou quebra de sigilo de Salles.

Coincidentemente, o mesmo ministro foi sorteado no ano passado para conduzir o inquérito que investiga atos antidemocráticos ocorridos pelo país. Bolsonaro participou pessoalmente de manifestações desse tipo em Brasília. O inquérito já resultou em prisões, buscas e apreensões de apoiadores do presidente.

A maré de azar para o governo começou há dois anos, quando Moraes foi escolhido relator do inquérito das fake news, que apura ataques ao STF e aos ministros da Corte. Também mira apoiadores de Bolsonaro. Dessa vez, não houve sorteio: o então presidente do tribunal, Dias Toffoli, escolheu o relator para o caso. Moraes tem conduzido as investigações com rigidez.

Em outro episódio de má sorte do governo, o ministro Ricardo Lewandowski foi sorteado para julgar todos os habeas corpus de depoentes da CPI da Covid-19. O ministro concedeu o pedido do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello para ficar em silêncio. A jurisprudência era clara: investigados têm esse direito. Lewandowski ponderou que Pazuello não poderia mentir para proteger outras pessoas.

O ministro do STF negou o mesmo pedido à secretária de Saúde Mayra Pinheiro, conhecida como “capitã cloroquina”. Ela foi considerada testemunha, e não investigada. Outros ministros do STF já concederam a testemunhas o direito ao silêncio. Lewandowski foi mais rígido na interpretação da jurisprudência e negou o direito à depoente. A partir dessas decisões, é possível prever que, ao longo da CPI, o direito a ficar calado não será absoluto, e nem concedido a todos.

Em março, Marco Aurélio Mello foi sorteado relator da ação de Bolsonaro contra medidas restritivas adotadas por governos estaduais na tentativa de conter a pandemia do coronavírus. O ministro já deu decisões favoráveis aos atos de governos locais. Portanto, antes mesmo de vir a decisão, Bolsonaro já pode contar com a derrota.

O sistema de sorteio de relatores é uma espécie de supercomputador com um algoritmo. Cada processo que chega ao tribunal é distribuído a um relator. Existe um fator de compensação, para que os ministros recebam quantidades semelhantes de processos, de modo a não sobrecarregar um em relação a outros. Mas a distribuição é aleatória, para não haver previsibilidade.

Existe no tribunal também a regra da prevenção. Por exemplo, se um ministro já é relator de uma ação direta de inconstitucionalidade que questiona determinada norma e chegar outra ação do mesmo tipo, contra a mesma norma, ela será encaminhada para o gabinete do mesmo ministro. É a única possibilidade de prever o relator no STF. O resto é coincidência.

*Carolina Brigido/Uol

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Governo Bolsonaro prepara decreto para impedir redes sociais de apagar publicações

Texto foi elaborado pela Secretaria de Cultura e já recebeu parecer favorável da Advocacia-Geral da União.

Segundo o Globo, o governo Bolsonaro prepara um decreto para limitar a atuação de redes sociais no Brasil e proibir que sites e redes sociais apaguem publicações ou suspendam usuários de suas plataformas. O texto foi elaborado nas últimas semanas pela Secretaria de Cultura e recebeu parecer favorável da Advocacia-Geral da União. O decreto é uma resposta do governo à atuação das principais plataformas e, caso seja editado, pode permitir que a propagação de informações falsas e o discurso de ódio cresça ainda mais. Nos últimos meses, publicações e vídeos do presidente Bolsonaro foram retirados do ar pelo Facebook e pelo Google sob a alegação de que propagavam informações falsas ou sem comprovação e receberam críticas do presidente. Influenciadores bolsonaristas e o presidente Donald Trump também já tiveram suas contas suspensas pelas plataformas.

Segundo o decreto, os provedores de serviço só poderão agir por determinação da Justiça ou para suspender perfis falsos, automatizados ou inadimplentes. O bloqueio de conteúdos sem decisão judicial também só poderá ocorrer em casos específicos, como nudez, apologia ao crime, apoio a organizações criminosas ou terroristas, violação ao Estatuto da Criança e do Adolescente e incitação de atos de ameaça ou violência. O decreto foi encaminhado ao Palácio do Planalto e a outros ministérios na última semana.

O controle sobre as plataformas é uma das bandeiras defendidas pela ala mais radical do governo, que vê na política atual das redes sociais uma forma de censura. Recentemente, expoentes do bolsonarismo tiveram suas contas bloqueadas ou limitadas. Além disso, publicações propagando o uso de tratamentos contra a Covid-19 sem comprovação científica foram tirados do ar. Na CPI da Covid no Senado, um dos temas investigados pelos parlamentares é exatamente a forma como o presidente, seus auxiliares e até mesmo órgãos do governo usaram as redes sociais para divulgar o uso de medicamentos contra a covid-19, como a cloroquina.

De acordo com a minuta do decreto, a Secretaria Nacional de Direitos Autorais ficaria responsável por fiscalizar e apurar casos em que sites e redes sociais retirassem publicações do ar.

O órgão atualmente é comandado pelo advogado Felipe Carmona Cantera, ex-assessor parlamentar do deputado estadual de São Paulo Gil Diniz, conhecido como “Carteiro Reaça”. Diniz foi acusado na Assembleia Legislativa de São Paulo de criar e propagar fake news contra adversários. Além disso, foi citado no inquérito do Supremo Tribunal Federal que apura atos contrários à democracia.

Pelo documento, a Secretaria Nacional de Direitos Autorais poderia até mesmo proibir o uso de determinadas plataformas que cometessem as infrações previstas no decreto. A medida afeta não apenas grandes sites, mas também os de menor porte, como páginas de vaquinha virtual, por exemplo.

Especialista: ‘Mudança radical’

O projeto quer regulamentar um ponto do Marco Civil da Internet que trata da responsabilização por conteúdos publicados nas internet. Segundo a lei, provedores de serviço na internet não podem ser responsabilizados pelo conteúdo publicado nas redes. De acordo com Francisco Brito Cruz, advogado e diretor do InternetLab, centro de pesquisa especializado em direito e tecnologia, entretanto, o teor do projeto vai contra o que determina a legislação.

— O projeto subverte o Marco Civil. Se o decreto fosse publicado, mudaria radicalmente como as redes sociais funcionam no Brasil. Além disso, instituiria um órgão público que vai dizer como as plataformas vão aplicar medidas de moderação na internet — afirma Francisco Brito Cruz, diretor do InternetLab.

Para o especialista em Direito Digital, Omar Kaminski, o decreto entende que a remoção de conteúdos pelas redes sociais por infração aos termos de uso interno do site pode ser considerado “censura privada”.

— Mas, ao que parece, em diversos casos a intenção extrapola este objetivo e peca pelo excesso, pedindo, por sua amplitude e subjetividade, não mais um simples decreto presidencial mas a propositura de um projeto de lei a ser debatido por parlamentares na Câmara e Senado — disse.

No documento, a Secretaria Nacional de Direitos Autorais justifica que o decreto é necessário para regulamentar o Marco Civil em relação aos direitos e garantias dos usuários. O governo argumenta que, como não podem ser responsabilizados, também não poderiam retirar qualquer conteúdo por suposta infração às suas regras.

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Governo Bolsonaro rejeitou cinco ofertas de vacina em 2020; veja as propostas

Executivo da Pfizer diz em depoimento que governo não respondeu aos primeiros contatos da farmacêutica em agosto do ano passado.

Segundo O Globo, o gerente-geral da farmacêutica Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, afirmou à CPI da Covid no Senado que o governo brasileiro não respondeu às propostas de contrato da compra de vacinas, sendo a primeira delas feita em agosto de 2020. Se o Brasil tivesse negociado com a Pfizer a aquisição dos imunizantes em agosto de 2020, o país poderia ter recebido 4,5 milhões de doses a mais de vacinas contra a Covid-19 ate março deste ano.

Propostas apresentadas ao governo brasileiro

Murillo contou à CPI da Covid que a farmacêutica fez cinco ofertas de vacinas contra o novo coronavírus no ano passado ao governo federal. De acordo com o executivo, os contatos começaram em maio e, em agosto, foi apresentada a primeira proposta, de 30 milhões de doses, e outra de 70 milhões de doses.

Primeira proposta: 14 de agosto

A Pfizer ofereceu 30 ou 70 milhões de doses de vacina ao governo. Os dois contratos previam a entrega de 500 mil doses ainda em 2020, 1,5 milhão no primeiro trimestre deste ano e 5 milhões no segundo trimestre.

Na proposta de 30 milhões, o governo receberia ainda 14 milhões no terceiro trimestre deste ano e outras 9 milhões entre outubro e novembro.

Caso o contrato de 70 milhões fosse levado a diante, o número de doses nos terceiro e quarto trimeste seria maior: 33 milhões (entre julho e setembro) e 30 milhões (entre outubro e dezembro).

Segunda proposta: 18 de agosto

O governo federal não respondeu ao primeiro contato com a farmacêutica. No segundo contato, a Pfizer ofereceu a entrega de 1,5 milhão de doses ainda em 2020, aumentando a previsão de entrega no ano passado. A empresa manteve a opção ao governo de adquirir, no total, 30 ou 70 milhões de vacinas, como no contato anterior.

Terceira proposta: 26 de agosto

No terceiro contato com o governo, a Pfizer voltou a oferecer 30 e 70 milhões de doses ao governo, com previsão de entrega até o fim de dezembro de 2021. A proposta também incluia 1,5 milhão de doses ainda em 2020.

– A proposta de 26 de agosto tinha validade de 15 dias. Passados 15 dias, o governo não rejeitou e nem aceitou a oferta – disse Murillo à CPI.

Quarta e quinta proposta: 11 e 24 de novembro

Em novembro, após as tentativas frustradas de agosto, houve duas novas ofertas de 70 milhões, das quais 2,5 milhões seriam no primeiro trimestre de 2021 e 6,5 milhões no segundo.

O executivo da Pfizer disse que o Brasil não respondeu a oferta de vacinas em agosto. Ele também discordou da avaliação feita pelo ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello que justificou não ter fechado acordo em razão da cláusulas “leoninas”. Afirmou ainda que são os mesmos termos dos acordos firmados com mais de 100 países.

— Nossa oferta de 26 de agosto tinha, como era vinculante e estávamos nesse processo com todos os governos, tinha validade de 15 dias. Passados esses 15 dias, o governo do Brasil não rejeitou, mas tampouco aceitou a oferta — disse o executivo.

Proposta aceita pela governo: 15 de fevereiro

Em 2021, a Pfizer fez nova oferta em 15 de fevereiro. Desta vez, a empresa propõs um contrato para a entrega de 100 milhões de doses, 8,7 milhões no segundo trimestre. Houve uma repactuação em março, que aumentou o total dos meses de abril, maio e junho para 14 milhões.

Há ainda um segundo contrato, de mais 100 milhões de doses, previstas inicialmente para o terceiro trimestre — 30 milhões — e quarto — 70 milhões. O executivo da Pfizer disse que, em razão da logística, após conversa com o Ministério da Saúde, houve uma mudança e tudo será entregue apenas no quarto trimestre.

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Profissionais de saúde vão a órgão da OEA por “crimes” do governo Bolsonaro

Os trabalhadores do setor de saúde denunciam o governo diante da Comissão Interamericana de Direitos Humanos e pedem que o órgão adote medidas cautelares para garantir a proteção a médicos e enfermeiras no país diante da covid-19.

O ato está sendo liderado pela Internacional de Serviços Públicos (ISP) que, representando sindicatos de diversos grupos, alerta para a falta de equipamentos de segurança, de capacitação adequada e de condições mínimas de trabalho – como a disponibilização de água, sabão e álcool em gel -, além do cumprimento de jornadas exaustivas em estabelecimentos públicos e privados de saúde.

Com a iniciativa, os profissionais querem que a Comissão Interamericana obrigue o estado brasileiro a adquirir equipamentos de segurança individual, que realize testagem contínua para covid-19 e que promova a capacitação técnica para os trabalhadores de saúde.

As medidas cautelares ainda iriam na direção de garantir condições dignas, saudáveis e seguras de trabalho, contratação e recomposição das equipes desfalcadas e aquisição de insumos para atenção devida a todos os pacientes – como medicamentos para intubação e oxigênio).

Na lista de pedidos, as entidades pedem que o órgão internacional obrigue o Brasil a adotar campanhas em prol de medidas sanitárias recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e que seja restaurada a Mesa Nacional Permanente de Negociação do SUS.

Eles também solicitam a “suspensão de recomendações de uso de medicamentos comprovadamente ineficazes ao tratamento de covid-19”.

“A falta de uma política coordenada e a adoção de medidas de propagação da pandemia pelo Estado brasileiro promoveram o colapso do sistema de saúde e o adoecimento, sofrimento físico e mental e mortes evitáveis desses profissionais, violando o direito à vida, à saúde, à integridade e ao trabalho digno, previstos da Convenção Americana de Direitos Humanos”, declararam as entidades, no documento submetido ao órgão ligado à Organização dos Estados Americanos.

Além da ISP, fazem parte da iniciativa a Associação dos Funcionários da Fundação Oswaldo Cruz/Sindicato dos Servidores de Ciência, Tecnologia, Produção e Inovação em Saúde Pública, a CNTS – Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde, a Federação Nacional dos Enfermeiros, o Sindicato dos Enfermeiros do Estado do Rio de Janeiro, o Sindicato dos Médicos de São Paulo e mais de uma dezena de outras entidades.

O documento, obtido pela coluna, indica que “o governo federal abdicou de seu papel de coordenação das políticas de saúde – incluídas as políticas de aquisição de insumos, vacinas, medicamentos e equipamentos, de estabelecimento de diretrizes e protocolos clínicos e de imunização – criando, com isso, resposta díspares e desiguais por parte das instâncias subnacionais”.

“Essa descoordenação acarretou desabastecimento de insumos, oxigênio, equipamentos de segurança, medicamentos e vacinas”, denunciam.

A denúncia também acusa o governo de “reiteradamente propagar informações contraditórias, falsas e em desacordo com as recomendações científicas para enfrentamento da pandemia de covid-19”. “Foram feitas campanhas públicas contra o distanciamento social e uso de máscaras; mensagens contra a segurança de vacinas; além da produção, distribuição e recomendação indiscriminada de medicamentos como cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina (vulgarmente apelidados de “kit covid”) sabidamente ineficazes para Covid-19, cujo consumo traz efeitos maléficos para a população”, disse.

Para os sindicatos, houve crime. “Os fatos todos reunidos, perpetrados por agentes do Estado brasileiro em diferentes instâncias governamentais constituem, além de violações a direitos humanos, crimes equiparáveis a ataques sistemáticos e intencionais contra a população brasileira, potencialmente adequados, inclusive, às instâncias penais internacionais”, apontam.

No que se refere explicitamente à situação dos profissionais de saúde, o documento aponta que a ausência de coordenação entre as ações do governo federal e dos governos locais e a adoção de medidas de propagação da pandemia pelo Estado brasileiro têm levado trabalhadores e trabalhadoras da saúde ao limite”. “Precisaram adotar, para preservar a vida, práticas equivalentes à tortura. Os danos físicos e mentais a pacientes e trabalhadores e trabalhadoras em saúde já é imensurável”, dizem.

Medidas cautelares

Diante do que chama de “ações e omissões, sistemática e intencionalmente para a propagação da pandemia de Covid-19 no país”, os trabalhadores pedem agora medidas cautelares. “Neste contexto, trabalhadores e trabalhadoras de saúde, trabalhadores essenciais que atuam na linha de frente do enfrentamento ao Covid-19, tiveram seus direitos humanos e fundamentais violados”, alertam.

De acordo com o documento, o Ministério da Saúde informa que um profissional de saúde morreu no Brasil a cada 19 horas. Mas conselhos profissionais de medicina e enfermagem informam que os números estão subnotificados e que, em verdade, um profissional de saúde morre a cada 8 horas no país, em razão da pandemia de Covid-19.

Para justificar o pedido de ação, os sindicatos revelam o resultado de uma pesquisa que realizaram com 3.636 trabalhadores de saúde em 2020. São eles:

63% de trabalhadores e trabalhadoras de saúde participantes da pesquisa indicaram que não havia equipamentos de proteção individual (EPIs) suficientes para troca e higienização durante a jornada de trabalho;

73,3% de trabalhadores e trabalhadoras de saúde em jornadas de 12 horas ou mais indicaram não ter equipamentos de proteção individual (EPIs) suficientes para troca e higienização durante o trabalho; A ausência de equipamentos de segurança apropriados foi relatada em acima de 50% para todas as áreas de atuação (atenção básica, alta complexidade ou outras) e em todas as faixas etárias.

70% de trabalhadores e trabalhadoras de saúde participantes da pesquisa indicaram não ter passado por qualquer treinamento para lidar com a realidade da pandemia de Covid-19;

69,6% de trabalhadores e trabalhadoras de saúde participantes da pesquisa indicaram não ter passado por qualquer treinamento sobre o protocolo de atendimento a pessoas com Covid-19.

Mais recentemente, uma outra pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz e Fundação Getulio Vargas – FGV em de março de 2021 constatou que:

55,6% dos profissionais de saúde participantes não havia recebido (6,2%), ou havia recebido uma ou poucas vezes (49,4%) os equipamentos de proteção individual (EPIs);

72,6% não recebeu nenhum treinamento para lidar com a pandemia ou sobre protocolos específicos de atendimento a pessoas com Covid-19, incluídos médicos e 
enfermeiros;

96,6% conhecem colegas profissionais de saúde que foram infectados com Covid-19, sendo que 31,2% dos respondentes já tiveram a doença;

87,6% dos profissionais de saúde sentem medo da Covid-19;

80,2% dos profissionais de saúde indicam estarem com a saúde mental afetada por 
conta do trabalho com Covid-19;

“As péssimas condições de trabalho às quais estão submetidos os trabalhadores e as trabalhadoras da saúde no Brasil – comprovadas pelas pesquisas – significam violações de princípios básicos dos direitos humanos e da garantia de trabalho decente, colocando em perigo tanto quem trabalha como quem utiliza esses serviços. A intervenção de organismos internacionais como a CIDH da OEA torna-se ainda mais importante no momento em que o Brasil é o epicentro da pandemia pois ameaça o controle da covid-19 no mundo”, disse Denise Motta Dau, secretária sub-regional da ISP no Brasil.

Eloísa Machado, advogada na ação, aponta que “a responsabilização internacional por violações a direitos humanos é um passo necessário quando o sistema de Justiça nacional não se mostra efetivo e as violações se mostram persistentes”.

*Jamil Chade/Uol

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Pazuello foge da CPI e comunica que não vai depor

Pazuello enfiou a cabeça na carapuça e parece que assentou direitinho.

Mal começaram os trabalhos da CPI da Covid em que o governo Bolsonaro estará na berlinda, com acusações graves de cometer os mais variados crimes, a tropa de choque comandada pelo Ciro Nogueira e Eduardo Girão, começaram a catimba a qual eles chamam de requerimento para não deixar sequer começar a CPI que, hoje, colherá depoimento do ex-ministro Mandetta e de Nelson Teich.

Em meio a essa malandragem governista que quer esculhambar com a CPI, mostrando que o governo Bolsonaro tem muito o que esconder, Pazuello soltou uma nota dizendo que está com suspeita de covid, porque teve contato com dois coronéis que, segundo ele, estão infectados.

Esse Pazuello é aquele mesmo flagrado no shopping dias atrás tripudiando a morte de mais de 400 mil brasileiros, fazendo piada ao ser flagrado sem máscara, revelando o grau de molecagem que o general da ativa trata a dor de centenas de milhares de famílias que perderam seus entes queridos.

Ou seja, imaginava-se que o governo Bolsonaro não teria como enfrentar uma CPI, tal a lista de crimes cometidos, mas não se comportar com um deboche dessa natureza que só confirma que esse governo que aí está comandado por Bolsonaro, trata a vida dos brasileiros como se não tivesse valor algum e, por isso mesmo, segue banalizando a tragédia humana e sanitária que o próprio governo provocou.

Só esse comportamento já mostra que não há a menor condição de Bolsonaro continuar governando o Brasil e, naturalmente, o impeachment se imporá.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Governo Bolsonaro tentou importar vacina indiana com data próxima do vencimento, apontam documentos

Segundo matéria de Leandro Prazeres e Paula Ferreira, publicada no Globo, o contrato de R$ 1,6 bilhão com Covaxin é investigado pelo MPF; iniciativa é do fim de março mas imunizantes venceriam entre abril e maio, levantando suspeitas sobre capacidade de distribuição e aplicação das doses antes de expirarem.

O Ministério da Saúde tentou importar três lotes da vacina indiana Covaxin que seriam usadas no programa de imunização contra a Covid-19 com prazo de validade perto do fim. A informação está em documentos obtidos pelo GLOBO sobre o processo de importação do imunizante. Em fevereiro, ainda sob o comando do general Eduardo Pazuello, a pasta firmou um contrato de R$ 1,6 bilhão para a compra de 20 milhões de doses da vacina.

O contrato entre o Ministério da Saúde e a Precisa Medicamentos (representante no país do laboratório indiano Bharat Biotech) para a compra das vacinas da Bharat Biotech é alvo de uma investigação conduzida pelo Ministério Público Federal (MPF). Os investigadores querem apurar detalhes do contrato e se a empresa terá condições de fornecer os produtos conforme o prometido. As negociações sobre a aquisição de vacinas também será um dos principais alvos da CPI da Covid.

A importação da vacina indiana está paralisada desde 31 de março, quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) negou o pedido feito pelo Ministério da Saúde. O contrato feito entre a pasta e a Precisa previa o envio de cinco lotes de 4 milhões de vacinas de forma escalonada. As entregas começariam em março e terminariam em meados de junho. Por esse contrato, o Ministério da Saúde seria o responsável pelo processo de importação junto às autoridades alfandegárias e sanitárias brasileiras.

Antes da negativa da Anvisa, no dia 23 de março, o Ministério da Saúde iniciou o processo de importação da vacina. A pasta enviou informações detalhadas à agência sobre os lotes que seriam importados. Ao analisar a documentação, técnicos da Anvisa constataram que, considerando a data de fabricação dos lotes, as vacinas iriam vencer entre abril e maio, o que levantou suspeitas quanto à capacidade do governo de distribuir as doses e dos estados e municípios de aplicá-las antes do prazo de validade expirar.

Anvisa questionou uso

Ao identificar o risco de que as vacinas poderiam não ser usadas a tempo, a Anvisa enviou, naquele mesmo dia, um ofício ao Ministério da Saúde pedindo esclarecimentos.

“O prazo de validade aprovado pela autoridade indiana para a vacina Covaxin é de 6 meses, se conservada em 2-8 °C. De acordo com as datas de fabricação dos lotes a serem importados, observa-se que o prazo de validade irá expirar nos meses de abril e maio/2021. Solicita-se esclarecer se é possível a utilização de todo o quantitativo previamente à data de expiração dos lotes”, diz o ofício.

Dois dias depois, no dia 25 de março, a Precisa respondeu ao ofício confirmando que, segundo as autoridades indianas, a validade da vacina era de seis meses, se mantida entre temperaturas de 2º a 8º C. O documento também informa que novos estudos teriam indicado que o produto poderia ser armazenado por mais tempo. O ofício, no entanto, não especificou que estudos seriam esses.

Na comunicação enviada ao Ministério da Saúde e à Anvisa, a diretora técnica da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, argumenta ainda que a empresa se comprometia a assinar um termo de compromisso para que nenhuma vacina chegasse ao Brasil com mais de 30% do seu prazo de validade transcorrido.

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