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‘Cemitério dos vivos’: palestinos libertados denunciam tortura, humilhação e fome em prisões de Israel

Ex-prisioneiros pedem urgência na discussão de questões humanitárias por entidades internacionais ao revelarem detenções injustificadas, revistas vexatórias e assassinatos.

Humilhação, espancamentos, tentativas de homicídio, fome, negligência médica e detenções injustificadas: estas são algumas das medidas tomadas pelas autoridades de Israel em suas prisões administrativas, conforme denunciaram nesta segunda-feira (10/03) ex-prisioneiros palestinos recentemente libertados das celas do regime sionista. Os depoimentos foram dados no âmbito de uma coletiva organizada pelo Instituto Palestino para Diplomacia Pública (PIPD, na sigla em inglês).

Shadi Albarghouti, que hoje tem 48 anos, conheceu seu pai dentro de uma prisão israelense aos 27 anos, quando também foi detido, em 2003. Ele foi libertado em 8 de fevereiro, durante a primeira fase do acordo de cessar-fogo e troca de reféns na Faixa de Gaza, que entrou em vigor em 19 de janeiro.

“Meu pai foi detido em 1978. Fui proibido de visitá-lo durante 10 anos. Só conheci ele dentro das prisões israelenses, nunca antes. Ou seja, meu pai conheceu seus filhos, Shadi e Hadi, na prisão. Na hora [que nos vimos], ele não conseguia nos distinguir”, contou, ao defender que a questão humanitária nas celas precisa urgentemente ser discutida pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) em Haia, assim como pela Cruz Vermelha e a mídia.

O palestino também escancarou um crime cometido nas detenções, ao citar o ex-ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, aliado do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu ao longo do massacre em Gaza. Segundo ele, existe uma “gangue” que atua juntamente com a polícia, com aval do governo, para assassinar os prisioneiros.

“Depois do 7 de outubro, os israelenses decidiram que podem matar os prisioneiros palestinos direta ou indiretamente. E já houve tentativas de nos matar. […] Não é uma decisão da administração prisional. Há uma gangue que comanda as prisões israelenses. É Ben Gvir [ex-ministro da Segurança Nacional de Israel] e a polícia”, revelou.

Política da humilhação
“Cemitérios dos vivos”, foi como descreveu Diala Ayesh, que foi libertada cinco dias antes da implementação da primeira fase do cessar-fogo em Gaza.

Questionada por Opera Mundi se as detentas sabiam que um acordo de libertação de reféns estava prestes a se concretizar, a ex-prisioneira afirmou apenas ter tido conhecimento sobre o assunto quando deixou a cela, por meio de sua família. “Havia muita conversa a respeito, mas não sabíamos que estava muito perto de acontecer”, disse, o que aponta a falta de fornecimento de informações por parte das autoridades israelenses para com os presos.

Além de denunciar a privação de comida e inacessibilidade a medicamentos, Diala enfatizou a política de “humilhação”. Relatou que os israelenses revistavam as detentas e as obrigavam a ficarem nuas, “não por razões de segurança, mas para assediar, intimidar e insultar.

“Eles estavam se divertindo quando nos forçavam a tirar nossas roupas. Nos insultavam, e insultavam nossas famílias. Essa revista nua é muito sensível para nós, como mulheres árabes palestinas, que estamos comprometidas em nos mantermos vestidas. Eles sabem disso. Me sinto até envergonhada de falar sobre isso”, disse.

Diala também relatou sobre as “provocações emocionais”, nas quais as autoridades israelenses propositalmente falavam com seus familiares para despertar sentimentos nostálgicos das prisioneiras palestinas.

“Batiam à nossa porta, e falavam com seus filhos. Sabiam que somos impedidas de ir até nossos filhos, nossas famílias, nossos entes queridos. Na hora, nem sei se a minha família está viva ou não. Então, quando falavam com seus respectivos filhos ou com suas famílias, nesses momentos eu sentia aquela nostalgia. Isso era mais uma provocação para nós”, contou.

Prisões administrativas
Desde 7 de outubro de 2023 até a atualidade, mais de 62 prisioneiros palestinos foram martirizados, mas suas identidades nunca foram reveladas, de acordo com a Addameer Prisoner Support, uma ONG palestina sediada em Ramallah. Tala Naser, advogada da entidade, relatou que as autoridades israelenses abriram uma investigação em cinco dessas dezenas de casos, e que nas apurações observaram que os corpos apresentavam vestígios de hematomas, fraturas e hemorragia interna, o que prova que as vítimas foram submetidas a espancamentos. Entretanto, até agora, nenhum relatório médico foi emitido.

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Embora as evidências de tortura, “99% das queixas que enviamos foram arquivadas”, disse Naser, acrescentando que “isso significa que a ocupação não tem nenhuma intenção ou vontade de responsabilizar os criminosos pela morte dos prisioneiros”.

A advogada palestina informa a necessidade de rever as medidas tomadas por Israel no período pré-julgamento, uma vez que os prisioneiros são barrados de se encontrar com suas equipes de defesa, portanto, não havendo aconselhamento jurídico àqueles em liberdade condicional.

Ainda segundo Naser, a crítica ao sistema prisional israelense também envolve o funcionamento do próprio tribunal, que viola os princípios de um julgamento justo porque não informa os prisioneiros sobre o suposto motivo de sua detenção.

“Eles são detidos sem saber o motivo de sua detenção. Não tem um julgamento público porque os tribunais israelenses são confidenciais, secretos, e não há supervisão ou monitoramento por lá, e também não há defesa eficiente porque os advogados são impedidos de conhecer os prisioneiros”, contou, enquadrando a situação como um “crime de guerra” conforme prevê o estatuto de Roma.

“Precisamos entender como eles obtiveram a confissão [dos palestinos] à força, como eles [palestinos] foram ao julgamento e quais são as medidas que estamos tomando no pré-julgamento”, pontuou.

Por sua vez, a jornalista palestina Lama Ghosheh, libertada das prisões israelenses, relatou ter notado que a detenção administrativa se tornou mais evidente depois do 7 de outubro de 2023.

“Houve um grande número de pessoas presas apenas por motivos de incitação. Essas foram as mesmas acusações contra os palestinos em Jerusalém e nos territórios de 1948, que tinham como objetivo intimidá-los”, indicou.

Lama relatou ter sido encarcerada nas prisões israelenses de Hasharon e de Damon, e logo transferida para prisão domiciliar. Entretanto, não teve a permissão para se comunicar com outras pessoas, mantendo-se longe da esfera pública. Durante um período de 300 dias, a jornalista foi submetida a trabalho forçado em um assentamento israelense, sem receber nenhum pagamento financeiro e sob “circunstâncias intimidadoras” de monitoramento.

“Quando falamos sobre jornalismo sob o estado de intimidação em curso desde 7 de outubro, ou até mesmo desde 2021, é importante ter conscientização para cobrir tudo o que acontece em Jerusalém e tudo o que acontece nos territórios de 1948. Não ser enganado nem subjugado por essa intimidação, e aumentar a conscientização das pessoas”, concluiu.

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Brasil Política

Acordo de Bolsonaro permite humilhação a brasileiros deportados dos EUA

Modelo de deportação que permite às autoridades dos EUA tratar brasileiros deportados com humilhação, racismo e maus-tratos foi anulado em 2006, mas retomado por Bolsonaro.

Muitos discutiram o caso dos brasileiros deportados dos Estados Unidos que chegaram ao Brasil algemados nos pulsos e nos tornozelos, além de terem denunciado humilhações, racismo e maus-tratos pelas autoridades americanas. Mas poucos se questionaram o porquê desse tratamento humilhante.

Alguns argumentaram que isso já era sintoma do fascismo implantado por Donald Trump em seu novo governo. Mas os agentes que algemaram e transportaram os brasileiros como escravos já estavam nas mesmas funções muito antes de Trump tomar posse. Além disso, Joe Biden deportou mais brasileiros do que Trump, inclusive sob as mesmas condições desumanas.

Também se poderia dizer que os americanos são supremacistas e consideram os latino-americanos seres inferiores. Isso já está mais próximo da verdade.

Mas o principal motivo é que o Brasil deixa os Estados Unidos tratarem os brasileiros como lixo. As deportações em voos fretados eram um procedimento comum e legal até 2006, quando o Brasil decidiu que não permitiria mais essa modalidade. Tal decisão dificultou a deportação de brasileiros dos EUA.

7,5 mil deportados sob Bolsonaro
Contudo, a paixão de Jair Bolsonaro pelos Estados Unidos fez com que o Brasil voltasse a aceitar essa humilhação. O primeiro voo fretado de brasileiros deportados dos EUA em 13 anos chegou em outubro de 2019, com 60 imigrantes. O segundo, em janeiro de 2020, com 80. Depois, em março. As denúncias de maus-tratos, assim, também voltaram. Até mesmo um menor de idade relatou ter sido acorrentado nos braços e pés.

Bolsonaro recebeu mais de 7,5 mil brasileiros deportados dos EUA, após concordar com a vinda de dois voos por mês – uma média de mais de 200 a cada mês retornaram ao Brasil. Em geral, sob essas condições subumanas. Segundo a imprensa, o Itamaraty teria tentado, tanto durante o primeiro mandato de Trump quanto no governo Biden, um acordo para liberar os brasileiros do uso humilhante de algemas pelo corpo. Mas outros relatos mostram que o aparato diplomático brasileiro nos EUA atuou contra os direitos de seus cidadãos para favorecer as autoridades norte-americanas.

O acordo de Bolsonaro para retomar as deportações humilhantes passou despercebido, ao contrário do escândalo que gerou a medida que acabou com a necessidade de visto para turistas americanos, sem a tradicional reciprocidade. Uma decisão, complementando a outra, evidencia a que o Brasil foi reduzido: uma colônia de onde bancos e indústrias dos EUA recolhem as riquezas, desgraçando o país, gerando miséria e êxodo, e cujos cidadãos são tratados como animais por tentarem uma nova vida na metrópole. Já os superiores estadunidenses vêm ao Brasil desfrutar de prostitutas e água de coco.

Fulgencio Batista sentiria inveja de Bolsonaro.

*Eduardo Vasco/Diálogos do Sul

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Pesquisa

Todas as formas de violência contra mulher aumentam em 2022, diz pesquisa

Quase metade das vítimas afirmam que não denunciaram episódios e alegam falta de confiança na polícia.

De acordo com a Folha, todas as formas de violência contra a mulher aumentaram no Brasil em 2022, aponta uma nova pesquisa Datafolha realizada a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. A lista inclui desde vítimas de de xingamentos e ameaças até aquelas que foram esfaqueadas ou alvo de tiros.

O levantamento, que aconteceu entre os dias 9 e 13 de janeiro deste ano, ouviu pessoas acima de 16 anos em 126 cidades do Brasil, abrangendo assim todas as regiões do país. Do total, foram realizadas 2.017 entrevistas, sendo 1.042 mulheres, das quais 818 responderam ao bloco sobre vitimização.

A pesquisa, chamada “Visível e Invisível: A Vitimização de Mulheres no Brasil” e publicada na manhã desta quinta-feira (2), mostra um cenário ainda mais preocupante para a população feminina. Os números apontam que 50.692 mulheres sofreram violência diariamente em 2022.

A prevalência da violência ao longo da vida é maior entre mulheres pretas (48%), com grau de escolaridade até o ensino fundamental (49%), com filhos (44,4%), divorciadas (65,3%) e na faixa etária de 25 a 34 anos (48,9%). No geral da população esse número é de 33,4%.

Entre os índices que medem a violência contra a mulher, houve uma piora em todos os aspectos, seja tiro ou esfaqueamento, ameaça com arma de fogo ou faca, espancamento ou tentativa de estrangulamento até insultos, humilhação ou xingamento.

Para Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, três motivos explicam o aumento da violência contra a mulher.

O primeiro está ligado à queda do financiamento de projetos ligados ao acolhimento das mulheres em situação de violência.

Por exemplo, o Inesc (Instituto Instituto de Estudos Socioeconômicos) apontou que o orçamento federal para combater a violência contra a mulher em 2022 foi o menor dos últimos quatro anos.

Violência contra a mulher: causas e consequências - Mundo Educação

Além disso, Bueno diz que houve uma precarização dos serviços de acolhimento em meio à pandemia. Alguns serviços, lembra ela, foram interrompidas ou tiveram a capacidade limitada de recursos. “Estamos falando de diversos funcionários públicos afastados por serem considerados grupo de risco e isso precarizou na ponta o atendimento”, diz.

Por fim, a diretora do Fórum cita que o agravamento da violência contra as mulheres pode estar ligado ao movimento ultraconservador que cresceu nos últimos anos.

“Isso vai desde o Escola Sem Partido que ataca questões como igualdade de gênero”, diz Bueno. “Mas isso ficou claro na gestão do [ex-presidente Jair] Bolsonaro com a criação do Ministério da Família e das tentativas da [ex-ministra e agora senadora] Damares Alves de impedir meninas grávidas em decorrência de estupros a realizarem um aborto.”

A especialista afirma que uma das possibilidades para isso é de que os agressores se sentem menos encorajados a praticar a violência. “Por isso, esperam ficar em casa. Assim, aumenta a violência no espaço doméstico, um local de proteção para o agressor.”

A pesquisa aponta ainda que a maior parte das mulheres agredidas não pede ajuda. Em 2022, foram 45% que não fizeram nada após episódios de violência. Em segundo e terceiro lugar, respectivamente, as mulheres afirmaram ter pedido ajuda para familiares e amigos.

A maior parte afirma acreditar que consegue resolver a questão sozinha (38% das entrevistadas). o segundo maior motivo é a falta de confiança na polícia, resposta dada por 21,3%.

Além disso, 14% dizem não ter provas suficientes para provar terem sido vítima de uma agressão. “A mulher que não tem uma marca física muito evidente, muitas vezes não vai conseguir fazer um boletim de ocorrência e vai voltar para casa. Isso demonstra a incapacidade do estado de lidar com as diferentes formas de violência”, diz Bueno.

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“É se humilhar demais”, diz Lula sobre o pedido de ajuda de Bolsonaro a Biden:

O ex-presidente Lula (PT), em entrevista à Rádio Vitoriosa, de Uberlândia, Minas Gerais, nesta terça-feira (14), detonou Jair Bolsonaro (PL) ao comentar reportagem da Bloomberg que dá conta de um pedido de ‘ajuda’ do brasileiro ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para não deixar o petista vencer a eleição presidencial deste ano, diz o 247.

Lula disse não acreditar na informação por ser “humilhação demais”. “O atual presidente foi participar de uma cúpula fracassada nos Estados Unidos, porque 12 presidentes não foram. Quando ele fala que a conversa foi extraordinária, que foi fantástica, diga o que conversou! Diga qual foi o acordo! Ele foi lá, segundo a imprensa americana, pedir para o Biden ajudar ele a não deixar eu ganhar as eleições? Será que isso é verdade? Eu vi ontem na imprensa. Vi na imprensa americana que o presidente Bolsonaro foi aos Estados Unidos pedir para o Biden ajudar ele a não deixar eu ganhar as eleições. Por Deus do céu, não acredito que seja verdade. Não acredito. Isso é se humilhar demais!”.

Na sequência, Lula, com os olhos fixos na câmera de vídeo que transmitia a entrevista, teceu inúmeras críticas a Bolsonaro. “O ‘seu Bolsonaro’ precisa criar coragem e conversar com o povo, parar de fazer ‘motociata’, ‘bicicletada’, ‘cavalada’, ‘aviãozada’. Ele só sabe fazer essas coisas que envolvem os milicianos dele. Vá para a rua conversar com o povo, vá explicar a causa da fome, vá explicar o preço da gasolina, o preso do óleo diesel, vá conversar com as pessoas! Quem vai ganhar as eleições nesse país não é o Lula, não é um candidato, não é um partido. Quem vai ganhar tirar o Bolsonaro é o povo brasileiro, que está cansado de tanta mentira, de tanta sordidez, de tanta injúria, de tanto pecado. É um presidente que utiliza o nome de Deus em vão e você olha na cara dele, nos olhos dele quando ele fala e ele não acredita em Deus. Ele fala em Deus por conta das eleições. Não tem pecado maior que utilizar o nome de Deus em vão”.

O ex-presidente mandou um recado ao atual chefe do governo: “você, Bolsonaro, a cada vez que fala em Deus você está cometendo uma heresia, porque se tem uma coisa em que você não acredita é em Deus, pelos pecados que você comete”.

Lula se mostrou indignado com Bolsonaro e disse que vai trabalhar para “devolver o Brasil ao povo brasileiro. “O cidadão que tem o comportamento leviano como ele tem, que ofende a Suprema Corte, que ofende a Câmara, o Senado, os sindicatos, as mulheres, negros, estudantes, que não quer fazer universidade. Que loucura é essa? O que esse cara pensa que está fazendo nesse país? O que esse cara pensa que representa? Vamos ter que recuperar esse país para o povo brasileiro, e é por isso que eu estou disposto a brigar. Estou disposto a dedicar cada minuto da minha vida para fazer o povo compreender que ele pode voltar a ser feliz”.

*Com 247

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Política

Rebaixado a recruta zero, saída de Pazuello significa a desmoralização das Forças Armadas

Um general da ativa que se humilha, que se rebaixa, que se diminui ao ponto em que Pazuello se submeteu em obediência a Bolsonaro, foi sim uma desonra para as Forças Armadas pela escala hierárquica em que se posicionou como general em plena atividade em relação ao capitão Bolsonaro.

De lambuja, o rebaixamento moral das Forças Armadas foi inevitável, porque, a maneira com que Pazuello foi cuspido do governo é o que se pode chamar de sinônimo de desrespeito, de vexame e de ofensa às Forças Armadas.

Ser derrubado por Bolsonaro depois de toda a desonra sofrida, sendo descartado como saco plástico que serve de embrulho e, depois, é jogado no lixo na base do chute e tapa na cara, foi a resposta que Bolsonaro deu para uma gestão que, desde o primeiro momento, gerou protestos, quando, na verdade, por falta de honra e dignidade, Pazuello aceitou a subordinação e o desrespeito público para apanhar no lugar do seu chefe, amesquinhando a pasta da Saúde, mas sobretudo a própria imagem das Forças Armadas.

Bolsonaro foi covarde com Pazuello, levou-o a um desgaste total para fazer o descarte depois do Brasil, por total ausência de gestão, se aproximar de 300 mil mortos por covid, por culpa sim de Bolsonaro que era o verdadeiro ministro da Saúde e da inacreditável submissão obsequiosa de alguém que parecia implorar para ser rebaixado.

Pazuello foi, sem dúvida, o capítulo mais funesto e ofensivo de Bolsonaro contra as Forças Armadas. Primeiro porque Pazuello entregou sua dignidade renunciando a qualquer vestígio de honra para se submeter a uma humilhação nunca vista na história do Brasil, fazendo o general e toda a cúpula das Forças Armadas virarem motivo de chacota, no mesmo passo em que, além de todo o rebaixamento, teve que assumir para si e, consequentemente para as Forças Armadas todo o ônus que deveria ser de Bolsonaro pela carnificina que o seu governo está produzindo no país.

Lógico que ninguém se humilhou tanto por caridade, até porque Pazuello e Forças Armadas se assemelham ao capitão, afinal Bolsonaro é fruto das escolas de formação militar.

Mas isso não consola e não eleva a imagem de ninguém, nem de quem humilha e nem de quem é humilhado. Pazuello sai visado, marcado por uma trajetória trágica de alguém que não teve coragem ou envergadura que levasse a desistir da pasta na primeira das muitas humilhações.

Pazuello impressiona os brasileiros com sua fraqueza moral que agradava em cheio, pois Bolsonaro sempre fez questão que todos o vissem sujar e detonar de vez as Forças Armadas.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Urgente! Agentes, enviados por Moro para os presídios do Pará, estão barbarizando os detentos

MPF diz que presidiários estão sofrendo torturas generalizadas no Pará

“Agentes enviados por Moro para os presídios do Pará, estão torturando detentos com violação anal, pregos nos pés, urina de rato, mandando mulheres sentarem nuas em formigueiros e “tocando” visitantes, aponta denúncia do MPF.”

O Ministério Público Federal (MPF) acredita que a força-tarefa autorizada pelo Ministério da Justiça (MJ) nos presídios do Pará praticou atos generalizados de tortura contra homens e mulheres.

Entre os relatos ouvidos pelos procuradores estão episódios de violência física, que incluem perfuração com pregos e penetração anal forçada.

Como consequência das investigações, o comandante da força-tarefa, Maycon Cesar Rottava, foi afastado da operação por improbidade administrativa no dia 2 deste mês.

Na denúncia contra Maycon , protocolada pelo MPF em 27 de setembro, o Ministério Público afirma que vem “recebendo uma série de denúncias rumo a tortura ou, no mínimo, tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes”.

O sistema penitenciário do Pará está sob intervenção federal desde 30 de julho, quando o governador Helder Barbalho (MDB) solicitou ao Ministério da Justiça auxílio na manutenção das prisões.

No documento do MPF, mães, companheiras de presos, presos soltos recentemente, membros do Conselho Penitenciário e membros da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) afirmam ter presenciado uma “série de desconformidades” nos presídios.

Além dos depoimentos, há também imagens e vídeos sobre os supostos atos de tortura.

De acordo com os relatos, os presos estariam sofrendo violência física e moral, com processos de humilhação e demonstrações excessivas de poder e controle. “Estão apanhando e sendo atingidos por balas de borracha e spray de pimenta, de modo constante, frequente e injustificado, mesmo após muitos dias da intervenção, e sem prévia indisciplina dos presos”, afirma.

Há também relatos sobre a más condições que os presos estão submetidos. De acordo com as pessoas escutadas, os detentos não estão recebendo assistência à saúde, alimentação adequada e estão vivendo”sem condições mínimas de salubridade e higiene, com ratos, superlotação em nível de desmaio e sufocamento, dormindo no chão”.

Além disso, os presos estariam incomunicáveis e não estariam recebendo quantidades suficientes de material de higiene pessoal. “São obrigados a ficar pelados ou somente de cueca, descalços, molhados, e alguns não podendo sair do lugar sob pena de violência, sujos pelas necessidades fisiológicas”, diz.

Em um dos relatos anexados na denúncia, uma representante da OAB afirma que, no dia em que foram transferidos, os presos ficaram dez horas despidos sentados no chão com a mão na cabeça sem poder baixar.

“Eles não se alimentam direito, eles não têm um desodorante, não têm um sabonete, não tem nada de higiene, eles fazem as necessidades deles e se lavam só com água, e vestem a mesma roupa há 30 dias; no dia em que eles foram transferidos, eles ficaram dez horas todos nus no pátio, durante dez horas sentados no chão, nus, algemados, algemados não, com a cabeça, com a mão na cabeça sem poder baixar, no pátio, até serem remanejado pras celas”, diz.

“Eles já se encontram pagando castigo e não é necessário humilhações, agressões verbais e físicas”, desabafa a esposa de um detento em carta enviada ao MPF. “Eles encontram-se dentro do cárcere, machucados, molhados, nus, sem se alimentar, com sede, estão sem colchões, dormindo nas pedras, e alguns no chão, correndo risco de pegar tuberculose e para piorar estão vivendo com os ratos”, desabafa a mulher.

“Como eles querem que os presos se ressocializem dessa maneira?”, questiona outra esposa indignada com a situação.

Em outra parte da denuncia, deixa a entender que os agentes estão encostando de modo abusivo nas mulheres que visitam os detentos. “Torturas, agressões, mulheres estão sendo ‘tocadas’ na revista”. Este depoimento afirma também que muitos gritos são ouvidos no local.

O material do MPF aponta ainda que os detentos estão proibidos até mesmo de rezar e orar.

Entre os relatos das agressões sofridas na ala feminina, destacam-se: o de detenta que teria, ao menos temporariamente, perdido a visão, em razão de uso abusivo de spray de pimenta; outra que teria abortado, em razão dos golpes recebidos; colocação das detentas em formigueiro, locais com fezes de ratos e sob o chão molhado; permanência de significativo período com apenas roupas íntimas e sem receber itens de higiene pessoal; e negativa de autorização para irem ao banheiro, tendo de fazer suas necessidades fisiológicas no local onde se encontravam.

O Ministério da Justiça a Segurança Pública afirmou que estas detentas estão mentindo e em nota afirmou que, “64 presas do Centro de Recuperação Feminino (CRF), indicadas por membros do Conselho Penitenciário, e 8 do Complexo Penitenciário de Santa Izabel, indicados pelo Mecanismo Nacional de Combate a Tortura, foram submetidos à perícia no Centro de Perícias Científicas Renato Chaves. Constatou-se a inexistência de sinais de tortura ou de maus tratos”.

Mesmo diante dos vídeos, fotos e relatos de autoridades do MPF, presos, funcionários e parentes das vítimas, o ministério chefiado por Sergio Moro, através do Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN), solicitou à AGU que providencie os meios jurídicos necessários para a revisão da decisão judicial que afastou o comandante da força-tarefa, acusada dos crimes, além de negar todos os atos.

 

 

*Por Victor Farias e Erick Mota – Congresso em Foco

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Trocas

Por Leandro Fortes

Em uma transmissão ao vivo, pela internet, Jair Bolsonaro, presidente da República, perguntou a Sérgio Moro, ministro da Justiça, se ele iria fazer “troca-troca” com Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente.

Troca-troca, vocês sabem, é revezamento de sexo anal entre homens que, no caldeirão de hormônios da adolescência masculina, tanto pode ser um fato como uma ofensa.

Ocorre que, ali, não eram adolescentes descobrindo a sexualidade, nem muito menos colegiais sacaneando uns aos outros. Eram três homens adultos, autoridades da República, em meio a um teatro de absurdos só possível em um país à deriva.

Bozo, como os três filhos, a ministra Damares e o guru deles todos, Olavo de Carvalho, tem fixação anal – isso é um fato. Todos, em momentos os mais diversos, já se mostraram ocupados com o cu alheio, aliás, como os evangélicos que dão apoio político ao governo.

O fato novo é a presença de Sérgio Moro, nessa roda, submetido, agora, a mais essa humilhação como condição para se manter no cargo.

Desmascarado como juiz parcial, chefe, de fato, da Força Tarefa de procuradores da Lava Jato, restou a Moro ficar, a qualquer preço, no Ministério da Justiça.

Fora do governo, sem toga nem foro privilegiado, poderá acabar no Irajá. Ou em Tremembé.

Por isso, engoliu a piada do presidente demente em seco, com um sorriso amarelo estampado na boca sem lábios, enfiado, outra vez, na triste moldura de camisas negras que voltou a usar.