Marcelo Bretas é mais um exemplo de como a Lava Jato sempre foi usada para atacar adversários políticos dos aliados dos juízes e procuradores.
A impressão que se tem é a de que se vive uma geração de togados que tem talento para criar formas novas de fazer carreira, já que o próprio Bretas nunca escondeu que também tem olho gordo numa cadeira do STF e é, como quer Bolsonaro, terrivelmente evangélico, ao estilo que agrada o genocida miliciano.
Quem se esquece de Bretas cantando e dançando com Bolsonaro num palanque armado por Crivella? O valioso paladino da Lava Jato carioca é um desmedido quando o assunto é a tradicional puxação de saco que consagra um lambe-botas.
Há uma falange desses por aí, até porque anda muito em moda o rumo coletivo da toga nativa, mas tem que travar uma guerra dentro da própria unidade para não só senhorar o chefe, como chocar o ovo que possa servir de subvenção e somar de alguma forma para a tuba do bolsonarismo raiz.
é preciso paciência e aprendizagem, além de esperar o momento certo para dar o bote numa presa que agrade o todo poderoso.
Bolsonaro não esconde o incômodo em ter que dividir com Dória um espaço na direita. Se não se pode chamar isso de grande batalha, não se pode dizer também que Dória tem um tamanho microscópico diante do rebanho político de Bolsonaro que, em última análise são tucanos que migraram para república de Rio das Pedras.
Assim, se alguém quiser penetrar no mundo mágico da milícia tem que saber agradar Bolsonaro com qualquer barbaridade. Ou seja, tem que matar para sobreviver despertando a admiração do genocida.
E como Bretas faz parte do grosso da casca da Lava Jato, como Moro carioca, é possível que, na ânsia de agradar o chefe, ou melhor, o verdadeiro dono da cadeira do STF, a ferro e fogo, tenha cometido essa barbaridade de prender em São Paulo Alexandre Baldy, secretário de Transportes de Dória para mostrar que é um totó que guarda fidelidade canina a Bolsonaro.
Talento para isso não falta a essa figuraça que gosta de posar de marombeiro e de miliciano de fuzil na mão como um painel decorativo do bolsonarismo.
*Carlos Henrique Machado Freitas