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Opinião

Com afastamento do juiz Bretas, o que sobrou da Lava Jato é o bolsonarismo

Na avaliação do colunista do UOL José Roberto de Toledo, com a decisão do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) de afastar do cargo o juiz federal Marcelo Bretas, titular da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro e responsável pelos processos da Lava Jato na capital fluminense, tudo que resta da Lava Jato é o bolsonarismo.

Durante o programa Análise da Notícia, Toledo discutiu com Kennedy Alencar o significado do afastamento de Bretas.

O que restou da Lava Jato agora é o bolsonarismo, basicamente é o que sobrou com o afastamento do juiz Bretas pelo CNJ. José Roberto de Toledo

Toledo ainda relembrou o caminho trilhado pelos principais personagens da Lava Jato após a operação:

  • Sergio Moro abandonou a magistratura, foi ministro de Jair Bolsonaro (PL) e se elegeu senador;
  • Deltan Dallagnol abandonou sua carreira como procurador e se elegeu deputado federal no Paraná;
  • Outros procuradores pediram para deixar a investigação;
  • O procurador Eduardo El Hage foi punido e afastado pelo Conselho Nacional do Ministério Público.

Tinha sobrado Marcelo Bretas, que agora foi afastado pelo CNJ da 7ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro, que ele comandava havia oito anos e durante esses oito anos mandou prender o Michel Temer, o Eike Batista e o Sérgio Cabral. Ficou famoso por essas operações espetaculosas. José Roberto de Toledo

Participação político-eleitoral. Toledo afirmou que é inegável a participação que Bretas teve na campanha ao governo do Rio de Janeiro em 2018. Ele relembrou que, faltando apenas três dias para as eleições, Bretas divulgou um depoimento de um ex-secretário de Eduardo Paes, adversário de Wilson Witzel, dizendo que Paes fazia negociatas em seu gabinete.

Auxílio-moradia. Além disso, mesmo possuindo um patrimônio imobiliário de mais de R$ 6 milhões e morando em um apartamento de 430 m² no Flamengo, Bretas solicitou auxílio-moradia de aproximadamente R$ 5 mil. Sua mulher, que também é juíza, já recebia o benefício e o CNJ proibia o acúmulo. Bretas, entretanto, conseguiu autorização para também receber.

Digo que o bolsonarismo sobrou porque [a Lava Jato] criou as condições políticas para o impeachment [de Dilma Rousseff] e para a prisão do Lula, que tirou da corrida presidencial o candidato favorito em 2018 e, assim, beneficiando Jair Bolsonaro. Não dá para negar que Bolsonaro é filho da Lava Jato e que o bolsonarismo foi o que sobrou dessa operação. José Roberto de Toledo

*Com Uol

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Justiça

O dia da caça do juiz Bretas

CNJ julgará magistrado que prendeu Cabral, colou imagem a Bolsonaro e virou alvo de delação.

O Conselho Nacional de Justiça julgará na terça-feira três reclamações contra Marcelo Bretas. O juiz se projetou em 2016 ao ordenar a prisão do ex-governador Sérgio Cabral. Nos anos seguintes, encantou-se com a política e colou sua imagem ao bolsonarismo.

Bretas fez dobradinha com Sergio Moro em processos da Lava-Jato. Como o ex-juiz de Curitiba, ganhou popularidade ao condenar corruptos notórios. A exemplo dele, deslumbrou-se com a possibilidade de interferir em eleições.

Em 2018, o titular da 7ª Vara Federal Criminal do Rio desequilibrou a disputa pelo Palácio Guanabara. A três dias do primeiro turno, divulgou a delação de um ex-secretário que, no quarto depoimento, mudou a versão para acusar Eduardo Paes. O prefeito despencou nas pesquisas e foi atropelado pelo azarão Wilson Witzel.

No dia da posse, o juiz foi ao Palácio Tiradentes aplaudir o novo governador. Em seguida, os dois embarcaram num avião da FAB e posaram de mãos dadas a caminho da festa de Jair Bolsonaro.

Assíduo nas redes sociais, Bretas passou a usá-las para bajular o capitão. Num lance de tietagem explícita, disse sentir-se “honrado” por ter o presidente como seguidor no Twitter. Depois foi visitá-lo fora da agenda oficial e entrou na bolsa de apostas para uma vaga no Supremo.

Em 2020, o juiz escancarou de vez a atuação política. Pegou carona no carro oficial de Bolsonaro, participou da inauguração de um viaduto e rodopiou em evento evangélico ao lado do presidente e do prefeito Marcelo Crivella, que tentava a reeleição. A performance lhe rendeu uma censura do Tribunal Regional Federal. Mas a punição não seria suficiente para afastá-lo do palanque.

No último 7 de Setembro, Bretas deu pinta no comício bolsonarista em Copacabana. Postou foto e bandeirinha do Brasil enquanto o então presidente chegava à praia para discursar.

Nem a proximidade do julgamento no CNJ convenceu ao juiz a se recolher. No último domingo, ele se deixou fotografar com o governador Cláudio Castro, ex-vice e sucessor de Witzel, numa borbulhante feijoada de carnaval.

Embora as práticas de Bretas sejam conhecidas, a sessão de terça promete novidades. A mais aguardada é a revelação de trechos inéditos da delação de Nythalmar Dias Ferreira Filho. O advogado acusou o juiz de “negociar penas, orientar advogados e combinar estratégias com o Ministério Público” em processos da Lava-Jato fluminense.

Quando o caso veio à tona, o magistrado se inspirou em seus réus famosos. Disse ser vítima de “afirmações mentirosas e fantasiosas, que distorcem e inventam fatos para criar narrativa”.

*Bernardo Mello Franco/O Globo

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Em troca de cadeira no STF, presidente do STJ livra Bolsonaro de mostrar exame da Covid-19

Bolsonaro negociou vaga no STF com juiz do STJ que lhe deu o direito de esconder os exames.

No STJ, alguns ministros interpretam a atuação do presidente João Otávio de Noronha, no caso do “exame de Jair Bolsonaro”, como uma forma de se cacifar para a vaga do STF que vai abrir com a aposentadoria de Celso de Mello.

Com isso, Bolsonaro implica mais um juiz já que o TRF-2 abriu processo contra Marcelo Bretas, o Moro carioca, por participação em eventos com Bolsonaro, ou seja, mais um de olho na vaga de Celso de Mello.

Órgão analisará a conduta de juiz Bretas em inauguração oficial e evento religioso, ambos em 15 de fevereiro, no Rio de Janeiro.

Na ocasião, Bretas participou da inauguração da alça de ligação da Ponte Rio-Niterói com a Linha Vermelha e de um evento religioso na Praia de Botafogo. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) apresentou reclamação ao Conselho Nacional de Justiça, e o corregedor nacional, Humberto Martins, determinou que a corregedoria do TRF-2 analisasse a conduta do juiz para apurar se ele havia participado de atos político-partidários, o que não é permitido pela magistratura nacional.

Agora João Otávio de Noronha, do STJ, é acusado pelos próprios colegas da corte de fazer um toma-lá-dá-cá com Bolsonaro liberando-o de mostrar seus exames de coronavírus em troca de uma cadeira no STF.

Para quem está negociando cargos no governo com corruptos da monta de Roberto Jefferson e Valdemar da Costa Neto, em troca de apoio do centrão no caso de uma votação de impeachmant, a compra de um juiz do STJ, é café pequeno para o miliciano acostumado a comprar togados, vide sua eleição em que a prisão de Lula entrou na troca de um ministério para Moro, que hoje é seu principal inimigo e delator.

O juiz do STJ, João Otávio de Noronha, por quem Bolsonaro diz ter se apaixonado à primeira vista, pode vir a ocupar a cadeira de Celso de Mello em novembro em acordo feito com Bolsonaro sobre os exames de Covid-19 que, certamente, revelariam que ele mentiu e que estava sim infectado com coronavírus quando foi às ruas abraçar seus seguidores mais dementes.

 

*Da redação

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Bolsonaro, o novo monstro da humanidade

Se para os brasileiros, Bolsonaro é um furúnculo fascista que já chegou bichado no governo, suas sádicas práticas contra a floresta amazônica e as consequências sofridas pelos animais queimados vivos, que tem chocado o mundo inteiro, engrossa cada vez mais o escândalo em que se transformou o Brasil nas mãos dos neofascistas.

Os brasileiros, minimamente informados, sabem que o sadismo de Bolsonaro vem de sua tara pelos ritos macabros dos torturadores da ditadura, coisa que o mundo ainda não sabe, mas precisa saber. Precisa mais, saber, por exemplo, que o governador genocida do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, gravita na mesma cultura de extermínio de Bolsonaro. Mas não é só isso, o mundo precisa saber que Witzel é afilhado político do juiz Bretas, da Lava Jato, uma extensão de Moro em terras cariocas. Moro, como sabemos foi o grande construtor da prisão política de Lula para a vitória de Bolsonaro e, com isso, esculpiu o seu próprio assento no Ministério da Justiça.

Nesse desenho há também os louros das vitórias políticas de Bolsonaro no campo mental da classe média brasileira, que é uma espécie de pintura fora do quadro e que transformou-se rapidamente na besta do balão depois de se frustrar com a derrota e desmoralização de Aécio Neves, com envolvimento comprovado, em áudio e vídeo, em grossa corrupção.

Diante dessa obra macabra em que a classe média, que se diz protetora dos animais, refuta as verdades sobre os crimes de Bolsonaro, num cinismo incomum, quando se depara com animais mutilados e mortos pela fúria de seu “mito” em busca do lucro selvagem de ruralistas e madeireiros, que atacam as florestas, os povos indígenas e os animais, o mundo vai percebendo que o Brasil tem um tipo de gente mediana que é o retrato de uma caricatura civilizatória que o próprio ocidente pariu. Isso, sem falar das escassas matérias da grande mídia sobre todas as formas de crimes em que a família Bolsonaro está envolvida, muitos em parceria silenciosa com as milícias mais violentas do país e com Sergio Moro, o herói de barro criado pela grande mídia para suprimir o voto popular, numa perseguição implacável contra o Partido dos Trabalhadores.

E é esse rebanho de vigaristas que segue o berrante de Bolsonaro, incluindo magistrados da mais alta corte, militares da ativa ou da reserva, que, em nome dos interesses do grande capital internacional, produziu Bolsonaro num laboratório de crimes tão odiosos quanto ele.

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas

*Charge de Lezio Jr.