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Matéria Opinião

Bolsonaro traiu a direita e mercado está histérico

Bolsonaro, vendo que a esquerda acabou plantando um cavalo de troia em seu governo com o auxílio emergencial de R$ 600, deu as costas para todo o discurso contra o que ele mais repudiava, o Bolsa Família e foi ser feliz com quem lhe deu um grão de esperança de se manter na cadeira da presidência pela aprovação de seu governo.

Em compensação, Bolsonaro deixou o mercado de cabelo em pé, pois este percebeu que seu governo mudou o espírito da coisa e que Guedes deixou de ser o Posto Ipiranga para ser um borracheiro que não tem material suficiente para tirar o governo do atoleiro com os quatro pneus da economia arriados.

Entre salvar o mandato se abraçando com o velho fisiologismo do baixo clero, leia-se, Centrão, que pode segurar o repuxo de um impeachment contra ele, Bolsonaro se delicia com o mais recente resultado do Datafolha e não quer saber que existe a segunda-feira e que a conta vai chegar e ele não terá como enfrentar o dado mais perigoso que a pesquisa também revelou, os 70% de brasileiros que querem que o auxílio de R$ 600 se transforme em política de Estado.

Este é o pior dos cenários que o mercado gostaria de enfrentar. Bolsonaro, por sua vez, já jogou nas costas dos rentistas e banqueiros a pecha de antipatriotas e, consequentemente jogou Guedes aos leões.

A subida forte do dólar e a forte queda da bolsa refletem que as últimas declarações de Bolsonaro “pró-social” foi uma calça arriada nos investidores que andam aterrorizados com a possibilidade cada vez maior de Bolsonaro chutar o pau da barraca e pegar o gesto da arminha e apontar para o teto de gastos. E é exatamente o que ele já está fazendo.

Não adianta Merval Pereira espernear dizendo que Bolsonaro não é liberal e menos ainda que combate a corrupção. Se o comentário de Merval é vigarista por ser oportunista, já que sempre soube disso e, ainda assim, pelo antipetismo, apoiou a besta fera na eleição, Bolsonaro é infinitamente mais vigarista que Merval para dar de ombros a qualquer julgamento da direita para salvar o mandato e a pele da família.

Enquanto isso, a horda de fascistas preenche o espaço com pautas políticas medievais no velho diversionismo bolsonarista que o mantém na cadeira.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Matéria Política

Mercado entra em parafuso com apostas de furo ao teto de gastos. XP fala em dólar a R$ 6,50

Segundo o Infomoney, Investidores ouvidos pela XP Investimentos veem dólar a R$ 6,50 e Ibovespa a 80.000 pontos caso âncora fiscal seja extinta

Uma sondagem feita pela XP Investimentos com 72 investidores institucionais, entre a noite de quinta e a manhã de sexta-feira (14), mostra que 67% acreditam que a âncora fiscal será “furada” de alguma forma a partir do ano que vem.

A maioria dos entrevistados (53%) acredita que o teto de gastos será alterado ou driblado de alguma forma a permitir gastos adicionais do governo.

Segundo o levantamento, entre os que esperam o descumprimento da regra, a média das projeções indica um “transbordamento” de R$ 54 bilhões em relação ao limite de R$ 1,485 trilhão fixado para o orçamento do ano que vem. O valor do teto é formado a partir da inflação medida pelo IPCA do IBGE nos doze meses encerrados em junho (2,13%).

Entre os entrevistados, 44% são gestores, 32% economistas e 15% traders. A maior parte do público atua em gestoras (68%). Outros 24% trabalham em bancos ou instituições financeiras.

O fura-teto, Bolsonaro, quer mais é que o teto se exploda. Ele quer se manter no poder para cercar frango e não deixar que as investigações contra o clã avancem, pois do contrário, vai a família toda em cana.

Trocando em miúdos: responsabilidade fiscal é mantra sagrado para quem só pensa em Estado mínimo.

Bolsonaro não tem projeto de Estado e nem de mercado, ele sempre teve projetos pessoais que inclui apenas os do clã e, por isso, não vai querer abandonar o que embala sua popularidade, que é o auxílio emergencial, o que está deixando o mercado, que tem fobia de pobre, em completo estado de horror com o monstro que alimentou até aqui.

 

*Da redação

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Le Monde questiona crescimento econômico brasileiro: recuperação ou ilusão?

‘Esse crescimento é uma ilusão total: estamos apenas acompanhando a recessão de 2015-2016, período em que o PIB caiu 7,5%’, diz Eduardo Fagnani, professor de economia da Unicamp.

A edição do jornal francês Le Monde, datada de domingo (12/01) e segunda-feira (13/01), traz uma página inteira sobre os primeiros indicadores verdes da economia brasileira e lança a questão sobre se o Brasil estaria, finalmente, começando a se recuperar da crise na qual está mergulhado pelo menos desde 2015. O tema divide economistas. Para Eduardo Fagnani, esse crescimento é “uma ilusão total”.

“Em 3 de dezembro de 2019, Jair Bolsonaro não escondeu sua alegria. ‘Estamos no caminho certo!’, disse o chefe de Estado brasileiro, comemorando no Twitter os números positivos de crescimento do PIB divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ou seja: um aumento de 0,6% no PIB no terceiro trimestre, o mais forte registrado em um ano e meio, 0,2 ponto percentual acima do previsto pelos analistas”, escreve Le Monde.

O jornal cita os indicadores econômicos que estão em alta em 2020: o crescimento esperado em 2,2% neste ano, após 1,2% em 2019; inflação contida (3,5% para este ano); queda do desemprego (em 11,8%, um ponto a menos de 12 meses atrás) e o período de euforia da Bolsa de Valores de São Paulo, com um índice da Bovespa que ultrapassou a marca de 100.000 pontos pela primeira vez em sua história, terminando 2019 com uma alta espetacular de 35% em um ano.

Diante disso, Le Monde pergunta: “As ‘Bolsonomics’ – o nome dado às medidas econômicas adotadas pelo executivo – são eficazes?”. A questão divide economistas, acrescenta o correspondente do Le Monde no Rio de Janeiro, Bruno Meyerfeld, que assina o texto.

“Eu me oponho totalmente a esse governo no meio ambiente, na diplomacia, no tratamento das minorias… Mas, na economia, tenho que admitir que a linha é boa”, observa Renato Fragelli Cardoso, economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), citando, em particular, o mérito de duas medidas: a drástica redução dos gastos públicos (com um déficit reduzido pela metade em relação às previsões) e, sobretudo, a grande reforma previdenciária, adotada no final de outubro de 2019.

Mercado financeiro

A reforma, que estabelece pela primeira vez uma idade legal de partida, deve economizar R$ 800 bilhões em dez anos. Ele encantou os mercados financeiros. “Estamos esperando por essa reforma há 25 anos. Devolve credibilidade econômica ao Brasil. É um choque psicológico real “, disse Fragelli Cardoso ao Monde.

No entanto, nem todo mundo entende dessa maneira. “Esse crescimento é uma ilusão total: estamos apenas acompanhando a recessão de 2015-2016, período em que o PIB caiu 7,5%”, estima Eduardo Fagnani, professor de economia da Unicamp. “Além disso, o crescimento de 2% em um país em desenvolvimento como o Brasil é extremamente baixo. A verdade é que ainda estamos em uma economia em crise”, diz o economista ao jornal francês.

Apesar de um real baixo (a moeda perdeu quase 10% do seu valor em relação ao dólar em um ano), nem tudo vai bem na balança comercial. Em 2018, o país sofreu as consequências da crise vivida por seu vizinho argentino, um grande importador de produtos manufaturados. Como resultado, o superávit comercial de Brasília caiu quase 20% em 2019, para o nível mais baixo desde 2015, passando de US$ 52 bilhões em 2018 para US$ 42 bilhões.

Pobreza extrema

“Muitos investidores relutam em investir no Brasil do altamente imprevisível Bolsonaro”, diz Le Monde. “No total, € 3,3 bilhões de ativos detidos por estrangeiros foram vendidos e retirados dos mercados financeiros no Brasil em 2019, de acordo com dados da Bolsa de Valores de São Paulo. A decolagem do índice Bovespa seria, portanto, principalmente o trabalho de investidores locais”, explica.

Se o desemprego está em queda, escreve o Le Monde, o país continua sendo o campeão mundial da desigualdade: 1% da população monopoliza quase 30% da riqueza, de acordo com o “Relatório sobre desigualdades globais 2018″.

Em constante aumento desde 2015, a pobreza extrema atinge 13,5 milhões de cidadãos, que sobrevivem com menos de R$145 reais por mês.

“Diante dessa situação muitas vezes crítica, o governo pensa apenas em implementar seu projeto ideológico ultraliberal que alimenta a desigualdade e não se preocupa com o padrão de vida da população”, denuncia Eduardo Fagnani.

Desafios para 2020

Para 2020, Guedes planeja privatizar ou vender ações estatais em quase 300 empresas com recursos públicos (incluindo a muito emblemática gigante da produção elétrica Eletrobras), tudo com um ganho estimado de € 33 bilhões. O governo também planeja realizar várias reformas explosivas, incluindo uma simplificação tributária e outra ainda mais arriscada que afeta a estabilidade dos funcionários públicos.

“O jogo não vai ser fácil” para o ministro da economia Paulo Guedes, avalia Le Monde, lembrando que sua política é questionada por ministros ligados às Forças Armadas, com uma tradição mais estatista, e também pelo “influente e hábil” presidente da Câmara dos Deputados, o centrista Rodrigo Maia.

Além disso, destaca o jornal, em 2020, “a desaceleração global poderá pesar bastante sobre a economia brasileira, que é altamente dependente das exportações”. “De Brasília, observamos com ansiedade a guerra comercial sino-americana (os dois primeiros parceiros comerciais do país), mas também um possível confronto militar no Oriente Médio que provavelmente aumentará perigosamente o preço do petróleo.”

 

 

*Com informações do Ópera Mundi

 

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Vídeos – Chile: Bolsonaro, no Japão, diz que as Forças Armadas estão preparadas para agir como no Chile

“As manifestações no Chile têm como uma das principais motivações a liquidação da previdência pública. O povo tá cansado de pagar pelo enriquecimento do mercado financeiro. Essa indecência moral encontrará cada vez mais resistência”. Ivan Valente.

O Chile é um exemplo do que o neofascismo é capaz e que tomou conta da América Latina, incluindo o Brasil. O Chile hoje, sem dúvida, pode ser o Brasil de amanhã. Os brasileiros já estão com a água até o pescoço. É questão de tempo.

Seguem abaixo vídeos que explicitam a violência e o massacre contra o povo que a polícia chilena vem impondo. Cenas com mortes e violência estarrecedora.

https://twitter.com/cesaraugfabbri/status/1186932644770136064?s=20

Neste vídeo abaixo, policias chilenos cheiram cocaína se preparando para conter as manifestações.

https://twitter.com/Don_dolape/status/1187007637164118016?s=20

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Chile hoje pode ser o Brasil de amanhã

Se uma pessoa enfiar a cabeça em um forno e colocar pernas e tronco numa geladeira vai sofrer bastante apesar de ter, na média, uma boa temperatura do corpo.

Essa é uma anedota usada por professores de Economia para alertar alunos que números crus não traduzem a realidade social.

Como nessa comparação, os protestos no Chile mostram que, apesar de haver indicadores da economia melhores que os do Brasil, por exemplo, a população está sofrendo porque os ricos estão mais endinheirados e os pobres mais miseráveis.

O que deu errado na economia chilena?

O Brasil tem algo a aprender?

Compare indicadores de Chile e Brasil Salário mínimo:

R$ 1.700 (Chile) / R$ 998 (Brasil)

Renda média anual: US$ 25,2 mil (Chile) / US$ 15,7 mil (Brasil)

Desemprego: 7,3% (Chile) / 12,2% (Brasil)

Inflação: 2,4% (Chile) / 2,9% (Brasil)

Expectativa de alta do PIB neste ano: 2,9% (Chile) / menos de 1% (Brasil)

Brasil tem de olhar o que acontece no Chile

“O maior problema no Chile é a péssima distribuição de renda”, afirma o professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP Paulo Feldmann.

São poucos os lugares do mundo em que o 1% mais rico da população ganha mais de 25% da renda total do país. Na América Latina, em apenas dois países isso acontece: no Chile e no Brasil Paulo Feldmann, professor da USP.

Para Feldmann, o Brasil precisa ficar atento ao que aconteceu no Chile.

“O Chile foi o primeiro país da América Latina a entrar de cabeça na política neoliberal, quando o governo acredita que o mercado resolve tudo. E a verdade é que muitas vezes o governo precisa planejar a economia”

Previdência privada e suicídio de idosos

Para o economista e professor da PUC-SP, Carlos Eduardo Carvalho, um dos principais sintomas dessa desigualdade no Chile é o sistema de aposentadoria.

“A questão da previdência é gravíssima”, declarou. O sistema de previdência, que era público, mudou nos anos 1980.

Cada trabalhador teve que assumir a própria poupança para o futuro.

Sem nenhum centavo do governo nem das empresas, as pessoas tiveram que passar a reservar de 10% a 15% da renda para a aposentadoria, colocando o dinheiro em empresas privadas, para investir no mercado financeiro.

Como a idade mínima para aposentadoria é de 60 anos para mulheres e 65 para homens, só agora as pessoas perceberam que essa reserva não é suficiente para pagar as contas.

E elas não têm a quem recorrer. Um quadro que tem levado desespero a muitos idosos.

Segundo dados do próprio governo chileno, o número de suicídios entre os maiores de 80 anos chegou a 17,7 para cada 100 mil habitantes, o percentual mais alto na América Latina.

O atual modelo econômico do Chile não consegue dar uma resposta para esse aumento da desigualdade. As pessoas estão desencantadas e se afastando da política.

Preço do cobre caiu; peso chileno está desvalorizado

O economista afirma que a economia chilena é baseada na exportação de produtos primários.

O cobre, a principal fonte de riqueza do Chile, vale hoje 40% menos que em 2011

O peso do chileno também está se desvalorizando. Caiu 25% desde fevereiro do ano passado.

Aumento do metrô: dinheiro tem de vir de algum lugar

Quando o governo decidiu aumentar a tarifa do metrô, foi como acender um fósforo perto de um barril de gasolina.

“Não existe almoço grátis”, disse o professor do Insper, Roberto Dumas. Eles [manifestantes] querem mais presença de Estado, mas o dinheiro tem que vir de algum lugar.

E a única forma de reduzir desigualdade é com crescimento econômico.

 

 

*Com informações do Uol

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Economia

Crise no Brasil: Pela 14ª vez, cai a projeção de crescimento do PIB, diz boletim Focus

A estimativa do mercado financeiro para o crescimento da economia foi reduzida de 1,23% para 1,13%.

O boletim Focus, do Banco Central (BC), divulgado nesta segunda-feira (3) em Brasília mostra que a estimativa do mercado financeiro para o crescimento da economia caiu pela 14ª vez seguida.

A projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – desta vez foi reduzida de 1,23% para 1,13%..

Para 2020, a projeção foi mantida em 2,50%, assim como para 2021 e 2022.

A estimativa de inflação, calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), caiu de 4,07% para 4,03% este ano, foi mantida em 4% para 2020, e em 3,75% para 2021 e 2022.

A meta de inflação de 2019, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 4,25% com intervalo de tolerância entre 2,75% e 5,75%.

A estimativa para 2020 está no centro da meta: 4%. Essa meta tem intervalo de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Para 2021, o centro da meta é 3,75%, também com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual. O CMN ainda não definiu a meta de inflação para 2022.

Dólar

A previsão do mercado financeiro para a cotação do dólar permanece em R$ 3,80 no fim de 2019 e de 2020.

 

 

 

 

*Com informações da Forum