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O jornalista Daniel Gullino foi ameaçado por Bolsonaro porque fez a pergunta que a mídia deveria fazer

Dilma, neste sábado, teve a preocupação de separar os jornalistas da Folha dos donos da empresa. Ela fez muito bem porque tem grandes jornalistas escrevendo, mesmo que não seja pelo motivo nobre de prestigiar a pluralidade.

Por que pode-se afirmar isso? Porque os editoriais da Folha sempre tiveram um lado, o da Folha, o dos interesses comerciais e, consequentemente sua posição política segue os caminhos que o dinheiro indica.

O jornalista Daniel Gullino é do Globo, dos Marinho, mas cumpre um papel fundamental como profissional. Hoje ele deu uma mostra significativa de profissionalismo, fazendo o que a mídia deveria fazer diuturnamente, perguntar a Bolsonaro, por que Queiroz depositou o montante de R$ 89 mil na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro?

Pela torpeza da resposta de Bolsonaro (minha vontade é encher sua boca com uma porrada), Daniel Gullino acertou em cheio, mostrando que Bolsonaro não estava preparado para aquela pergunta e, não estando preparado, mostrou-se ainda mais despreparado para responder. Isso revela que ele vem sendo poupado pela mídia nativa de perguntas sobre os inúmeros escândalos que envolvem sua família.

Ou seja, isso fala tanto de Bolsonaro quanto da grande mídia, ou seja, há um pacto de silêncio sobre esse escárnio que envolve Queiroz e Michelle.

Talvez a coisa seja um pouco mais complexa, porque o jornalista em questão se mantém atento com matérias espinhosas sobre as respostas que Bolsonaro nunca deu, como a que ele publicou no dia 07 de agosto, intitulada Bolsonaro nunca explicou circunstâncias de suposto empréstimo a Queiroz 

E sabe-se muito bem que, quando um jornalista incomoda Bolsonaro, ele parte para o ataque, como fez com a jornalista Patrícia Campos Mello, por ter publicado uma excelente matéria sobre a rede de fake news, a partir do gabinete do ódio que motivou a abertura da CPMI que pode ainda custar a cassação da chapa Bolsonaro/Mourão.

O fato é que jornalistas como Daniel Gullino e Patrícia Campos Mello podem sim prestar um grande serviço ao país, mesmo estando dentro de empresas de mídia que colocam seus interesses empresariais em primeiro lugar e, com isso, convidam outros tantos jornalistas a fazerem o mesmo e com a mesma coragem.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Bolsonaro diz a jornalista, ‘Minha vontade é encher tua boca com uma porrada, tá’

Bolsonaro, neste domingo, quebrou o prumo, perdeu o verniz de paz e amor, tirou a focinheira e partiu pra cima de um jornalista ao ser perguntado sobre os depósitos feitos por Fabrício Queiroz na conta bancária da primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

Durante visita à Catedral de Brasília, Bolsonaro foi questionado por um repórter do jornal O Globo sobre o motivo dos depósitos feitos a Michelle.

O genocida então reagiu com o ódio que marca sua trajetória miliciana com uma intimidação: “Minha vontade é encher tua boca com uma porrada, tá”

Perguntado se aquele show de tirania era direcionado a toda a imprensa, não respondeu, o que significa que sim. Era só tocar no calcanhar de Aquiles do cachorro louco que ele atacaria mostrando o caminho das pedras para a oposição para atiçar a besta fera e a mesma entregar a rapadura, ou seja, que essa é a chave de sua queda.

Os repórteres questionaram se a declaração do presidente era direcionada a toda imprensa ou apenas ao repórter que fez a pergunta. “Isso é uma ameaça presidente?”, questionaram. Bolsonaro não respondeu e deixou o local em seguida. Bolsonaro seguiu para o Palácio da Alvorada.

Os jornalistas, entretanto, foram proibidos pelos militares de seguir para o espaço reservado à imprensa na entrada da residência oficial do presidente da República.

 

*Da redação

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Suspeito de matar Marielle depositou 400 mil na conta de Queiroz que fez depósitos na conta de Michelle Bolsonaro.

Capitão Adriano transferiu R$ 400 mil para conta de Queiroz, estima MP-RJ.

Adriano é o miliciano que foi condecorado pelo clã por ordem de Bolsonaro a Flávio. Adriano estava preso por ter assassinado um flanelinha.

Pelo menos R$ 69,5 mil foram depositados nas contas bancárias de Queiroz por restaurantes administrados pelo miliciano e seus familiares.

Em novembro passado, Queiroz pediu que a mãe de Adriano permanecesse escondida no interior de Minas Gerais, após uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) garantir o andamento das investigações sobre o esquema criminoso do gabinete de Flávio Bolsonaro, quando este era deputado estadual no Rio de Janeiro.

O advogado de Queiroz, Paulo Emílio Catta Preta, também chefiava a defesa Capitão Adriano.

A mãe e a ex-mulher do Capitão Adriano eram “funcionárias fantasmas” do gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro, de acordo com a investigação conduzida pelo MP-RJ.

A mãe de Adriano realizou 17 depósitos no valor total de R$ 91.796 na conta bancária de Queiroz.

Capitão Adriano era chefe da milícia que domina as comunidades de Rio das Pedras e Muzema, na zona oeste do Rio.

Queiroz e a mulher trocaram mensagens de celular que indicam que o advogado Luís Gustavo Botto Maia, responsável pelas contas eleitorais de Flávio Bolsonaro, faria uma proposta financeira a Adriano e seus familiares, em troca de silêncio do miliciano.

PF e MP encontraram ligações entre o miliciano Adriano da Nóbrega. Acusado da matar Marielle, Ronnie Lessa, era vizinho de Bolsonaro e Carlos no condomínio Vivendas da Barra.

Queiroz depositou na conta de Michelle Bolsonaro 21 cheques que somam R$ 72 mil.

Mulher de Queiroz depositou R$ 17 mil na conta de Michelle Bolsonaro quando o marido era assessor de Flávio.

Ou seja, Queiroz e a esposa repassaram R$ 89 mil para Michelle Bolsonaro.

Precisa desenhar?

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Queiroz depositou R$ 72 mil na conta de Michelle, foram ao menos 21 cheques

Preso por envolvimento em um esquema de “rachadinhas” (também conhecido como crime das rachadinhas) quando trabalhava para Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), Fabrício Queiroz depositou pelo menos 21 cheques na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, entre 2011 e 2018.

O valor total chega a R$ 72 mil. A revelação desmente Jair Bolsonaro que, em dezembro de 2018, antes de tomar posse, afirmou que o depósito de R$ 24 mil de Queiroz nas contas de Michelle seriam referentes a um empréstimo de R$ 40 mil que ele teria concedido ao amigo de décadas. Quebra do sigilo de Queiroz mostra que não há qualquer depósito de Bolsonaro.

Após a quebra de sigilo de Queiroz autorizada pela Justiça, autoridades verificaram que o ex-assessor recebeu R$ 6,2 milhões em suas contas entre 2007 e 2018. Do total, R$ 1,6 milhão seriam salários recebidos como PM e como assessor na Alerj, onde era funcionário de Flávio Bolsonaro. Outros R$ 2 milhões teriam vindo de 483 depósitos de servidores do gabinete do parlamentar, o que indicaria o esquema de rachadinha. Outros R$ 900 mil foram depositados em dinheiro, sem identificação do depositante.

Queiroz foi preso no último dia 18 em Atibaia (SP), onde estava escondido em um imóvel que pertence a Frederick Wassef, ex-advogado de Flávio Bolsonaro. De acordo com relatório do antigo Conselho de Atividades Financeiras (Coaf), Queiroz fez movimentações atípicas de R$ 7 milhões de 2014 a 2017.

O procurador da República Sérgio Pinel afirmou, no semestre passado, ter encontrado “fortes indícios da prática de crime de lavagem de dinheiro” envolvendo Flávio Bolsonaro. O MP-RJ disse ter encontrado indícios de que o senador lavou R$ 2,27 milhões com compra de imóveis e em sua loja de chocolates.

 

*Com informações do 247

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MICHEQUES: Queiroz pagou 21 cheques a Michelle; fato contradiz Bolsonaro, afirma revista de direita.

O ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), Fabrício Queiroz, depositou pelo menos 21 cheques para a primeira-dama Michelle Bolsonaro, fato que contraria a versão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), de que Queiroz teria pago um único cheque à sua mulher. Segundo a revista Crusoé, os pagamentos datam desde 2011.

A publicação conseguiu a informação tendo acesso à quebra de sigilo bancário de Queiroz, autorizada pela Justiça na investigação da suposta prática de “rachadinha” no gabinete de Flávio, então deputado estadual pelo Rio de Janeiro. Os extratos detalham as movimentações do ex-assessor para Michelle, que totalizam R$ 72.000 entre 2011 e 2016.

Quando a informação de que Queiroz havia depositado um cheque de R$ 24.000 para Michelle veio à tona, ainda no fim de 2018, Bolsonaro deu a justificava de que se tratava do pagamento de um empréstimo que ele tinha feito para o ex-assessor de Flávio, no valor de R$ 40.000.

O depósito do cheque aparece em um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), que listou o pagamento a Michelle entre movimentações atípicas que somam R$ 1,2 milhão na conta de Queiroz. O documento foi anexado pelo MPF (Ministério Público Federal) à investigação que deu origem à Operação Furna da Onça, que chegou a prender dez deputados estaduais da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).

Segundo os extratos de Queiroz, Michelle recebeu três cheques do ex-assessor em 2011, todos no valor de R$ 3.000. No ano seguinte, foram mais seis depósitos na mesma quantia. Já em 2013, foram três cheques no mesmo valor. O ano de 2016 é o que concentra a maior movimentação para a primeira-dama, totalizando R$ 36.000 em nove cheques.

(…) UOL

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URGENTE: Anonymous vaza dados de Michelle Bolsonaro, Mourão, Olavo de Carvalho e Paulo Guedes.

Fórum: O governador do RJ, Wilson Witzel, e o deputado Douglas Garcia, responsável pelo “dossiê” com dados de antifascistas, também foram expostos; vazamento inclui informações como endereços, CPF, telefones, renda e até mesmo nomes de vizinhos e familiares.

Um grupo de hackers que se reivindica como uma célula do Anonymous no Brasil divulgou, neste sábado (1), um lote de vazamento com dados pessoais de bolsonaristas.

De acordo com o perfil @AnonNewBr no Twitter, obteve acesso aos servidores da Polícia Civil do Rio de Janeiro durante dois meses.

Os bolsonaristas que tiveram dados expostos são: a primeira-dama Michelle Bolsonaro; o vice-presidente Hamilton Mourão; o guru do governo, Olavo de Carvalho; o ministro da Economia, Paulo Guedes; o assessor e “influenciador” bolsonarista, Leonardo Neto; Tercio Tomaz, assessor ligado ao “gabinete do ódio”; a deputada estadual do PSL, Alana Passos; o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel; e o deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP), que produziu um dossiê para perseguir antifascistas.

Os dados foram vazados em uma plataforma chamada Doxbin, e incluem informações como endereços, CPF, telefones, renda e até mesmo nomes de vizinhos e familiares.

“Obrigado a Polícia Cívil do Rio de Janeiro pelo banco de dados ~~DEPUTADO DANIEL LUCIO E DOUGLAS GARCIA – VAZADO!”, ironizou o perfil @RUNSEC1, responsável pela divulgação.

https://twitter.com/RUNSEC1/status/1289652186431930368?s=19

 

https://twitter.com/RUNSEC1/status/1289652393236262919?s=19

 

https://twitter.com/RUNSEC1/status/1289652502204305408?s=19

 

https://twitter.com/RUNSEC1/status/1289652675580051456?s=19

 

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Um Moro para dois Queiroz

Moro hoje estava como Carluxo no twitter.

Assim que a Folha publicou a ótima matéria de Monica Bergamo com a explosiva entrevista do ex-aliado de Bolsonaro, Paulo Marinho, Moro sapecou sua moral enviesada na rede:
“Espero que os fatos revelados,com coragem, pelo Sr. Paulo Marinho sejam totalmente esclarecidos”

Segundo o empresário, Flávio lhe revelou, na presença de três outras pessoas, que, entre o primeiro e o segundo turnos das eleições de 2018, recebeu um aviso de que a Polícia Federal deflagraria uma operação e de que um dos alvos era Fabrício Queiroz.

O alerta foi feito pessoalmente por um delegado da PF, simpatizante da candidatura de Bolsonaro.

A operação Furna da Onça estava pronta para ser deflagrada, mas foi adiada para não prejudicar a candidatura de Bolsonaro.

Só sobre esse caso em que o empresário diz ter provas, já detona o clã inteiro.

Mas Moro não tem a mínima moral para falar que espera esclarecimento do caso Queiroz-Flávio.

Moro, em 22 de janeiro de 2019, já ministro da Justiça e Segurança Pública, perguntado sobre o esquema dos dois, Queiroz e Flávio Bolsonaro, ele respondeu: “Não me cabe comentar sobre isso”.

Então, quando era ministro de Bolsonaro não lhe cabia comentar nada sobre Queiroz e o clã e, agora que não é mais nada, cabe ficar comentando a denúncia no twitter?

Até o mundo mineral sabe que Moro trabalhou como capanga da milícia na proteção dos filhos e do próprio Bolsonaro.

Agora que está pleiteando uma vaga na disputa presidencial de 2022, o sujeito que serviu a Queiroz e ao Clã Bolsonaro, fala que espera que os fatos revelados, com coragem, pelo Sr. Paulo Marinho sejam totalmente esclarecidos?

Por que não quis esclarecer o cheque de Queiroz depositado na conta de Michelle Bolsonaro? Pior, não quis nem comentar o assunto Queiroz?

Tem que ser muito vigarista para tratar Queiroz como se fosse dois.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Na guerra entre os vermes, Globo mostra os crimes de Bolsonaro e omite os de Moro

Revelar os absurdos de Bolsonaro sem incluir nisso a parceria de Moro, é produzir informação literalmente com meias verdades.

Na guerra entre os vermes, Globo mostra os crimes de Bolsonaro e omite os de Moro. Exatamente como fez na Vaza Jato.

Quanto mais Moro mostra as sujeiras de Bolsonaro, mais mostra como foi sujo quando condenou Lula para esse lixo virar presidente

Os exames de Bolsonaro são mais fake que a mamadeira de piroca. Mas se Moro ainda estivesse no governo, ele, com certeza, avalizaria esses exames como avalizou o depósito de Queiroz na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Para a farra com cartão corporativo de Bolsonaro, Moro não hesitaria em endossar o chefe se ainda fosse ministro do governo miliciano. Alguma dúvida?

Por trás da pose de delator que a Globo está vendendo de Moro, há um ex-cúmplice misericordiosamente afinado ideologicamente com Bolsonaro.

A Medida Provisória de Bolsonaro que impede a punição de agentes públicos, incluindo ele, que negligenciarem o combate à pandemia é decalcada da excludente de ilicitude de Moro.

Assim, se ainda fosse ministro, Moro passaria o pano para Bolsonaro com salva de palmas.

O fato é que Bolsonaro é um chefe de máfia que está usando a presidência da República para proteger criminosos que, até dias atrás, tinha Moro como principal capanga da milícia, como bem disse o deputado Glauber Braga.

A estratégia de transferência de culpa dos crimes de Moro com Bolsonaro apenas para Bolsonaro, tem sido o grande esforço da Globo.

Moro e Bolsonaro cortaram relações há uma dúzia de dias.

As confissões de Bolsonaro não são os únicos crimes gravados na reunião ministerial que a Globo cobra.

É só liberar vídeos das reuniões anteriores que veremos Moro batendo bumbo com Bolsonaro em outros crimes.

Os vídeos de todas as reuniões deveriam ser liberados e disponibilizados na Netflix. Assim, boa parte da população poderia ver a verdade, sem edição de imagem feita pela Globo para livrar a cara de Moro.

Outro detalhe importante, se o vice-presidente Mourão está no vídeo, deveria ser enquadrado como cúmplice.

Não é sem motivos o apoio no artigo de Mourão a Bolsonaro hoje.

Mourão escancara que não tem qualquer compromisso com a democracia e, ao contrário do que tenta passar, não pode ser alternativa para substituir Bolsonaro.

A verdade é que Moro, vendo que o prazo de validade de Bolsonaro está se esgotando, pulou fora do barco, assim como fazem os ratos, um deles a globo está tentando transformar no novo rei. Mourão sabe disso e está reagindo.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Moro pariu dois ratos, Bolsonaro e ele

Foi muito ingênuo quem imaginou que Moro, em seu depoimento à PF e MP, produziria um vendaval revolucionário. Moro é suficientemente frio para não cair nessa. Ele, por autodefesa, preferiu dar um banho de gato em Bolsonaro ou, do contrário, denunciaria sua própria gestão.

Ninguém precisa de uma inteligência tamanha para saber que não se solta rojão dentro de um container ou um buscapé na sala de visitas.

Moro e Bolsonaro estão intrinsecamente alinhados de tal forma em suas histórias recentes que um não tem como dar um passo largo sem o risco dos dois caírem. É como alguns palhaços de circo que usam bonecos amarrados aos pés para dançarem juntos.

A relação de Bolsonaro com Moro é uma cópia daquilo. Qualquer passo em falso no depoimento de Moro, pisaria numa mina e explodiria junto com Bolsonaro. Portanto, preferiu usar a tática cirúrgica da casca de banana. Então, Moro soltou a frase derradeira que se transformou em bordão da mídia, entregando o que disse Bolsonaro “que das 27 superintendências da PF, ele só queria uma, a do Rio.”

E Bolsonaro, burramente, mordeu a isca, não conseguiu segurar um dia sequer sua ansiedade para trocar o chefe da PF e, imediatamente, a portas fechadas em solenidade instantânea de posse, fez o que mais desejava, tirar do seu caminho alguém que estava criando uma verdadeira barreira para os seus planos de avanço no porto de Itaguaí, mas principalmente alguém que sabe muito sobre a milícia que atua, com sua família, nesse mesmo porto. Ou seja, há um novelo nessa questão que envolve, sobretudo a milícia de Porto das Pedras, coisa que até as pedrinhas do fundo do mar sabem. O que falta são os pontos que ligam os fatos.

Moro, que carregou até aqui, através de uma gigantesca publicidade da Globo, a imagem da estátua patriarca do combate à corrupção, não chamaria para si a responsabilidade de explicar a sua não atuação no combate à milícia durante todo o período que ficou no ministério da Justiça e Segurança Pública, muito menos traria novamente a imagem viva de Queiroz que, depositando na conta de Michele Bolsonaro, logo no primeiro escândalo revelado pelo Coaf, em que Moro achou satisfatória a explicação de Bolsonaro de que Queiroz apenas devolvia o empréstimo que fez com ele, como também não diria que deu uma prensa no porteiro para mudar a versão do seu Jair da casa 58. Menos ainda diria que se sacudiu como pôde para livrar Flávio Bolsonaro de uma série de acusações que desembocam no mesmo ponto, na milícia.

Enfim, Moro não diria nada que representasse contra Bolsonaro um tiro no próprio espelho. Bobo é quem imagina que ele não veio medindo todos os passos que daria quando saísse do ministério.

Moro pode ser burro, mas sabe muito bem jogar com a opinião pública e dar alimentos suficientemente fortes para apontar o caminho de um crime ou o de uma especulação que produza comoção nacional.

O problema de Bolsonaro não está na declaração de Moro, mas num amontoado de circunstâncias extremamente graves que cercam, por exemplo, o caso de Marielle que foi assassinada por Ronnie Lessa, seu vizinho no condomínio Vivendas da Barra.

O que Moro revelou em seu depoimento sobre a interferência de Bolsonaro apenas e unicamente na PF do Rio, sendo bastante didático ao afirmar que Bolsonaro só tem interesse nessa superintendência, mas que também trouxe, no pacote, a casa de Ronnie Lessa que está a 50 metros da casa de Bolsonaro, para compor o conjunto arquitetônico da casa 58 do seu Jair.

E por que Moro fez isso? Porque não foi ele que colocou para morar no condomínio de Bolsonaro o assassino de Marielle, muito menos foi Moro quem amarrou a sociedade entre Ronnie Lessa e Adriano da Nóbrega no escritório do crime, o mesmo Adriano, considerado o patrão da milícia de Rio das Pedras. Daí o que remete novamente ao porto de Itaguaí e também ao gabinete de Flávio Bolsonaro e ao próprio Queiroz, porque o desaparecido costuma se esconder em Rio das Pedras. Queiroz era o homem que não só fazia o serviço de coleta do esquema de rachadinha, como também a ponte entre o gabinete e a família do miliciano morto na Bahia.

Tudo isso e mais alguma coisa que se sabe e que não se sabe, Moro usou contra Bolsonaro, como um elefante numa loja de cristal.

E o que faz Bolsonaro? Vestiu a carapuça de elefante de uma maneira totalmente espalhafatosa e, no primeiro ato, troca o superintendente da PF do Rio, confirmando o que Moro denunciou e trazendo para si um monumento de evidências de sua relação, assim como a de seus filhos, com a morte de Marielle. Tanto isso é verdade que ontem, sem ninguém acusar, Bolsonaro fala que “estão tentando colar a morte de Marielle em mim e em meu filho, Carlos.

Isso, no barato, já que, como se sabe, treze celulares de Adriano da Nóbrega seguem sendo periciados pela mesma polícia que periciou os de Ronnie Lessa, o que levou à descoberta de que ele, além de assassino de Marielle, era o maior traficante de armamento pesado do Rio de Janeiro. Isso mesmo, o maior traficante de armas do Rio de Janeiro, que abastecia a cúpula da bandidagem carioca era vizinho de Bolsonaro que nem sabia disso e também que Lessa era o fornecedor de armamento pesado das milícias da Zona Oeste do Rio, em que Adriano da Nóbrega era o homem forte.

Os detalhes do que Moro disse na PF, que alguns esperavam, não estavam em seu depoimento, mas no trançado que a polícia já fez sobre o vizinho de Bolsonaro com as milícias que participavam do esquema do gabinete de Flávio Bolsonaro, arregimentado pelo braço direito de Bolsonaro, há mais de trinta anos, o popularmente conhecido como “cadê o Queiroz?”.

Por isso também Moro pariu dois ratos, Bolsonaro e ele próprio, porque, com seu depoimento cirúrgico, mostra como ele implicaria Bolsonaro, ou seja, como ele tinha conhecimento de toda a trama que envolve o clã e como foi criminosamente omisso, muitas vezes ativamente, para proteger o patrão e a família enquanto lhe interessava.

Resta saber se, diante de um portfólio desse, o STF investirá somente sobre Bolsonaro ou se seu cúmplice Moro sairá junto, mesmo que seja no canto da mesma foto.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

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O caso Bolsonaro é de polícia e não de política, mas as instituições fingem não saber

O vizinho de condomínio de Jair e Carlos Bolsonaro, Ronnie Lessa, é o maior traficante internacional de armas do Rio, assassino de Marielle, foi comparsa de Adriano da Nóbrega no escritório do crime e na milícia de Rio das Pedras. Flávio Bolsonaro, por ordem do pai, condecorou Adriano e colocou sua família no esquema de corrupção do rachadão da Alerj.

Rio das Pedras é reduto de Queiroz, assessor de Flávio. Queiroz é quem fez vários depósitos na conta de Flávio e um na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

Como bem disse Leonardo Sakamoto

“O mesmo “Escritório do Crime”, que estaria envolvido com o assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes, tinha laços com o gabinete do então deputado estadual, Flávio Bolsonaro, graças a seu assessor Fabrício Queiroz. Apesar disso ser notório, a relação permanece pouco investigada, como se ignorássemos um elefante na sala.

Um líder miliciano de Rio das Pedras apontou que três membros do Escritório do Crime estariam entre os assassinos de Marielle e Anderson, tendo apoio de Ronald Paulo Alves, major da Polícia Militar.

A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio, por outro lado, afirmam que os executores são o policial militar da reserva Ronnie Lessa, que fez parte dessa milícia em Rio das Pedras, e o ex-PM Élcio Vieira de Queiroz. Ou seja, independentemente de quem acusa, o Escritório do Crime (comandado por Adriano da Nóbrega) está no meio.”

Só a hipocrisia nacional justifica Bolsonaro ainda governar esse país, seu filhos não serem cassados e o clã inteiro não estar na cadeia.

O que mais é preciso descobrir pra que a coisa fique mais escancarada do que já está?

 

 

*Da redação/Com informações do blog do Sakamoto

*Imagem em destaque: arte de Bruno Debize da Motta