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Militares tentam dar golpe de Estado na Bolívia

Militares fecharam a Praça Murillo, epicentro político de La Paz. População começa a se mobilizar com slogans em defesa da democracia.

(Prensa Latina) – Militares golpistas tentam tomar a Casa Grande do Povo (sede governamental da Bolívia), enquanto a segurança presidencial tenta impedir a ação.

O presidente da Bolívia, Luis Arce, denunciou nesta quarta-feira (26) movimentos irregulares de membros do Exército, diante da presença incomum de militares que fecharam a Praça Murillo, epicentro político de La Paz.

“Denunciamos mobilizações irregulares de algumas unidades do Exército Boliviano. A democracia deve ser respeitada”, escreveu o dignitário em sua conta no X (antigoTwitter).

O canal estatal Bolivia Tv mostrou como a Polícia Militar, com escudos antidistúrbios, impedia o trânsito livre de pessoas e usava gases contra os civis que tentavam se aproximar da Casa Grande do Povo.

Anteriormente, o ex-presidente Evo Morales denunciou nesta quarta-feira um suposto “aquartelamento” das Forças Armadas.

“Há uma hora, comandantes de divisões instruem comandantes de regimentos a retornarem imediatamente aos seus quartéis para aguardarem novas disposições (aquartelamento).

“Isso levanta muitas suspeitas sobre o movimento militar na Bolívia”, escreveu em sua conta no X.

A população começa a se mobilizar para a Praça Murillo com slogans em defesa da democracia.

A ministra da Presidência, María Nela Prada, denunciou no canal estatal que as tropas ocuparam todas as esquinas da Casa Grande do Povo, da Chancelaria e da Assembleia Legislativa.

Ela indicou que, aparentemente, essa é a resposta do general Juan José Zúñiga após sua destituição nesta quarta-feira por emitir declarações deliberadas no sentido político, o que constitui uma quebra da ordem constitucional.

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Israel acumula fracassos estratégicos e militares em Gaza, afirma NYT

Jornal novaiorquino enfatiza que além de não libertar reféns nem ‘destruir o Hamas’, como prometido, Tel Aviv gerou discórdia com aliados ao planejar invadir Rafah.

“Israel não alcançou seus principais objetivos na guerra”, nos quais, segundo a nação, consistem na libertação de reféns e na “destruição total do Hamas”. É o que diz uma reportagem publicada pelo jornal The New York Times, em 22 de abril.

Segundo o veículo norte-americano, foram mais de seis meses de um conflito custoso no qual Tel Aviv ficou à mercê de seus aliados próximos, enquanto gerou tensões globais decorrentes do alto número de palestinos massacrados pelas Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês), da fome instalada em Gaza e dos assassinatos a funcionários humanitários que auxiliavam as vítimas da guerra na região.

Dados apontados pela matéria indicam que as baixas militares de Israel começaram a aumentar, com cerca de 260 mortos e mais de 1.500 feridos desde que a nação intensificou suas operações no território palestino, em 7 de outubro de 2023.

As autoridades de Tel Aviv afirmam que cerca de 133 israelenses permanecem reféns em Gaza. No entanto, as negociações para garantir um acordo que possibilite o retorno de pelo menos alguns deles em troca do cessar-fogo e da libertação de prisioneiros palestinos, exigido pelo Hamas, seguem num impasse.

Em um contexto em que as forças israelenses relatam um aumento no número de baixas do grupo de resistência palestino, sem nenhum soldado de seu exército sendo morto desde 6 de abril, e as crescentes ameaças do premiê Benjamin Netanyahu para invadir Rafah, considerado o “último abrigo humanitário” dos palestinos, o The New York Times questiona: “quem governará Gaza e fornecerá sua segurança se os combates acabarem?”

Para a pergunta, autoridades norte-americanas e israelenses, membros do Hamas e palestinos no enclave foram ouvidos pela reportagem.

Douglas London, oficial aposentado da CIA que trabalhou 34 anos na agência, responde que “por mais danos que Israel possa ter infligido ao Hamas, o grupo ainda tem capacidade, resiliência, financiamento e uma longa fila de pessoas esperando para se integrar ao grupo”.

Tel Aviv crê que quatro batalhões do Hamas estão baseados na cidade de Rafah, e que milhares de outros combatentes se refugiaram na região, em meio a um milhão de civis palestinos. E para as IDF, esses batalhões devem ser desmantelados por meio de uma incursão terrestre.

A orientação israelense para que os palestinos se “desloquem a áreas mais seguras” entra em contradição, segundo Washington, uma vez que grande parte do enclave já está inabitável em decorrência dos seis meses de ataques.

“É um momento oportuno para Israel fazer a transição para uma nova fase [da guerra], focada em operações de contraterrorismo muito precisas, particularmente dada a situação de 1,2 a 1,3 milhão de palestinos, todos agrupados dentro de Rafah e seus arredores”, disse o tenente-general Mark C. Schwartz, comandante aposentado de Operações Especiais dos Estados Unidos, que coordenou a segurança norte-americana para Israel e para a Autoridade Palestina.

*Opera Mundi

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Militares da Ucrânia dizem que foram ‘abandonados’ na linha de frente

Em mais um relato divulgado pela mídia ocidental, um soldado ucraniano disse à BBC que grande parte dos militares que seguem na linha de frente acredita que foi “abandonado” por seu comando.

A operação militar especial russa na Ucrânia acontece desde fevereiro de 2022 e, apesar da injeção de bilhões em recursos por países da União Europeia (UE) e dos Estados Unidos ao governo de

Volodimir Zelensky, poucos avanços foram registrados e ainda há várias denúncias de desvio de dinheiro.

O soldado que não teve o nome revelado descreveu a situação em Kherson. Segundo ele, muitas vezes os militares usam o próprio dinheiro para comprar kits de sobrevivência na linha de frente, como agasalhos e combustível para os geradores de energia. “Agora que as geadas estão chegando, as coisas só vão piorar. A situação real está sendo abafada, então ninguém vai mudar nada”, declarou.

De acordo com o ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, só na contraofensiva dos últimos seis meses, as Forças Armadas da Ucrânia perderam pelo menos 125 mil militares.

Já Zelensky disse na última semana, em discurso televisivo, que o reforço nessas áreas de combate eram uma prioridade fundamental.

A declaração aconteceu após intensas denúncias de militares ucranianos sobre o abandono do próprio governo.

“Ninguém sabe [quais são] os objetivos. Muitos acreditam que o comando simplesmente nos abandonou. A galera acredita que nossa presença teve mais significado político do que militar”, disse o soldado.

*Sputnik

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Investigação

PF avança contra Braga Netto após ver atuação suspeita de militares em contratos

A Polícia Federal avançou nas últimas semanas e abriu novas frentes na apuração que mira a gestão de Braga Netto no GIF (Gabinete de Intervenção Federal no Rio de Janeiro). Os desdobramentos ocorrem após os investigadores mapearem a atuação de militares da reserva na intermediação de contratações milionárias.

Informações coletadas pela PF indicam que as suspeitas de irregularidades em contratos assinados pela gestão de Braga Netto extrapolam o caso da compra de coletes balísticos alvo da operação Perfídia, que investiga o ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL), diz a Folha.

Os investigadores ainda analisam R$ 1,2 bilhão em contratações e cruzam os dados com informações das quebras de sigilo e materiais apreendidos na operação, mas já encontraram indícios de irregularidades em contratos de R$ 17,5 milhões para compra de blindados que sequer foram utilizados pela intervenção e ficaram com o Exército.

Um novo inquérito deve ser instaurado sobre o caso. Por um lado, os desdobramentos da apuração devem colocar ainda mais pressão sob a possível candidatura de Braga Netto à Prefeitura do Rio pelo PL. Por outro, apontam para desvios envolvendo militares no Rio, quando o governo Lula (PT) estuda novamente o uso das Forças Armadas na segurança do estado.

O general Braga Netto disse que os contratos da intervenção seguiram trâmites legais.

Ele foi nomeado interventor pelo ex-presidente Michel Temer (MDB). Depois, virou ministro do governo Bolsonaro e foi vice na chapa de reeleição do ex-presidente —que acabou derrotada.

Durante a intervenção, os militares compraram 16 blindados Lince K2 de uma empresa ligada ao Ministério da Defesa da Itália. Eles nunca foram utilizados pelas forças de segurança do Rio e acabaram enviados para o Exército após a compra.

A PF apura se houve desvio de finalidade na contratação desses blindados, uma vez que a verba de R$ 1,2 bilhão tinha como objetivo melhorar a segurança do Rio, e não equipar as Forças Armadas.

Além disso, a PF investiga se, assim como no caso dos coletes balísticos, ocorreu o mesmo modus operandi sob investigação: a participação de empresas ligadas a militares da reserva na intermediação dos negócios.

Os investigadores mapearam, por meio de conversas do celular do vendedor dos coletes, a atuação do general Paulo Assis e do coronel Robson Queiroz, ambos da reserva, em contratos do GIF e de outras áreas.

Os dois tiveram o sigilo telemático quebrados e as informações estão reforçando as investigações em andamento.

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Militares têm “sinal verde” para invadir Gaza, diz ministro de Israel

O ministro da Economia de Israel afirmou que o governo tem como prioridade a destruição do grupo radical Hamas. Israel ameaça invadir Gaza.

O ministro da Economia de Israel, Nir Barakat, afirmou, nesta quinta-feira (19/10), que o exército israelense tem “sinal verde” para invadir a Faixa de Gaza quando estiver pronto. A informação é da ABC News.

Durante entrevista coletiva, Barakat acrescentou que o país se empenhará na recuperação dos reféns capturados pelo Hamas, mas destacou que a destruição do grupo extremista é a prioridade do governo.

Mais cedo, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallantn, afirmou que um ataque a Gaza virá em breve. “Quem vê Gaza de longe agora verá de dentro. Eu prometo. A ordem virá”, apontou Gallant.

Esta quinta-feira (19/10) marca o 13º dia do conflito entre Israel e Hamas. No último dia 7, o grupo radical realizou um ataque-surpresa ao território israelense. Desde então, Israel tem promovido bombardeios à Faixa de Gaza.

Crise humanitária
O território da Faixa de Gaza encontra-se em cerco total desde 9 de outubro. Com a determinação, a população da região lida com escassez de itens de primeira necessidade, como comida, combustível e alimentos.

A fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito deverá ser aberta para a entrada de ajuda humanitária nesta sexta-feira (20/10) pela manhã. A informação é do canal de televisão egípcio AlQahera News, que cita fontes do governo do país.

Nesta quinta-feira (19/10), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou que permitirá a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza a partir do Egito.

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Política

Áudios periciados comprovam que Augusto Heleno conspirava com militares contra a posse de Lula

Quase um ano após integrantes das Forças Armadas ligados ao governo de Jair Bolsonaro (PL) terem ameaçado romper com a democracia no Brasil e dar um golpe comandando pelo ex-capitão do Exército que chegou ao Palácio do Planalto, a Fórum recebeu um laudo técnico produzido por acadêmicos da Universidade Federal do ABC (UFABC) e da Universidade de São Paulo (USP) comprovando que o general da reserva Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e um dos principais conselheiros do ex-presidente, de fato é o autor de áudios golpistas e ameaçadores que se espalharam pelas redes bolsonaristas prometendo uma ruptura política no país.

Nos momentos que antecederam o segundo turno da eleição presidencial, e especialmente nos dias após a confirmação da vitória de Lula, conforme as pesquisas mostravam, o general Augusto Heleno alardeava um golpe que evitaria a posse de Lula, e que de dentro do GSI comandaria um levante dissimulado a partir de 12 de dezembro, usando mecanismos psicológicos e de inteligência, na tentativa de incendiar o Brasil, como a Fórum mostrou em reportagens exclusivas tendo como fonte um servidor da Polícia Federal lotado no Planalto.

Entre vários arquivos de áudio analisados por acadêmicos da UFABC e da USP, a pedido da Fórum, estão duas mensagens que circularam no submundo digital do bolsonarismo nos meses finais de 2022. Elas têm conteúdo semelhantes, mas também pontos bastante distintos. A voz inequivocamente se parece muito com a do militar do círculo íntimo de Bolsonaro, mas era necessário que uma perícia, utilizando recursos de última geração, comprovasse isso. À época, embora com pouco visibilidade na imprensa, a autoria das mensagens foi negada por Heleno.

Mario Alexandre Gazziro, professor titular de Engenharia da Informação da Universidade Federal do ABC (UFAB), que é também pós-doutorando e pesquisador visitante na Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), da Universidade de São Paulo (USP), que assina o laudo, explicou que o método empregado é um dos mais modernos disponíveis até hoje, que utiliza também inteligência artificial para encontrar os pontos que comprovam a autoria de uma mensagem de voz. Alunos de extensão das duas universidades públicas, do grupo Ganesha, da USP, e Greenteam, da UFABC, participaram da análise dos dados com Gazziro.

“De fato, o documento que atesta a autoria de voz das mensagens afirma em suas conclusões que “as evidências indicam que os áudios pertencem ao suposto autor, com intervalo de confiança de 87%, em uma análise conclusiva de confirmação de sua autoria, visto o resultado estar acima de 85%”.

No primeiro áudio atribuído a Heleno, o general repete fake news conhecidas, como a do ministro Luís Roberto Barroso, do STF, que teria dito que “eleição não se ganha, se toma”, algo já amplamente desmentido, sendo fruto de uma descontextualização proposital de uma declaração do magistrado em que ele narrava algo dito em tom de piada numa conversa com um senador da República que falava sobre os problemas eleitorais históricos em seu estado natal. Na sequência, o militar aposentado segue com bravatas e ameaças explícitas, ataca Lula com ofensas e insiste que o petista não será empossado.

“É, o deputado não enlouqueceu… Ela falou o que tá engasgado na garganta das pessoas e que tenho tentado falar há muito tempo: eles podem tentar, mas se tentarem, não vão levar… Eu me lembro que o José Dirceu e o ministro Barroso fizeram uma piada que eleição não se ganha, se toma… Eles podem tentar, ué… Todo mundo é livre pra fazer ou tentar o que bem quiser, o problema é se vai colar… O que nós temos aqui é um problema muito delicado: as Forças Armadas brasileiras são constitucionais, elas obedecem às leis, mas desde que começou o pleito eleitoral já vem ocorrendo uma sucessão de problemas na confiabilidade das urnas e do pleito em si… Na imediação de dizer que o Lula ganhou, tem um sério problema: Lula não pode assumir porque é um condenado político… As ações judiciais sobre Lula não terminaram, foi apenas deslocado o eixo do tribunal para se começar a investigar, colocaram no zero novamente… É mais ou menos como se eles dissessem que 20 juízes são incompetentes e todas as provas estão invalidadas… Só que não existe dispositivo no Código de Processo Penal pra proceder assim… Além da interferência sobre poderes alheios, a afronta à Procuradoria-Geral da República e o confronto com as Forças Armadas… E aqui nós temos um problema: as Forças Armadas não irão obedecer às ordens de um condenado pela Justiça… Porque senão ela desonra toda a sua estrutura moral perante o povo brasileiro, e aí pode levar o país a uma guerra civil, porque se o povo perder a confiança nas Forças Armadas, acabou! O Brasil acabou! Nós vamos sim entrar numa guerra civil… E o que caracteriza uma guerra civil? É quando o povo de um país não confia mais nas suas instituições, e assim sendo, torno a dizer, eles podem tentar, são livres para fazê-lo… O problema é se vai colar… Porque as ruas têm demonstrado uma coisa e as pesquisas, que são mentirosas e manipuláveis, demonstraram outra… O Lula, nesse tempo todo, não conseguiu fazer campanha nas ruas diante do povo, a não ser diante daquele grupinho dele, fechado, em ambiente fechado, ou com seus próprios seguidores… E ele, o Luiz Inácio Lula da Silva, é um condenado da Justiça ainda, ele não pode assumir a Presidência da República, isso é simplesmente rasgar a Constituição, é rasgar o Código Penal, o Código de Processo Penal… E eles já ofenderam por demais a Procuradoria-Geral da República, o presidente da República… Você via a entrevista do desembargador-corregedor que pediu a aposentadoria, afirmando que ele não gostaria e que não se sentiria bem de continuar no tribunal onde ele diz que 80% dos juízes não aceitam as regras do Supremo Tribunal Federal… Então eu torno a dizer: eles podem tentar, levar é outra coisa… Vão provocar um cisma, porque o povo já não confia nas urnas e agora esse pronunciamento de Alexandre de Moraes que ‘o Exército vai ter o que eu quero’? Como se as Forças Armadas, que são a quarta instituição constitucional, não têm o direito de fazer apuração paralela… Ele está afrontando as Forças Armadas… E aí vem a questão: poder, eles podem, se vão levar, é outra história… O Ciro Gomes, de quem eu não tenho simpatia, já falou sobre isso… ‘Se Lula ganhar a eleição, no dia seguinte é guerra civil’… É evidente que o Brasil vai entrar em crise institucional, nem tanto por parte do povo, mas por parte das Forças Armadas que não vão aceitar bater continência para um criminoso, porque se o fizer, estão mancomunados e aceitando que um criminoso comande as Forças Armadas, simples assim, dois e dois são quatro”, afirma a voz que o laudo atesta ser de Heleno.

Já no segundo arquivo difundido nas redes bolsonaristas, Heleno é ainda mais enfático em sua retórica golpista e apela para mentiras como uma imaginária fraude eleitoral e uma surreal acusação contra Lula, que segundo ele “não poderia ser candidato” e não teria “apresentado certidão alguma” à Justiça Eleitoral, algo totalmente falso. As ameaças golpistas por meio das Forças Armadas são diretas e claras. Ele chega a dizer que “nem tudo está consumado”, mesmo passada a eleição, e que “as coisas não estão bem e não vão sair bem como aqueles que pensam que ganharam”.

“Bom, eu acho que toda e quaisquer (sic) palavras que eu fale pra vocês, vocês terão o seu próprio modo de encarar segundo a apreciação particular de cada um, geralmente carregada de muita emoção. Confesso a vocês que eu sou um pouco mais racional, e eu não estou julgando que vocês não sejam, mas nós não devemos esquecer ainda, embora todo o quadro esteja apresentando negativo para todos nós que acreditávamos na Justiça e na família… Alguns dados que deixam escapar a todos: primeiro, o presidente da República ainda não se manifestou, segundo ele ainda é o presidente até o final de dezembro, e depois, Lula para ser presidente precisa ser diplomado… Ele já está fazendo apresentação na televisão como se fosse presidente… Evidente, e é lógico, que todos nós ficamos muito apreensivos e preocupados… E eu torno a dizer a vocês que há muita coisa em jogo neste momento no Brasil e cada passo que for tomado, seja por nós, o povo, ou pelas autoridades, terá que ser dentro do espectro da lei… Eu sei que muitos dirão ‘já passou o tempo, deveríamos ter agido há mais tempo’… É verdade, mas a que custo? Vejamos o que nós conseguimos conquistar: nós sabemos que Lula e sua equipe mequetrefe em seis meses destruirão tudo que o presidente fez… Esse é nosso maior temor… Estamos vendo o exemplo da Argentina, da Venezuela, da Nicarágua e de todos os países que abraçaram essa teoria comunista… Nós podemos ficar aqui imaginando que está tudo decidido, mas me desculpem, e eu não estou sendo sonhador ou delirante na altura da minha idade e da minha visão de vida… Eu sei que tudo tem um motivo pra ser, e as coisas não são tão aparentes assim como possam parecer… Primeiro, sabemos que a vitória do Lula se deu debaixo de fraude, nós sabíamos disso, e se nós sabíamos disso é óbvio que as forças da República e os militares também sabem… É lógico que muitos acham que os militares não vão fazer absolutamente nada, ou que deixarão tudo do jeito que está… Pode ser que sim, pode ser que não… O problema é que nós tentamos entender as coisas e entender os meandros políticos segundo a nossa ótica, e cada um tem uma ótica, tem um modo de pensar, mas geralmente as pessoas se baseiam muito na emoção… Eu quero tornar a frisar pra vocês que tem muita coisa em jogo e o jogo ainda não acabou… Evidente que, diante do que se apresentou, e nós vimos que foi uma fraude, pela própria projeção algorítmica, é uma linguagem da área de tecnologia, e muitos já entregam os pontos, acham que o Lula é um grande vencedor, e que o Brasil é terra de bandidos… Bom, eu não sou bandido e creio que nenhum de vocês também o seja… E eu também não estou pedindo que vocês esperem nada, porque não é necessário pedir, vai acontecer de um jeito ou de outro… Lula é um condenado, não apresentou certidão nenhuma, eu sei que muitos de vocês dirão que já tem mais lei, mas o Brasil não será entregue nas mãos de criminosos, tenham certeza disso… Como eu posso falar isso? Bom, eu poderia ficar aqui tentando explicar, mas sei que nenhum de vocês gostaria ou teria tempo de ouvir… O fato é que nós temos que aguardar os acontecimentos, nem sempre aquele que vence, leva… Mesmo quando vence debaixo da fraude, e nós sabemos que houve fraude, e nós podemos imaginar que houve porque nós lembramos bem de 2018… Repetiu-se o mesmo padrão, só que desta vez permitiu-se que a fraude se consumasse… As provas existem e são muitas, serão usadas, serão apresentadas, será tomada alguma decisão? Será que os militares irão bater continência para um condenado da Justiça e um criminoso? Bom, se isso vier a acontecer, e é o que nós mais tememos, nós estaremos irremediavelmente perdidos, porque vamos entrar numa terra de ninguém, o que certamente muita gente está revoltada, e não vai aceitar de bom grado esse tipo de fraude… Então, a nós, eu creio que só resta esperar o rumo dos acontecimentos… Agora, quero chamar a atenção de vocês para essa particularidade: nem tudo está consumado. O que aconteceu, aconteceu, e (era) o que nós sabíamos que poderia acontecer, esperávamos que não, mas aconteceu, e agora ele já está na televisão dizendo e discursando como presidente, mas não nos esqueçamos: ele é um condenado. Nós sabemos que houve fraude, manipulação, roubo… Sabemos de tudo isso… Certamente as autoridades também sabem e se elas permitirem que a injustiça e o crime reinem, aí sim estaremos diante de um Brasil sem rumo e do perigoso expediente de termos revoltas aqui ou acolá… Portanto, o que eu peço a todos é que observem as coisas e os rumos dos acontecimentos, vamos ver o que vai acontecer… Por favor, não me tomem como pueril ou infantil, ou uma pessoa apressada ou sonhadora… Não sou, eu tenho os pés muito no chão, e sei reconhecer quando as coisas estão erradas… As coisas não estão bem e não vão sair bem como aqueles que pensam que ganharam… Não ganharam, isto é um jogo, vamos ver o que vai acontecer… É só o que eu posso dizer a vocês”, diz o outro áudio atribuído ao general.

Gazziro disse ainda que perícias desse tipo, como a solicitada pela Fórum, vem se tornando cada vez mais precisas e que desde já são essenciais para se juntar provas em processos judiciais nos quais seja necessária a identificação de alguém acusado de propagar informações falsa. Para ele, o grande benefício do avanço científico nessa área é deixar claro que ninguém poderá sustentar uma mentira se escondendo atrás do anonimato ou negando a autoria de um ato.

“Nossa perícia tem o intuito, sobretudo, de inibir as pessoas de fazer algo ilícito, fazendo uso de uma imagem de alguém já conhecido, como, por exemplo, para incitar as pessoas a realizarem algo. Aqueles que agem assim precisam pensar duas vezes antes de fazer tal coisa e saber que há análises de áudio modernas que podem identificá-las, podendo até eventualmente ser juntadas a outras provas para um processo judicial”, encerrou o perito acadêmico.

*Forum

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Cadeia para militares é difícil após uma década de acordão contra a democracia

Vinicius Torres Freire*

Degradação institucional dos últimos anos vai sendo incorporada ao sistema e impede justiça.

Quem se preocupa com a punição do bolsonarismo e dos militares comparsas do projeto de golpe deveria rememorar a degradação institucional do país na última década, ao menos. Qual a possibilidade de haver processos justos, condenações e uma reforma de fundo das Forças Armadas?

O comando militar estava envolvido em um projeto de intervenção qualquer desde 2018, como ficou evidente com o ataque de Villas Bôas ao Supremo e a Lula. Depois, generais e oficiais superiores foram para o governo Bolsonaro a fim de aproveitar a boca rica e assessorar o golpe. Na última semana, apareceram mais pistas fortes de que parte dos oficiais-generais da ativa discutia um golpe e outra assistia a tudo sem denunciar o crime, uma prevaricação fundamental.

Uma tentativa séria de erradicar o golpismo das Forças Armadas exigiria um processo à maneira do que se fez na Argentina e no Chile, ainda que em outra escala, além de mudança de comportamentos, promoções e formação. O mais provável, porém, é que sobrevenha um arranjo em que bodes serão sacrificados e que um acordão deixe tudo como fundamentalmente está. Esse é um resumo dos arranjos que salvaram os podres evidenciados nesta última década.

A eleição de Jair Bolsonaro foi também resultado do desejo de acabar com o PT e esquerdismos em geral, movimento que começou de modo sistemático em 2013 e ganhou corpo a partir de 2014, em várias frentes e por variados motivos e interesses. As corrupções petistas ou, mais relevantes, aquelas que o partido facilitou (Petrobras, empreiteiras) foram apenas um desses motivos, muita vez apenas pretexto.

A campanha do Congresso conservador-negocista para mandar mais e ter mais dinheiro (Eduardo Cunha e similares) foi um outro motivo, movimento da corporação parlamentar que continua forte e sacudido. Conte-se ainda entre essas causas a incapacidade da direita de vencer as eleições presidenciais, assim como o udenismo redivivo de classes médias altas profissionais, como na Lava Jato.

Muito importante, deve-se incluir nessa lista o desejo de certos grupos sociais de terem enfim um representante direto e assumido no poder ou de chegarem eles mesmos ao topo (o partido evangélico, mas não evangélicos em geral; o agro ogro; militares; inimigos da diversidade humana e da civilização etc.). A elite econômica, intelectual inclusive, também queria se livrar do PT, não apenas pela lambança que deu no desastre de 2015-16.

A politização agressiva e extensa do sistema de Justiça (juízes e procuradores) foi atenuada, mas institucionalizada. Há bancadas no Supremo e continuam as decisões monoautocráticas, por assim dizer, para dar um exemplo breve. Na verdade, a degradação atenuada se institucionaliza no sistema político inteiro.

Os beneficiários das corrupções parlamentares foram ao poder com Michel Temer e com Bolsonaro. Ora dominam o Congresso. A conversa de corrupção e reformas era, sob certo e grande aspecto, fiada.

O lacaio de Bolsonaro, esse tenente-coronel Cid, acusou ao menos um almirante de golpismo. Causou sensação. E daí?

*Folha

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Política

Militares querem expulsar integrantes golpistas das Forças Armadas

Corporação aguarda conteúdo das investigações da Polícia Federal que estão em curso.

Os militares estão aguardando a Justiça divulgar o conteúdo das investigações da Polícia Federal que estão em curso, e definir exatamente os culpados do complô golpista para expulsar da corporação esses integrantes. O que as fontes me disseram durante as apurações que fiz essa semana é que eles preferem agir depois de a Justiça definir as culpas, mas a decisão de afastar quem se envolveu já está tomada.

oje a jornalista Bela Megale do Globo revela a informação de que os antigos comandantes militares participaram de reunião com Bolsonaro para analisar a minuta do golpe. Falei agora com o ministro José Mucio sobre essa nota da minha colega. E o que ele me disse é que haverá uma reunião com os três comandantes militares sobre esse assunto hoje ainda.

Em conversas anteriores que tive essa semana perguntei se o espírito de corpo conhecido dos militares, que convivem décadas, iria operar para proteger os responsáveis por crimes que estão sendo investigados. A resposta que eu colhi foi que, ao contrário, o espírito de corpo agiria para proteger a instituição e não indivíduos.

A relação entre o governo Lula e a nova cúpula militar está sendo lentamente destensionada e caminhando para um bom diálogo, segundo garantem as fontes com quem conversei. As desconfianças iniciais por parte do governo Lula estão sendo superadas.

Os militares não querem tomar a iniciativa de uma investigação interna, que atropele o que está sendo feito sob o comando do STF. Acham que a hora da Justiça Militar agir será depois da Justiça informar sobre as provas de envolvimento de militares, sobre quem, no governo passado, participou da tentativa de golpe, de forma direta ou indireta. O objetivo é separar o joio do trigo e afastar das Forças Armadas os participantes do complô.

O que as fontes dizem é que os militares querem deixar claro ao país que a instituição não participou da tentativa de golpe. Alguns indivíduos é que se envolveram.

*Miriam Leitão/O Globo

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Vídeo: Octavio Guedes, na GloboNews, mostra o absurdo dos gastos dos militares na intervenção do Rio de Janeiro

A intervenção militar no Rio, de Janeiro de fevereiro a dezembro de 2018, que até hoje ninguém sabe o motivo, feita durante o governo Temer, narrada no vídeo abaixo por Octavio Guedes, na GloboNews, merece nota.

Inúmeros itens alimentícios de consumo dos militares da intervenção, teve parte dos recursos com desvio de finalidade, não disfarçam o absurdo histórico das raízes dessa inexplicável intervenção.

Confira:

https://twitter.com/lazarorosa25/status/1701674335587422227

 

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O caminho que os militares vêem para se distanciar da crise Mauro Cid

Membros da cúpula das Forças Armadas classificam Mauro Cid como o maior problema que enfrentam hoje. Militares da ativa e da reserva avaliam que o caminho que mais ajudaria a descolar a imagem da instituição da crise gerada pelo tenente-coronel seria sua ida para a reserva, segundo Bela Megale, O Globo.

Mesmo sem ter tempo suficiente de serviço militar para tomar esse caminho, existe uma brecha que seria a chamada cota compulsória. Ela é aberta por interesse da administração da Força, quando pouca gente passa para a reserva e é preciso ter maior rotatividade e fluxo da carreira, com um percentual de tempo mínimo estabelecido para cada posto. Como Cid é tenente-coronel, o tempo mínimo é de 25 anos e já foi cumprido por ele, pois a conta inclui o período de formação.

Para isso, porém, seria necessário ter a concordância do próprio Cid, que até agora não manifesta interesse em deixar a ativa.

Fontes do Exército e do Superior Tribunal Militar (STM) afirmam que o tenente-coronel não teria benefícios em seu julgamento criminal, se for para a reserva. O artigo 99 do Código Penal Militar prevê que o oficial condenado a mais de dois anos de reclusão responda a um novo processo no STM. Na maioria dos casos, a corte decide pela expulsão.

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