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Política

Bolsonaro pode ser preso por decidir que nordestinos não são aptos a votar

É pouquíssimo provável em um governo extremamente centralizador como o de Bolsonaro que o plano de Anderson Torres para impedir eleitores de Lula de irem votar no segundo turno não tivesse o aval do chefe. Por conta disso, o então ministro da Justiça guarda a senha que pode liberá-lo da cadeia e colocar Jair em seu lugar.

Muitos antes das hordas vandalizarem o Palácio do Planalto, o Congresso e o STF, em 8 de janeiro, antes mesmo dos trancamentos de rodovias para tentar evitar a posse de Lula sob vistas grossas da Polícia Rodoviária Federal, a primeira tentativa de golpe foi executada no dia 30 de outubro, quando a PRF, sob as ordens do diretor-geral Silvinei Vasques e do próprio Torres, criou bloqueios que dificultaram o deslocamento de eleitores principalmente no Nordeste, diz Leonardo Sakamoto, no Uol.

Como não conseguiu conquistar a região com propostas, a campanha de Bolsonaro decidiu que o nordestino não era apto a votar. Para tanto, usou a estrutura do Estado a fim de impedir que cidadãos depositassem seu voto, um crime bisonho.

Os bloqueios golpistas ainda custaram mais de R$ 1,3 milhão aos cofres públicos. O governo Bolsonaro jogou para o contribuinte a conta da tentativa de golpe.

Inquérito da Polícia Federal sobre o caso aponta que o setor de inteligência do Ministério da Justiça fez um levantamento dos locais onde o petista foi mais votado para subsidiar bloqueios de estradas no segundo turno. Não só isso, como ele viajou à Bahia para pedir apoio da superintendência da PF local à ação da PRF. As informações foram reveladas pelo jornal O Globo.

Já como secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Torres mudou a estrutura do policiamento da Esplanada dos Ministérios e viajou para os Estados Unidos, onde teria se encontrado com Jair Bolsonaro, em autoexílio desde que deixou a Presidência. A polícia, por conta disso, não foi capaz de conter os golpistas que perpetraram ações terroristas contra o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal no 8 de janeiro.

Depois disso, ainda surgiu um documento de natureza golpista no armário de sua casa, guardado por burrice, certeza de impunidade ou, psicanaliticamente, uma vontade inconsciente de ser descoberto. Ou seja, não foi apenas uma vez, é muito golpismo para uma só pessoa.

Como expliquei aqui cinco dias após os atos golpistas de janeiro, claro que sou contra a perversão do instrumento que ficou conhecido como “delação premiada”. Pessoas foram condenadas em praça pública durante a operação Lava Jato com base em confissões de criminosos que queriam salvar a si próprios, sem a preocupação de que os fatos fossem verdadeiros.

Feita a ressalva e considerando que o governo Bolsonaro foi abertamente golpista, imagino o bem que faria à República um derradeiro ato de coragem de Anderson Torres, delatando Jair.

Uma delação de Anderson Torres faria bem a ele e à democracia. Não faz sentido manter a lealdade a um político conhecido por abandonar seus antigos aliados na beira da estrada quando eles não forem mais úteis. Ele acha que, daqui a cinco anos, Jair vai levar Marlboro para ele nos dias de visita? Pergunta para Daniel Silveira se o ex-presidente lembra que o ex-deputado e hoje presidiário existe.

Quando se fala em golpe de Estado, a imagem histórica remete a uma fila de tanques descendo de Minas Gerais até o Rio de Janeiro e a imagem moderna aponta para um cabo e um soldado batendo na porta do STF. Mas o uso de tropas é desnecessário. Para um golpe, basta que o Poder Executivo passe a governar sem freios nem contrapesos dos outros poderes. Ignorando o Judiciário e a Constituição, que prega o direito e o respeito ao voto.

Uma delação premiada não salvará a biografia de Torres, mas vai ajudar a jogar luz sobre sucessivas tentativas de impor uma ditadura no Brasil pela via da força, o que ajudaria na punição do mandante, e aliviaria não sua consciência, mas a sua pena.

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Bolsonaro corta água potável para nordestinos

Por Altamiro Borges

Mesmo escondido no Palácio da Alvorada, chorando pelos cantos pela vergonhosa derrota na sua tentativa de reeleição, o vagabundo Jair Bolsonaro não abandonou totalmente o “trabalho” e segue com suas maldades. Nesta quarta-feira (23), o jornalista Carlos Madeiro revelou no site UOL que “após eleição, governo corta verba e água potável de 1,6 milhão no Nordeste”.

Segundo a reportagem, “a operação Carro-Pipa, do governo federal, que leva água potável às famílias no semiárido nordestino há mais de 20 anos, teve os recursos cortados neste mês, levando os caminhões a pararem o fornecimento do produto a moradores do interior no Nordeste”.

Uma planilha do Exército, que coordena a operação, confirma que 1,6 milhão de pessoas que teriam direito ao abastecimento em novembro em oito estados do Nordeste já foram prejudicadas. “O corte de recursos ocorreu logo após o segundo turno da eleição, no dia 30 de outubro, em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) saiu derrotado”, o que confirma a crueldade do genocida que ainda ocupa o poder.

O desespero das famílias

“A Operação Carro-Pipa [OCP] é financiada com recursos do Exército em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR). Ambos confirmaram à coluna que a suspensão ocorreu por falta de verbas. O MDR diz que alertou o Ministério da Economia sobre a falta de recursos, sem retorno”.

A suspensão do fornecimento surpreendeu as prefeituras e os governos estaduais, os pipeiros que transportam a água em caminhões pipas e os moradores. “Pela regra, cada família tem direito a 20 litros de água por dia a cada integrante. Ou seja, se a casa tem cinco moradores, são 100 litros diários. Eles já relatam prejuízos”. As famílias estão desesperadas com a sabotagem do “capetão”.

“A situação gerou uma procura de prefeitos do Nordeste à Confederação Nacional dos Municípios, que cobra uma solução… A CNM entende que sob hipótese alguma a OCP deve ser interrompida, adiada ou paralisada, haja vista que, a população é sempre quem sofre os piores impactos causados por este desastre e ressalta a necessidade de o MDR avaliar o orçamento do programa para o final de 2022, assim como para todo o ano de 2023, alinhado com as ações necessárias para que a OCP não seja interrompida em nenhum momento no próximo exercício”, destaca a reportagem do site UOL.

Números da Operação Carro-Pipa

Municípios – 468

Carros-pipa – 3.348

População atendida – 1.628.865

* O Cafezinho

 

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Após eleição, governo Bolsonaro corta verba e água potável de 1,6 milhão no Nordeste

A operação Carro-Pipa, do governo federal, que leva água potável às famílias no semiárido nordestino há mais de 20 anos, teve os recursos cortados neste mês, levando os caminhões a pararem o fornecimento do produto a moradores do interior no Nordeste.

Segundo a planilha do Exército, que coordena a operação, 1,6 milhão de pessoas teriam direito ao abastecimento em novembro em oito estados do Nordeste, mas estão prejudicadas.

O corte de recursos ocorreu logo após o segundo turno da eleição, no dia 30 de outubro, em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) saiu derrotado. A coluna apurou que o primeiro estado a ter o abastecimento suspenso, logo no início do mês, foi Alagoas. Já em Pernambuco, Paraíba e Bahia, a paralisação foi informada apenas na quinzena final de novembro, assim como vem ocorrendo nos demais estados, com os caminhões deixando de prestar o serviço à população.

A operação Carro-Pipa é financiada com recursos do Exército Brasileiro em parceria com o MDR (Ministério do Desenvolvimento Regional). Ambos confirmaram à coluna que a suspensão ocorreu por falta de verbas para continuidade (veja mais abaixo). O MDR diz que alertou o Ministério da Economia sobre a falta de recursos, sem retorno.

O UOL teve acesso a um documento do 72º Batalhão de Infantaria Motorizado, com sede em Petrolina (PE), endereçado a Defesas Civis de municípios de Pernambuco e Bahia.

No documento do dia 14, assinado pelo coronel Paulo Francisco Matheus de Oliveira, o Exército informa que “o recebimento parcial de recursos financeiros para atender a execução do serviço será somente para até o dia 15 de novembro corrente”.

Documento entregue às defesas civis dos municípios de PE e BA - Reprodução/Arte UOL - Reprodução/Arte UOL

A suspensão, porém, pegou as Defesas Civis, pipeiros e moradores de surpresa. Pela regra, cada família tem direito a 20 litros de água por dia a cada integrante assistido. Ou seja, se a casa tem cinco moradores, são 100 litros diários. Eles já relatam prejuízos.

Orlando Vieira da Silva, 54, vive no sítio Boa Esperança, em Ouricuri (PE), e exerce a função de apontador (liderança local que ajuda a coordenar distribuição da água) da operação na comunidade. Ele diz que, das 30 famílias que vivem lá, apenas quatro conseguiram receber água recentemente e 26 estão completamente desabastecidas.

Orlando Vieira da Silva, 54, vive no sítio Boa Esperança, em Ouricuri (PE), e exerce a função de apontador (liderança local que ajuda a coordenar distribuição da água) da operação na comunidade. Ele diz que, das 30 famílias que vivem lá, apenas quatro conseguiram receber água recentemente e 26 estão completamente desabastecidas. “A região está precisando de água. Não sei por que, justo nesse período mais seco —que vai de setembro até janeiro—, parou. É muito ruim para nós”, lamentou.

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Intolerância

VÍDEO: Pastor de Igreja Batista prega contra nordestinos e incita ódio ao povo da região

Luiz Antonio Vieira, da Primeira Igreja Batista de Piabetá, sediada em Magé (RJ), fez um culto recheado de xenofobia contra o Nordeste por conta da expressiva votação de Lula por lá.

Um pastor identificado como Luiz Antonio Vieira, líder da Primeira Igreja Batista de Piabetá, sediada em Magé, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, proferiu um forte discurso xenofóbico contra nordestinos durante um culto da denominação que ocorreu na última quinta-feira (3), por conta da derrota monumental sofrida por Jair Bolsonaro (PL) naquela região, na disputa em que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu como vencedor, em 30 de outubro.

Vieira começa dizendo que “não tem nada contra os irmãos que nasceram no Nordeste”, citando inclusive o nome de uma mulher que seria do Recife (PE), sua fiel, para na sequência desfilar um repertório xenófobo e ofensivo ao povo da região.

“No domingo eu falei aqui que eu iria na convenção da assembleia da ordem dos pastores pra falar. Eu vou esperar para quando a assembleia da ordem for em outro lugar. Não vou gastar um centavo em nenhum hotel do Nordeste, não vou comer em nenhum restaurante do Nordeste, não vou comprar nada no Nordeste”, disse o pastor.

Luiz Antonio Vieira, da Primeira Igreja Batista de Piabetá, sediada em Magé (RJ), fez um culto recheado de xenofobia contra o Nordeste por conta da expressiva votação de Lula por lá.

Um pastor identificado como Luiz Antonio Vieira, líder da Primeira Igreja Batista de Piabetá, sediada em Magé, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, proferiu um forte discurso xenofóbico contra nordestinos durante um culto da denominação que ocorreu na última quinta-feira (3), por conta da derrota monumental sofrida por Jair Bolsonaro (PL) naquela região, na disputa em que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu como vencedor, em 30 de outubro.

Vieira começa dizendo que “não tem nada contra os irmãos que nasceram no Nordeste”, citando inclusive o nome de uma mulher que seria do Recife (PE), sua fiel, para na sequência desfilar um repertório xenófobo e ofensivo ao povo da região.

“No domingo eu falei aqui que eu iria na convenção da assembleia da ordem dos pastores pra falar. Eu vou esperar para quando a assembleia da ordem for em outro lugar. Não vou gastar um centavo em nenhum hotel do Nordeste, não vou comer em nenhum restaurante do Nordeste, não vou comprar nada no Nordeste”, disse o pastor.

O clérigo bolsonarista intensifica as ofensas e chama o povo nordestino de preguiçoso e fala ainda que ele vive de migalhas.

“É um povo que estão (sic) lá, preguiçosos. Porque os que não são vieram embora pra cá, vieram trabalhar. O nordestino é preguiçoso, gosta de viver das migalhas. Não é para você sentir ódio. Não é nordestinofobia. Não tenho fobia de nordestino, mas a grande verdade é essa”, completa.

Em inúmeros registros em vídeo, o pastor Vieira aparece “pregando” com imagens de Jair Bolsonaro ao fundo, ou então com adereços que remetiam à candidatura do presidente derrotado de extrema direita. Na manhã deste domingo (6), o perfil de sua igreja no Facebook tinha sido tirado do ar.

*Com Forum

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Coação

Vídeo – Escândalo: Diretor da PRF que impede nordestinos de votar postou apoio a Bolsonaro

O diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, pediu votos para Bolsonaro, e agora organiza operações para impedir os votos dos nordestinos, onde Bolsonaro é odiado.

O diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, pediu votos para Bolsonaro, e agora organiza operações para impedir os votos dos nordestinos, onde Bolsonaro é odiado.

Em um post feito no story de sua conta pessoal no Instagram, na noite deste sábado, o policial escreveu “vote 22, Bolsonaro presidente”. O pedido estava acompanhado de uma foto da bandeira do Brasil, mas foi apagado no início da tarde deste domingo.

Na rede de fotos e vídeos, Vasques já compartilhou com os mais de 41 mil seguidores, algumas vezes, fotos ao lado de Bolsonaro em compromissos oficiais de governo que contaram com a presença da PRF.

O Nordeste é um reduto de votos antibolsonaristas, onde a extrema direita é odiada pela sua política ultraliberal de fome e miséria. O roubo dos votos nordestinos foi um fator chave das eleições manipuladas de 2018.

Policial rodoviário federal desde 1995, Silvinei Vasques já foi coordenador-geral de operações, além de exercer atividades de gerência e comando. Foi também superintendente nos estados de Santa Catarina e Rio de Janeiro. Antes de ser promovido a diretor, atuou como secretário municipal de segurança pública e de transportes na cidade de São José, em Santa Catarina, entre 2007 e 2008.

No histórico desse agente de extrema direita, também consta participação em “cursos policiais no Brasil e no exterior, entre eles, o curso da Escola da Swat (Course Swat School – HSS International), no Departamento de Polícia de Orange, na Califórnia (EUA)”. Como não poderia deixar de ser, possui vínculos com o aparato repressivo imperialista.

Vasques é um dos dirigentes de polícia mais alinhados ao bolsonarismo. Em janeiro, por exemplo, esteve por uma semana em Las Vegas, nos Estados Unidos, para participar da feira de tiro esportivo Shot Show 2022, um evento que costuma ser frequentado por filhos do presidente, como o deputado federal Eduardo Bolsonaro e o vereador Carlos Bolsonaro.

Repudiamos esse acionar do aparato repressivo do Estado, nicho da extrema direita. É necessário combater o bolsonarismo nas ruas, com um programa anticapitalista, acabando com os privilégios dos faraós policiais que odeiam a população pobre e os nordestinos.

*Com Esquerda Diário

https://twitter.com/felipeneto/status/1586762205344808968?s=20&t=TGqTvYrNyuyIy9_1wkaPEA

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Vídeo – Vice da OAB em MG ataca nordestinos: “Não vamos alimentar quem vive de migalhas“

A deputada federal eleita Dandara (PT-MG) ingressará com queixa-crime na Justiça e representação na OAB contra declarações xenófobas de Flávia Moraes.

A vereadora de Uberlândia (MG) e deputada federal eleita, Dandara (PT-MG), usou as redes sociais para informar que vai ingressar com queixa-crime na Justiça e uma representação na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) contra declarações xenófobas da vice-presidente da OAB-Mulher de Uberlândia.

A advogada Flávia Moraes aparece, ao lado de outras duas mulheres, em um vídeo que viralizou nas redes sociais atacando o povo nordestino.

“Nós geramos empregos, nós pagamos impostos e sabe o que a gente faz? A gente gasta o nosso dinheiro lá no Nordeste. Não vamos fazer isso mais. Vamos gastar dinheiro com quem realmente precisa, quem realmente merece. A gente não vai mais alimentar quem vive de migalhas. Vamos gastar nosso dinheiro no Sudeste, no Sul ou fora do Brasil, que inclusive é muito mais barato”, disse Flávia.

Mensagens preconceituosas contra nordestinos ganharam força nas redes sociais, depois da vitória do ex-presidente Lula (PT) contra Jair Bolsonaro (PL), no primeiro turno, em todos os estados da região.

*Com Forum

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Bolsonaro já é mais rejeitado que Collor após o confisco das poupanças

O presidente que encolheu

A nova pesquisa Datafolha mostra que Jair Bolsonaro encolheu. Depois de oito meses, o índice de brasileiros que consideram o governo ruim ou péssimo subiu para 38%. É uma reprovação bem maior que a dos antecessores Fernando Henrique (15%), Lula (10%) e Dilma (11%) no mesmo período.

Para se ter uma ideia do buraco: com seis meses no poder, Fernando Collor era rejeitado por 20%. Ele já havia confiscado as poupanças, mas ainda não chegava perto do capitão em impopularidade.

A rejeição a Bolsonaro é maior entre negros (51%), nordestinos (52%) e desempregados (48%). No entanto, também avança em setores que o apoiaram maciçamente na eleição. Chega a 46% entre os mais ricos e a 43% no público com ensino superior.

Outro dado ajuda a dimensionar o desgaste do presidente. De cada quatro eleitores dele, um afirma que não repetiria o voto hoje. Isso aponta um exército de 14 milhões de arrependidos — um incentivo e tanto para quem pretende confrontá-lo em 2022.

Desde a última rodada da pesquisa, Bolsonaro disse palavrões em discursos e entrevistas, ofendeu os governadores do Nordeste, demonstrou descaso pelo desmatamento da Amazônia e comprou brigas com líderes de países europeus.

Essa estratégia de radicalização pode agitar as redes, mas não tem dado bons resultados no mundo real. Para 55% dos brasileiros, o presidente não se comporta à altura do cargo na maior parte das situações. Em outra etapa do questionário, 44% disseram que não confiam em nada do que ele diz.

Nos últimos dias, o Planalto tentou emplacar a versão de que o bate-boca com Emmanuel Macron fez Bolsonaro virar o jogo. Ele teria saído como defensor da soberania nacional contra a cobiça estrangeira pela Amazônia. A pesquisa desmonta a propaganda. Para 75%, o interesse internacional pela floresta é legítimo, já que ela é importante para todo o planeta.

Ontem o presidente insistiu no autoengano. Ao ser questionado sobre a insatisfação dos eleitores, preferiu lançar dúvidas sobre a pesquisa.

 

 

*Por Bernardo Mello Franco/O Globo

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#OrgulhoDoNordeste: explode nas redes sociais após ataque de Bolsonaro contra a região e governadores do Nordeste

Uma onda de apoio aos nordestinos foi formada por internautas depois do comentário xenófobo de Bolsonaro sobre a região e os governadores locais.

As redes sociais amanheceram neste sábado (20) com centenas de mensagens de apoio aos nordestinos. Por volta das 7h da manhã, a hashtag #OrgulhoDoNordeste era o assunto mais comentado do Brasil no Twitter e a tag segue entre os tópicos do momento na rede social.

Nesta sexta-feira, pouco antes de um café da manhã com jornalistas em Brasília, Bolsonaro afirmou que “dos ‘governadores de Paraíba’, o pior é o do Maranhão. Não tem que ter nada com esse cara”, sem saber que seu áudio estava aberto para uma transmissão ao vivo.

A reação foi imediata. Os governadores dos nove estados do Nordeste publicaram, no mesmo dia, uma carta de repúdio às afirmações do presidente. A nota pede esclarecimentos por parte do presidente em relação à sua fala, além de reiterar a defesa da Federação e da democracia. Confira a íntegra aqui.

Antes disso, o próprio governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), que foi citado por Bolsonaro, se pronunciou sobre o assunto. “Independentemente de suas opiniões pessoais, o presidente da República não pode determinar perseguição contra um ente da Federação”, publicou Flávio Dino em seu Twitter. “Seja o Maranhão ou a Paraíba ou qualquer outro Estado. ‘Não tem que ter nada para esse cara’ é uma orientação administrativa gravemente ilegal”, afirmou.

https://twitter.com/GeorgMarques/status/1152537987344994304

https://twitter.com/NastaciaQueen/status/1152524724871815168

 

*Com informações da Forum