Categorias
Brasil

Enchente provoca mudança no mapa do Rio Grande do Sul; entenda

Imagem de satélite mostra uma ampliação da ligação das lagoas Mirim e dos Patos; segundo pesquisador, ainda é prematuro falar em alterações definitivas.

As fortes chuvas que caíram sobre o Rio Grande do Sul desde o fim de abril provocaram uma mudança no mapa da região sul do Rio Grande do Sul.

O Laboratório de Oceanografia Dinâmica e por Satélites (Lods), da Universidade Federal do Rio Grande (Furg), reuniu imagens captadas pelo satélite Sentinel-3 que mostram o aumento na ligação entre a Lagoa dos Patos e a Lagoa Mirim. As imagens são dos dias 18 de abril –antes da enchente– e 15 de maio, quando a região já havia sido afetada pela inundação.

O professor Fabricio Sanguinetti, coordenador do laboratório, explica que, mesmo antes da enchente, já existia uma ligação entre as lagoas, o chamado Canal de São Gonçalo. Na primeira imagem, porém, não é possível ver esse curso d’água com clareza. Segundo Sanguinetti, isso se dá simplesmente por uma questão de resolução do equipamento.

“Uma vez que teve essa enchente, essa ultrapassagem da cota de inundação, a gente teve visualmente o alargamento das margens do canal. Ou seja, os limites naturais foram expandidos para as laterais. Mas Isso corresponde basicamente à área inundada no entorno do próprio canal do traçado natural do canal, uma ampliação de uma área inundada”, detalha. Com CNN.

Apesar de, na imagem desta semana, parecer que as lagoas dos Patos e Mirim se juntaram em um único corpo hídrico, o professor explica que, por enquanto, não é possível fazer essa afirmação.

Categorias
Política

o que vai acontecer com os automóveis destruídos pelas chuvas no Rio Grande do Sul

Além de ruas, casas, postes e árvores destruídas, marcam a paisagem de cidades gaúchas carros desfigurados, de ponta-cabeça, em encostas, calçadas e outros lugares inusitados.

Há dias os esforços de entes públicos e privados no Rio Grande do Sul estão voltados a atender pessoas em situação de emergência e em garantir sua saúde e seu bem-estar. Não há previsão de quando as águas vão abaixar e o cenário humanitário estará estabilizado, mas sabe-se que neste momento se iniciará uma etapa de atenção às cidades.

Voluntários que circulam pela região norte de Porto Alegre relataram à CNN que na região ainda existe muita água e que, na percepção dessas pessoas, há “pelo menos 100 veículos” submersos no local. O acesso a essa região ainda é difícil por conta da água, que ainda não baixou.

A Localiza disse estar concentrada em garantir a segurança dos colaboradores e clientes e que os efeitos das enchentes em sua operação ainda estão sendo avaliados, mas não detalhou seus trâmites. A Movida não respondeu até o momento.

Sobre o processo de remoção de veículos por parte de seguradoras, Ricardo Pansera, vice-presidente para a região Sul da Federação Nacional dos Corretores de Seguros Privados e de Resseguros (Fenacor), afirmas que é necessário que as águas das inundações baixem para que se iniciem as operações.

É necessário utilizar maquinário pesado e guinchos para a remoção das toneladas de metal, o que não é possível fazer em meio às cheias.

Os veículos automotores serão, então, levados para centros mecânicos e elétricos, onde seus dispositivos são avaliados e inspecionados. A partir desta etapa, será possível identificar se o veículo pode ser recuperado. A avaliação de Pansera é de que a maior parte dos veículos do estado, visto a proporção da tragédia, terá perda total decretada.

Categorias
Mundo

Dilma libera R$ 5,7 bilhões para o Rio Grande do Sul

“O Banco dos BRICS tem um compromisso e vai atuar na reconstrução e na recuperação da infraestrutura do estado”, garantiu a presidente do NBD, Dilma Rousseff.

Presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), conhecido como Banco dos BRICS, Dilma Rousseff anunciou nesta terça-feira (14) a liberação de US$ 1,115 bilhão, equivalente a R$ 5,750 bilhões, “para ajudar o estado do Rio Grande do Sul e os gaúchos, que me adotaram há mais de 50 anos, a superar essa tragédia”. “Quero reiterar minha solidariedade aos gaúchos e aos governos federal e estadual. O Banco dos BRICS tem um compromisso e vai atuar na reconstrução e na recuperação da infraestrutura do estado. Queremos ajudar as pessoas a reconstruir suas vidas”, disse Dilma em pronunciamento.

A presidente do NBD contou ter conversado com o presidente Lula (PT) e o governador Eduardo Leite (PSDB) para acertar o repasse dos recursos para obras de infraestrutura urbana, saneamento básico e proteção ambiental e de prevenção de desastres no estado.

Dilma disse que o Novo Banco de Desenvolvimento vai destinar recursos sem burocracias para o Rio Grande do Sul por ação direta e ainda por meio de parceria com outras instituições financeiras brasileiras, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Banco do Brasil e o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE).

De Xangai, na China, sede do Banco dos BRICS, Dilma declarou que a instituição financeira multilateral que ela comanda, fundada em 2015 pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e que hoje conta ainda com Egito, Bangladesh e Emirados Árabes Unidos, está solidária, diz o 247.

Do total de R$ 5,570 bilhões, pouco menos da metade dos recursos, cerca de US$ 500 milhões do Banco dos BRICS, serão transferidos por meio do BNDES, sendo US$ 250 milhões para pequenas e médias empresas e outros US$ 250 milhões para obras de proteção ambiental, infraestrutura, água e tratamento de esgoto, e prevenção de desastres. O NDB tem US$ 200 milhões disponíveis para aplicação direta, podendo contemplar obras de infraestrutura, vias urbanas, pontes e estradas.

Em parceria com o Banco do Brasil, o NDB vai destinar US$ 100 milhões para infraestrutura agrícola, em projetos de armazenagem e infraestrutura logística. Já com o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), serão liberados imediatamente US$ 20 milhões para projetos de desenvolvimento e mobilidade urbana e recursos hídricos. Outros US$ 295 milhões previstos no contrato BRDE, em processo de aprovação final, vão para obras de desenvolvimento urbano e rural, saneamento básico e infraestrutura social.

Categorias
Cotidiano

Vídeo: Barragem 14 de Julho rompe no Rio Grande do Sul, diz governador Eduardo Leite

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), afirmou que a barragem 14 de Julho, na Serra Gaúcha, colapsou na tarde desta quinta-feira (2) em razão das fortes chuvas que atingem o estado desde o início da semana.

A informação também foi divulgada pelo prefeito de Bento Gonçalves, Diogo Segabinazzi Siqueira, por meio de um vídeo publicado em redes sociais.

Segundo o prefeito, a população precisa sair o mais rápido possível de suas casas. A expectativa, segundo Diogo, é que o rio suba de 2 a 4 metros a partir do colapso da barragem.

“Recebemos agora a informação da Ceran, que controla as barragens, que a barragem de 14 de Julho acabou de colapsar. A informação que a gente precisa passar para todos os moradores que vivem às margens do Rio das Antas e Rio do Taquari, é sair o mais rápido possível desse local. A tendência é que isso suba em torno de 2 a 4 m. Essa é a tendência que aconteça nos próximos minutos e nas próximas horas nos municípios mais abaixo, lá no Taquari. Importante: Isso é uma informação oficial e a gente precisa informar o máximo de pessoas possível dentro da margem do Rio das Antas e do Rio Taquari.”

Em uma postagem nas redes sociais, o governador do estado, Eduardo Leite, confirmou o problema na barragem.

Categorias
Cotidiano

Cozinha solidária do MST já entregou mais de 10 mil marmitas a desabrigados no Rio Grande do Sul

Brasil de Fato – A cozinha solidária do MST no município de Encantado, Rio Grande do Sul, já entregou mais de 10 mil marmitas nas comunidades mais afetadas pelas enchentes. Dezenas de pessoas do movimento, acampados e assentados, integrantes do Levante Popular da Juventude, se deslocaram para ajudar na produção do alimento.

“Viemos para essa tarefa humanitária com quantidade expressiva de produtos da reforma agrária, produtos orgânicos, vindos de cooperativas dos assentamentos do MST da região Metropolitana e ficaremos aqui”, conta o assentado Marildo Molinari.

A tragédia do ciclone e das enchentes provocou 46 mortes, enquanto outras 46 pessoas permanecem desaparecidas, gerando uma comoção que abrange 93 municípios gaúchos afetados. A situação deixou 4.794 pessoas desabrigadas, 820.498 desalojadas e 924 feridas. Os desabrigados estão recebendo assistência em ginásios e prédios públicos e privados.

A solidariedade faz parte do acúmulo histórico do MST: “Sempre recebemos solidariedade quando nossa turma está nas marchas e ocupações, agora estamos devolvendo para sociedade tudo aquilo que nós podemos fazer. Sabemos que é pouco diante da dimensão da tragédia que está ocorrendo aqui, chega ser difícil explicar a dimensão”, afirma Cedenir Oliveira, da direção nacional do MST no estado.

O Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional do Rio Grande do Sul (Consea-RS) criou duas cozinhas solidárias em Arroio do Meio, produzindo 1,5 mil refeições por dia. “A tendência é que o número de refeições diminua nos próximos dias a medida que as famílias retornem para suas casas”, afirma Juliano Ferreira de Sá, presidente do Consea-RS.

A entidade está construindo cozinhas solidárias em Lajeado, Cruzeiro do Sul e Roca Sales. “Nós estamos realizando uma mobilização de incentivo para que as cozinhas fiquem de maneira permanente nestes munícipios, como espaços de integração, de alento e de esperança. Hoje precisamos de voluntários para preparar os alimentos, além de proteínas, para realimentar a reconstrução do Vale do Taquari”, complementa Juliano.

Chegaram na manhã deste domingo (10), por volta das 9h, em Lajeado, as primeiras cestas de alimentos que foram doadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) às famílias atingidas pela cheia no Vale do Taquari. Foram entregues 1,2 mil cestas, de um total de 5 mil, com o apoio de integrantes do Exército na base de apoio logístico da Defesa Civil na região.

“Desde o primeiro momento da tragédia, o governo federal está mobilizado para ajudar o estado no que for preciso. Começamos a entregar as primeiras cestas de alimentos da Conab, e contamos com o apoio fundamental do Exército. Ao longo desta semana, mais cestas vão chegar ao estado para atender o básico da alimentação”, disse o presidente da Companhia, Edegar Pretto.

A doação das 5 mil cestas foi anunciada pelo presidente da Conab na quarta-feira (6), quando uma primeira comitiva do governo federal visitou as áreas atingidas. Entre os alimentos que serão entregues às famílias estão arroz, feijão, leite em pó, farinha de trigo, macarrão e fubá.

Com informações do Brasil de Fato.

Apoie o Antropofagista com qualquer valor

Pix: 45013993768

Agradecemos o seu apoio

Categorias
Cotidiano

Chega a 21 o número de mortes no Rio Grande do Sul por causa de ciclone extratropical, confirma governador

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), confirmou na tarde desta terça-feira (5), que foram registradas 21, após passagem do ciclone extratropical que atingiu o estado na véspera. Somente em 15 óbitos foram na cidade de Muçum.

De acordo com a Defesa Civil estadual, o efetivo do Corpo de Bombeiros Militar foi vistoriar residências na cidade e localizou 15 corpos, nesta terça-feira (5), diz o G1.

Outras seis mortes foram confirmadas entre segunda e terça, em cidades do Norte do estado.

Os alagamentos e estragos por conta das fortes chuvas afetaram mais de 50 cidades. Foram registradas fortes rajadas de vento, aumento do nível dos rios. Por conta disso, pessoas ficaram desabrigadas.

Enquanto a frente fria avança em direção a São Paulo, o ciclone extratropical que se formou no Rio Grande do Sul deve se afastar do Brasil nesta terça-feira (5), como informa o Climatempo.

Mas os pontos altos das serras ainda podem ter rajadas em torno de 100 km/h, até o vento diminuir no decorrer da tarde.

Em Santa Catarina, um homem morreu após o carro em que estava ser atingido por uma árvore durante a tempestade e ventos de até 110 km/h. Outras três pessoas ficaram feridas em Balneário Camboriú e Itajaí, no Litoral Norte.

De acordo com o mais recente balanço divulgado pela Defesa Civil do RS, o número de desabrigados é de 426. São 215 desalojados. As cidades mais atingidas são das regiões Norte, Serra e Vale do Taquari.

Enquanto a frente fria avança em direção a São Paulo, o ciclone extratropical que se formou no Rio Grande do Sul deve se afastar do Brasil nesta terça-feira (5), como informa o Climatempo.

Mas os pontos altos das serras ainda podem ter rajadas em torno de 100 km/h, até o vento diminuir no decorrer da tarde.

Na live semanal, feita pela manhã desta terça, o presidente Lula falou sobre as chuvas no estado. “Queria dar um comunicado ao Rio Grande do Sul. Amanhã (quarta-feira, dia 6), o chefe da Defesa Civil irá ao Rio Grande do Sul. E mais uma vez, dizer ao povo gaúcho que estamos prontos para ajudar naquilo que for necessário”.

Com a melhoria das condições de voo, ainda pela manhã os helicópteros da Brigada Militar, Polícia Civil e Polícia Rodoviária Federal serão utilizados nas ações de apoio aos municípios afetados.

A Defesa Civil estadual informou que segue apoiando os municípios, no monitoramento dos riscos hidrológicos e, nessa etapa pós eventos, nas ações de ajuda humanitária que forem necessárias.

Apoie o Antropofagista com qualquer valor

Pix: 45013993768

Agradecemos o seu apoio

Categorias
Uncategorized

Major Olímpio critica líderes “visando urnas” e atitude “terrorista” de PMs no Ceará

Major Olimpio (PSL-SP) fez parte de uma comitiva de senadores que foi negociar o fim do motim no Ceará.

O senador Major Olimpio (PSL-SP) voltou do Ceará assustado com o quadro de “quebra de hierarquia absoluta” que encontrou nos quartéis tomados por policiais militares amotinados em greve.

O motim em quartéis de Fortaleza, capital cearense, e cidades do interior, foi iniciado na última terça-feira (18), horas depois do anúncio de um acordo de reajuste costurado entre representantes da PM, do governo do estado e deputados estaduais. Nos principais quarteis rebelados, políticos oriundos da PM cearense assumem um papel de liderança.

Segundo Olimpio, há interesses políticos evidentes por trás da greve. “Alguns [líderes] estão visando o 4 de outubro nas urnas”, afirma, fazendo referência à data da eleição deste ano.

O líder do PSL no Senado cita ainda o ex-deputado federal Cabo Sabino (Avante-CE) como uma dessas lideranças. “Sabino é meu amigo. Ele ficou quatro anos comigo como deputado. Eles estão irredutíveis, dizem que ou dão anistia, ou o movimento vai continuar”, lamenta o senador, lembrando de um encontro com os grevistas, do qual também participaram os senadores Eduardo Girão (PROS-CE), e Elmano Férrer (PODE-PI), além do deputado federal Capitão Wagner (PROS-CE).

“Só faltamos ficar de joelhos e implorar para eles. A maioria dos policiais acha que vai ter anistia”, explica.

Além de Sabino, Major Olimpio cita outros políticos cearenses que estão atuando na caserna, mobilizando os PMs amotinados.

Um deles seria vereador de Sobral, Sargento Ailton (Solidariedade), que comandava o piquete onde o senador Cid Gomes (PDT-CE) foi baleado. Olimpio aponta também do deputado estadual Soldado Noelio (PROS-CE) e o vereador de Fortaleza Sargento Reginauro (Sem partido).

Todos têm em comum a forte oposição à família Ferreira Gomes —liderada pelo ex-governador Ciro Gomes (PDT), que apoia o governador Camilo Santana (PT).

Olimpio defendeu o petista no que diz respeito à negociação de aumento com a categoria.

“O governador me disse que não tem mais condição de esticar a corda. Já botou R$ 600 milhões para dar o reajuste e eles vieram com um pleito que custa R$ 2 bilhões. Eles merecem mais do que estão pedindo, mas o governo do Ceará está dando R$ 4.500 para um soldado. São Paulo, que tem R$ 239 bilhões de orçamento, paga R$ 3.180”.

Além dos políticos locais, Olimpio cita também o deputado estadual da Bahia Soldado Prisco (PSC), presidente da Aspra (Associação Nacional dos Praças). Segundo o senador, Prisco tenta fomentar movimentos como o do Ceará em outros estados.

“O Prisco foi expulso da PM da Bahia [conseguiu ser reintegrado pela Justiça em 2017] e se tornou um mobilizador de greves profissional”, critica.

Para Olimpio, os homens encapuzados e armados na rua “pareciam o Hezbollah [partido e grupo paramilitar libanês]”. Já ataques contra bens públicos e privados —um PM chegou a ser preso em flagrante em Crato, interior cearense, por incendiar o carro de uma moradora contrária à greve— são “coisa de terrorista e de criminoso”, como definiu em um vídeo publicado nas redes sociais.

O senador teme que o exemplo cearense seja seguido por policiais de outros estados. “Eu me preocupo demais com isso nesse momento. Porque por salários miseráveis, piores que os que têm no Ceará, você tem no Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul. Na Paraíba tem um movimento semelhante”.

Olimpio, porém, garante que uma anistia aos grevistas do Ceará não passa no Congresso. Nem mesmo a bancada da bala apoiaria uma medida desse tipo.

“A bancada de profissionais de segurança aumentou pela credibilidade dos policiais e da atividade policial. Não vamos criar lideranças criminosas em uma atividade fundamental do Estado. Por isso que está escrito na Constituição que é vedada sindicalização e greve”.

 

 

*Igor Mello/Uol

Categorias
Uncategorized

Sabotagem da água do Rio de Janeiro: BNDES vai financiar empresas privadas em leilões para privatização da água

Em meio a uma crise gerencial e sob pressão dos governos Wilson Witzel e Jair Bolsonaro para privatização, a Cedae-RJ é o grande chamariz das empresas à venda.

Descartada a fake news sobre a “caixa-preta” propalada por Jair Bolsonaro durante as eleições de 2018, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) se prepara agora para servir de linha auxiliar para o projeto privatista de Paulo Guedes, retomando a função que teve nos tempos do governo tucano de FHC, como financiador de empresas e fundos de investimentos transnacionais na compra de empresas públicas brasileiras.

Na esteira da aprovação do chamado marco legal do saneamento básico, aprovado em dezembro na Câmara federal e que abre caminho para a exploração do serviço pela iniciativa privada, o BNDES montou um cronograma que prevê ao menos cinco leilões neste ano para privatização da água nos Estados. Para isso pretende abrir uma linha de crédito para emprestar dinheiro para empresas privadas comprarem as estatais.

“O banco avalia dar crédito para todos eles [os projetos], mas vamos privilegiar uma composição com o setor privado”, afirmou o diretor de Infraestrutura, Concessões e PPPs do BNDES, Fábio Abrahão, em entrevista ao jornal Valor Econômico nesta segunda-feira (10).

A previsão é que o montante chegue a R$ 42 bilhões nos cinco leilões já previstos, de concessões plenas, parciais e uma parceria público-privada (PPP) nos estados de Alagoas, Acre, Amapá, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

Em meio a uma crise gerencial e sob pressão dos governos Wilson Witzel e Jair Bolsonaro para privatização, a Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) é o grande chamariz das empresas à venda. Responsável pela água de 64 municípios fluminenses, com 13,7 milhões de consumidores, a Cedae está estimada em R$ 32,5 bilhões, segundo estimativa do BNDES.

Com a crise da qualidade da água que já dura mais de um mês, Wilson Witzel (PSC) já disse que a solução do problema “só será possível com a privatização da Cedae, pelo menos a distribuição e o esgoto”.

Na sexta-feira (7), o líder do partido Novo na Câmara, o deputado federal Paulo Ganime (RJ), protocolou uma indicação ao ministro Paulo Guedes para que ele pressione Witzel a privatizar a companhia.

O líder do Novo quer o efetivo cumprimento do acordo por parte do Rio de Janeiro para que o estado recolha recursos necessários para quitar os compromissos assumidos com a União e também que a companhia de água fluminense “tenha condições de prestação adequada dos serviços à população”, pontuou.

O Plano de Recuperação Fiscal do Estado do Rio de Janeiro, produzido em 2017, prevê a alienação das ações da estatal “no prazo máximo de 3 anos”.

 

 

*Com informações da Forum/Valor Econômico

Categorias
Uncategorized

Vídeo: Petroleiros em greve denunciam perseguição e cárcere por parte da Petrobras

A greve dos petroleiros, iniciada na madrugada deste sábado (1), teve mais duas adesões durante a manhã: a Refinaria Alberto Pasqualini, no Rio Grande do Sul, e o Terminal Madre de Deus, na Bahia.

A paralisação já acontece em 12 unidades de refino e 4 terminais da Transpetro, subsidiária da Petrobrás que pode sofrer demissões e ainda está na lista de privatizações do governo Bolsonaro. Porém, grevistas tem denunciado perseguição e até casos de cárcere por parte da direção da Petrobras:

Na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen-PR), os trabalhadores continuam ocupando a unidade há 12 dias contra o fechamento da fábrica e as mil demissões anunciadas pela gestão da Petrobrás, que seriam efetivadas no dia 14 de fevereiro.

Já no Rio de Janeiro, um grupo de cinco diretores da Federação Única dos Petroleiros (FUP), continua ocupando uma sala no edifício sede da Petrobras, demandando uma negociação com a gestão da estatal. Além de exigir a suspensão das demissões na Fafen-PR, os trabalhadores querem seja cumprido o Acordo Coletivo de Trabalho.

O diretor de Assuntos Jurídicos e Institucionais da FUP, Deyvid Bacelar, que é um dos dirigentes que está na ocupação do edifício da Petrobras no Rio afirmou: “estamos ocupando aqui com uma comissão permanente de negociação da FUP para termos resultados favoráveis aos trabalhadores e trabalhadoras, não só da Fafen- PR, mas de todas as nossas áreas operacionais”. Após manter os grevistas em cárcere, a estatal pediu reintegração de posse do prédio que foi negada pela Justiça.

O deputado federal, Rogério Correia (PT-MG), afirmou que vai levar as denúncias ao Congresso e Ministério Público. “Denúncia grave de cárcere de trabalhadores em greve pela direção da PETROBRAS. Responsabilidade de qualquer acidente é do Governo Bolsonaro: repressor e privatista. Estou enviando ao MP , MP do Trabalho , Camara Federal e amanhã pela manhã marco presença na porta da empresa como membro da Comissão de Direitos Humanos. Greve é direito constitucional dos trabalhadores e a causa é justa: garantir para o Brasil sua principal empresa”, afirmou o parlamentar.

As paralisações, até o momento, estão sendo feitas em dez estados: Amazonas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo, Paraná, Pernambuco e Rio Grande do Sul.
Acidente

Os petroleiros denunciaram na noite desta sexta-feira (31), um vazamento de amônia na Fafen-PR. Segundo eles, “o acidente foi provocado pela decisão irresponsável da gestão de parar a caldeira que mantém a fábrica operando e, assim, acelerar a paralisação da unidade, à revelia dos alertas dos trabalhadores, que vêm ocupando há 12 dias a Fafen-PR para evitar o seu fechamento e as demissões que atingirão mil famílias”. O vazamento foi controlado durante a madrugada, com apoio do Corpo de Bombeiros.

 

 

*Com informações do PT/FUP

Categorias
Uncategorized

MP investiga Forças Armadas por esquema em licitações após compra de linguiça a R$ 56 o quilo

Esquema envolve 50 unidades das Forças Armadas, 48 delas no Rio Grande do Sul. Em cinco anos, empresas faturaram cerca de R$ 25 milhões vencendo licitações supostamente fraudulentas.

Após se deparar com a compra de linguiça a R$ 56 o quilo para o quartel de Jaguarão, no Rio Grande do Sul, o promotor Soel Arpini, da Procuradoria de Justiça Militar de Bagé, descobriu um esquema de fraude em licitações que envolve 50 unidades das Forças Armadas, 48 delas no Estado.

Segundo reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, uma operação do Ministério Público Militar (MPM), Polícia Federal e Exército realizou nesta terça-feira (10) buscas nas sedes de quatro empresas que abastecem os quartéis e nas residências dos sócios, em Alegrete e Uruguaiana. Os quartéis não foram alvo da ação.

Foram alvos as empresas M.A.Moresco Filho, Bidinha & Moresco, J.D. dos Santos Rezes e E.R. Comércio, além de seus proprietários, que em cinco anos, faturaram cerca de R$ 25 milhões vencendo licitações supostamente fraudulentas.

Segundo o promotor, no caso da linguiça, o preço máximo estipulado para a licitação era de R$ 28, o dobro da cotação do produto no mercado. “Foi feita a cotação com três empresas que deram valores mais altos para justificar o preço pago, de R$ 56. Agora vamos investigar qual a participação dos militares que fizeram a compra, aceitando pagar valor quatro vezes superior ao do mercado”, disse.

Em outro caso, os procuradores apuraram que uma unidade militar de Bagé comprou mil quilos de hambúrguer, entregue no dia 26 de março deste ano. “Duas semanas depois, fomos verificar e encontramos apenas 50 quilos do hambúrguer, mas era de uma gramatura menor que a especificada e de qualidade inferior. Ao checar as notas, verificamos que o produto havia sido entregue com o prazo de validade já vencido”.

O material recolhido na operação será objeto de análise para apurar também a participação de militares no esquema. “Não tem como a empresa utilizar essas práticas sem a participação do militar. A questão é saber se eles visavam também algum lucro pessoal”, disse o procurador.

 

 

*Com informações da Forum

*Foto: Prefeitura de Uruguaina