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Justiça

STF autoriza inquérito contra Sérgio Moro em acusação de Tony Garcia

O Supremo Tribunal Federal (STF) atendeu pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e determinou a abertura de inquérito contra o senador Sergio Moro (União Brasil).

O pedido foi motivado por investigações da Polícia Federal que observaram irregularidades em delação premiada que o então senador, à época juiz titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, negociou com o ex-deputado estadual do Paraná, Tony Garcia.

A autorização foi dada pelo ministro Dias Toffoli, do STF.

Chantagem

Garcia assinou acordo de delação premiada em 2004, quando preso por gestão fraudulenta do Consórcio Nacional Garibaldi. O acordo foi firmado com a força-tarefa do caso Banestado (antes da Lava Jato) na 2ª Vara Federal de Curitiba, hoje 13ª Vara.

Com isso, o ex-deputado acusa Sérgio Moro de ameaça-lo para que gravasse políticos e advogados como forma de obter provas que os incriminassem, ao atuar como espécie de “agente infiltrado” a mando da força-tarefa.

A delação de Garcia permitiu redução de sua pena e outros benefícios. No entanto, segundo explicou, ele ficou sob ameaça de ter o acordo revogado, podendo ser preso e ter seus bens expropriados durante todo esse tempo, caso não realizasse as gravações irregulares de políticos que eram solicitadas, diz o Vermelho.

O que ele indica ser chantagem de Moro e que agora será investigado mais profundamente com o inquérito já teria sido relatado, em 2021, para a juíza Gabriela Hardt, que ficou no lugar de Moro na 13ª Vara Federal.

Porém só agora o relato chegou ao STF, pois o juiz Eduardo Appio, que ficou curto período na 13ª Vara, deu prosseguimento na Operação Lava Jato e liberou documentos que comprovam a colaboração de Garcia. As provas foram encaminhadas ao STF.

Na condução das investigações, a PF informou que deverá ouvir testemunhas como a deputada federal Rosângela Moro e o ex-deputado e ex-procurador Deltan Dallagnol.

Nas suas redes sociais, Moro diz que não teme a investigação e que lamenta a abertura de inquérito, no qual sua defesa não teve acesso.

Já Garcia disse que Moro já é “quase” ex-senador, pede que ele assuma seus crimes e que “foi de falso herói, a chefe de organização criminosa perante a justiça”.

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Opinião

Na história geral do Brasil, Sergio Moro terá duas linhas, se tanto

Sergio Moro, que já foi vendido como herói nacional, hoje, encontra-se à míngua.

Cada uma das peças desparafusadas de sua imagem, hoje, pálida, causa asco até na ala truculenta do bolsonarismo. E lembrem-se,  em determinado momento do governo Bolsonaro, Moro, como ministro da Justiça, tinha na pirâmide de popularidade vários degraus acima do chefe.

Com isso, sua onipotência foi ao último grau. Numa balança política, Moro estava beatificadamente eleito, até que Bolsonaro, com um tranco, um pé no traseiro e entortou a imagem de Moro. E toda aquela bagagem bolsonarista que sustentava a sua popularidade, pulou fora, seu brilho, diante do próprio espelho, desabou.

O que o ex-juiz, o ex-herói, um quase rei do Brasil, passa agora, é um enorme inferno pessoal.

Não há brasileiro que consiga digerir Moro, pode ainda defendê-lo numa contrapartida ao PT e a Lula, mas defendê-lo de forma espontânea, não. Pode até soar grosso o que for, que o ex-soberano juiz não abarca mais ninguém.

Para piorar, seu principal lubrificante de imagem, a Globo, não só secou, como tirou os canhões de luz do seu palco e partiu para a artilharia com o escândalo de sua arapongagem, denunciada por Tony Garvia e divulgada por Daniela Lima na GloboNews.

Ou seja, acabou o guarda-chuva que os Marinho davam a Moro. Isso acontece há poucos dias de sua inevitável cassação, em que se tornará uma presa fácil para, no passo seguinte, seguir para a prisão.

Moro será tão insignificante para a história do Brasil, que será lembrado somente, como bem disse o deputado Glauber Braga, como um juiz corrupto e ladrão, o que cabe, se muito, em duas linhas da história do Brasil.

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Política

Vídeo: GloboNews divulga conversa de Moro com delator para grampear juízes ilegalmente

O ex-deputado estadual paranaense e ex-delator Tony Garcia, que alega ter desempenhado o papel de agente infiltrado do senador Sergio Moro durante o período em que o ex-juiz era o titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, entregou recentemente ao Supremo Tribunal Federal (STF) um conjunto de documentos explosivos. Esses documentos revelam uma suposta tentativa de Moro de investigar ilegalmente desembargadores, juízes e ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), incluindo o uso de grampos ilegais, segundo a Forum.

O programa Conexão GloboNews mostrou nesta sexta-feira (29), a transcrição na íntegra feita pela Polícia Federal da conversa entre Sergio Moro e o ex-delator Tony Garcia. Moro usou Garcia para grampear e monitorar desembargadores, juízes e ministros do STJ.

Os documentos em questão fazem parte de um acordo de colaboração premiada firmado entre Tony Garcia e Sergio Moro em 2004. Até recentemente, esses documentos estavam sob sigilo na 13ª Vara Federal de Curitiba, mas o juiz Eduardo Appio decidiu levantar este sigilo, permitindo que Tony Garcia tivesse acesso. Agora, esses materiais foram entregues pelo ex-delator ao STF com o objetivo de anular as ações de Moro contra ele.

No conjunto de documentos, obtido pela TV Globo, estão registradas cerca de 30 tarefas que foram designadas a Tony Garcia por Moro como parte do acordo para evitar sua prisão. Estas tarefas incluíam investigações de autoridades paranaenses com foro privilegiado, utilizando métodos questionáveis, uma vez que essas investigações estavam, legalmente, fora da alçada de atuação de Moro enquanto juiz.

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Política

Bomba: Chegam ao Supremo as 30 tarefas de Sergio Moro a Tony Garcia, incluindo grampos ilegais

Juiz de piso, Moro teria usado Tony Garcia para investigar pessoas com foro privilegiado, incluindo desembargadores.

Está no gabinete do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, um acordo de delação premiada bombástico, que há 20 anos vinha sendo mantido sob sigilo. Tratam-se de documentos sobre a colaboração premiada de Tony Garcia, que implicam o ex-juiz federal Sergio Moro.

Em junho passado, o GGN publicou diálogos da Operação Spoofing que confirmam que Tony Garcia atuava como “espião” ou “agente secreto” a mando de Moro.

Os documentos agora em posse de Toffoli indicam que Moro teria usado Tony Garcia para investigar ilegalmente autoridades com foro privilegiado, ou seja, figuras que estavam fora de sua jurisdição. Entre elas, deputados e desembargadores. Moro nega irregularidades.

O G1 divulgou as tarefas 4 e 5 da lista de Moro: “4) Caso Nego Scarpin – Bertoldo teria passado para a CPLI-BANESTADO a conta de Luiz Antônio Scarpin para extorquir dinheiro. (Trata-se do bilhete apreendidos manuscrito pelo Sérgio Malucelli com timbre da Votorantin). Estariam envolvidos o Deputado Iris Simões, o Dep. Mentor e o Vereador João Melão/SP. O beneficiário trará a prova documental e gravações. Essas gravações estão em poder de Nego Scarpim, envolvendo Desembargadores do TRF, advogados e políticos. 5) Caso Enio Fornea X Bertoldo. As fitas acima contêm gravações do auxílio dado a Enio Fornea por um Desembargador do TRF da 4o Região.”

O acordo de delação de Tony, firmado em 2004, teve o segredo de Justiça revogado pelo juiz federal Eduardo Appio, o novo titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, que acabou afastado de suas funções por conta do caso Malucelli, que tem as digitais de Moro.

As 30 tarefas
Segundo informações da jornalista Daniela Lima, que teve acesso aos documentos enviados ao Supremo, Moro teria enumerado exatamente 30 tarefas a Tony Garcia, como condição para que ele tivesse um acordo de colaboração premiada homologado. As tarefas ficaram registradas nos autos que estavam sob sigilo.Entre as tarefas, Tony Garcia teria de levantar provas de que desembargadores do TRF-4 viajaram para assistir a um jogo de futebol, sendo que a viagem teria sido paga por um lobista que estava na mira de Moro.

Em outra tarefa, Moro usou Tony Garcia em benefício próprio, ao determinar que ele buscasse provas de que Moro teria sido grampeado por um advogado chamado Roberto Bertholdo, que também era investigado sob a batuta do ex-juiz.

Em mensagem à imprensa, Moro afirmou que Tony Garcia é um criminoso condenado e que ele jamais apresentou provas de que desembargadores ou outras figuras com foro foram grampeadas ilegalmente a mando do ex-juiz. Moro, no entanto, não negou em nota que é autor das 30 tarefas a Tony Garcia.

Ligação para o réu
Ainda segundo os documentos que foram apresentados ao Supremo, Moro teria ligado para Tony Garcia, que era seu réu, para informar as condições de sua condenação. Garcia já havia divulgado o áudio da ligação de Moro em julho passado.

*GGN

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Política

Procuradores da República de Curitiba também sabiam da festa da cueca, diz Tony Garcia

O empresário Tony Garcia revelou nesta quinta-feira (13) que, além do ex-juiz suspeito Sergio Moro, procuradores da chamada “República de Curitiba” tinham conhecimento da “festa da cueca” envolvendo desembargadores do TRF-4. O evento, segundo Tony, foi utilizado como forma de chantagem por Moro, que supostamente teria as gravações. O delator disse em junho à TV 247 que os desembargadores foram chantageados depois de participarem de um evento em um hotel de Curitiba com garotas de programa, diz o 247.

De acordo com o relato de Tony, em novembro de 2003, o advogado Roberto Bertholdo mandou buscar, de avião fretado, desembargadores do TRF-4. Eles foram levados ao estádio Pinheirão, onde assistiram a um jogo da seleção brasileira contra o Uruguai. Depois, foram para um hotel de Curitiba, onde por lá participaram da festa da cueca.

No Twitter, Tony Garcia compartilhou uma conversa que teve com os procuradores Januário Paludo e Carlos Fernando dos Santos Lima. Eles conversam de maneira descontraída sobre os eventos. Paludo chega a relatar que um desembargador “apanhou da mulher”. “Além de destruírem milhões de empregos destruíram FAMÍLIAS. GENTE PERVERSA!”, escreveu Tony na postagem.

Confira:

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Política

Nova gravação de Tony Garcia incrimina Januário Paludo e Carlos Fernando, os mentores da Lava Jato

Joaquim de Carvalho*

Além de Sergio Moro, o empresário Tony Garcia gravou conversas com os procuradores da república. Neste novo trecho, que o 247 divulga com exclusividade, Januário Paludo e Carlos Fernando falam sobre a interceptação de um deputado federal, José Janene, que eles não poderiam investigar.

Era 2005, e Tony Garcia, após três meses de prisão, era um agente infiltrado de Moro e conversava com o então juiz e também com os procuradores da república que trabalhavam sob a coordenação de Moro, o que é ilegal. Como Tony Garcia contou ao 247, sua missão era atrair e gravar ilegalmente 32 autoridades, a maioria com o chamado foro privilegiado.

Na conversa que Tony divulga agora, Carlos Fernando dos Santos Lima demonstra que acompanhava online as interceptações. Carlos Fernando diz que sabia que ele havia conversado com o então deputado federal e também com o advogado Roberto Bertholdo.

Para o empresário e ex-agente infiltrado, isso demonstra que havia algum aparelho para recepcionar a escuta telefônica no próprio Ministério Público Federal em Curitiba.

Normalmente, as escutas são determinadas pela Justiça e monitoradas pela Polícia Federal, que envia os relatórios com o conteúdo da interceptação ao juiz que autorizou a medida.

Onze anos depois dessas escutas, Moro divulgou uma conversa da então presidente Dilma Rousseff com Lula horas depois de ocorrer, o que já levantou, na época, a suspeita de que o procedimento de escuta não seguia o protocolo. Ou seja, o próprio Moro sabia na hora o que seus principais alvos falavam.

No caso do grampo de Dilma Rousseff, sua realização foi ilegal e sua divulgação também, mas nada ocorreu com o então juiz, que pediu desculpas ao Supremo Tribunal Federal, por usurpar a competência da corte. Em 2005, como mostra a conversa gravada por Tony Garcia, a Lava Jato já ultrapassava os limites de sua jurisdição.

A conversa divulgada agora por Tony Garcia também mostra o interesse dos procuradores pelas gravações que o advogado Roberto Bertholdo mantinha em seu poder. Uma delas seria o registro em vídeo da festa da cueca que reuniu, no hotel Bourbon, em Curitiba, desembargadores e garotas de programa, em novembro de 2003.

Segundo Tony, Moro pressionou para ter o vídeo, mas, após consegui-lo, não teria juntado a nenhum processo. Por isso, o ex-agente infiltrado acredita que o então juiz tenha usado o vídeo para chantagear desembargadores do TRF-4, onde passou a ter poder incomum para quem atuava na primeira instância.

Ouça:

*247

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Política

Áudio: Enfim, Tony Garcia disponibilizou uma série de áudios que complicam Moro

Desta vez, ao que parece, o ex-juiz e hoje senador Sergio Moro (União-PR) terá dificuldades para provar que em seus anos de magistratura agia de maneira “normal”, dentro da lei e respeitando o que se espera de funcionários públicos que exercem tal função. Uma conversa pelo telefone divulgada pelo empresário paranaense Tony Garcia mostra o então “chefão” da Lava Jato conversando naturalmente com ele, então seu réu na 13ª Vara Federal de Curitiba, e tratando abertamente de “acordos”.

No diálogo, Moro parece arrogante e despreocupado, ante um Garcia implorando para que “o acordo seja cumprido” e pedindo para que o juiz não fique divulgando na mídia suas sentenças e condenações, porque isso estaria destruindo sua vida. O agora senador parece não ligar muito para as súplicas do empresário e diz que “precisa divulgar” porque se não o fizer “o pessoal vai ficar cobrando”, numa conversa absolutamente absurda e incompatível entre o homem que julgava processos da esfera federal e um de seus acusados que estava sob julgamento.

Leia uma parte da transcrição da conversa abaixo e ouça o telefonema a seguir.

Tony Garcia – “Agora, eu sei que o senhor comentou… Mas doutor Sergio, é o seguinte… Preciso só lhe fazer uma pergunta pra ver como vamos lidar com isso… Nós estamos chegando nos ‘finalmente’, e uma coisa só que me preocupa: quando for a sentença, seja qual for e tal, isso aí, o senhor vai dar publicidade nisso daí?”

Sergio Moro – “É, veja, eu sei que tu é uma pessoa publicamente exposta, né… Aí, assim, o que acontece? Se eu não divulgar, o pessoal vai ficar cobrando… Então eu prefiro divulgar, entendeu, informa de maneira…”

Tony Garcia – “Eu era, agora não sou mais, nem concorrendo eu tô nas eleições, nada, doutor Sergio… Doutor Sergio, veja, pra eu cumprir esse acordo, pra eu fazer tudo, eu vou depender muito do que estou reestabelecendo da minha vida… A perda que causa na vida da gente esse tipo de coisa, o senhor não pode imaginar… Agora, eu só quero fazer o seguinte: se tem uma maneira de nós sentarmos com o senhor, com Ministério Público, nós, a defesa e tudo, de a gente ver uma maneira, doutor Sergio, que não me deixe uma coisa, uma empresa ou alguma coisa assim… Eu não sei como que é feito isso, porque envolveu empresa como organização criminosa, como isso, como aquilo…”

Sergio Moro – “Não, o que importa é o senhor… “

Tony Garcia – “Isso, não, não… que envolvia empresa… Não, não… falaram, citaram nome, o Paulo Pimental citou o Baltimore, tudo”

Sergio Moro – “É, essa empresa (inaudível)…”

Tony Garcia – “Eu sei, mas nessa, quando dá…”

Sergio Moro – “Não vou tocar no nome da Baltimore…”

Tony Garcia – “Não vai ser tocado em nome de empresa, nada disso? Vai ser tocado no nome da minha pessoa?”

Sergio Moro – “Sim… Do que foi decidido do consórcio Garibaldi…”

Tony Garcia – “Uhum… No setor de comunicação, quando é meu nome, você sabe o que acontece, né… Primeira página”

Sergio Moro – “É… Eu vou divulgar, esse conteúdo eu vou divulgar porque na verdade é um processo que é uma grande publicidade aí por conta de sua exposição pública, né… E assim, acho que tá sendo divulgado porque…”

Tony Garcia – “Mas doutor, vou pedir pro senhor, encarecidamente, que seja de uma maneira que não me macule de tal maneira que eu não possa mais trabalhar para conseguir, inclusive, cumprir e deixar esse ônus da Baltimore, que eu não queria…”

Sergio Moro – “Eu vou provavelmente divulgar uma informação sucinta… Que foi condenado… E também devo divulgar no caso das condenações, termos… E provavelmente ter que deixar meio público aí, e falar alguma coisa… Falar alguma coisa que a pena foi ‘x’… Eu vou tratar como dano, por exemplo…”

Tony Garcia – “É… É alguma coisa que não acabe comigo comercialmente, né… Pra eu poder continuar a trabalhar, é só isso que eu vou pedir ao senhor

Ouça a conversa gravada:

https://twitter.com/tonygarciareal/status/1677501495518937090?s=20

https://twitter.com/tonygarciareal/status/1677501495518937090?s=20

*Com Forum

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Justiça

Moro passa a ser investigado e Toffoli dá 30 dias de prazo para PF ouvir Tony Garcia

Ministro atende a pedido da PGR para requisitar informações da 13a. Vara e tomar depoimento do ex-agente infiltrado do ex-juiz e atual senador.

Pela primeira vez, Sergio Moro será investigado pelos crimes aparentemente cometidos como juiz federal. Em despacho encaminhado para a Polícia Federal e à 13a. Vara Federal de Curitiba, o ministro Dias Toffoli determinou três providências:

1) oitiva do senhor Antônio Celso Garcia (Tony Garcia) pelo Delegado de Polícia Federal Rafael Fernandes Souza Dantas, para que possa esclarecer, em detalhes e com apresentação dos respectivos documentos, as denúncias por ele formuladas, bem como para que possa indicar eventuais encontros e conversas com o então Juiz Federal Sérgio Moro e demais membros do Ministério Público Federal que tenham culminado no eventual direcionamento de acordos de colaboração premiada;

2) autorização para requisição de informações à 13ª Vara Federal de Curitiba/PR e à Polícia Federal sobre a eventual existência de decisões autorizando o afastamento dos sigilos telefônicos-telemáticos em desfavor de Antônio Celso Garcia;

3) autorização de compartilhamento das informações referentes a eventuais afastamentos dos sigilos telefônicos e telemáticos em desfavor de Antônio Celso Garcia com os autos desta Petição nº 11.450/DF.

A requisição de informações sobre a quebra do sigilo de Antônio Celso Garcia, o Tony Garcia, está ligada à denúncia de Tony Garcia de que ele sofreu interceptações telefônicas por longos períodos, como isca para Moro e o Ministério Público Federal em Curitiba incriminarem outras pessoas, o que é ilegal.

O pedido da Procuradoria Geral da República foi encaminhado a Dias Toffoli depois que Tony Garcia deu entrevista à TV 247, em 5 de junho. O ministro do STF atendeu aos três pedidos da Procuradoria, que pediu que fosse comunicada para tomar as providências.

“Por fim, após o deferimento das diligências preliminares acima pleiteadas, requer-se o retorno dos autos desta Petição nº 11450/DF à Procuradoria-Geral da República, que, diretamente, tomará as providências necessárias à realização de tais diligências”, pleiteou a Procuradoria da República, já atendida por Toffoli.

Tony Garcia disse que poderá provar todas as denúncias que fez na entrevista à TV 247 e também no depoimento de 2021 para a juíza Gabriela Hardt e para a procuradora da república Elena Urbanavicius Marques. Nenhuma das duas tomou providência para apurar os graves fatos relatados pelo ex-agente infiltrado.

Depois de assumir a 13a. Vara Federal de Curitiba, no início deste ano, Eduardo Appio encontrou o depoimento de Tony Garcia e, diante da gravidade das declarações, encaminhou para o Supremo Tribunal Federal, por conta do foro por prerrogativa de função de Sergio Moro.

Um mês e meio depois de tomar essa providência, Appio foi afastado pela corte administrativa do TRF-4, sem direito à defesa, e Gabriela Hardt assumiu em seu lugar.

Uma das primeiras providências de Gabriela Hardt foi revogar essa decisão de Appio e marcar nova audiência com Tony Garcia, em que provavelmente ele seria preso. Foi quando Tony Garcia decidiu quebrar o silêncio e dar a entrevista para a TV 247.

Tony disse que estava solto, mas preso pela organização de Sergio Moro, com a faca no pescoço, como esteve durante mais de quinze anos. Sua entrevista foi uma declaração de liberdade a seus algozes: acabou, Moro.

*Joaquim de Carvalho/247

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Tony Garcia é intimado por Toffoli e deve implodir Moro em depoimento no STF

Agente infiltrado do ex-juiz é informado pelos advogados de que magistrado auxiliar do ministro do STF os procurou para agendar depoimento.

O empresário Antônio Celso Garcia, o Tony Garcia, será ouvido por um juiz auxiliar designado pelo ministro Dias Toffoli para apurar as denúncias que ele relatou à juíza Gabriela Hardt em 2021 e que incriminam Sergio Moro e integrantes do Ministério Público Federal, principalmente Carlos Fernando dos Santos Lima e Januário Paludo.

Tony Garcia postou a notícia em sua rede social e confirmou ao Brasil 247 que seus advogados foram contatados pelo gabinete do ministro Dias Toffoli. A data do depoimento ainda não foi definida.

No depoimento que Gabriela Hardt escondeu, Tony Garcia conta que foi agente infiltrado de Moro, a partir de 2005, e que combinava ações ilegais diretamente com ele e com dois procuradores da república ligados ao então juiz.

Uma das tarefas era gravar conversas com pessoas com foro por prerrogativa de função, como desembargadores do Tribunal de Justiça do Paraná e conselheiros do Tribunal de Contas do Estado.

Ele também ajudava um agente da PF ou Abin – ele não sabe ao certo – a interceptar telefonemas ilegalmente, a partir de orientação de Moro.

Tony Garcia contou ao 247 que, pressionado e orientado por Moro, deu entrevistas mentirosas e cometeu o crime de falso testemunha, para que Moro pudesse processar adversários. O empresários diz ter provas de suas declarações, mas espera o foro certo para apresentá-los.

“Esse foro será o juiz auxiliar de Toffoli”, afirmou.

Gabriela Hardt tomou o depoimento no processo em que tentava anular a colaboração premiada de Tony Garcia, 15 anos depois. O acordo envolvia o caso do consórcio Garibaldi, que foi intervenção do Banco Central em 1994.

Ameaçado de voltar à prisão, Tony decidiu, então, partir para o ataque, internamente, no depoimento tomado sob sigilo por Gabriela Hardt.

Dois anos depois, quando assumiu a 13a. Vara Criminal da Justiça Federal em Curitiba, no início do ano, Eduardo Appio encontrou o depoimento e remeteu ao STF, por envolver o senador Sergio Moro, que tem foro por prerrogativa de função.

Um mês e meio depois, Appio foi afastado, e Gabriela Hardt, que era substituta, revogou o envio do depoimento ao STF, atendendo a um pedido do Ministério Público Federal, numa decisão, ao que tudo indica, ilegal.

No dia 5 de junho, às vésperas de prestar novo depoimento a Gabriela Hardt, em que talvez fosse preso ilegalmente, Tony Garcia quebrou o silêncio, na entrevista exclusiva que deu ao 247.

Depois disso, Toffoli revogou a decisão de Gabriela Hardt, que agora é investigada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e poderá ser aposentada e responder por crimes. Toffoli decidiu também atrair para sua jurisdição os processos que envolvem Tony Garcia.

Tony Garcia é o homem-bomba de Moro e suas revelações poderão colocar o ex-juiz na prisão.

O ex-agente infiltrado de Moro já gravou mais de dez horas de entrevistas para o 247, no documentário que realizo, “Um juiz fora da lei – os crimes de Moro e a Máfia de Curitiba”. As declarações de Tony não deixam margem à dúvida: Moro agia como chefe mafioso.

*Joaquim de Carvalho/247

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Tony Garcia revela prova que Moro mentiu sobre vídeo da “festa da cueca”

Tony Garcia divulgou um documento com um trecho de um relatório da Polícia Federal que evidencia a existência de um vídeo da “festa da cueca”, envolvendo TRF4.

O empresário e ex-deputado Tony Garcia publicou em suas redes sociais um trecho do relatório da Polícia Federal que cita a interceptação telefônica enviado ao então juiz Sérgio Moro, em que o advogado Roberto Bertholdo diz que está de posse da gravação da chamada “Festa da cueca” envolvendo desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4).

“Moro apreendeu e não protocolou nos autos. Moro tem de responder JÁ!”, escreveu Tony.

Desde que foi preso em 2004, acusado de gestão fraudulenta no Consórcio Garibaldi, Tony Garcia afirma que se transformou num agente infiltrado de Sergio Moro depois de saber que apodreceria na cadeia se não colaborasse. Pelo que Tony Garcia contou à TV 247, um dos seus atos de colaboração transformou Sergio Moro no juiz com poderes excepcionais.

“Ele chantageou o TRF4 como fez o Bertholdo. Ele confessa explicitamente nessa conversa comigo que levou a gravação ao TRF4”, afirma Tony, ao 247. “O Modus Operandi era antigo. Juiz instruindo o processo que irá julgar”, completa.

*247

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